DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 22-7-12

COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Diretor do Dnit 
está na ‘lista 
negra’ de Dilma

A presidenta Dilma Rousseff não está nada satisfeita com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), general Jorge Ernesto Pinto, que assumiu cargo ano passado após a queda de Luiz Antônio Pagot por denúncias de corrupção. Na avaliação do Planalto, o general é responsável pelas obras paralisadas nas rodovias do país que, segundo empreiteiras, já chegam a 90%.



Vai rodar

O general Jorge Ernesto Pinto deve ser um dos primeiros a rodar na ‘minirreforma’ ministerial de Dilma, depois das eleições municipais.

Dança das cadeiras

Outro que deverá perder o cargo é o chanceler Antonio Patriota, com quem Dilma anda às turras após ‘visita frustrada’ aos EUA.

Para quem pode

O Boeing igual ao de Obama que Dilma quer comprar – e que poderá ser “brinde”, em troça dos caças F-16 à FAB – já tem apelido: Dilbama.

Novas informações

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) promete apresentar amanhã (23) o relatório com sua análise sobre as movimentações financeiras da Delta Construções, acusada de envolvimento com Carlinhos Cachoeira.

Veta não

Os tucanos comemoram a aprovação de emenda que zera os impostos dos alimentos da cesta básica. O presidente do PSDB-MG, Marcus Pestana defende criação campanha “Imposto zero: veta não, Dilma!”.

Jogada no BNB

O senador José Pimentel (PT-CE) articula para emplacar o ex-secretário do Governo Jereissati, Claudio Ferreira Lima, na presidência do BNB. Claudio entraria como indicação do governador Cid Gomes.

Tá de mal

O ex-presidente Lula anda magoado, de verdade, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A presidente Dilma aconselhou Eduardo a procurar Lula e fazer as pazes urgentemente.

‘Ilogística’

Cinco reatores italianos ao Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) da Petrobras estão encalhados há um ano no porto da cidade, pagando taxa de armazenagem, diz o site Petronotícias. Com cerca de 1 mil toneladas cada, não há estrada, nem balsa capaz de transportá-los.

Carlos Chagas



BLOG DO CORONELEAKS

Lewandowski é o Ministro da Justiça da República de São Bernardo.

Em janeiro do ano passado, o município de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, ganhou um morador ilustre: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ocupa a cobertura de um edifício residencial na Avenida Prestes Maia, no bairro Santa Teresinha, próximo ao centro da cidade em que se projetou, nos anos 1980, como líder do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. 

De lá para cá, a visibilidade do município – e sua prosperidade – só tem crescido. É de São Bernardo o prefeito Luiz Marinho, escolhido por Lula para ser o articulador político de seu grupo dentro do PT. No dia 5 deste mês, Marinho recebeu a visita de Dilma Rousseff na inauguração de uma unidade de saúde – ele foi o único prefeito petista candidato à reeleição que teve a oportunidade de posar para uma foto com a presidente. 

Marinho é amigo do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que nasceu no Rio de Janeiro e foi criado em São Bernardo. Lewandowski foi o revisor do processo do mensalão e participa do julgamento que mobilizará o país a partir do dia 2 de agosto. Os três – Marinho, Lewandowski e o próprio Lula – são frequentadores do restaurante São Judas Tadeu e amigos do dono, Laerte Demarchi, um são-bernardense da gema. Laerte se orgulha de ter assistido, no estabelecimento famoso pelo frango com polenta, ao nascimento do partido político que há dez anos governa o Brasil.

Marinho, Lewandowski, Demarchi e Lula pertencem a um mesmo círculo de amigos – e o relacionamento dos quatro vem se estreitando nos últimos tempos. O prefeito Marinho é um homem afeito a celebrações públicas. Nos últimos dois anos, organizou três homenagens a Lewandowski, cuja família fez história em São Bernardo. Lewandowski esteve presente a todas. A mais recente foi no dia 28 de março, na Faculdade de Direito de São Bernardo, controlada pelo município. Lewandowski, com Marinho a seu lado, deu uma aula magna a um auditório lotado e foi saudado como o mais ilustre ex-aluno e ex-professor da faculdade. Um mês antes, Marinho inaugurara uma escola de educação infantil com o nome da mãe do ministro, Karolina Zofia Lewandowska, morta em 2010. Em 2011, Marinho já homenageara Lewandowski por ele ter sido o primeiro presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) do município.

