DA MÍDIA SEM MORDAÇA 30-10-12

COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Manguinhos:
desapropriação
é apenas factóide

É uma enorme lorota publicitária, que não resistirá a ação na Justiça, a “desapropriação”, no Rio, dos 500 mil metros quadrados da refinaria de Manguinhos “para construir moradias”, como trombeteou o governador Sergio Cabral. A avaliação é de juristas. Brigar com empresários em nome de suposta “causa social” rende dividendos políticos, sobretudo em período eleitoral. A área é da União, por isso o governo estadual não pode torná-la “de utilidade pública para efeito de desapropriação”.

Enviar por e-mail Imprimir Twitter

Nem pensar

A área de Manguinhos é contaminada e as regras do programa “Minha Casa, Minha Vida” vetam a construção de casas em terrenos assim.

Longo trabalho

Resíduos de petróleo foram enterrados por décadas, em Manguinhos. Especialistas estimam em 15 anos o prazo para descontaminar a área.

Bom direito

Durante uma audiência, um ministro do STF ironizou a truculência na desapropriação: “Isso foi feito na Venezuela ou na Coréia do Norte?”

Dinheiroduto

Também podem estar por trás da desapropriação interessados no duto que liga Manguinhos à região portuária do Rio, avaliado em R$1 bilhão.

Oportunismo

Última no PT a apoiar Fernando Haddad, Marta Suplicy foi a primeira a aparecer na vitória para posar de “papagaio de pirata” do novo prefeito.

Candidato pirata

Pré-candidato em 2014, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que se faz de maluquete, foi outro papagaio de pirata de Haddad na TV.

Piu, piu

Fernando Haddad prometeu, como tantos, “trabalhar 365 dias, quatro anos e 24h”. O falecido Brizola (PDT-RJ) prometeu “trabalhar com os passarinhos”. Durou um mês e entrou para o anedotário político.

Leilão na Justiça

O leilão da virgindade da brasileira Catarina Migliori pode parar em tribunal internacional: o subprocurador-geral João Pedro Bandeira de Mello Filho suspeita de “tráfico humano”. Ele disse ao jornal britânico Daily Mail que pediu investigação e possível deportação da jovem.

Terrenos na lua

A queda de 69,5% no valor da petrolífera OGX faz prosperar a sensação, certamente injusta, de que algumas empresas do bilionário Eike Batista podem explorar, no máximo, loteamentos lunares.

Enganação

“Autenticidade” para enrolar turista trouxa: estes dias, no Rio, uns vinte índios saíram de um ônibus de turismo, placa (CGR 7349) de Cristalina (GO), e, dirigidos por uma mulher branca, foram filmados dançando, como nos filmes de faroeste, numa “aldeia” ao lado do Maracanã.

Saco de dinheiro

Dezembro próximo terá cinco sábados, cinco domingos e cinco segundas. Isto, conforme os matemáticos, somente ocorre a cada 824 anos. Os chineses chamam este acontecimento de “saco do dinheiro”.

Ponte para Marte

Com o sobrepreço de R$ 74 milhões (32%) na construção da ponte entre Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA), daria para fazer outra, estima o Tribunal de Contas da União, que mandou anular tudo.

Não dá ideia

Maldade ontem no Twitter, sobre a vitória de Fernando Haddad em São Paulo: “Maluf será o novo secretário de Finanças”.


BLOG DO NOBLAT

Um insulto ao novo prefeito de São Paulo


Além de ser uma tolice monumental, atentatória aos princípios democráticos, há uma gritante contradição nos lulopetistas que insistem em afirmar que a eleição do ex-ministro Fernando Haddad como prefeito de São Paulo “absolve” o partido de seu envolvimento com o mensalão ou faz o mesmo com os graúdos petistas condenados à cadeia pelo Supremo Tribunal Federal em razão do escândalo.
Haddad derrapou barbaridade como ministro da Educação. Mas não é mensaleiro. Não foi condenado por ladroagem, nem por corrupção, nem por formação de quadrilha pelo Supremo.
Como bem disse — muito bem — o ministro Celso de Mello, decano do Supremo, em histórica frase, “as urnas não absolvem de crimes capitulados no Código Penal”.
Ainda que se pudesse admitir (e não se pode!) a hipótese absurda, intolerável, de que voto absolve crime, Haddad, até onde se sabe e até prova em contrário, que não surgiu, nada teve a ver com a grossa maracutaia dos mensaleiros.

