DA MÍDIA SEM MORDAÇA
COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
- 24/04/2012 | 00:00
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Angolano mediou doação de
Cachoeira a Lula
- 24/04/2012 | 00:00
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Caixa dois
- 24/04/2012 | 00:00
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Jogo da memória
- 24/04/2012 | 00:00
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Cala-te boca
- 24/04/2012 | 00:00
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Número emblemático
- 24/04/2012 | 00:29
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Blogueiro maranhense executado a tiros
O jornalista Décio Sá, 42, um dos mais conceituados blogueiros do Maranhão, foi executado a tiros na Avenida Litorânea, em São Luís, agora há pouco. Ele estava com amigos no bar Estrela do Mar quando uma moto parou e, enquanto o condutor aguardava, o carona desceu e disparou seis tiros à queima-roupa. Dois o atingiram pelas costas, quatro na cabeça. Décio Sá trabalhava no jornal O Estado do Maranhão, pertencente à família Sarney, e fazia também no Blog do Décio, um dos mais lidos do Estado. O delegado encarregadodo caso, Gutemberg Carvalho Rego, acredita em crime por encomenda, até pelo calibre da arma, que é ponto 40, privativo da polícia. "O fato de a pessoa ter agido com o apoio de outra, ter entrado até o fundo do bar, ido ao banheiro, esperado ele retornar e disparar contra a vítima seis tiros, sem dar chance dele escapar, tudo isso indica de que o crime tenha sido premeditado", afirmou. Décio teria entrado no bar e pedido caranguejo. Pouco depois, seu celular tocou e ele saiu para atender. Na volta, foi surpreendido por um homem de grande porte, que teria disparado os tiros contra. O suspeito teria corrido para um morro nas proximidades, onde a polícia encontrou o carregador de uma pistola compatível com os projéteis retirados pela perícia do corpo do jornalista.
- 24/04/2012 | 00:00
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Pergunta no hospital
BLOG DO NOBLAT
Enviado por Ricardo Noblat -
24.4.2012
| 8h02m
Política
Dilma continua a presidência imperial de Lula, por Merval Pereira
Merval Pereira, O GloboO vergonhoso bate-boca entre os ministros Cezar Peluso e Joaquim Barbosa não pode ser caracterizado como uma crise institucional, mas que afeta a imagem do Supremo Tribunal Federal, isso afeta.
Não interfere em nada nos julgamentos futuros, entre eles o do mensalão, mas se não houver uma superação desse mal-estar, qualquer decisão importante que o Supremo venha a tomar pode ficar prejudicada pela falta de credibilidade.
A decisão não perde a eficácia legal, mas se a percepção da opinião pública for de que a última instância do Poder Judiciário não merece mais respeito, o prejuízo político para a cidadania será imenso.
No momento em que o Poder Legislativo toma decisões corporativas que são escandalosas aos olhos da população e sofre com uma crise política que será aprofundada com a CPI do Cachoeira, o Supremo tem sido o contraponto institucional à força cada vez maior do Executivo.
A preocupação com uma eventual desmoralização do Supremo aumenta diante do poder, real e imaginário, da Presidência da República.
A presidente Dilma, com os índices de popularidade que vem alcançando, vai dando continuidade, por meio de outros atributos, à presidência imperial de Lula, que confrontava o Judiciário com críticas públicas e subjugava o Legislativo com benesses a seus membros.
Na polêmica entrevista ao Consultor Jurídico, em que criticou seu confrade Joaquim Barbosa, o ministro Peluso também fez uma análise do nosso sistema presidencialista, afirmando que “o Poder Executivo no Brasil não é republicano. É imperial. Temos um Executivo muito autoritário”.
Ele se referia ao aumento salarial do Judiciário, que a presidente Dilma não autorizou. “Mandei ofícios à presidente Dilma Rousseff citando precedentes, dizendo que o Executivo não poderia mexer na proposta orçamentária do Judiciário, que é um poder independente, quem poderia divergir era o Congresso. Ela simplesmente ignorou”.
