QUARTA EDIÇÃO DE DOMINGO, 03 DE MAIO DE 2020

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
A única prova inquestionável de Sérgio Moro
Domingo, 03/05/2020 às 08:10
Quinze meses de conversas no Whatsapp. Foi isso que Moro entregou à PF, em seu depoimento. 15 meses, em um governo com 16 meses.
Ou seja, Moro "gravava" as conversas com o presidente, desde o 2º mês.
Enquanto o povo criticava Bolsonaro, sem entender o porquê de algumas ações, como no caso do juiz de garantias, quando o presidente não vetou para que o Congresso não derrubasse os outros 15 vetos; ou no caso do COAF, quando os deputados rejeitaram o destaque do governo e mantiveram a Comissão com o Ministério da Fazenda; Moro já estava preparando o seu "dossiê".
O dossiê já era preparado, aliás, quando Bolsonaro ficou ao lado do ex-ministro, não se importando com o reflexo na sua própria imagem, enquanto o "The Intercept" vazava suas conversas particulares com promotores da Lava-Jato.
No início do ano, Moro ainda afirmava que o presidente nunca interferiu nas suas funções como Ministro e, agora, apresenta "provas" de interferência desde fevereiro de 2019.
A única prova inquestionável, então, é a de que ELE É UM MENTIROSO.
Resta saber, apenas, em qual momento estava mentindo.
Em um rápido exercício de imaginação, não fica muito difícil descobrir; já que a justificativa de interferência se baseia na narrativa de que Bolsonaro quer garantir a impunidade do filho, Flávio, que NÃO É INVESTIGADO PELA POLICIA FEDERAL, mas pelo MPRJ. (Sim, o Ministério Público pode investigar crimes por conta própria, de acordo com o julgamento do STF ao Recurso Extraordinário 593.727, em 2015).
Menos difícil, ainda, quando compreendemos que Moro se demitiu no momento da exoneração de seu amigo Valeixo.
O mesmo que não investigou o porteiro que mentiu, na tentativa de envolver o presidente na morte de Marielle; o mesmo que concluiu o inquérito dizendo que Adélio não teve mandantes nem cúmplices, apesar de existirem inclusive vídeos mostrando a participação de outras pessoas; o mesmo que eximiu Glenn Greenwald da responsabilidade na invasão do celular do próprio Moro.
Fato, aliás, que me deixa pensativo, desde aquela época: POR QUE essa violação, contra o próprio Ministro da Justiça, ficou tão "barata" para o jornalista? Será que todas as conversas foram divulgadas, ou será que existem outras, que deram segurança, inclusive, para que revelassem a invasão da privacidade de autoridades da República, sem temer as consequências?
Não consigo compreender que seja simplesmente uma jogada de marketing político. Não consigo acreditar que, saindo desta forma, atirando lama no governo que compôs, por mais de um ano, esteja tentando manter sua imagem de "Reserva Moral" e visando as eleições de 2022. O "timing" é totalmente errado; o método é totalmente errado.
Para alguém que não queria "manchar a biografia", se colocar nesta situação, onde sai como cúmplice ou como mentiroso e de qualquer forma como traidor, não parece muito inteligente.
Mesmo o "centrão", que está comemorando a crise instalada, nunca mais olhará com os mesmos olhos para o ex-juiz. Desde a época de César, os políticos adoram a traição, mas odeiam os traidores. Restar-lhe-á somente a companhia da banda mais podre, o "Lago Cocite" da vida pública, ao lado de Dória, Joice, Witzel, Janaína e outros indivíduos que causam asco em qualquer pessoa com o mínimo de senso ético.
Posso estar (e espero que esteja) completamente enganado. Mas essa história está fedendo. E não é pouco!
"Quem revela o segredo dos outros passa por traidor; quem revela o próprio segredo passa por imbecil." (VOLTAIRE)
Por Felipe Fiamenghi
"O Brasil não é para amadores."