Haddad em sua "visita de cortesia" a Dilma - Foto: Roberto Stuckert Filho

Assim sendo, os lulopetistas defensores da tese de que voto apaga crime — uma monstruosidade num Estado democrático de Direito — estão, na verdade, insultando o próprio Haddad, que elegeram.

O novo-velho, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo

A figura que melhor representa o atual estágio de nossa política partidária, até porque, mesmo responsável direto pela maior derrota de seu aliado PSDB, pode se considerar “vitorioso” nesta eleição, é o prefeito Gilberto Kassab.
As características mais enraizadas, a esperteza mais óbvia, todas as ambiguidades de nossa política que afugentam o eleitor das urnas em nível nunca antes registrado estão reunidas em Kassab e em seu novo-velho PSD, partido que não é “nem de centro nem de direita nem de esquerda”.
Para se ter uma ideia de como o prefeito paulistano é capaz de uma política pragmática, basta ver que ele é um dos principais articuladores no Congresso da aprovação de uma lei que impede novos partidos que venham a ser criados de ter tempo de TV e fundo partidário.
A ideia é desestimular a criação de novos partidos, e Kassab está realmente preocupado com a possibilidade de novas legendas pipocarem no cenário político.


Mas ele não foi o criador de um dos mais recentes partidos? Claro, mas agora, após ter ameaçado disputar até no STF o direito a tempo de propaganda eleitoral e dinheiro, ele quer fechar a torneira. E tem razão.
Ao todo são 30 partidos legalmente reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral. Depois do PSD, foram criados mais dois: Partido Pátria Livre (que já tem até um senador) e Partido Ecológico Nacional. Na fila do TSE há vários outros: Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil (PSPTP);Aliança Renovadora Nacional (Arena); Partido Nacionalista Democrático (PND);União Democrática Nacional (UDN); Partido Pirata do Brasil (Piratas); e Partido Federalista.
Com taxa de rejeição altíssima, mesmo assim Kassab foi assediado por petistas e tucanos, na suposição de que a máquina municipal teria serventia em uma disputa que se mostrava difícil.
Leia a íntegra em O novo-velho

Genoino, ex-presidente do PT, deve receber pena menor que a de Dirceu


Carolina Brígido, O Globo
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) cogitam fixar uma pena menor para o ex-presidente do PT José Genoino em relação às punições que serão impostas aos outros réus do núcleo político: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Alguns integrantes da Corte já conversam sobre o assunto nos bastidores. O entendimento é o de que Genoino, embora tenha sido condenado pelos mesmos crimes no processo do mensalão, teve menor participação no esquema de compra de apoio político no Congresso do que os outros dois condenados por formação de quadrilha e corrupção ativa. 



Reduto de Lula, Norte-Nordeste fortalece oposição

Maria Lima e Guilherme Voitch, O Globo

O mito Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2006 foi reeleito com 60,8% dos votos de seus conterrâneos nordestinos, e em 2010 ajudou a presidente Dilma Rousseff a fazer 70,5% dos votos na região, nestas eleições não teve forças para impedir que o Nordeste se transformasse no novo bunker do bloco PSDB/DEM. Juntas, as duas legendas levaram sete das 15 maiores cidades da região.
Entre elas quatro capitais: Salvador, Aracaju, Maceió e Teresina.O mesmo fenômeno se repetiu no Norte, onde Lula teve 65,5% dos votos em 2006, e Dilma obteve 57,4% em 2010. Nas eleições de domingo, a oposição passou a controlar três capitais, com a vitória do PSDB em Manaus e Belém, e do PSOL em Macapá. 



Depois de quase 47 anos de história, ‘JT’ deixa de circular

Ronaldo D´Ercole, O Globo

Perto de completar 47 anos, o “Jornal da Tarde” vai circular pela última vez nesta quarta-feira. A decisão de encerrar a publicação do diário foi anunciada ontem pelo Grupo Estado, que também edita o jornal “O Estado de S. Paulo”. De acordo com Francisco Mesquita Neto, diretor presidente do Grupo Estado, a medida teve por objetivo o “aprimoramento do foco empresarial da companhia”.
“A determinação leva em conta o objetivo de investir no Estadão com uma estratégia de multiplataforma integrada (papel, digital, áudio e vídeo e mobile), para levar maior volume de conteúdo a mais leitores, sem barreira de distância e custos de distribuição”, escreveu Mesquita Neto, em nota divulgada no início da tarde de ontem.



