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SUCESSÃO PAPAL


Os 10 grandes eleitores, por Maurício Savarese

Giovanni Baptista Re, prefeito emérito da Congregação para os Bispos
Ele conduzirá o conclave por ser cardeal há mais tempo entre os 115 que votarão pelo próximo papa. Já foi presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina e é tido como apoiador de um pontífice de fora da Europa. Apesar da experiência na Cúria, já indicou, na Congregação para os Bispos, padres contrários a preceitos tanto de João Paulo II como de Bento XVI. Opõe-se à força da corrente “Comunhão e Libertação”, representada por um dos favoritos no conclave, o arcebispo de Milão, Angelo Scola.
Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires
Em 2005, de acordo com um diário de um cardeal encontrado no Vaticano, o argentino tinha tudo para rivalizar com Joseph Ratzinger na eleição para o sucessor do papa João Paulo II. Teria recusado a ideia, o que facilitou a vitória do favorito alemão. Manteve o prestígio na Cúria Romana. Seu apoio dá força a qualquer papabile.
Timothy Dolan, arcebispo de Nova York
Dificilmente, o Vaticano toparia um papa norte-americano. Não quer dar poder espiritual à superpotência econômica. Mas a igreja nos EUA está entre as principais fontes de financiamento da Igreja Católica. Amigo do presidente Barack Obama e com trânsito internacional, Dolan influencia mais do que nos 14 votos da América do Norte.


Tarcisio Bertone, secretário de Estado
É o camerlengo -- cuida da administração durante a sé vacante, iniciada com o fim do papado de Bento XVI. Foi muito ligado a Joseph Ratzinger, mas acabou se afastando. Tinha tudo para ser decisivo na vitória de um novo pontífice. Mas, devido a suspeitas de corrupção em sua gestão, seu apoio se tornou tóxico. Dividiu os 38 votos da Cúria Romana e criou um clima anti-Vaticano entre os cardeais de fora da Itália.
Juan Luis Cipriani Thorne, arcebispo de Lima
O peruano, ex-jogador profissional de basquete, é o principal nome no conclave para a consevadora Opus Dei, uma das principais fontes de financiamento do Vaticano. O candidato que ele apoiar será visto como apetecível aos mais conservadores e dificilmente um cardeal que ele vete veementemente venceria.
João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada
O arcebispo-emérito de Brasília ganhou fama de bom administrador na Cúria Romana e protagonizou um entrevero na última congregação-geral com o secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, a respeito das finanças do Vaticano. E, segundo relatos da mídia italiana, acabou aplaudido. Admiradores ele certamente tem.
Ivan Dias, prefeito emérito da Congregação para Evangelização dos Povos
O indiano não teria um papel fundamental no conclave. Até que protagonizou o último escândalo do Vaticano: quando era titular no cargo, pagou 20 milhões de euros por um prédio onde fica a maior sauna gay da Itália. Ele e vários outros religiosos vivem nesse mesmo edifício até hoje. Apoio quase tão tóxico quanto o de Bertone.
Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para Cultura
Chegou a ser citado como papabile -- possivelmente porque a imprensa o adora. Escreve livros, tem programa de rádio, conta no Twitter e é proximo de Joseph Ratzinger. Como comunicação é parte importante do que os cardeais querem para o próximo pontífice, o seu apoio não é dispensável. Mas apoio demais pode pesar contra: ele já teve conflitos com colegas de Cúria por causa de seus artigos.
John Olurunfemi Onaiyekan, arcebispo de Abuja
O africano é visto como um dos pilares da chamada “Nova Evangelização”, um movimento que faz do continente negro o único onde o catolicismo cresce. Um papa que queira uma ponte com o mundo em desenvolvimento e com uma igreja menos europeia precisa conversar com ele.

Maurício Savaresejornalista, está em Roma como enviado especial do Blog do Noblat para cobrir a eleição do novo papa

Do Blog do Noblat de 12-3-2013 às 15h31m

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