DA MÍDIA SEM MORDAÇA-11-6-12(VERPERTINAS)
BLOG DO NOBLAT
COLUNA DO RICARDO SETTI
Enviado por Ricardo Noblat -
11.6.2012
| 13h42m
Humor
A Charge do Néo Correia
COLUNA DO RICARDO SETTI
10/06/2012
às 19:39 \ Política & CiaCarlos Brickmann: Se Carlinhos Cachoeira não é o fornecedor único dos recursos, nem o principal, quem paga a corrupção?
CACHOEIRAS E CASCATAS
Vamos fazer as contas?
Então vá lá: de acordo com o Conselho de Controle das Atividades Financeiras, Coaf, do Ministério da Fazenda, o empresário zoológico Carlinhos Cachoeira lucrou 3 milhões de reais em 2011.
Dá para viver bem, muito bem; mas não dá para montar uma teia de distribuição de recursos ilegais estendida por boa parte do país. É como achar que aquele carequinha do Mensalão brincava de política com seus próprios recursos. Para isso, o dinheiro é curto.
A pergunta surge naturalmente: se Carlinhos Cachoeira não é o fornecedor único dos recursos, nem o principal (e talvez nem o seja, limitando-se a operar e a ficar com uma parte), quem paga a corrupa?
A outra pergunta é óbvia: quem tem interesse em montar uma caríssima rede de corrupção, que envolve altos funcionários de vários Estados?
Só pode ser gente interessada em obter favores que lhes garantam lucros muito maiores do que as propinas que distribuíram.
A foto de cidadãos inebriados pelo sucesso dançando com guardanapos
na cabeça, de esposas felizes exibindo caríssimos sapatos de sola
vermelha, não sai da cabeça deste colunista. Um dos integrantes da Turma
do Guardanapo era governador; outro, empreiteiro.
Sua empreiteira recebeu, só em 2012, só da União, 238,8 milhões de reais (em maio, com o escândalo já devidamente divulgado, o governo federal pagou-lhe 55,2 milhões).
Só?
Não: o mais generoso dos bancos estatais, o BNDES, de juros mais bonzinhos, deu-lhe também 139 milhões.
Cachoeira não gera água. Só exibe, lindamente, as águas que vêm de cima.
Inverno quente
Se o caro leitor encontrar homens de terno e gravata apertados às paredes, de costas, estará na CPI do Cachoeira. Não que todos se abracem com o punhal buscando espaço entre as costelas dos colegas: há também abraços sem punhal, conhecidos como “abraço de urso” e “abraço de tamanduá”.
Mas, enfim, o PMDB combinou com o PT que quebraria os sigilos do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, para descobrir como é que se vende uma casa recebendo mais de uma vez por ela e sempre sem saber de quem.
Em troca, seria poupado o peemedebista Sérgio Cabral, governador do Rio e sócio-atleta da Turma do Guardanapo, e o petista Agnelo Queiroz, governador de Brasília.
Nos bastidores, o PMDB combinou com o PSDB que, em troca da proteção
tucana a Cabral, protegeria Perillo e pegaria Agnelo (aí com apoio de PP
e PR, aliás aliados do PT). Amanhã o PT decide o que fazer. Perillo
fala na terça, Agnelo na quarta. Vai sobrar gente descontente.
Em CPIs, são os descontentes que contam boas histórias.
Guerra aos professores
Abra os jornais, ligue a TV, vá à Internet, ouça o rádio: a notícia mais difícil de encontrar é uma das mais importantes que ocorrem no país.
As universidades federais estão em greve, com adesão superior a 70%.
É problema de salários, mas também é problema de desleixo.
Em Guarulhos, SP, o então ministro Fernando Haddad inaugurou unidades sem salas: tudo algum dia vai ser construído. As fotos de estudantes universitários entre ruínas e entulho são terríveis.
No ABC paulista, berço político do PT de Haddad, berço político do
ex-presidente Lula, as instalações são tão ruins que a taxa de evasão de
estudantes atingiu 42%. No Vale do Jequitinhonha, a universidade
federal criada há cinco anos só tem 20% das instalações construídas.
