DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 02-8-12

BLOG DO EGÍDIO SERPA


Para Ematerce esta seca é a mais grave da história

Publicado em 02/08/2012 - 5:00 por  | Comentar
CategoriasEconomia

José Maria Pimenta, presidente da Ematerce, sentencia:
A seca deste ano é uma das mais graves da história do Ceará.
Ele explica:
“Além de atingir em cheio o bolso do pequeno produtor, cuja renda desabou em 80%, a seca  causou a elevação dos custos dos insumos da pecuária leiteira estadual. A soja e a torta de algodão que alimentam o rebanho dobraram de preço, levando os pecuaristas a um túnel longo, cuja luz só aparecerá em janeiro, se as chuvas voltarem”.
Pimenta afirma:
“O mal não é maior porque a presidente Dilma e o governador Cid Gomes criaram uma proteção social, como o seguro safra e o bolsa-estiagem, que na economia cearense injetam R$ 400 milhões”.

FMI adverte para endividamento do brasileiro

Publicado em 02/08/2012 - 4:58 por  | Comentar
CategoriasEconomia

No começo deste ano, a aposta do Governo era de que a economia brasileira cresceria entre 4,% e 5%.
Agora, diante do medíocre desempenho da indústria (caiu 3,8% no primeiro semestre, como revelou ontem o IBGE), a previsão é de crescimento em torno de 3% – maior do que a do Banco Central, de 2,5%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, porém, vê luz no fim do túnel.
Para ele, o crescimento de 0,2% da indústria, no mês de junho passado em relação a maio anterior, é um sinal de que “o setor industrial acelerará seu crescimento neste segundo semestre”.
Otimismo um pouco exagerado, pois na Europa a crise se agrava.
E o FMI, para completar, alertou ontem: as famílias brasileiras gastam 23% do seu orçamento para pagar juro e amortizar dívidas.
É muito.
As famílias do México gastam só 10%.

Corruptos tentam reeleição

Publicado em 02/08/2012 - 4:52 por  | Comentar
CategoriasPolítica

Prefeitos e vereadores cearenses que, até há poucos dias, estavam  presos sob a acusação de corrupção, estão de novo nos palanques, pedindo votos para a sua reeleição.
Eis a impunidade em estado puro.

JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE

DESDE 2007
Aditivos a contratos somam R$ 4 bi no EstadoEm alguns casos, o aditivo muda somente o prazo do projeto. Em outros, no entanto, os custos podem disparar Aditivos, repactuações e acréscimos têm feito com que contratos firmados pelo Governo do Estado acabem gerando um dispêndio bem maior do que o inicialmente firmado nos resultados licitatórios. De 2007 até hoje, os 7.532 contratos com aditivos do poder executivo estadual geraram um acréscimo de R$ 4 bilhões no ...


COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Toffoli sob ameaça
do MPF, caso decida julgar o mensalão

Membros do Ministério Público Federal estão à espreita: se o ministro Dias Toffoli não alegar suspeição para se retirar do julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal, poderá ser alvo de ação com base na Lei dos Crimes de Responsabilidade, e estaria sujeito a julgamento de impeachment no Senado. A lei 1079, de 1950, é a mesma utilizada no impedimento do ex-presidente Fernando Collor.
Toffoli sob ameaça do MPF, se julgar o mensalão
Membros do Ministério Público Federal estão à espreita: se o ministro Dias Toffoli não alegar suspeição para se retirar do julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal, poderá ser alvo de ação com base na Lei dos Crimes de Responsabilidade, e estaria sujeito a julgamento de impeachment no Senado. A lei 1079, de 1950, é a mesma utilizada no impedimento do ex-presidente Fernando Collor.

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Decisão sai hoje

Sob pressão de outras ações judiciais, o ministro Dias Toffoli anunciará hoje se participará ou não do julgamento do mensalão.

Ligações perigosas

Dias Toffoli foi advogado do PT, chefiou a Advocacia Geral da União no governo Lula e manteria relações com advogados e reus do processo.

Visão de palhaço

O deputado Tiririca (PR-SP) acha que o mensalão “vai dar em pizza”. A propósito, o dono do PR, Valdemar da Costa Neto, é réu no processo.

A hora é agora

A bancada do PSDB na Câmara combinou ontem de usar o julgamento do “mensalão” para desgastar ao máximo o PT nas eleições este ano.