Leia a íntegra em Contraponto necessário
Enviado por Ricardo Noblat -
24.4.2012
| 5h22m
Política
Com ajuda de Demóstenes, Cachoeira 'nomeou' prima no governo de Minas
Fausto Macedo, Estadão.com.brEscutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega, Aécio Neves (PSDB-MG), e arrumou emprego comissionado para uma prima do empresário do jogo de azar Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mônica Beatriz Silva Vieira, a prima do bicheiro, assumiu em 25 de maio de 2011 o cargo de Diretora Regional da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba.
Do pedido de Cachoeira a Demóstenes, até a nomeação de Mônica, bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. Aécio confirma o empenho para atender solicitação de Demóstenes, mas alega desconhecer interesse de Cachoeira na indicação.
São citados nos grampos Marcos Montes (PSD), ex-prefeito de Uberaba, e Danilo de Castro, principal articulador político de Aécio em seu Estado e secretário de Governo da gestão Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas. Eles negam envolvimento na trama.
Leia mais em Com ajuda de Demóstenes, Cachoeira 'nomeou' prima no governo de Minas
Enviado por Ricardo Noblat -
24.4.2012
| 5h06m
Política
PT e PMDB de Goiás usaram Cachoeira para abafar apurações do MP
Fábio Fabrini e Alfredo Junqueira, Estadão.com.brO inquérito da Operação Monte Carlo revela que políticos do PT e do PMDB de Goiás recorreram ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para bloquear apurações do Ministério Público do Estado.
Gravações da Polícia Federal mostram a força do contraventor na máquina oficial de investigações, recebendo pleitos do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e do ex-governador Maguito Vilela (PMDB), atual administrador de Aparecida de Goiânia.
Em uma das conversas interceptadas pela PF, Cachoeira diz a um interlocutor não identificado que foi procurado por um emissário de Maguito para que pedisse ao senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM) que usasse sua influência no MP para frear inquéritos abertos na Promotoria de Patrimônio Público de Aparecida. O parlamentar é irmão do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres.
“O Maguito me procurou, através daquele amigo meu, o senador, para ver se resolve aquele problema lá de Aparecida. Quer dizer que ele está com medo, não tem controle da situação. O cara tá pegando demais no pé dele, um tal de Élvio”, relata Cachoeira no telefonema.
Leia mais em PT e PMDB usaram Cachoeira para abafar apurações do Ministério Público
Enviado por Ricardo Noblat -
24.4.2012
| 4h35m
Política
Conselheiros de Tribunal no Amapá suspeitos de desvio de R$ 100 mi
Daniella Jinkings, Agência BrasilA Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu hoje (23) afastar do cargo cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Amapá, suspeitos de desviar R$ 100 milhões do tribunal.
Cinco servidores da instituição também foram afastados. A Corte deferiu os afastamentos remunerados até a análise da denúncia e proibiu a entrada dos acusados no Tribunal de Contas para que eles não comprometam a instrução processual.
De acordo com o Ministério Público (MP), o desvio do dinheiro público era feito por meio de emissão de cheques e saques da conta do tribunal diretamente na boca do caixa. Também havia pagamentos a funcionários fantasmas. Além de pedir a prorrogação desse afastamento, o MP pediu a aplicação da mesma medida a nove conselheiros e servidores acusados dos mesmos crimes.
Os conselheiros afastados são o presidente Reginaldo Wanderley Salomão, o corregedor Manoel Antônio Dias, José Júlio Miranda Coelho, Margarete Salomão de Santana Ferreira e Amiraldo da Silva Favacho.
O ex-presidente do Tribunal de Contas do Amapá, José Júlio Coelho, chegou a ser preso durante a Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, que investigou um esquema de desvio de recursos da União em 2010. Ele havia sido afastado do cargo, por decisão da Corte Especial do STJ, pelo prazo de 360 dias.