Governo vai dificultar proliferação de sindicatos

Célia Froufe, Estadão

O governo vai fechar o cerco contra a criação e o fracionamento indiscriminado de sindicatos no Brasil. Nos próximos dias, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicará portaria com regras mais rígidas para a formação de entidades que representam trabalhadores e empregadores.
"Houve um volume muito grande de denúncias no ano passado. A nossa ideia é deixar as regras mais claras", disse o secretário de relações do trabalho do MTE, Messias Melo.
O objetivo é ampliar as exigências para a liberação de registros sindicais, como participação mínima de trabalhadores em assembleia de criação de associações e provas de que os fundadores têm origem na categoria que querem representar. A cobrança de contribuição não mudará.

Começa julgamento de ex-ministra de Cristina

Ariel Palacios, Estadão

Felisa Miceli, ex-ministra da Economia, tornou-se nesta segunda-feira, 29, a primeira integrante do governo Kirchner a sentar no banco dos réus para julgamento no escândalo de corrupção denominado Caso do Banheiro. Miceli é acusada de encobrir uma operação financeira ilícita e de destruir documentos oficiais.
O caso veio à tona em 2007, quando a Brigada de Explosivos do Ministério da Economia encontrou no banheiro privado da ministra uma sacola com notas de peso e dólar de origem misteriosa. Entre 2005 e 2007, Felisa foi a primeira mulher na história da Argentina a ocupar a pasta da Economia.

Furacão Sandy causa inundações e deixa moradores sem luz nos EUA

O Globo

A aproximação do furacão Sandy da Costa Leste dos EUA já causa transtornos para moradores da região mesmo antes de seu centro tocar a terra. Cerca de 3,1 milhões de pessoas estão sem energia elétrica em doze estados, de acordo com a rede CNN, e o presidente Barack Obama afirmou que a falta de luz pode durar vários dias.
No estado de Nova York, inundações foram registradas em Freeport, Southampton e na capital. Em Nova Jersey, diversas ruas de Atlantic City estavam alagadas e partes de seu calçadão, que dá nome a uma série de TV, haviam sido destruídas pelas ondas, segundo fotos de moradores colocadas no Twitter. 


BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Mais a petralhada grita, mais animado eu me sinto para a batalha da razão!