Luto petista

É preta a logomarca de campanha de Iriny Lopes, candidata do PT à prefeitura de Vitória. Nesses tempos de mensalão, os petistas estão escondendo a estrela vermelha, marca do partido.


Garotinho afirma que mansão usada
por Cabral no Rio é do dono da Delta

FotoDOCUMENTO PUBLICADO POR GAROTINHO
O deputado Anthony Garotinho (PR) revelou emseu blog que uma das mansões do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), pretence ao empresário Fernanco Cavendish, dono da empresa Delta. Ele publicou em seu blog, um documento comprovando a informação. A mansão fica, segundo Garotinho,  no condomínio Porto Bello, em Mangaratiba.

TCU: relator suspende decisão que validava contrato milionário de Valério

O ministro Haroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União, determinou nesta quarta-feira (1º), a suspensão de uma decisão da própria Corte que considerava regular o contrato milionário da DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério, com o Banco do Brasil. Segundo o Ministério Público na ação penal do mensalão, contratos das agências de publicidade DNA e SMP&B com órgãos públicos e estatais buscavam dar veracidade a empréstimos fictícios. Os recursos desses empréstimos abasteciam o esquema de corrupção. Hoje, o ministro Cedraz, que é o novo relator do processo, acolheu recurso do Ministério Público e concedeu efeito suspensivo ao caso. A decisão anterior teve como base voto da ministra Ana Arraes, que teve um entendimento oposto, e usou uma lei aprovada em 2010 para rejeitar as acusações. O Banco deve se manifestar novamente no processo antes de o plenário do TCU voltar a analisar o contrato.

BLOG DO NOBLAT
Reportagem de Catia Seabra e Breno Costa, publicada, hoje, pela Folha de S. Paulo, aumenta o constrangimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que começarão a julgar os 38 reus do mensalão.
Em setembro de 2006, José Antônio Dias Toffoli, então advogado do PT, escreveu em documentos entregues à Justiça Eleitoral que o esquema do mensalão "jamais foi comprovado".
Seis meses antes a Procuradoria Geral da República havia oferecido a denúncia contra os mensaleiros que acabou aceita pelo STF.
Toffoli é um dos 11 ministros do tribunal que julgará o mensalão. Vários dos seus colegas torcem para que ele se declare impedido de julgar.
Além de advogado do PT em pelo menos três eleições, Toffoli foi assessor direto do ex-ministro José Dirceu na Casa Civil durante dois anos e Advogado Geral da União, nomeado por Lula.

Ministros do Supremo foram flagrados combinando voto

Carolina Brígida, O Globo
Em agosto de 2007, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) julgava a denúncia do Ministério Público Federal contra 40 acusados de participar do mensalão, os ministros foram flagrados combinando como votariam. As imagens das telas foram fotografadas durante a sessão e divulgadas pelo GLOBO. Desde então, o tribunal cercou-se de cuidados.
Uma das providências foi impedir que fotógrafos e cinegrafistas transitassem livremente pelo plenário. Nesta quinta-feira, eles podem ocupar uma área restrita o fundo do recinto. Quando viram suas mensagens publicadas no jornal, alguns ministros acabaram mudando a linha do voto e réus admitiram mais tarde que a divulgação mudou o rumo da sessão. 


PF liga ex-governador ao esquema Cachoeira

Fábio Fabrini, Estadão.com.br
Relatório da Polícia Federal aponta um auxiliar do ex-governador Íris Rezende (PMDB-GO) como beneficiário de depósitos da organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O documento diz que R$ 2 milhões teriam sido remetidos no início deste ano para Sodino Vieira de Carvalho, coordenador-geral da campanha do peemedebista ao Governo de Goiás em 2010.
De acordo com a PF, as remessas integram um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas operado por Gleyb Ferreira da Cruz, um dos assessores próximos a Cachoeira. Por esse esquema, interessados em transferir recursos para o Brasil fariam depósitos bancários para a organização no exterior. No País, aliados do contraventor repassavam os valores aos destinatários, usando contas em nome de empresas e pessoas da quadrilha.