Indigno é quem trai, não quem confia
03/05/2020 às 09:27
Precisei de pelo menos 24 horas para digerir os fatos relativos aos pronunciamentos do dia 24 de abril.
Primeiro, assisti estupefata, às 11 horas da manhã, ao pronunciamento ao vivo do Ministro da Justiça e Segurança Pública, o Senhor Doutor Sergio Moro.
Observei que ele adentrou ao espaço em que daria a coletiva, com passos firmes, por isso, por alguns instantes, pensei que o meu temor de que ele fosse pedir demissão, fosse só uma nuvem escura, daquela que ameaça chuva e vai embora.
Mas, quando passou a fazer uma retrospectiva de seus importantes feitos pelo Brasil, percebi que pediria demissão.
Como? Os assessores dele garantiram que ele não sairia? Prosseguiu a fala e a nuvem voltou com relâmpagos e trovoadas, e aí gente, tive um misto de sensações: de medo, de dúvida, de tristeza e, de vergonha.
Procurei aceitar as minhas emoções, mas, a vergonha foi o sentimento de maior magnitude.
Hora do almoço. Quem tem estômago?
Recorri aos jornais e mídias para tentar entender.
As manchetes eram catastróficas, como sempre.
Só me acalmei quando li um Twitter do presidente, dizendo que faria o pronunciamento às 17 horas.
Quando finalmente chegou o momento, demorei um pouco para assimilar a fala do Presidente, que tentava fazer uma retrospectiva, parecida com a que se faz quando morre alguém. E observei que ele estava de pé, detrás de um púlpito, e o pelotão de ministros posicionados detrás e ao lado do Presidente.
Lembrei-me de que a coletiva do ministro ocorreu em uma espécie de auditório e ele falou sentado e leu o tempo todo.
Agora, tendo ouvido os dois lados, e observado a linguagem não verbal de ambos, pude fazer as minhas considerações:
Decifrei o meu sentimento de vergonha; o ministro escolheu o pior momento e a forma desumana de anunciar a sua demissão.
Imagine você que é casada(o) e seu(sua) esposo(a), após um desentendimento, escolhe dar uma coletiva, ao vivo, em rede mundial de televisão, para pedir o divórcio e ainda revela as conversas íntimas do casal? Você entenderia? Foi traição? Foi isso o que o ministro fez.
Esse gesto demonstrou para mim, com clareza, o verdadeiro caráter do homem Sergio.
E mesmo que as acusações que fez ao presidente procedam, ainda assim não justifica, até porque ele, no mínimo, teria sido cúmplice e incompetente para usar os meios legais que estavam em suas mãos.
Na sua fala havia raiva, ressentimento, arrogância, ingratidão.
Já na fala do presidente, identifiquei surpresa, tristeza, decepção. Afinal, foi traído.
Um ato sem dúvida pensado e preparado com revisão, para não errar a facada, que agora, seria para matar. Matar politicamente.
Moro sabe do plano para destitui-lo do poder, dos pedidos de impeachment, da luta solitária, das distorções de suas falas, de total falta de apoio da oposição, que nunca fez o papel legal.
O Presidente pode pedir o que quiser, é dever do ministro negar, em caso de ilegalidade, e informar o caminho legal.
Ao invés de aconselhá-lo, o que faz? O entrega de bandeja para a esquerda acabar de escalpelá-lo vivo.
É imoral e desumano assistir a extrema esquerda se deliciando com o quebra-pau dentro do governo.
A verdade é que Sergio Moro nunca quis associar a sua bela imagem, seu belo currículo de Doutor, a um homem simplório e grosseiro, fato ilustrado pelas imagens, que mostram o então deputado Jair Bolsonaro, que, ao ver o seu ídolo, tenta aproximação e é ignorado.
Mas, depois, pegou carona na popularidade do homem, para fazer o seu próprio nome, subir a sua popularidade e superar a do seu presidente.
Foi elevado a um pedestal, tratado como herói por grande parte da população do Brasil.
O próprio Presidente sempre deixou claro o orgulho por seu ídolo e por seu Ministro.
Quando esteve em apuros, por ocasião dos vazamentos do Intercept, o Presidente mostrou confiança, respeito e total apoio.
Parece que o “sinistro” aprendeu algo com o Intercept, entregando para a Globo Lixo, os “prints” de conversa confidencial que teve com a sua afilhada de casamento; e, o mais ridículo, para “provar” que é honesto!
Quais as suas secretas intenções Doutor? Agora, sabemos.
Quer ser Presidente. Afinal, você deve pensar: se um destemperado como o Jair Bolsonaro chegou à presidência... imagine EU, o Dr Moro, um 'Phdeus'?
Meu herói Sergio Moro morreu de overdose de ambição.
É triste ver as pessoas consumindo seu tempo, com obsessões políticas, buscando ter razão, tomar partido, buscando mitos e heróis, ignorando as pessoas que morrem agonizando e solitárias, as que morrem de fome, os milhões de desempregados, produzidos por essa falsa premissa de que querem salvar vidas.
Tudo isso patrocinado por um sistema que não tem compaixão, que covardemente, consome seus dias, tramando para tomar o poder de um único homem, que foi eleito legitimamente por mais de 57 milhões de pessoas.
“A ânsia pelo poder não se origina da força, e sim da fraqueza.”
“Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade: solidão, ansiedade, depressão, destruição, dependência; pessoas que ficam felizes quando matam o tempo que foi tão difícil conquistar.” (Erick From).
Por Bernadete Freire Campos
Psicóloga. Psicopedagoga e Hipnoterapeuta.

03/05/2020


Sábado, 02/05/2020

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