Já me referi aqui ao enxame de vespas assassinas que tentaram invadir o blog: “Aí, hein? E agora?” E agora o quê? Agora eu vou continuar a escrever. E, como se pode notar, em quantidade até superior ao que vinha fazendo porque eventos assim me estimulam. Quando algo me desagrada — como é o caso da eleição de Fernando Haddad e da pletora de análises cretinas que li, ouvi e a que assisti —, sou mais produtivo do que quando me agrada. Aliás, acho esse um bom princípio, que faz a humanidade avançar. Há sempre um quê de ocioso, de improdutivo e até de reacionário nas celebrações, não é? O seu extremo negativo é o saque, a depredação, a razia. O seu extremo positivo é a orgia dionisíaca. Em qualquer dos dois casos, falta a razão severa que contém os apetites e o saudável pessimismo que conduz à prudência. A vida sem contratempos seria um gozo permanente e, intuo, aborrecido. Acho que as virtudes de uma existência assim se esgotam quando abandonamos o seio materno. Depois disso, queridos, é só luta renhida.
Escrevo, sim, e escrevo com gosto, na contramão de certos consensos porque não tenho satisfações a prestar àqueles que se pretendem meus juízes, ora bolas! Tampouco me deixo patrulhar pelo sentimento de culpa que os petistas pretendem inculcar nos grandes veículos de comunicação, permanentemente acusados de ter preconceito contra o partido. Intimidados pelo clamor militante, alguns deles resolvem provar, então, que seus detratores estão errados, fazendo-lhes a vontade. Comigo, esse tipo de coisa não funciona porque não reconheço a legitimidade daquele tribunal — e os petralhas, até onde se sabe, não reconhecem a legitimidade do STF, não é mesmo? Eu faço o contrário: provo que eles estão errados atuando contra a sua vontade.
Assim, além de não reconhecer a autoridade daqueles juízes e de não me sentir compelido a provar a minha “inocência”, declaro, adicionalmente, que não alimento preconceito nenhum contra o PT. Eu discordo mesmo é dos conceitos, ora essa! Rejeito é a visão de mundo do partido. Por que não posso fazer as minhas escolhas sem ter de me desculpar por isso? Em que mundo vive essa gente?
Recuso o seu entendimento do que seja Justiça, e os episódios ligados ao mensalão — incluindo a pancadaria promovida pelos fascistoides de José Genoino — deixam claro de maneira eloquente os motivos. Na sua visão de mundo, um tribunal pode se orientar de acordo com a Constituição e com os códigos legais desde que não condene seus partidários. Se o fizer, eles passam a gritar: “Tribunal de exceção!”.
Rejeito o seu modo de disputar eleições, que só entende a linguagem da sujeição dos aliados e da destruição do adversário, que pode passar a ser um amigo no dia seguinte (como ocorre agora com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab) — desde que faça tudo direitinho e que reze segundo a cartilha da hegemonia elaborada pelo partido. Excomungo o seu jeito de entender as alianças políticas. A exemplo de outras legendas, pouco importa a identidade ideológica, de propósitos, de anseios. Não inova nisso. Mas só o petismo tenta transformar esses arreganhos fisiológicos numa categoria política superior: tudo seria feito tendo em vista os mais altos propósitos do Brasil, dos brasileiros e da humanidade. Repilo a sua concepção de democracia, que entende que o partido não tem de servir à sociedade, mas o contrário. Já escrevi aqui: eles querem uma OAB do PT, um sindicalismo do PT, uma economia do PT, uma cultura do PT, uma arte do PT… Execro sua visão autoritária e intolerante, incapaz de conviver com a crítica — de longa tradição da imprensa brasileira que se respeita — e sempre ocupada em buscar mecanismos oblíquos de censura. Abomino o uso descarado que faz o partido dos bens públicos em benefício dos seus e do seu projeto de poder, como se viu outra vez nesta eleição.
Publico na homepage um texto sobre este incrível José Eduardo Cardozo, que dizem, para escândalo do bom senso, ser pré-candidato a uma vaga no Supremo Tribunal Federal. De maneira desabrida, sem limites, sem pejo, sem meios tons, usa episódios de recrudescimento de violência em São Paulo para fazer política partidária. Afirma que o estado vem recusando ajuda federal, o que é mentira, como mentirosas eram as afirmações de Fernando Haddad, que acusava a gestão Kassab de ter se negado a fazer parcerias. Isso valia, claro, até o dia 27… No dia 28, o PT já dava tratos à sua aliança com… Kassab — que já se desenhava nos bastidores.
Política e políticos assim não me servem e não servem ao país — estejam em que partido estiverem, é bom deixar claro! Se o petismo ocupa mais o meu tempo nas críticas, é porque, reitero, só essa turma tenta transformar a sem-vergonhice explícita numa categoria superior de pensamento. O fato de outros deixarem explícito o seu oportunismo não muda a sua qualidade, é evidente; o fato de o PT tentar enobrecê-lo só acrescenta hipocrisia ao que é ruim em si.
Eu me pergunto: que tipo de gente, que tipo de mentalidade, que tipo, em suma, de caráter usa um caso tão grave e tão dramático como a violência para fazer puro proselitismo e para começar a jogar o xadrez da sucessão estadual? Estamos falando de vidas humanas; estamos falando da tranquilidade (ou desassossego) das famílias; estamos falando da vida de milhares de policiais, da de seus filhos, mulheres, mães… Cardozo acha mesmo que tem o que oferecer aos paulistas? Não é pelos jornais que ele deve fazer esse debate. O PT está no poder há 10 anos. Qual é o seu grande programa, afinal, de combate à violência?
É com esse tipo de gente que alguns esperam que eu condescenda? Não há o menor perigo de isso acontecer! E eu critico, sim! Sem culpa, sem trégua, sem pedir desculpas. Para os petistas, o mundo se divide em duas categorias: os que estão com eles e se subordinam a seus desígnios e os inimigos. E eu, definitivamente, não estou com eles porque não me subordino a partido nenhum nem reconheço seus tribunais, eles sim, de exceção!
Eles podem tirar o cavalo da chuva! De onde tirei este texto, posso tirar outros 200 mil, outros 200 milhões, deixando claro por que repudio a sua física e a sua metafísica do poder.
Texto publicado originalmente às 5h53