Prática de prefeito itinerante é inconstitucional, diz STF

André de Souza e Carolina Brígida, O Globo
O Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionou nesta quarta-feira contra a prática do prefeito itinerante, ou seja, do candidato que, já tendo cumprido dois mandatos em seu município, troca de domicílio eleitoral para poder concorrer pela terceira vez consecutiva.
A decisão tem repercussão geral, ou seja, daqui para frente terá que ser aplicada também pelas instâncias inferiores em casos idênticos. Mas, em nome da segurança jurídica, não poderá retroagir para prefeitos que conseguiram se eleger dessa forma nas eleições passadas. 

Proposta de reajuste chegou ao limite, diz ministra a deputados

Cristiane Jungblut, O Globo
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse nesta quarta-feira em reunião com parlamentares que o governo chegou ao limite na proposta de reajuste feita aos professores universitários. Segundo a ministra, o governo está “fechando as contas” sobre todos os pedidos de aumento diante de um cenário de crise econômica internacional.
O Andes - sindicato que representa os docentes das universidades - comunicou que a disposição era informar ao governo que houve a rejeição da proposta feita na semana passada. A greve já dura 77 dias. Na segunda-feira, o Planejamento avisou a todas as entidades o adiamento das demais negociações para a semana de 13 a 17 de agosto. O governo está fazendo os cálculos diante de um cenário de queda na arrecadação, com reflexos em 2012 e 2013, para saber o que poderá oferecer realmente às categorias. 