De acordo com o relator, ministro João Otávio de Noronha, o caso descoberto por uma grande operação da Polícia Federal é extremamente grave, envolve quantias expressivas e revela uma peculiar situação de desmandos no Amapá.
Leia mais em STJ afasta cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Amapá
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24.4.2012
| 3h30m
Política
Dilma decide dar Bolsa Estiagem para enfrentar efeitos da seca
Letícia Lins, O GloboApós mais de quatro horas de reunião em Aracaju com todos os governadores nordestinos (o do Maranhão foi representado pelo vice) e o de Minas, a presidente Dilma Rousseff decidiu liberar R$2,723 bilhões para minorar os efeitos da estiagem que já se espalha por 1,1 mil municípios do Nordeste.
E resolveu que ajudará as famílias do agreste e do sertão com a Bolsa Estiagem, um auxílio de R$400, que será distribuído em cinco prestações de R$ 80. Os saques serão feitos com cartões magnéticos, nas agências bancárias. De início, R$ 200 milhões serão destinados ao programa.
— Há um problema preocupando tanto o governo federal quanto os estaduais no Nordeste, a seca. Pretendemos não deixar que a seca devaste tudo que conquistamos nos últimos anos de crescimento, de melhoria de vida e de condições de sobrevivência dos nordestinos — afirmou Dilma, antes do encontro.
Leia mais em Dilma decide dar Bolsa Estiagem para minorar efeitos da seca
Enviado por Ricardo Noblat -
24.4.2012
| 2h20m
Economia
Bancos armam 'pegadinhas' para não reduzir taxas de juros
Roberta Scrivano e Paulo Justus, O GloboOs clientes que foram [ontem] aos bancos para ter informações sobre as novas taxas de juros saíram decepcionados. A principal reclamação é que, para usufruir de menores percentuais anunciados nas propagandas, é preciso cumprir uma série de requisitos.
As “pegadinhas” vão desde a aplicação do juro menor apenas para empréstimos de prazo muito curto até a exigência de um tempo mínimo de conta no banco.
Em uma agência visitada [ontem] pelo GLOBO em São Paulo, um cliente que não se identificou disse que “não é como está na propaganda”. Até os gerentes concordaram com o comentário dos correntistas e alertam que há “muitas pegadinhas” nos novos anúncios.
Leia mais em As pegadinhas por trás das reduções das taxas de juros
Esta terça é decisiva para 3,6 milhões de pequenos produtores que representam 70% das propriedades, mas que produzem apenas 7% da nossa agropecuária. São eles os maiores prejudicados, se o Código Florestal não for aprovado. Não acredite nas mentiras das ONGS. Não existe anistia, áreas desmatadas ilegalmente terão que ser recompostas. Não existe autorização para desmatamento. O que existe é regularização, é segurança jurídica, é tranquilidade para que milhões de brasileiros que ocuparam áreas antes da existência de leis ambientais possam continuar produzindo. Foi assim na Europa. Foi assim nos Estados Unidos. Agora os estrangeiros e os maus brasileiros querem condenar o Brasil a pagar pelos erros que eles cometeram. Apóie. Comente. Lute nas redes sociais. Use a hashtag #AprovaCódigoFlorestal
Ilha de Curupu, Maranhão, propriedade dos Sarney. Ali onde está a mansão do Zequinha Sarney, era uma floresta nativa.
Zequinha Sarney, cria de José Sarney, é deputado federal pelo Maranhão.
Se quisesse ser governador, prefeito, interventor, empreiteiro,
bicheiro, dono de motel, também poderia, porque naquele estado sendo
Sarney pode tudo. Zequinha Sarney é do Partido Verde, é presidente
nacional. Amanhã o Zequinha Sarney quer interditar o deputado federal
Paulo Piau (PMDB-MG) invalidando o relatório da Câmara sobre o Código
Florestal. Zequinha Sarney é daqueles que defendem que mais de um milhão
de pequenos agricultores brasileiros sejam expulsos das margens dos
rios que ocuparam quando não havia lei ambiental. No lugar do milho, da
mandioca, do feijão, Zequinha Sarney quer que eles plantem pinus ou
eucalipto.
