NA TRIBUNA DA INTERNET



Ameaça totalitária no Brasil parece exagero?

Altamir Tojal (blog Este Mundo Possível)
Pode parecer exagero ou piada de salão falar em ameaça totalitária no Brasil, mas vale prestar atenção a esse processo: censura à imprensa, aparelhamento do Judiciário e submissão do Ministério Público são objetivos da facção totalitária do PT e seus aliados na política e na economia.
O marqueteiro João Santana venceu seis das sete campanhas presidenciais que fez. E muitas outras eleições. Fala de cadeira, portanto. Garante que Dilma será reeleita em 2014 no primeiro turno. Se fossem candidatos de oposição, Aécio Neves e Eduardo Campos não teriam, somados, 10% dos votos. Lula é imbatível. Se quiser, pega o governo de São Paulo em 2014. Haddad tem tudo para ser presidente da República em 2022 ou 2026. Isso está na Folha de S. Paulo do dia 26.
Se o cenário, dentro do jogo democrático, é tão favorável ao PT e à sua aliança, por que a aposta num modelo totalitário, com censura à imprensa e controle do Judiciário e do Ministério Público, mesmo já tendo aparelhado amplamente a máquina do governo e as estatais, aliciado a maioria dos partidos e dos membros do Congresso Nacional, ampliado a presença em governos estaduais e municipais, bem como a base de apoio nos sindicatos, além de ter domesticado movimentos sociais e formadores de opinião na universidade e no meio artístico? Aparentemente não faz sentido.
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TESE PARECE SIMPLÓRIA
Apesar das suspeitas, não se pode afirmar que todo o PT é totalitário. Totalitária é a facção convencida de que democracia e capitalismo são sinônimos. Logo, derrotar a democracia é acabar com o capitalismo. Parece simplória, mas a tese é essa.
Essa facção é engordada por militantes que não têm qualquer compromisso ideológico. É gente mais simples, cujo objetivo é não largar o osso. Querem continuar no poder por diferentes razões terrestres: desde o medo de perder um bom emprego até a vontade de continuar roubando num cargo qualquer.
É claro que o desejo de toda essa gente – dessa gorda facção totalitária – de se perpetuar no poder, é o mesmo das oligarquias políticas que dão sustentação ao governo. E é a vontade também do imenso complexo financeiro-empresarial, que suga o estado para lucrar, acumular capital e ganhar mercado. São bancos, empreiteiras, indústrias, agronegócios e redes de comércio que patrocinam quem quer que esteja no poder para levar vantagem sobre a concorrência.
Esse pessoal não está nem um pouco preocupado com os efeitos práticos da fúria anticapitalista dos intelectuais da facção totalitária. Confiam no próprio taco e sabem ganhar mesmo nas ditaduras mais cruéis. E dão lastro a qualquer projeto que assegure suas vantagens e privilégios.
O plano de censurar a imprensa está em curso há muito tempo disfarçado de “controle social da mídia” e “lei dos meios”. Enquanto não acontece, aumenta a cada dia a influência do governo sobre veículos que se submetem à pressão econômica e se multiplicam os blogueiros de aluguel. E cresce também a chantagem contra jornalistas que não aceitam o controle.
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MENSALÃO
As metas de dominar o judiciário e o ministério público também são antigas, mas ganharam caráter emergencial com o julgamento do Mensalão.
Os governos do PT nomearam oito ministros do STF, mas somente dois atuaram estritamente como quadros partidários durante o julgamento: Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Isso acendeu o sinal vermelho na facção totalitária, que agora quer pressa no aparelhamento do Supremo e demais tribunais.
A lógica da facção com relação ao ministério público é semelhante. As nomeações para o comando da instituição passam pelo Executivo e o Senado – como as dos ministros do STF – e o PT contou com a simpatia e a ajuda de muitos membros da corporação em sua escalada ao poder. Mas isso não garantiu a submissão ao partido e a maior prova é a independência do procurador Roberto Gurgel.
Como os procuradores, também muitos juizes e jornalistas, bem como policiais federais e profissionais de diferentes carreiras públicas e privadas apoiaram o projeto original do PT até ficar claro o descompromisso de seus dirigentes ao chegarem ao poder. Passaram então a não aceitar o domínio do partido.
Ao contrário de países vizinhos, como Venezuela e Argentina, algumas instituições conseguem resistir no Brasil com certa autonomia, como parece ser o caso do Judiciário, do Ministério Público e de parte da imprensa, bem como de algumas outras corporações e setores.
Aniquilar essa resistência passa assim a ser a grande causa das mentes totalitárias que estão no poder, porque mesmo vencendo eleições não asseguram o domínio total sobre tudo e todos para sempre. Aí passa a fazer sentido ser totalitário mesmo num cenário eleitoral favorável. Para essa turma, a democracia atrapalha e tem de ser eliminada.
E o anticapitalismo? Parece que a essa altura do campeonato a facção prefere deixar como está. Se a China consegue ser capitalista e totalitária, porque o Brasil não vai conseguir?
Nota: Aparelhamento é a ocupação de uma organização por um grupo, que a invade controlando postos estratégicos, com a finalidade de usá-la para seus objetivos particulares. O livro A Elite Dirigente do Governo Lula, de 2009, informa que dos funcionários públicos federais mais bem pagos, 45% são ativistas sindicais e, entre eles, 82% são filiados ao PT.
(Artigo enviado por Mário Assis)

Escutas de Rose em duas outras investigações da Polícia Federal comprovam a blindagem de Lula na Operação Porto Seguro.