BLOG DO REINALDO AZEVEDO

02/08/2012
 às 5:49

OS 11 DO SUPREMO COMEÇAM A DECIDIR HOJE O DESTINO DE 200 MILHÕES, NÃO APENAS DE 38 PESSOAS

O Supremo Tribunal Federal começará a decidir hoje, caso não seja atropelado ou se deixe atropelar por alguma manobra, que cara pode ter o Brasil nos próximos cinco, dez, quinze, cinquenta anos… Se os ministros da Corte — sempre atentos às provas, claro!, mas cientes de que corruptos profissionais não costumam deixar ato de ofício — disserem ao país que são inaceitáveis os episódios reunidos sob o nome-fantasia “mensalão”, então temos futuro ao menos, desde que passemos a fazer as coisas certas. E só há uma maneira de eles dizerem isso: condenando os réus. Se, por outra, a maioria decidir inocentá-los, especialmente ao núcleo duro do escândalo (José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério), então, meus queridos, será o caso de rezar. Porque a esse eventual resultado desastroso se seguirá um verdadeiro tsunami de imoralidades. Afinal, se aquelas são transgressões menores, que não merecem o peso de uma pena, então tudo é permitido entre o Oiapoque e o Chui.
Guardemos estes nomes: Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber. Eles não estão decidindo apenas uma pequena parte da vida de 38 pessoas. Eles estão decidindo é o destino de 200 milhões de brasileiros e de outros milhões que estão por vir. Guardemos esses nomes: eles poderão restar na história como personagens de um marco histórico: o dia em que as leis brasileiras disseram aos poderosos que eles não podem tudo. Guardemos esses nomes para que sejam decorados por nossos filhos e por nossos netos. Eles poderão vir um dia a ser exaltados como os protagonistas do dia do “Basta!” Mas também poderão ser execrados como exemplos acabados de promotores da impunidade.
Não se deixem intimidar pela rede petralha, que vem com a tese furada, vigarista, de que tudo não passou de caixa dois de campanha, coisa menor, quase uma besteirinha. Não se deixem sequestrar pela falácia. Se usaram o dinheiro para pagar dívidas de campanha ou para tomar Chicabon, isso não muda a natureza dos crimes cometidos para obter os recursos. Eu insisto neste ponto: tanto pior se a dinheirama ilegal, vinda de empresas e órgãos públicos, foi usada para financiar eleições. Isso quer dizer que recursos públicos foram empregados para fraudar um dos pilares da democracia. Se a turma tivesse usado a grana para cair na farra, acreditem!, seria igualmente grave do ponto de vista moral, mas menos deletério no que concerne à ordem democrática.
Os 11 do Supremo estarão escolhendo um futuro para o país. Então não é esta a Casa que, num impulso moralizante — ainda que eu ache a tese discutível —, aprovou a Lei do Ficha Limpa? Que limpeza espera da política quem, na prática, condescende com o uso do dinheiro público como se privado fosse, usado para financiar partidos políticos e parlamentares? Se houve crime eleitoral também — e isso parece incontroverso —, ele está no uso que se fez do dinheiro, não na maneira usada para consegui-lo.
Exemplo de lambança
Já reproduzi aqui e faço-o de novo trecho do relatório da CPMI dos Correios que explica como funcionavam os “empréstimos” feitos pelo Banco do Brasil às agências de Marcos Valério. Vale a pena reler:
1.2 – O Banco do Brasil e empresas associadasAs ligações das agências do Senhor Marcos Valério com as empresas do governo podem ser a fonte dos recursos que foram destinados às pessoas indicadas pelo Sr. Delúbio.
Pode-se tomar como exemplo o contrato de publicidade e propaganda celebrado entre o Banco do Brasil e a empresa DNA, que foi objeto de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União em que se constataram irregularidades na sua execução.
Os Bônus de Volume, diferente de bonificação, deveriam ter sido transferidos ao Banco do Brasil, de acordo com o contrato, mas não o foram. O Banco, por seu turno, não tomou as medidas para receber esses valores, em descumprimento aos arts. 66 e 67 da Lei n° 8.666/93 e às cláusulas contratuais. Segundo o TCU, o prejuízo pode ter chegado a RS 37.000.000,00.
A Companhia Brasileira de Meios de Pagamento – Visanet – e a Servinet também podem ter sido utilizadas pelo Banco do Brasil para repassar recursos ilegais à DNA. Essas empresas repassaram, à DNA, R$ 91.149.916,18 no período de 2001 a 2005 e, segundo o Senhor Antônio Luiz Rios (sócio das duas empresas), não mantinham contrato com a DNA. Conforme seu depoimento, desde 2001 os pagamentos à DNA pela Visanet são oriundos do Programa “Fundo de Incentivo Visanet”, proposto pelo Banco do Brasil, sendo que os repasses se davam mediante autorização do Banco.
A CPM1 rastreou os dois maiores créditos efetuados pela Visanet à DNA – R$ 23,3 milhões em 20/5/2003 e R$ 35 milhões em 12/3/2004 e verificou que:
a) quanto ao crédito de RS 35 milhões, observa-se que, em 12/3/2004, a Visanet depositou R$ 35 milhões na conta da DNA no Banco do Brasil; no dia útil imediato, a DNA transferiu R$ 35 milhões para outra agência do Banco do Brasil e, no mesmo dia, aplicou R$ 34,8 milhões em fundo de investimento do Banco; pouco depois, em 22/4/2004, a DNA efetuou uma TED de R$ 10 milhões a crédito do Banco BMG, referente à compra de certificados de depósito bancário; quatro dias depois, em 26/4/2004, foi concedido empréstimo de exatos R$ 10 milhões do Banco BMG a Rogério Lanza Tolentino & Associados. Como garantia, apenas o aval de Marcos Valério Fernandes de Souza e Rogério Lanza Tolentino e a aplicação financeira da DNA junto ao BMG acima referida. Apenas após a instalação da CPM1 foi proposta a execução judicial do crédito.
b) no tocante ao crédito de RS 23,3 milhões, verifica-se que, em 19/5/2003, a Visanet depositou R$ 23,3 milhões na conta da DNA no Banco do Brasil; no dia seguinte mesmo, a DNA aplicou R$ 23,2 milhões em fundo de investimento do próprio Banco do Brasil; depois, estranhamente, em 26/5/2003, a SMP&B, também pertencente a Marcos Valério, tomou empréstimo de R$ 19 milhões no Banco Rural. Há fortes indícios de que esses empréstimos, na verdade simulados, serviram de fonte de recursos para distribuição de dinheiro, conforme admitiram os próprios envolvidos, Srs. Delúbio Soares e Marcos Valério.
(…)
VolteiDeu pra entender a lambança? Sim, senhores! Os 11 do Supremo estarão dizendo se o Brasil passará a considerar corriqueiras essas práticas. Não adianta! Se o Supremo procurar um memorando em três vias de alguma autoridade mandando fazer isso e aquilo, não vai encontrar, por certo. As evidências da cadeia criminosa se encontram na relação que os réus mantinham entre si e na cadeia de subordinação. Imaginar que Delúbio Soares, por exemplo, fosse o nº 1, o nº 2 ou nº 3 do partido é desses delírios ridículos. O Supremo julgue Dirceu como lhe parecer, mas uma coisa é certa. Se deixasse memorando assinado, não seria Dirceu. Porque é quem é, então não deixa. A questão é saber quem articulava a base de apoio do governo e como essa base se aproveitou desse esquema. Isso tudo está devidamente caracterizado.
Os 11 do Supremo estarão, a partir de hoje, acertando menos as contas do Brasil com o seu passado do que estabelecendo um pacto com o futuro. Se o tribunal disser, em nome da nacionalidade, que determinadas práticas são inaceitáveis e serão severamente punidas, então os agentes públicos saberão que certas linhas não devem ser cruzadas. Mesmo aqueles que se virem a tanto tentados podem ser coibidos pelo receio da punição. Se, ao contrário, derem uma piscadela para o vale-tudo, numa interpretação rebaixada, lassa e relapsa do que se entende por um tribunal “garantista”, então as garantias do conjunto dos brasileiros é que vão para o lixo.
É preciso que jamais percamos uma questão de vista: a penca de crimes cometidos tinha um intuito: passar a governar a país por meio de um estado paralelo, financiado por dinheiro ilegal, para atender a uma agenda que estava fora dos limites institucionais.
Por essa razão esse é o mais grave caso de corrupção da história do país e o julgamento mais importante jamais havido no Supremo. Anotem os respectivos nomes dos 11 ministros. Com eles, faremos história e contaremos a história. Vamos ver qual.
Texto originalmente publicado às 5h01