Lewandowski ingressou na vida pública pelas mãos dos Demarchis. Quando Walter Demarchi, irmão de Laerte, era vice-prefeito de São Bernardo, entre 1983 e 1988, ele convidou o então advogado a ocupar a Secretaria de Assuntos Jurídicos. O então prefeito, Aron Galante, mal conhecia Lewandowski. Ele recorda: “Foi a família Demarchi que indicou o secretário jurídico. Disseram: ‘Nós temos o Lewandowski’. Eu respondi: ‘Traz ele aqui’. Nem o conhecia direito”. Leia mais aqui, na Revista Época.

Chefe da quadrilha do Mensalão fica nostálgico, às vésperas da condenação.

Às vésperas de ser julgado no Supremo Tribunal Federal pela acusação de chefiar o mensalão, o ex-ministro José Dirceu, planeja uma reaparição pública em debate sobre a luta armada contra a ditadura militar (1964-85). Ele avisou amigos que quer participar, no próximo sábado, de seminário sobre a história do Molipo (Movimento de Libertação Popular). A organização foi criada pelos chamados 28 da Ilha, exilados que fizeram treinamento de guerrilha em Cuba e voltaram clandestinamente ao país para tentar retomar a militância contra o regime. O plano fracassou, e a maioria do grupo morreu nas mãos da repressão meses depois de pisar no Brasil. "O Molipo foi dizimado", resume o pesquisador Ivan Seixas.

Um dos três que ainda estão vivos é Dirceu, a quem Fidel Castro chama até hoje pelo codinome Daniel. O ex-líder estudantil chegou a Cuba como um dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick, sequestrado em 1969. Fez uma plástica no rosto para despistar a polícia e voltou pela primeira vez dois anos depois. O plano fracassou, e ele se abrigou novamente na ilha até voltar definitivamente em 1975.

Com o nome falso de Carlos Henrique Gouvêa de Melo, instalou-se em Cruzeiro do Oeste, no interior do Paraná, e se casou com Clara Becker, mãe do deputado Zeca Dirceu (PT-PR). Ela só descobriria a identidade do marido quatro anos depois, quando ele se viu beneficiado pela Anistia. Preocupados com a exposição pública a cinco dias do início do julgamento, assessores ainda tentam demover o ex-ministro de ir ao debate no Memorial da Resistência, museu sobre a guerrilha mantido pelo governo paulista. Nos últimos dias, Dirceu também revisitou o passado ao se hospedar na casa da mãe em sua cidade natal, Passa Quatro, no interior de Minas. Lá, no entanto, permaneceu em silêncio.(Folha de São Paulo)

Problemas com provas são recorrentes na Família Haddad.

Se Fernando Haddad fez o que fez com o ENEM, a sua esposa, Ana Estela Haddad, então secretária substituta de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, também liderou a prova-piloto de validação de diplomas médicos estrangeiros no Brasil. No teste realizado em novembro do ano passado, dos 628 médicos formados no exterior que se inscreveram, apenas 2 foram aprovados. Para nossa sorte!

Ana Haddad não gostou, porque o objetivo todo mundo sabe: validar os diplomas dos carniceiros cubanos e bolivianos para que possam atuar no Brasil. Segundo ela, o problema ocorreu na montagem da prova, algo que poderia ter levado o nível de dificuldade a um patamar superior ao esperado. Questionada de não poderia haver problema na Justiça, a senhora Haddad respondeu: "O modelo foi analisado por integrantes do Ministério da Saúde e da Educação e esse risco não foi mencionado". Ela também afirmou que a segurança da prova estará preservada. "O critério de seleção dos profissionais é rigoroso e a segurança, rígida."  Será?