(Publicado originalmente no dia de ontem, às 20h23min)
Em vez de seguro agrícola, Dilma cria a Bolsa Estiagem.
O Brasil é uma piada de mau gosto. Nos Estados Unidos, 89% da produção
agrícola é segurada. Ninguém vê agricultores desesperados por causa de
um furacão, de uma seca ou de uma inundação. Aqui no Brasil, o governo
deu R$ 150 millhões para seguro agrícola em 2012, a muito custo. Agora vejam o que a Dilma criou apenas para o Nordeste.
E quanto ela gastou. É fácil assim: em vez de depender do seu trabalho,
o pobre diabo fica dependendo do governo. Atrelado ao poder federal.
Sendo obrigado a votar nele, seja por necessidade, seja por
reconhecimento. Abaixo, notícia de hoje da Folha de São Paulo.
A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem, em Aracaju, a liberação de
R$ 2,723 bilhões e a criação da Bolsa Estiagem para combater os efeitos
da seca no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Os recursos serão aplicados em ações de urgência e obras de estrutura em
até seis meses, quando deve começar novo período chuvoso no semiárido.
A seca vem se agravando desde outubro de 2011 e já afeta 26 milhões de
pessoas de oito Estados do Nordeste -48% da população total da região.
Em 506 municípios não chove há mais de 75 dias. Segundo o Ministério da Integração Nacional, há casos, como o do RN, em
que 2,93 milhões de pessoas são afetadas -93% da população.
Uma das novidades do pacote, a Bolsa Estiagem atenderá pequenos
agricultores que não estão cobertos pelo seguro-safra -mesmo os
atendidos pelo Bolsa Família. No total, serão R$ 200 milhões para o
programa. Cada beneficiado
receberá R$ 400, em cinco parcelas mensais de R$ 80. Serão identificados
pelo cadastro único do governo. Já os lavradores cobertos pelo seguro
terão R$ 500 milhões. Cada um receberá R$ 680, em cinco parcelas.
COLUNA DO AUGUSTO NUNES
24/04/2012
às 2:37 \ Direto ao Ponto
Para devassar todas as catacumbas da quadrilha, é necessária uma CPI da Delta
Um
post aqui publicado em 22 de junho de 2011 registrou a repulsa dos
brasileiros honestos com o desempenho de Lula num encontro do PT em
Sumaré. No Sermão aos Companheiros Pecadores, clímax da missa negra, o
mestre ensinou a seus discípulos que, sem união, nenhum bando escapa de
perdas dolorosas. Explicou que Antonio Palocci, por exemplo, perdeu o
empregão na Casa Civil não pelo que fez, mas pelo que o rebanho deixou
de fazer. Foi despejado não por excesso de culpa, mas por falta de
braços solidários.
Para ilustrar a tese, o pregador evocou o escândalo do mensalão ─ sem mencionar a expressão banida do vocabulário do bordel das antigas vestais. “Eu sei, o Zé Dirceu sabe, o João Paulo sabe, o Ricardo Berzoini sabe, que um dos nossos problemas em 2005 era a desconfiança entre nós, dentro da nossa bancada”, disse o pregador. “A crise de 2005 começou com uma acusação no Correio, de três mil reais, o cara envolvido era do PTB, quem presidia o Correio era o PMDB e eles transformaram a CPI dos Correios, para apurar isso, numa CPI contra o PT, contra o Zé Dirceu e contra outros companheiros. Por quê? Porque a gente tava desunido”.
Com o cinismo dos que espancam a verdade desde o berço, o sumo-sacerdote da seita omitiu o essencial. Foi ele quem entregou o controle dos Correios ao condomínio formado pelo PMDB e pelo PTB. O funcionário filmado embolsando propinas era afilhado do deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, que merecera do amigo presidente “um cheque em branco”. O desconfiado da história foi Jefferson, que resolveu afundar atirando ao descobrir que o Planalto não o livraria do naufrágio. Ao contar o que sabia, desmatou a trilha que levaria ao pântano do mensalão.