Os erros das pesquisas de intenção de voto, o número recorde dos que não votaram em ninguém e a arrogância

Houve uma abstenção inédita em São Paulo, como todo mundo sabe: 19,99% dos que podiam votar simplesmente não compareceram às urnas no segundo turno. Somados aos que votaram em branco (4,34%) e aos que anularam o seu voto (7,26%) — e hoje ninguém mais anula sem querer —, tem-se a soma fabulosa de 31,59%. De um eleitorado composto de 8.619.170, nada menos de 2.722.795 pessoas preferiram não votar em ninguém: ou não compareceram às urnas (a maioria), ou disseram que tanto fazia um como outro (a minoria do grupo) ou que nem um nem outro (o grupo intermediário). Muito bem. Dito isso, avancemos um pouco com outro dado.
Computadas as urnas, Serra obteve 44,43% dos votos válidos, contra 55,57% de Fernando Haddad, uma diferença de 11,14 pontos percentuais. No dia da eleição, o Estadão estampou a pesquisa Ibope, com margem de erro de três pontos para mais ou para menos: o petista venceria o tucano por 59% a 41%. Sim, senhores! O Ibope errou. Errou mais feio do que parece. Segundo o instituto, o mínimo que o petista teria seria 56% — e ele teve 55,57%; o máximo que tucano teria seria 44% — e ele teve 44,43%.
Mas não é só: Serra, como sempre, ficou, de fato, acima da banda superior da margem de erro; o candidato do PT, como sói acontecer com um petista, ficou abaixo da banda inferior. Notem bem: uma diferença que, segundo o Ibope, seria de 18 pontos foi, na verdade, 11,14 — 38% menor!
Segundo o Datafolha divulgado no dia 28 , o resultado seria de 58% a 42% para o petista, com margem de erro de dois pontos para mais ou para a menos. Serra, também nesse caso, ficou acima da banda superior, e Haddad, abaixo da banda inferior.  Atenção! Quatro dias antes do pleito, no dia 24, o Datafolha havia apontado uma diferença de nada menos de 20 pontos nos votos válidos — quase o dobro daquela que se viu de fato.
Desmotivação e abstençãoEscrevi ontem que certa desordem partidária — ideológica e conceitual também — provocada pelo fator Kassab certamente responde por boa parte daquelas quase 32% que preferiram não escolher ninguém. Os motivos estão lá expostos. Não vou repisar argumentos. Mas é claro que não pesou só esse elemento.
Ora, quando jornais afirmam, a quatro dias da eleição, que há uma diferença de enormes 20 pontos entre os candidatos, tenho como certo que provocam também a deserção de muitos eleitores do candidato que será fatalmente derrotado. Muitos se perguntaram — e eu mesmo ouvi essa indagação retórica de quem preferiu usar o domingo para passear: “Votar pra quê? Já está decidido mesmo!”
Os institutos têm as tais margens de erro justamente para acomodar a possibilidade do… erro! Se as extrapolam, alguma explicação tem de ser dada. Mas não se viu uma só — nem no primeiro nem no segundo turnos. Mais: quando um candidato é beneficiado pela extrapolação do limite superior, e o outro, prejudicado pelo rompimento do limite inferior, outra explicação tem de ser dada. E só se ouviu mesmo o silêncio.
O erro de São Paulo não foi o único, mas pode ter sido o mais importante. Não é segredo pra ninguém que pesquisas ruins disparam uma espiral de eventos negativas: há desmobilização de militantes, fuga de apoiadores, bate-bocas internos, jogo de empurra para saber quem está errando mais etc.
Quero ver o resultado das urnas por seções eleitorais para saber onde a abstenção foi maior. De toda sorte, é claro que as pesquisas podem ter tido peso importante nesse resultado. Uma diferença de 11 pontos tem um determinado impacto. Ainda permite articular a resistência. Uma de 20 é francamente desmobilizadora. Além de, infiro, interferir na disposição de milhares de pessoas, pode fazer com que outras tantas escolham o barco vitorioso. Todos já cansamos de ouvir histórias de pessoas que confessam não gostar de “perder”…
ArrogânciaNão estou dizendo, porque não acho isto, que os institutos decidiram a derrota de Serra. O fator decisivo foi a gestão Kassab — que já começou a ser reabraçada pelo petismo a partir desta segunda-feira; afinal, como afirmou Rui Falcão, o prefeito, agora, é um aliado…  Mas estou afirmando, sim, que erros dessa magnitude podem ter interferido no resultado de maneira importante.
Não obstante, notem que os institutos acham que não têm rigorosamente nada a dizer. Acham que não têm explicações a dar. Ser dono de um instituto de pesquisa, nessas condições, sem o compromisso do acerto, passa a ser um bom negócio. A minha sugestão para os que se aventurarem na área é regular seus números — mesmo sem ter entrevistado ninguém — pela margem de erro dos figurões do setor. Um diz que o sujeito terá 34 pontos, com margem de erro de dois para mais ou para menos? Chute 33 e estabeleça margem de erro de três… Tende a dar certo. Se o número do que serviu de referência estiver estupidamente errado, o neófito que deu o truque estará em boa companhia… Pesquisas são instrumentos de medição privados. Pesquisas eleitorais, no entanto, dizem respeito à coisa pública, ainda que feitas por particulares. Continuaremos a fingir que tudo se deu de acordo com os conformes?
Texto publicado originalmente às 4h23