Falar bem de professores todo mundo fala, lançar ministros da Educação a cargos públicos é moda, mas gastar com ensino, que é bom, e pagar direito a quem ensina nossos filhos, parece que é tabu.
Na rede universitária federal, há professores com salário inicial de 1.500 reais. É menos do que o salário pago pela Prefeitura de São Paulo para um professor de educação infantil, também em início de carreira. E que já não é um salarião.
COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Vamos fazer as contas?
Então vá lá: de acordo com o Conselho de Controle das Atividades Financeiras, Coaf, do Ministério da Fazenda, o empresário zoológico Carlinhos Cachoeira lucrou 3 milhões de reais em 2011.
Dá para viver bem, muito bem; mas não dá para montar uma teia de distribuição de recursos ilegais estendida por boa parte do país. É como achar que aquele carequinha do Mensalão brincava de política com seus próprios recursos. Para isso, o dinheiro é curto.
A pergunta surge naturalmente: se Carlinhos Cachoeira não é o fornecedor único dos recursos, nem o principal (e talvez nem o seja, limitando-se a operar e a ficar com uma parte), quem paga a corrupa?
A outra pergunta é óbvia: quem tem interesse em montar uma caríssima rede de corrupção, que envolve altos funcionários de vários Estados?
Só pode ser gente interessada em obter favores que lhes garantam lucros muito maiores do que as propinas que distribuíram.
As
mulheres de SérgioCabral e de Sérgio Cortês, na "farra de Paris", no
hotel Ritz, durante a famigerada viagem, expondo seus modelitos
Christian Louboutin, de sola vermelha, que custam 10 mil reais o par
Sua empreiteira recebeu, só em 2012, só da União, 238,8 milhões de reais (em maio, com o escândalo já devidamente divulgado, o governo federal pagou-lhe 55,2 milhões).
Só?
Não: o mais generoso dos bancos estatais, o BNDES, de juros mais bonzinhos, deu-lhe também 139 milhões.
Cachoeira não gera água. Só exibe, lindamente, as águas que vêm de cima.
Inverno quente
Se o caro leitor encontrar homens de terno e gravata apertados às paredes, de costas, estará na CPI do Cachoeira. Não que todos se abracem com o punhal buscando espaço entre as costelas dos colegas: há também abraços sem punhal, conhecidos como “abraço de urso” e “abraço de tamanduá”.
Mas, enfim, o PMDB combinou com o PT que quebraria os sigilos do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, para descobrir como é que se vende uma casa recebendo mais de uma vez por ela e sempre sem saber de quem.
Em troca, seria poupado o peemedebista Sérgio Cabral, governador do Rio e sócio-atleta da Turma do Guardanapo, e o petista Agnelo Queiroz, governador de Brasília.
Em uma CPI, quem está descontente é que conta as melhores histórias (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)
Em CPIs, são os descontentes que contam boas histórias.
Guerra aos professores
Abra os jornais, ligue a TV, vá à Internet, ouça o rádio: a notícia mais difícil de encontrar é uma das mais importantes que ocorrem no país.
As universidades federais estão em greve, com adesão superior a 70%.
É problema de salários, mas também é problema de desleixo.
Em Guarulhos, SP, o então ministro Fernando Haddad inaugurou unidades sem salas: tudo algum dia vai ser construído. As fotos de estudantes universitários entre ruínas e entulho são terríveis.
Alunos
colocam faixas durante ocupação na Unifesp de Guarulhos;
recém-inaugurada, e já em situação precária (Foto: Joel
Silva/Folhapress)
Falar bem de professores todo mundo fala, lançar ministros da Educação a cargos públicos é moda, mas gastar com ensino, que é bom, e pagar direito a quem ensina nossos filhos, parece que é tabu.
Na rede universitária federal, há professores com salário inicial de 1.500 reais. É menos do que o salário pago pela Prefeitura de São Paulo para um professor de educação infantil, também em início de carreira. E que já não é um salarião.
COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
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