Carlos Newton
Conforme o Blog da Tribuna tem denunciado com absoluta exclusividade, a Polícia Federal está mesmo blindando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Porto Seguro, por seu envolvimento com Rosemary Nóvoa de Noronha, a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo.
Reportagem de Fernando Gallo e Bruno Boghossian, de O Estado de S. Paulo, revelam que “interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal em duas operações mostram que a ex-chefe de gabinete da Presidência Rosemary Nóvoa de Noronha fez gestões para ajudar o ex-presidente do PT José Genoino e o médico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil”.
Como se sabe, escuta telefônica é procedimento-padrão em todas as investigações de corrupção realizadas pela Polícia Federal,a primeira providência a ser tomada. No caso da Operação Porto Seguro, as interceptações telefônicas foram desprezadas quando se constatou a proximidade entre Rose e o ex-presidente Lula, com média de um telefonema a cada cinco dias, nos quais ela o trata de “tio”. E a investigação se concentrou apenas nos e-mails, deixando Lula de fora, porque ele não usa computador.
Rose era tão próxima de Lula que inexplicavelmente fez 23 viagens internacionais com ele, façanha não alcançada por nenhum ministro, exceto Celso Amorim, das Relações Exteriores, cuja presença nas visitas a países estrangeiros era obrigatória.
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PORTE DE ARMA
A Operação Overbox, de 2004, tentava desarticular um grupo que facilitava a entrada de produtos contrabandeados no aeroporto de Guarulhos (SP). Segundo a reportagem do Estadão, Rose foi flagrada em duas conversas com o delegado Wagner Castilho, um dos responsáveis pela segurança do aeroporto.
Em uma delas, dia 5 de outubro, os investigadores anotaram no relatório uma conversa de ambos em que ela tentava resolver o trâmite de um porte de arma para o então segurança de Genoino, que à época presidia o partido.
“Rose fala que está precisando de duas coisas. Uma é o porte de arma para o motorista do deputado, presidente do Partido dos Trabalhadores”. Segundo a PF, Castilho explicou o procedimento e disse que “leva em mãos e se tiver algum óbice resolve”. Ela disse que ficaria “no aguardo dessa coisa do Genoino”.
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DR. KALIL
No outro diálogo, em14 de setembro, Rose briga com Castilho. O motivo: ela tentara falar com ele mais cedo porque a Receita Federal havia multado a mãe de Kalil em cerca de R$ 4 mil quando ela chegava ao aeroporto vinda de Paris, na França.
A PF escreveu, na operação Overbox: “Castilho liga para Rose e ela fala que está brava com Castilho, pois precisou de sua ajuda hoje pela manhã. Fala que a mãe do Dr. Calil (sic), médico do presidente, estava voltando de Paris com a filha e amigos e comprou umas roupas. Aí a Receita Federal pegou, abriu as malas, e tiveram que pagar quase R$ 4 mil. Castilho diz que poderia ter ligado; Rose fala que ligou”.
Nos autos da Operação Porto Seguro, constam ainda dois e-mails em que Rose cobra do diretor afastado da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, um favor para Cláudia Cozer, mulher de Kalil e médica pessoal de Rose. Ele deveria acessar Esmeraldo Malheiro dos Santos, consultor jurídico do Ministério da Educação que, segundo a PF, ajudou a quadrilha a obter pareceres favoráveis a faculdades. No assunto do e-mail, constava o dizer: “Faculdade-ES: Dra. Cláudia“. O favor a ser feito não fica claro nos documentos.
Procurado pelo Estadão, o médico Roberto Kalil afirmou não se lembrar se ligara “para Rose ou para alguém”, e sustentou que tentou ajudar a família porque seu padrasto estava passando mal. Segundo ele, o homem estava recém-operado do coração e a Receita decidiu aplicar-lhes uma multa às 7h, mas o banco só abria às 10h. “Na época, posso ter tentado ligar, tipo ‘pelo amor de Deus o homem está passando mal’. Não era pra liberar de alfândega, nada. Eu nunca pediria isso. Tem que pagar, paga e vai embora.”
Kalil só não explicou se o padastro foi operado no Brasil ou no exterior. Se ele estava liberado para viajar e passou mal, certamente Kalil se lembraria disso. Portanto, sua desculpa é patética, como tudo que se relaciona com Rose Nóvoa Noronha.
P. S. - Foi hilário assistir ao Jornal Nacional corroborar a alegação da Polícia Federal de que o sigilo telefônico de Rose não foi quebrado. Com toda certeza, William Bonner fez o papel de Homer Simpson nessa história… Como diz Helio Fernandes, só dando gargalhadas gráficas: Ha!Ha!Ha!.

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