PT quer Genoino (aquele dos espancadores), condenado por corrupção e formação de quadrilha, com mandato de deputado! Que tal na Comissão de Ética?

Não é que o PT apenas considere o Supremo um tribunal de exceção. O partido, pelo visto, nem mesmo reconhece a existência do Judiciário. Leiam o que informa Bernardo Mello Franco na Folha. Volto depois.
Condenado, Genoino quer assumir vaga de deputado
Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha no julgamento do mensalão, o ex-presidente do PT José Genoino ganhou apoio do partido para reassumir uma vaga na Câmara dos Deputados a partir do início de 2013. Ele pretende herdar a cadeira do petista Carlinhos Almeida, eleito para a Prefeitura de São José dos Campos, no interior paulista. Na eleição de 2010, Genoino foi candidato a deputado federal, mas não teve votos suficientes e ficou como suplente do partido. A cúpula do PT, que já fez desagravo ao ex-dirigente depois das condenações no STF (Supremo Tribunal Federal), já decidiu dar respaldo à sua posse em Brasília.
“O Genoino é o suplente e vai assumir. Sem problema nenhum”, disse à Folha o presidente do PT, Rui Falcão, na festa da vitória do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad. Apesar do impacto negativo das condenações na opinião pública, deputados petistas têm manifestado internamente que sairão em defesa da volta do ex-dirigente à vida pública.
“Genoino precisa recuperar a sua cidadania política”, diz Paulo Teixeira (PT-SP), cotado para assumir a vice-presidência da Câmara em 2013, quando a Casa voltar ao comando do PMDB. A hipótese de retorno do ex-deputado vinha sendo tratada com discrição durante a campanha para não prejudicar candidatos petistas. Com a eleição de Haddad garantida, a defesa dos condenados no mensalão volta à pauta do PT, que divulgará uma nota sobre o resultado do julgamento nos próximos dias.
OBSTÁCULOSOs planos de Genoino ainda podem esbarrar na decisão do STF. Petistas dizem que é preciso aguardar o fim do julgamento para saber se a pena de perda de função pública, aplicada a réus do processo, pode impedir a posse do ex-presidente da sigla. A defesa dele sustenta que as punições só valerão a partir da publicação do acórdão do STF, que ainda pode demorar até seis meses.
(…)
VolteiA Folha defendeu dia desses, no editorial mais infeliz de sua história, que os mensaleiros tivessem penas alternativas, não de prisão. O PT resolveu levar a proposta a sério: quer José Genoino — aquele que foi visto em companhia de espancadores, inclusive de velhinhas — cumprindo pena como… deputado!
Eles não têm mesmo limites. O STF ainda não definiu a pena de Genoino. Se for condenado a mais de oito anos, tem de ficar em regime fechado — com direito a eventual progressão só depois de cumprir ao menos um sexto.
Aquele que a Justiça pode decidir pôr na cadeia, o PT quer na Câmara. É… Dado o partido, faz sentido.
Imagino a cena:
— Sua excelência o deputado corruptor tem de considerar que…
— Sua excelência o deputado quadrilheiro há de convir…
Mesmo processado pelo STF, o PT fez de João Paulo Cunha (SP) presidente da… COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA! Sugiro Genoino para a Comissão de Ética!
Texto publicado originalmente às 6h19