BLOG DO ALUÍZIO AMORIM

Quinta-feira, Agosto 02, 2012

ESTILHAÇOS DO MENSALÃO CHEGARAM A PORTUGAL, REVELA JORNAL PORTUGUÊS.

Clique sobre a imagem para vê-la ampliada
O jornal português Público traz em sua edição desta quinta-feira, dia 2 de agosto, uma matéria assinada pela jornalista Cristina Ferreira, intitulada "Estilhaços do mensalão chegaram a Portugal", e cujo personagem principal é José Dirceu.
A história das supostas ligações de Dirceu com empresários portugueses foi reportada por este mesmo jornal português numa extensa reportagem em fevereiro deste ano sob o título "José Dirceu e Portugal: O homem do mensalão no centro de uma teia de negócios luso brasileiros."
Transcevo na íntegra a matéria que está nesta quinta-feira no siste do Público. Leiam:
Quando a 14 de Maio de 2005 a revista brasileira Veja divulgou um vídeo de Maurício Marinho, então à frente do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, a negociar com um alegado empresário, Joel Santos Filho, contrapartidas ilícitas, em troca de favores, poucos em Portugal imaginavam que o escândalo que atingiu o coração do Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula da Silva, chegaria em breve a Lisboa.
 
No vídeo, gravado às escondidas, Marinho revelou ao seu interlocutor (que era afinal um advogado à procura de provas) com minúcia um esquema de corrupção que envolvia políticos, gestores, empresários, advogados.

As investigações das autoridades brasileiras colocaram em cima da mesa provas bombásticas: o principal suspeito era o ministro-chefe da Casa Civil de Lula da Silva, José Dirceu. E, por essa via, os estilhaços chegaram a Portugal. O caso surgiu em 2005, depois de ter sido tornado público um esquema, alegadamente montado por figuras próximas do Presidente Lula da Silva, de pagamentos a deputados da oposição para que, em troca, ajudassem com o seu voto a aprovar leis no Parlamento. Nos seus depoimentos, o outro arguido, Marcos Valério, revelou que veio a Portugal reunir-se com António Mexia, ministro das Obras Públicas, entre 2002 e 2004, e Miguel Horta e Costa, presidente executivo da Portugal Telecom, entre 2002 e 2006, por sugestão de Dirceu, com o objectivo de arranjar financiamento partidário. E o Banco Espírito Santo foi implicado por ter alinhado num esquema de contrapartidas envolvendo o Instituto de Resseguros do Brasil, um negócio que poderia render ao PT mais de 30 milhões de euros. Mas Valério entrou em contradições e nenhum dos portugueses foi constituído arguido por falta de provas. O que não evitou que Horta e Costa, António Mexia e o banqueiro do BES Ricardo Salgado fossem arrolados como testemunhas de defesa de José Dirceu, de Marcos Valério, do ex-tesoureiro do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) Emerson Palmieri e do presidente do PT, Roberto Jefferson. Os portugueses testemunharam em Lisboa, a pedido da justiça brasileira, e nunca mais foram contactados no âmbito do processo.