BLOG DO NOBLAT

Gerentona?, por Elio Gaspari

Elio Gaspari, O Globo
Não deu outra: o governo produziu um surto grevista no serviço público federal. Estão paradas, há dois meses, 56 universidades federais, e há funcionários em greve em pelo menos 15 repartições de 26 estados.
Chegou-se a essa situação porque a doutora Dilma e seus comissários acharam que podiam enfrentar as reivindicações com onipotência e embromatina.
O surto começou em junho com a greve dos professores de universidades federais. Era uma paralisação parcial, e o governo disse que o problema deveria ser negociado no Ministério do Planejamento, onde a comissária Miriam Belchior informava que não trataria com grevistas.
Era o Modelo Scania. Em 1978 ele produziu um surto grevista no ABC de São Paulo e dele emergiu um sujeito chamado Lula.
Ao escolher esse caminho, a doutora Dilma cometeu uma imprudência semelhante à do industrial que, diante de uma greve, manda o assunto para uma discussão entre o sindicato e a diretoria financeira da empresa. De lá, só sai uma resposta: não há dinheiro.
A onipotência ruiu numa sexta 13, quando a comissária Belchior apresentou uma proposta aos grevistas. Em quase todos os casos, além de aumentos salariais, os servidores querem planos de carreira prometidos e jamais apresentados.
O comissariado do Planalto quer a coisa (acabar com a greve) e seu contrário (preservar a incolumidade política dos ministros cujas áreas são afetadas pelo movimento).
Aí entra a embromatina. O ministro da Educação sumiu. O da Saúde emudeceu, com servidores da Anvisa parados e com a Funasa parcialmente paralisada. O do Trabalho não se sabe onde está. O comissário dos movimentos sociais, Gilberto Carvalho, passou por perto, afastou-se e reapareceu, falando em “equacionar as contas”, sem que se saiba o que isso quer dizer.
Com as greves espalhadas pelas agências reguladoras, pelo Incra, pelo IBGE e em pelo menos seis ministérios, somando algo entre 150 mil servidores, segundo o governo, e 500 mil, segundo os grevistas, o Planalto soltou o espantalho da crise econômica refletida no pibinho.
É um truque velho. Generaliza o problema com o propósito de não discutir a pauta específica.
Leia a íntegra em Gerentona?

A Música do Dia - Bossa Eterna

Bossa Eterna

Ouça Bossa Eterna, de Raul de Souza

Marcos Valério volta a chantagear Lula e o PT

Veja online
Um dos amigos mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamotto está há dois meses às voltas com uma missão: o ex-metalúrgico foi encarregado de manter sob controle – e em silêncio – o empresário Marcos Valério.
Reportagem publicada em VEJA desta semana revela que, às vésperas do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário está chantageando mais uma vez Lula e o PT.
Denunciado pelo procurador-geral da República como o operador do maior esquema de corrupção da história, Marcos Valério responde por cinco crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão.
Em maio, ele fez chegar à cúpula do PT uma ameaça: estava decidido a procurar o Ministério Público para revelar detalhes de suas conversas com Lula em Brasília. O ex-presidente sempre negou a existência de qualquer vínculo entre ele e o operador do mensalão.






Dilma ocupa espaços na política eleitoral

Maria Lima, O Globo
Até bem pouco tempo atrás, a presidente Dilma Rousseff deixava os aliados de cabelo em pé por sua falta de apetite para a política eleitoral. Mas desde que os atores das eleições de outubro e de 2014 começaram a se movimentar, ela tratou de se colocar.E vem ocupando cada dia mais espaço para não ficar a reboque do ex-presidente Lula na articulação e montagem do cenário que terá desfecho daqui a dois anos,com sua reeleição ou com a volta de Lula.
Acendeu a luz amarela no Planalto a última pesquisa de opinião pública mostrando que Dilma está muito bem perante a população, mas muito mal com os 14 partidos da base. Aliados dizem que não há conflito entre Dilma e Lula, que eles tocam de ouvido a mesma sinfonia. Mas o que se vê agora é que enquanto Lula toca tuba, atropelando e partindo para cima para se impor, a presidente toca violino, afagando os atropelados pelo ex-presidente. 

Dilma repete Lula e libera verbas ‘restritas’ em período eleitoral

Marta Salomon e Fábio Fabrini, Estadão.com.br
A presidente Dilma Rousseff repetiu seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva e editou decretos que permitem investimentos federais em princípio vetados em período eleitoral. Dilma já publicou seis desses decretos. Eles vão beneficiar 855 projetos, entre os quais a ampliação do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, onde a presidente aposta alto na eleição do ex-ministro Patrus Ananias (PT) contra o agora adversário Marcio Lacerda (PSB), prefeito e candidato à reeleição.
A possibilidade de transformar um repasse "voluntário", proibido pela lei em época de campanha, em um repasse "obrigatório", que é liberado, foi dada a partir de uma medida provisória editada pelo governo Lula - e depois convertida em lei - no ano anterior à campanha municipal de 2008, sob a justificativa de não prejudicar obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).