Não podemos errar de novo, advertiu o embusteiro. Para tanto, é preciso preservar a coesão do PT e da base alugada recorrendo à receita caseira: “A gente se reúne, tranca a porta e se atraca lá dentro”, prescreveu. Encerrada a briga de foice, unifica-se o discurso em favor dos delinquentes em perigo. “Eu tô de saco cheio de ver companheiro acusado, humilhado, e depois não se provar nada”, caprichou na indignação de araque o padroeiro dos gatunos federais.
Aos olhos do país que presta, gente como o mensaleiro José Dirceu, a quadrilheira Erenice Guerra ou o estuprador de sigilo bancário Antonio Palocci têm de prestar contas à Justiça. Para Lula, todos só prestaram relevantes serviços à pátria. A lealdade ao chefe purifica. “Os adversários não brincam em serviço”, fantasiou. “Toda vez que o PT se fortalece, eles saem achincalhando o partido”.
Milhões de brasileiros não conseguem enxergar no homem que brinca de xerife o vilão do faroeste de quinta categoria. Ao longo de oito anos, enquanto cuidava de transformar a ignorância em virtude, Lula acelerou a decomposição moral do país. O Brasil deste começo de século lembra um grande clube dos cafajestes sustentado por multidões de sobreviventes para os quais a vida consiste em não morrer de fome. Essa sim é a herança maldita.
Se conseguisse envergonhar-se com alguma coisa, o ex-presidente estaria pedindo perdão aos brasileiros por ter institucionalizado a impunidade dos corruptos companheiros. Se não fosse portador da síndrome de Deus, saberia que ninguém tem poderes suficientes para revogar os fatos e decretar a inexistência do mensalão. Como Lula é o que é, continua convencido de que livrará do merecidíssimo castigo os bandidos de estimação.
Neste outono, para perseguir inimigos e, simultaneamente, dispersar os holofotes concentrados no processo à espera de julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Grande Pastor ordenou ao rebanho que apressasse a instauração da CPI do Cachoeira. Má ideia. As escavações mal começaram e a Delta Construção, a empreiteira que mais lucrou com as licitações bandalhas do PAC, vai assumindo o papel principal na ópera dos ladrões.
Uma CPI do Cachoeira abrange as maracutaias protagonizadas por um sócio da empresa que ganhou bilhões na construção do Brasil Maravilha de cartório. Para devassar por inteiro a rede de catacumbas, é necessária uma CPI da Delta. É essencial ouvir o que tem a dizer Fernando Cavendish, porque as coisas vão muito além de Goiás e do Distrito Federal. “Como está o Serginho?”, quis saber Lula de um amigo comum na semana passada. Serginho é Sérgio Cabral, compadre, amigo do peito e parceiro de Cavendish em aventuras bilionárias. Se já não está, logo estará muito mal no retrato.
Lula acha que os leais prontuários infiltrados na CPI manterão as investigações sob controle. Vai descobrir outra vez que pode muito, mas não pode tudo. A CPI acabará tropeçando nos incontáveis corruptos de bom tamanho espalhadas pelo caminho. Um dos mais graúdos está no trecho que passa por Belo Horizonte.
Para ilustrar a tese, o pregador evocou o escândalo do mensalão ─ sem mencionar a expressão banida do vocabulário do bordel das antigas vestais. “Eu sei, o Zé Dirceu sabe, o João Paulo sabe, o Ricardo Berzoini sabe, que um dos nossos problemas em 2005 era a desconfiança entre nós, dentro da nossa bancada”, disse o pregador. “A crise de 2005 começou com uma acusação no Correio, de três mil reais, o cara envolvido era do PTB, quem presidia o Correio era o PMDB e eles transformaram a CPI dos Correios, para apurar isso, numa CPI contra o PT, contra o Zé Dirceu e contra outros companheiros. Por quê? Porque a gente tava desunido”.
