TERCEIRA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 20 DE BRIL DE 2020

NO PUGGINA.ORG
TSUNAMI DE NINHARIAS
Por Percival Puggina 
Artigo publicado domingo, 19.04.2020
Há seis meses escrevi um artigo em que apontei os principais inimigos e os principais apoiadores do governo Bolsonaro. Não estava articulada, até então, a perigosa armação política que vem tecendo seus fios na cúpula dos poderes de Estado. Parece conveniente, por isso, jogar um pouco de luz sobre as ambições napoleônicas de seus líderes, que vão muito além da rebelião do centrão e do desejo de vingança da esquerda, inconformada com o resultado da eleição presidencial de 2018. O somatório das condutas mostra o objetivo das ações: criar e dar consistência à fantasia de um País ingovernável por um presidente sem apoios.
Até bem pouco tempo, vendo suas principais mercadorias (base de apoio e voto parlamentar) encalhadas nas prateleiras do Congresso, o centrão vinha impondo sucessivas derrotas ao presidente. De umas semanas para cá, palavras e expressões como “solidão do presidente”, “desestabilização”, “incapacidade” passaram a rechear discursos parlamentares e a povoar o vocabulário do jornalismo militante que cresce como inço na imprensa nacional. Sempre tentando fixar, contra os fatos, a ideia de que o presidente está em isolamento vertical...
A esse jornalismo cabe papel importante na estratégia de desestabilização. É preciso afastar do presidente os seus eleitores, constrangê-los, atacar sua sustentação popular. O modo de fazer isso é exatamente o mesmo que jogou liberais e conservadores brasileiros para o acostamento da política nacional, e ali os manteve inertes durante meio século. Trata-se de lançar sobre eles adjetivos que os desqualifiquem, dizendo serem, ou cães raivosos, ou idiotas de carteirinha, robotizados, incapazes de perceber as mancadas do mito. A mesma mídia que se presta para essa tarefa, se manteve distraída e desatenta em relação às condutas escandalosas que desaguaram na Lava Jato. Assiste de modo passivo e silencioso sua posterior transformação numa pingadeira. E tenta, agora, afogar o presidente num ruidoso tsunami de ninharias.
Cobram de quem permanece firme com o presidente uma isenção supostamente nobre e virtuosa. Afirmam, ou sutilmente sugerem, que cidadãos cientes de sua elevada dignidade devem agir como magistrados romanos. E não falta quem se deixe empolgar pela ideia de que tal conduta seria meritória, a cobrar tapinhas nas costas e bons adjetivos agraciados pelos adversários em virtude de sua – admitamos - omissão e insignificância.
Não ter lado diante do que está acontecendo no Brasil é irresponsabilidade.
Como qualificar, numa disputa política, quem faz exatamente aquilo que o adversário quer? E note-se: o adversário que espertamente reprova qualquer atitude mais engajada que não seja em seu próprio benefício, está fazendo política e desgraçando o Brasil. Infelizmente, num cenário assim – pasmem! – há cidadãos de memória curta e ânimo fraco que saem da geral, sobem ao camarote, e desde lá assistem o jogo sem torcer, sem ter lado, sem se envolver com o fato de estar sendo disputado um campeonato onde quem perde ou ganha é o Brasil.
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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

NA COLUNA DO FERNANDO MAIA
Guerra à corrupção
Domingo,19 de abril de 2020
O próximo dia 26 de maio deverá ser um marco ingrato para uma das categorias mais ativas do Brasil: os políticos e os corruptos em geral. A data assinala a posse do ministro Luís Roberto Barroso na presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Com a ascensão dele àquele cargo, políticos e empresários de ficha suja vão entrar no período de vacas magras para as suas atividades. Quem acompanha os passos de Barroso sabe de que estamos tratando. Nomeado para o STF, em maio de 2013, pela presidente Dilma Rousseff, o novo membro daquela Corte, aos 53 anos, mestre pela Universidade de Yale, e com pós-doutorado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, além de ser professor-visitante de Universidades da Europa, logo se mostrou um dos mais ferrenhos adversários da corrupção em geral, com destaque nos campos político e administrativo. Em suas intervenções no STF, esmera-se sempre em combater os maus políticos e empresários, e jamais foge à crítica, na cara de colegas como Gilmar Mendes e Lewandowski. À frente do TSE, o que se espera é o que ele sempre colocou em prática, ou seja, se esmerar para tirar de circulação maus brasileiros que fazem da política fonte de renda e de enriquecimento.
Vandalismo no PV
Em política, ser oposição e fazer crítica é um direito, desde que sob o império da decência. O que fizeram os vereadores oposicionistas Julierme Sena, Sargento Reginauro e Márcio Martins, do Pros, entrando no hospital de campanha, montado no Estádio Presidente Vargas, para fazer vídeos destinados a denúncias infundadas e falsas, foi de uma baixaria sem limites contra o prefeito Roberto Cláudio. O que seria apenas uma visita, virou uma ação vergonhosa. Todos agiram contra o povo. Isso é vandalismo.
Desmentindo 
O presidente da CMFor, Antônio Henrique, participou, ontem, da entrevista coletiva do prefeito Roberto Cláudio. Não só testemunhou a utilidade do hospital no PV, mas o considerou oportuno e salvador, desmentindo denúncias com fotos enganosas feitas por vereadores do mal.
Confiança 
Segundos Darlan Leite, presidente da ABIH-CE, existem 25 mil leitos de hotéis desocupados na Beira Mar. O setor do turismo hoteleiro espera que o Governo do Estado cumpra o compromisso com a categoria para reserva de 1,2 mil leitos e linhas de crédito para a retomada da atividade, agravada pela covid-19.
“André Doidim” 
Mais uma do deputado bolsonarista André Fernandes. Ele acusa o Governo do Estado de utilizar no Agropolos, recursos destinados ao PT. O deputado Osmar Baquit diz que o André endoidou, já que os R$ 76 milhões liberados pelo Banco Mundial são para o Projeto São José, como apoio aos agricultores.
Vigilância 
O MPCE e o TCE, numa preocupação que em outros países não existe, se vêem na obrigação de monitorar prefeitos e agentes políticos, que estão manejando recursos da merenda escolar com outra finalidade.
Gatos escaldados 
O PSDB, temendo a repetição de 2014, quando o deputado Marcos Cals foi abandonado pelo líder maior, Tasso Jereissati, dificilmente terá candidato à PMF, salvo se o ex-deputado Carlos Matos, com grande atuação na Alece, num supremo esforço, conseguir viabilizar o seu nome para a disputa.
Os problemas
Não é a falta de nome o problema maior do PSDB no Ceará. É a insegurança de suas maiores lideranças, Tasso Jereissati, Roberto Pessoa e Raimundo Matos, cuja tendência é apoiar o Capitão Wagner. Se isto ocorrer, encerra-se o capítulo de Carlos Matos na legenda.
Pagando caro 
O presidente Bolsonaro paga pela incontinência verbal com que investiu contra os presidentes da Câmara e do Senado, cuja maioria achou que foi agressão ao Congresso. Em consequência, o projeto Verde Amarelo pode dançar, perdendo hoje a validade.
Pela população 
A Assessoria de Comunicação da Polícia Militar se empenha para alertar à população contra aglomerações populares em qualquer local da Capital, que podem causar o aumento da contaminação pela covid-19.
“O Senado, por seu próprio regimento, pode deixar de pautar determinadas matérias do Executivo, desde que existam outras mais urgentes”. (Senador Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal).


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