SEGUNDA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Quinta-feira, 21/05/2020
A atriz Regina Duarte descobriu amargamente que política e Brasília não são para principiantes. Após meses driblando armadilhas, cascas de banana e traições, ela desistiu quando viu o presidente Jair Bolsonaro achar graça no oferecido ator Mário Frias, que se confessou interessado em assumir a Secretaria de Cultura. Ninguém merece tanto bullying. Ela sai com a consolação de uma sinecura como dirigente da quebradíssima Cinemateca Brasileira, mantida pelo governo federal em São Paulo.

A sinecura de Regina Duarte não é lá essas coisas: R$10,3 mil mensais, um quinto do salário que tinha na Globo até assumir a Secretaria de Cultura.

O orçamento anual de R$12 milhões da Cinemateca é gasto em salários, água e energia. Não sobra para preservação do acervo, cafezinho, nada.

A gestão da Cinemateca foi terceirizada para uma Associação Roquette Pinto (Acerp), sucessora da extinta Fundação do mesmo nome.

O ator Mário Frias, que se ofereceu para assumir a Secretaria de Cultura, quer visitar a repartição nesta quinta (21). Vai encontrar o maior climão.

Passados os primeiros dias após o pedido de demissão do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, o sentimento no Palácio do Planalto é de claro alívio. A avaliação é que, apesar da sua seriedade e qualificação, Teich não conseguiu dominar de fato as atribuições de chefe do Ministério da Saúde. —Ele não estava confortável no cargo, resumiu Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, à Rádio Bandeirantes.

Incomodava muito o Planalto a frase mais repetida por Nelson Teich durante suas coletivas: 
—Estou tentando entender o que acontece.

O general Heleno achou o pedido de demissão de Teich o tinha a fazer de melhor. Ele elogiou o pedido de demissão, “honesto e patriótico”.

A demora na escolha do novo ministro favoreceu a efetivação do interino general Eduardo Pazuello. É bom gestor e, sobretudo, bate continência.

Vai fazer um ano no mês que vem o megajantar que Paulo Marinho ofereceu a João Dória, Joice Hasselmann, Henrique Meirelles, Gustavo Bebianno, poderosos advogados de Brasília e jornalista do grupo Globo.

Sindicalistas dizem que o congelamento de salários é “punição” e que servidores são “bode expiatório”. Nem sequer se preocupam com o País quebrado, sem dinheiro para continuar pagando regalias e privilégios.

Em campanha para a presidência da Câmara, o deputado Baleia Rossi (SP), presidente nacional do MDB, tem se aproximado de colegas das bancadas de esquerda. Seus aliados estão confiantes na candidatura.

João Dória criticou a cloroquina no protocolo do Ministério da Saúde: “a ciência não recomenda”. Mas o médico David Uip, de sua equipe, curou-se usando o remédio, que faz parte do protocolo do seu governo.

Como são gatos pingados no plenário, em razão da pandemia, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), eterno candidato a presidente da Câmara, substituiu ontem seu tradicional leitão assado por doces.

Fã e fiador da presença de Regina Duarte na Secretaria de Cultura, o general e ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) não teve tempo ontem de impedir a saída da atriz, que chegou cedo o suficiente no Alvorada.

Se a preocupação do governo com economia é genuína, falta atenção com as pequenas empresas. Segundo o Sebrae, elas detêm 54% dos empregos e 80% não tiveram acesso a linhas de crédito na pandemia.

O mundo superou 2 milhões de pessoas curadas do coronavírus nesta quarta, mas ainda tem 2,7 milhões de pessoas doentes. A boa notícia fica por conta de que 98% delas apresentam apenas infecções leves.

...arrependimento não mata, mas garantiu cargo na Cinemateca.

Ao ser informado por um assessor de que o então ministro de FHC, José Serra, estava a caminho do plenário, o saudoso deputado tucano Alberto Goldman (SP) deu de ombros. “Do jeito que a coisa está, prefiro ir para ali”, disse, apontando um grupo de petistas ilustres, como Paulo Delgado (MG). Aproximou-se dos parlamentares e afirmou, às gargalhadas: “Quero treinar para ser da base de sustentação do governo do PT!” Eram tempos em que PT e PSDB se revezavam no poder.

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