Transporte de ministros para festa é investigado

Vinicius Sassine, O Globo
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investiga supostas ilegalidades no transporte de quatro ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao casamento do filho de outra ministra do STJ, Laurita Hilário Vaz, em abril do ano passado. A determinação para que equipes de policiais federais fizessem os traslados das autoridades do STJ em Goiânia (GO), cidade onde ocorreu a festa, foi de um dos dois delegados da Polícia Federal (PF) presos na Operação Monte Carlo, Deuselino Valadares dos Santos.
O episódio motivou uma apuração por parte do Ministério Público Federal (MPF) de Goiás, que concluiu pela ilegalidade do transporte dos ministros com fins particulares. Em 11 de junho, as conclusões do MPF foram remetidas à corregedora nacional de Justiça, a também ministra do STJ Eliana Calmon, que decidiu pela abertura de uma investigação sobre o episódio. 

Profissionalização gera campanhas caras no interior

O Globo
Embora considerados abusivos, os altos orçamentos das campanhas em cidade pequenas seguem uma lógica de gastos diferente dos grandes centros urbanos. Ainda assim, para Gaudêncio Torquato, analista político e consultor em comunicação, nada justifica as cifras encontradas pelo GLOBO:
— Nos fundões e grotões do Brasil a regra é a barbárie. A política deixou de ser missão para ser profissão rentável. Um dos motivos para esses valores é o que chamo de atravessadores, que nada mais são do que vereadores que cobram para buscar voto para o candidato. O pagamento, em geral, vem em forma de carro, gasolina, material de campanha. Tudo entra na conta do candidato a prefeito. 

Armadilha em apartamento de atirador do Colorado destruiria prédio

O Globo
A sofisticada armadilha de explosivos implantada pelo atirador do Colorado em seu próprio apartamento (foto abaixo) poderia ter destruído todo o prédio caso tivesse sido acionada, informou um agente envolvido na operação de desarme das bombas.
No sábado, agentes do FBI conseguiram desarmar a armadilha ao realizar uma explosão controlada nos explosivos encontrados no apartamento de James Holmes, o homem apontado como responsável pelo massacre em um cinema na cidade de Aurora, na sexta-feira, durante a pré-estreia do filme "Batman - O cavaleiro das trevas ressurge".
Dentro do apartamento, policiais encontraram 30 explosivos cheios de pólvora, dois recipientes cheios de líquidos aceleradores e um número desconhecido de balas deixadas para explodir em um possível incêndio.



Desempregados viajam a pé até Madri para se unirem a protestos

O Globo
Centenas de espanhóis desempregados que viajaram centenas de quilômetros a pé até Madri, juntaram-se a protestos neste sábado contra o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy e a forma como ele está lidando com a crise econômica no país.
As manifestações se espalharam pela Espanha, com os bombeiros e policiais se juntando a um protesto em massa na quinta-feira, desde que o governo de centro-direita anunciou um corte de 65 bilhões de euros nos gastos, há duas semanas, para cumprir as condições de uma operação de resgate da zona do euro. 


BLOG DO REINALDO AZEVEDO

O estelionato eleitoral do PT é de tal sorte que partido se obriga a esconder até uma decisão acertada, ainda que tardia. Veja por quê

Interessante uma reportagem na Folha deste domingo. Segundo entendi, o PT busca um jeito de enganar o eleitor, tentando renegar um aspecto positivo do governo Dilma. Como pode? É que os vigaristas ganharam três eleições presidenciais combatendo uma prática à qual agora aderiram. O PT é de tal sorte estelionatário que se obriga a esconder até uma opção correta do governo, ainda que tardia. Leiam o que informam Natuza Nery e Márcio Falcão:
PT busca “vacina” para concessões de Dilma a iniciativa privada
Preocupado com o pacote de concessões públicas que o governo Dilma Rousseff pretende lançar em agosto, o PT quer manter distância de qualquer coisa que associe a sigla, o governo ou suas lideranças à pauta “neoliberal”. Em suas bases eleitorais, representantes do partido já operam vacinas contra possíveis ataques políticos relacionados ao assunto concessões ou privatizações. Apesar de o partido pontuar de forma quase coreografada as diferenças entre as “concessões petistas” e as “privatizações tucanas”, há nos bastidores forte preocupação com a exploração eleitoral do conjunto de iniciativas definido pelo Palácio do Planalto para alavancar investimentos.
Alguns setores do PT reconhecem, reservadamente, que o tema concessões arranha o discurso histórico do partido contra a agenda neoliberal. No início deste ano, durante a preparação do leilão de três dos principais aeroportos brasileiros, tucanos acusaram petistas de praticar “estelionato eleitoral”, exigindo um pedido público de desculpas. A reação foi imediata. O PT usou as redes sociais e seus contatos políticos junto a sindicatos e entidades do movimento social para evitar que essas críticas “pegassem” no imaginário popular de sua militância.
Os petistas conhecem bem o potencial eleitoral do tema, explorado à exaustão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha pela reeleição, em 2006, e depois pela própria Dilma Rousseff na campanha de 2010. Desta vez, porém, o pacote de concessões do governo federal é mais ambicioso, e exigirá um esforço extra para neutralizar o provável desgaste político. Par dar conta do desafio, emissários da sigla já voltaram a procurar seus contatos no mundo sindical. Eles também pedem para que, na medida do possível, o governo federal inclua representantes dos trabalhadores nas negociações em curso.
(…)


