2012, o ano que não terminou, por Gaudêncio Torquato

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Nenhum homem, por maior esforço que faça, pode acrescentar um palmo à sua altura e alterar o pequeno modelo que é o corpo humano.

Não fosse tal preceito sagrado da Escritura, o Brasil seria forte candidato a demonstrar que o extraordinário feito de mudar a anatomia humana é algo corriqueiro nos laboratórios da nossa engenharia genética.
Basta anotar a conjunção de coisas espetaculares que se anunciam como inequívoco sinal de que o país lidera a vanguarda do desenvolvimento mundial e goza as delícias do Éden.
Essa é a visão que se extrai das autoridades que comandam nossa economia ao fazerem um balanço das conquistas, na esteira de uma versão comum aos governantes que, em finais de ano, costumam transmitir esperança e crença no futuro da Nação.
Como pano de fundo, um inevitável painel de realizações. O desenho é uma composição estrelada, sob uma abóbada de anil, sem nesga de nuvem a turvar os céus.
Como o Brasil é um país aproximativo, lembrando o embaixador Gilberto Amado, podemos encaixar o Hosana na ópera natalina das fantasias, onde não faltam Papais Noéis com magníficos presentes para nos convencer de que o momento é propício às versões mais exageradas.
Para começar, a impressão que faz cócegas em nossas mentes é a de que o ano não terminou. Apreciável parcela de metas previamente acertadas deixou de ser cumprida, entrando no torvelinho de postergações, tergiversações e elucubrações. Muitos compromissos irão bater à porta das calendas.
Não se trata de constatar que o cumprimento de penas de condenados do mensalão foi protelado. Nesse compartimento, o bom senso até predominou, eis que ordenar prisão sem obediência rigorosa à liturgia processual seria um viés indesejável e causaria danos à imagem da instituição judiciária.
Aliás, os passos mais avançados do país se deram na trilha do Judiciário, mais precisamente na esfera da Suprema Corte, que cumpriu de modo altaneiro o seu papel, obedecendo ao ritual regrado por princípios da transparência, respeito aos contrários, independência e sintonia com a letra constitucional.
Leia a íntegra em 2012, o ano que não terminou

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