Com o cinismo dos que espancam a verdade desde o berço, o sumo-sacerdote da seita omitiu o essencial. Foi ele quem entregou o controle dos Correios ao condomínio formado pelo PMDB e pelo PTB. O funcionário filmado embolsando propinas era afilhado do deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, que merecera do amigo presidente “um cheque em branco”. O desconfiado da história foi Jefferson, que resolveu afundar atirando ao descobrir que o Planalto não o livraria do naufrágio. Ao contar o que sabia, desmatou a trilha que levaria ao pântano do mensalão.
Não podemos errar de novo, advertiu o embusteiro. Para tanto, é preciso preservar a coesão do PT e da base alugada recorrendo à receita caseira: “A gente se reúne, tranca a porta e se atraca lá dentro”, prescreveu. Encerrada a briga de foice, unifica-se o discurso em favor dos delinquentes em perigo. “Eu tô de saco cheio de ver companheiro acusado, humilhado, e depois não se provar nada”, caprichou na indignação de araque o padroeiro dos gatunos federais.
Aos olhos do país que presta, gente como o mensaleiro José Dirceu, a quadrilheira Erenice Guerra ou o estuprador de sigilo bancário Antonio Palocci têm de prestar contas à Justiça. Para Lula, todos só prestaram relevantes serviços à pátria. A lealdade ao chefe purifica. “Os adversários não brincam em serviço”, fantasiou. “Toda vez que o PT se fortalece, eles saem achincalhando o partido”.
Milhões de brasileiros não conseguem enxergar no homem que brinca de xerife o vilão do faroeste de quinta categoria. Ao longo de oito anos, enquanto cuidava de transformar a ignorância em virtude, Lula acelerou a decomposição moral do país. O Brasil deste começo de século lembra um grande clube dos cafajestes sustentado por multidões de sobreviventes para os quais a vida consiste em não morrer de fome. Essa sim é a herança maldita.
Se conseguisse envergonhar-se com alguma coisa, o ex-presidente estaria pedindo perdão aos brasileiros por ter institucionalizado a impunidade dos corruptos companheiros. Se não fosse portador da síndrome de Deus, saberia que ninguém tem poderes suficientes para revogar os fatos e decretar a inexistência do mensalão. Como Lula é o que é, continua convencido de que livrará do merecidíssimo castigo os bandidos de estimação.
Neste outono, para perseguir inimigos e, simultaneamente, dispersar os holofotes concentrados no processo à espera de julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Grande Pastor ordenou ao rebanho que apressasse a instauração da CPI do Cachoeira. Má ideia. As escavações mal começaram e a Delta Construção, a empreiteira que mais lucrou com as licitações bandalhas do PAC, vai assumindo o papel principal na ópera dos ladrões.
Uma CPI do Cachoeira abrange as maracutaias protagonizadas por um sócio da empresa que ganhou bilhões na construção do Brasil Maravilha de cartório. Para devassar por inteiro a rede de catacumbas, é necessária uma CPI da Delta. É essencial ouvir o que tem a dizer Fernando Cavendish, porque as coisas vão muito além de Goiás e do Distrito Federal. “Como está o Serginho?”, quis saber Lula de um amigo comum na semana passada. Serginho é Sérgio Cabral, compadre, amigo do peito e parceiro de Cavendish em aventuras bilionárias. Se já não está, logo estará muito mal no retrato.
Lula acha que os leais prontuários infiltrados na CPI manterão as investigações sob controle. Vai descobrir outra vez que pode muito, mas não pode tudo. A CPI acabará tropeçando nos incontáveis corruptos de bom tamanho espalhadas pelo caminho. Um dos mais graúdos está no trecho que passa por Belo Horizonte.
Tags: CPI da Delta, CPI do Cachoeira, Fernando Cavendish, Lula, Serginho, Sérgio Cabral, Sermão aos Companheiros Pecadores

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