E Janio de Freitas, mais uma vez, tenta livrar a cara de José Dirceu! Desta vez, sem temer o ridículo!

E o colunista Janio de Freitas, da Folha, segue firme no intento de tentar livrar a cara de José Dirceu no processo do mensalão. Não é a primeira vez que o faz, não. No dia 24 de junho, ele já havia lançado a tese de que o julgamento resume um confronto entre progressistas (os mensaleiros petistas) e os conservadores… Eu o contestei aqui e fui censurado por alguns amigos: “Pô, Reinaldo, você deve ser a única pessoa que ainda lê Janio de Freitas…” Deve ser quase verdade. É que uma besteira é uma besteira ainda que guardada na gaveta, né? Sigamos.
Ele continua firme na tese da luta dos “progressistas contra os conservadores”. Leiam este trecho notável da coluna de hoje. Volto em seguida.
“Não há dúvida de que Dirceu foi o estrategista político da eleição e da linha programática do governo Lula. Disso há comprovações. Mas de que, depois, chefiasse “a quadrilha” que montou as artimanhas financeiras, não há evidência. Por que não teria sido Antonio Palocci, o braço do governo que transacionava com os bancos, e que já na campanha lidara com os interessados na política financeira futura e, no governo, lidava com o setor privado respectivo? Palocci não foi cogitado só por ser útil ao sistema financeiro privado? Do qual hoje é o veloz multimilionário “consultor”? Dedução por dedução, sem evidência, uma valeria o mesmo que a outra.”
VolteiJanio é colunista há muito tempo. O passar dos dias foi fazendo com que perdesse o medo do ridículo. Como Palocci não disputa, à diferença do Zé Caroço, o comando do PT e está, no que diz respeito à política ao menos, por baixo, então por que não tentar demonizá-lo como figura ainda mais deletéria do que Zé Dirceu? Na história da carochinha contada por Janio, Palocci era o homem do sistema financeiro, das grandes transações — em oposição, ora vejam!, a José Dirceu, este, sim, o formulador ideológico, o “estrategista político”.
Na versão que Janio acabou de inventar, concentrar a acusação em Dirceu, não em Palocci, corresponde a fazer, então, o jogo do mercado financeiro. Uau! Então ficamos assim: Dirceu é o “progressista” (conforme anunciado naquele texto de junho) que resistia aos famigerados “mercados”. Palocci “não foi cogitado”, senhor Janio de Freitas porque, naquela operação, não apareceram as suas digitais, mas as do Zé estavam o tempo todo presentes. Era ele quem, comprovadamente, fazia as negociações com os partidos e com os parlamentares. Simples assim.
Mais adiante, Janio indaga:
“E, mais importante, quem vai repor o dinheirão do Banco do Brasil, proveniente dos descontos no valor de sua maciça publicidade, não repassados ao banco pela agência de Marcos Valério, como obrigado em contrato? A propósito, o Tribunal de Contas da União, com parecer da recém-ministra Ana Arraes, acaba de anular a responsabilidade dos dirigentes do BB comprometidos com aquele desvio. Decisão estranha, por vários aspectos.”
Que coisa!
Janio acha estranho? Eu também! Até porque Marcos Valério, com a coordenação de Delúbio Soares, redistribuía a grana aos parlamentares. Se o publicitário não repassou o dinheiro que tinha de repassar ao Banco do Brasil, mas entregou à patota, Janio certamente conseguirá somar dois mais dois e concluir que parte do dinheiro do mensalão saiu do… Banco do Brasil! Ainda que tudo fosse apenas “caixa de campanha”, tratava-se de roubo de dinheiro público.
O relatório eticamente criminoso de dona Ana Arraes e aceito pelos demais ministros do TCU só demonstra que o mensalão ainda não morreu de todo; continua a gerar frutos negativos. O que Janio acha “estranho”? Tudo foi feito, companheiro, para proteger os chamados (por você!!!)  “progressistas”… E “progressistas”, a gente sabe, rouba dinheiro público por bons motivos: para combater os reacionários, o sistema financeiro, o imperialismo e o Lobo Mau!