Independentemente do andamento das investigações, o advogado José Dirceu (José Dirceu Oliveira e Silva) mantém-se no centro da teia dos negócios luso-brasileiros, em especial, dos que necessitam de aprovações políticas. Apresenta-se hoje como consultor de multinacionais e é bem conhecido das elites portuguesas com interesses do outro lado do Atlântico. No Brasil opera através de três sociedades: a JD Consultores, o escritório de advocacia Oliveira e Silva & Associados, ambas com sede em São Paulo, e a JD&S, de Brasília. A JD&S tem à frente Júlio Silva, casado com uma assessora do Palácio do Planalto, e braço-direito de Dirceu. Em Portugal é sócio do escritório Lima, Serra, Fernandes & Associados, chefiado por Fernando Lima, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), actual presidente da Galilei (ex-SLN/BPN).

Em Portugal, Dirceu tem muitos amigos. Entre eles está Miguel Relvas, ministro dos Assuntos Parlamentares, filiado na mesma loja maçónica de Fernando Lima, a Universalis. Uma amizade que remonta, segundo o ministro, a 2004. Foi aliás João Abrantes Serra, sócio da sociedade Lima, Serra, Fernandes & Associados, que apresentou Dirceu ao presidente e vice-presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos e Rafael Mora. A Ongoing contratou a namorada de Dirceu para colaborar com o grupo em São Paulo.

Uma das operações que permitem levantar o véu sobre o embrenhado de ligações que se estabelecem à volta dos grandes negócios envolveu a venda à Telefónica de 50% da Vivo, que estava nas mãos da PT, o que deu aos espanhóis o controlo da operadora brasileira. Uma transacção que teve como contrapartida a entrada da operadora Oi na PT. Entre 2007 e 2008, a Lima, Serra, Fernandes & Associados foi avençada da PT no dossier Vivo, mas a imprensa paulista revelou que a partir daí Nuno Vasconcellos (a Ongoing tem 10% da PT) manteve contactos com os accionistas da Oi que beneficiaram do apoio de Dirceu. Já a espanhola Telefónica contratou o gabinete Oliveira e Silva & Associados, que trabalhava para os vários lados. Do jornal português Público





Fora do ar
O ex-presidente do PT, que comandava o partido quando explodiu o escândalo do mensalão, e assessor do Ministério da Defesa, José Genoino, está de férias desde terça-feira. Réu, resolveu sair do ar durante o primeiro mês do julgamento.


BLOG DO LAURO JARDIM

Mensalão: nunca antes na história desse Tribunal

Suspeição para o mensalão
Um dos servidores mais antigos do STF falava ontem sobre a participação de Dias Toffoli no julgamento do mensalão. Lembrando que muitos ministros já se declararam impedidos por questões bem menores, disse que nunca na história da Corte alguém teve que se retirar do plenário depois de ser considerado impedido pelos próprios pares.
Se Roberto Gurgel fizer o pedido de suspeição, caberá ao pleno decidir sobre a participação de Toffoli, e o ex-advogado do PT poderá ser o primeiro a passar por tal constrangimento.

Mensalão: o último recado do cavalheiro

Suspeição de Toffoli
Integrantes do Ministério Público que conhecem Roberto Gurgel dizem que o fato dele ter dado entrevistas ontem, falando que ainda estuda se vai pedir a suspeição de Dias Toffoli no mensalão, foi uma espécie de último recado do cavalheiro.
Se, com ele, Toffoli não sair por vontade própria, é grande a chance do pedido formal ser feito durante o julgamento.

Vende e não entrega

E as emendas?
Se a palavra de um homem pudesse ser medida em ações da bolsa, seria possível dizer que Marco Maia tomou um senhor tombo financeiro ontem à tarde.
Para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias antes do recesso, Maia prometeu aos partidos rebelados contra o governo Dilma Rousseff uma ampla liberação de emendas parlamentares.
O período de descanso passou, as emendas não saíram, e a promessa de Maia virou pó. Tanto que, na reunião de líderes de ontem à tarde, o clima era de total descrédito com as novas promessas do petista. Veja um graúdo líder governista:
– O problema do Marco Maia é que ele vende e não entrega. E não é a primeira vez.







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