Os puxa-sacos estão errados! Não foi a influência de Lula em SP que elegeu Haddad

Ontem, uma senhora de inteligência aparentemente avantajada cantava as glórias de Lula na televisão! Nunca antes na história destepaiz teria havido um vitorioso como ele! Ele seria o grande responsável pela eleição de Fernando Haddad em São Paulo; ele teria demonstrado a grandeza de sua influência em São Paulo, ele, ele, ele… O que posso dizer? Trata-se de uma opinião contra os fatos!
Sim, Lula tirou Fernando Haddad do bolso do colete, afastou Marta e o fez candidato. Como Haddad está eleito, a consequência vira a causa, e se pode apontar a genialidade de Lula. Vá lá… Mas terá mesmo o eleitorado paulistano votado no candidato petista porque o Apedeuta mandou? Vou fazer uma provocação: Lula foi derrotado (vou citar as cidades às quais ele especialmente se dedicou) em Manaus, Salvador, Recife, Belo Horizonte, Campinas, Diadema, Porto Alegre, Taubaté e, se querem saber, também em São Paulo!
O tamanho da influência do ex-presidente na cidade está na votação que Haddad obteve no primeiro turno. Não foi a influência positiva de Lula que o elegeu; foi a influência negativa de Kassab que deixou de eleger Serra. Fosse Lula assim tão poderoso também na capital paulista, seu candidato teria disparado, COMO JURAVAM TODOS OS ANALISTAS ISENTOS, PARTIDÁRIOS DE HADDAD, logo no primeiro turno. Não fosse a forte campanha de desconstrução da imagem de Celso Russomanno e a mobilização da máquina federal — como nunca antes… —, o rapaz não teria passado nem para o segundo turno, como todo mundo sabe.
O tamanho da influência de Lula em São Paulo, se querem saber, é MENOR — vejam como sou herético — do que o tamanho da influência do próprio PT na cidade e no estado, onde costuma ter um terço dos votos. Haddad ficou com 28,98% dos votos válidos.
Esse negócio de que Lula faz e acontece já é parte de uma estratégia eleitoral que está em curso — da qual também falarei oportunamente (vejam quantas pautas!): a disputa pelo governo de São Paulo. É claro que, no atual arranjo, Alexandre Padilha, ministro da Saúde, sai com alguma vantagem na disputa interna petista. Seria, para usar a metáfora do apedeuta, o novo “poste” com que ele pretende “iluminar o país”. O ministro, anotem aí, já é o pré-candidato predileto dos mesmos setores da imprensa que aderiram à candidatura Haddad.
Ocorre que Alckmin tem um governo aprovado pela maioria. A rejeição a seu nome é bem menos do que o eleitorado que tradicionalmente vota no PT. Por isso é preciso começar a demonizá-lo desde já. E a área escolhida é a segurança pública (também escreverei sobre isso; não vai faltar assunto, e não lhes vão faltar textos, hehe).
A tarefa número um da imprensa “pogreçista” agora é elevar a rejeição ao governador, tentando destruir a sua gestão, como destruída foi a de Kassab. Uma diferença positiva, no entanto, é que, até onde se sabe, Alckmin não está empenhado em ser base de apoio do PT…

BLOG DO CORONELEAKS

Marcos Valério quer delação premiada.

O Supremo Tribunal Federal recebeu, no fim de setembro, um fax, assinado pela defesa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão, pedindo para ser ouvido e relatando correr risco de vida. A informação foi divulgada no último fim de semana pela revista "Veja". Ao receber o recado, o presidente da corte, ministro Carlos Ayres Britto, determinou sigilo e encaminhou o documento ao relator do caso, Joaquim Barbosa. O STF confirma que recebeu a mensagem, mas não divulgou o conteúdo, quem assinou, nem mesmo em que data a mensagem chegou.

