Quando
terá fim a corrupção?
A minicâmera e o grampo telefônico ainda podem fazer mais pela
política do que toda a fiscalização e todos os mandamentos cristãos juntos.
L.F.Veríssimo, ZH, 26.4.12.
Aparatos eletrônicos,
a serviço da investigação, estão desnudando
fantástica rede de corrupção. Agentes do poder público, mancomunados com
setores empresariais, serviram-se do poder e do dinheiro para ganhos astronômicos.
Apropriaram-se do patrimônio público. Fraudaram a confiança da Nação. Esta,
composta majoritariamente por pessoas de bem, quedou-se frustrada. Nem um
sistema legal formatado em moldes legitimamente republicanos; nem os valores
mais sagrados da ética, das crenças e da moral; nem os esforços das
instituições encarregadas da execução das leis e de sua punibilidade, nada
impediu que se atingissem tão altos graus de corrupção. Agora, as intercepções
telefônicas e outras modernas tecnologias começam a desmascará-los. E a Nação
reacende a esperança da punibilidade. Com a punição, que se instaure a decência
em todos os níveis públicos e privados. É o que se reclama.
Sem dúvida, um
caminho legítimo. Mas ainda não é a solução. Não se redime um indivíduo ou uma
nação tão só pela aplicação da pena. Amanhã, se poderão engendrar formas mais
sofisticadas de burlar também esses meios de prova que têm se mostrado
eficientes. Por mais que se faça, a única e definitiva garantia da supremacia
do bem e da ordem é a conscientização de sua conveniência. Por essa via, muito
mais do que pelos justos esforços punitivos, se haverá de construir uma
sociedade incorrupta. Nesse campo, a propósito, a Doutrina Espírita está apta a
oferecer eficiente contribuição. Quando se demonstra o postulado da imortalidade,
da evolução do Espírito e de sua responsabilidade individual, ordenamentos
civis e religiosos começam a se fazer dispensáveis. A íntima consciência da
conveniência do bem prescinde deles.
Educar para o bem e
para a vida plena. Esse é o grande projeto espírita. É, precipuamente, por aí,
que estaremos contribuindo para o fim da corrupção.
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Extraído da página http://ccepa-opiniao.blogspot.com.br, por Estênio Negreiros, em 12-6-2012.
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