Às vésperas do julgamento do mensalão, Dirceu quer dar relevo à imagem do suposto revolucionário para mitigar a do “consultor de empresas” que se esgueira em hotéis

José Dirceu começou a investir na mitologia pessoal. Está dando um jeito de ser notícia. Bernardo Mello Franco informa na Folha deste domingo que ele quer porque quer participar de um debate sobre a luta armada contra o regime militar, especialmente para falar do Molipo (Movimento de Libertação Popular), a turma que foi treinar guerrilha em Cuba para tentar liderar um levante no Brasil. Dirceu era um deles. Deu errado. Diga-se — a seu favor ou contra ele, cada um avalie aí — que nunca deu um tiro. À diferença de Dilma, nunca foi da viração. Quando foi demitido da Casa Civil, substituído por ela, chamou-a, em seu discurso de despedida, de “companheira de armas”… Dado o humor da moça, ela deve ter pensado: “Esse nunca pegou numa garrucha…”. Sim, o Zé tem um lado mitômano. Mas leiam trecho da reportagem. Volto em seguida.
Às vésperas de ser julgado no Supremo Tribunal Federal pela acusação de chefiar o mensalão, o ex-ministro José Dirceu, planeja uma reaparição pública em debate sobre a luta armada contra a ditadura militar (1964-85). Ele avisou amigos que quer participar, no próximo sábado, de seminário sobre a história do Molipo (Movimento de Libertação Popular).
A organização foi criada pelos chamados 28 da Ilha, exilados que fizeram treinamento de guerrilha em Cuba e voltaram clandestinamente ao país para tentar retomar a militância contra o regime. (…) O ex-líder estudantil chegou a Cuba como um dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick, sequestrado em 1969. Fez uma plástica no rosto para despistar a polícia e voltou pela primeira vez dois anos depois. O plano fracassou, e ele se abrigou novamente na ilha até voltar definitivamente em 1975.
(…)
Preocupados com a exposição pública a cinco dias do início do julgamento, assessores ainda tentam demover o ex-ministro de ir ao debate no Memorial da Resistência, museu sobre a guerrilha mantido pelo governo paulista. Nos últimos dias, Dirceu também revisitou o passado ao se hospedar na casa da mãe em sua cidade natal, Passa Quatro, no interior de Minas. Lá, no entanto, permaneceu em silêncio.
VolteiPois é… Esses amigos são sempre tão preocupados com José Dirceu, né? Seriam aqueles mesmos que já anunciaram a disposição de recorrer a cortes internacionais caso ele seja condenado pelo STF? Que preguiça!
É claro que o Zé está fazendo onda, né? Foi para Passo Quatro (MG) para tentar relembrar o passado do moço “revolucionário”. Agora, quer discutir a guerrilha de Cuba — e anuncia isso — para demonstrar que o STF estará julgando um bravo, um militante, um arauto da liberdade…
Imaginem se a guerrilha pretendida pela turma do Molipo tivesse dado certo. O Brasil teria hoje um governo como o cubano, né?, e o Zé seria o nosso comandante. O regime de Fidel responde por 100 mil mortos — entre os fuzilados e os que morreram afogados tentando deixar a ilha. Proporcionalmente, dada a diferença de população, um regime à cubana, no Brasil, teria feito 1.680.000 mortos! A ditadura militar brasileira se contentou com 424…
Zé Dirceu quer dar relevo à imagem do militante para mitigar a do “consultor de empresas privadas”, aquele do rendez-vous, que se esgueirava em quartos de hotel com autoridades do governo, de estatais e do Congresso.
Que consultoria de imagem está com a “conta Zé Dirceu”? Saída esperta essa…














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