Segundo a Folha apurou, o texto do fax era curto, não contendo mais do que um parágrafo. Nele, o advogado de Valério sugeriria a possibilidade de uma delação premiada, mecanismo jurídico no qual alguém que é investigado pode se beneficiar colaborando com a Justiça. Essa sugestão, porém, não altera o caso que está sob julgamento no Supremo. Isso porque a delação serviria para auxiliar na comprovação de crimes, o que, no caso do processo do mensalão, já foi feito sem que Valério tenha revelado tudo o que diz saber.

Ele já foi condenado a mais 40 anos de prisão, número que ainda poderá ser revisto. Ministros dizem, em caráter reservado, que novas revelações poderiam gerar novos processos ou contribuir para outros, já em curso na primeira instância da Justiça. A defesa de Valério não falou sobre o episódio até a conclusão desta edição.(Folha de São Paulo)



BLOG ALERTA TOTAL

A triste realidade de um País à matroca

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net 
Por Valmir Fonseca

Conforme o vaticínio do Dirceu, “a eleição do Haddad será a resposta do povo ao Julgamento do Mensalão”.

De fato, assistimos à consagração de uma terrível e imbatível bazófia.

Infelizmente, somos testemunhas da tragédia.

Diariamente, recebemos mensagens claras de uma enganação que nos sufoca há anos, décadas. São turbilhões de denúncias irrebatíveis, de golpes vergonhosos, de aproveitamentos grosseiros da nossa paciência.

É o fracasso do Fome Zero, do PAC 1, do PAC 2, do lançamento do navio que nunca navegou, do usufruto do pré - sal, da autonomia em gasolina, em etanol, é o afundamento da Petrobras, da Vale do Rio Doce, e uma hecatombe de corrupções, e malversações, de conchavos, e de Medidas Provisórias sem qualquer respaldo, a não ser a conivência de um Congresso bucéfalo.

Temos assistido a tudo, e uns poucos brasileiros conscientes, descobrimos, divulgamos, denunciamos, expomos as mazelas com minúcias e, no entanto, lá está o Haddad firme e forte como o novo Prefeito de São Paulo.

Sim, nosso futuro está escrito nas estrelas, conforme o petismo lá escreveu.

Pobres nacionalistas e cidadãos cheios de boa fé acreditem: “a canalhada unida jamais será vencida”, a menos que um valor mais alto se alevante.

Hoje, diante desta triste realidade, de má - vontade, admitimos que tal estado de imbecilidade coletiva somente será banido com medidas drásticas, que poderão contrariar os princípios da democracia.

Mas o que fazer, se eles escorados naqueles maleáveis princípios, manipulam, tripudiam e cada vez mais se fortalecem?

Sim, continuaremos denunciando, reclamando e provando. Porem é evidente que é preciso, a partir de um determinado momento, mesmo para os mais pacifistas, aqueles que acreditam no ressurgimento natural da verdade e na emergência espontânea da justiça, que eles partam para a execução de ações pró - ativas.

É impositivo que seja abandonada a atitude passiva, que seja expurgada a leniência covarde, a cumplicidade pela ausência de qualquer gesto de desagrado, pois a nossa passiva anuência é transformada em força para um bando de canalhas, muitos já condenados pelo STF.

Eles são apenas aproveitadores de nossa ausência de reação.

O PNHD3, a Comissão da Verdade, a protelação do julgamento do mensalão, a eleição do inefável Haddad, entre centenas de barbaridades, que nos foram enfiadas goela abaixo, como o pré - sal e outros engodos são modestos exemplos de como sem fazer qualquer coisa de relevante para a Nação é possível obter - se os louros de celebridades e sobrepor – se a tudo e a todos.

Eis um breve retrato de uma Nação que anda à matroca, sob a égide de uns poucos, de uma quadrilha, pois basta observar que os capangas do grupelho ocupam e se revezam nos mais altos postos, no Executivo, nos Ministérios (Ciência e Tecnologia, Educação; Turismo, Cultura, etc.).

Alguém tem duvida de que o Dirceu seria o substituto do Lula? O azar dele foi o Jefferson.

Lamentavelmente, endossamos pelo silêncio, pela falta de coragem, um triste futuro para o País e para os seus inermes habitantes.

Tantas já suportamos que é chegada a hora de indagar se a virada, e se for o caso, até às ultimas consequências, para extirpar este cancro que se espalha pelo território nacional, em terrível metástase, não deveria ser enxotado aos pontapés?

Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma, é General de Brigada Reformado.































Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA