QUINTA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 16/4/2020

NO BLOG DO AUGUSTO NUNES
Vírus chinês se vinga de Witzel e Barbalho
Ou a dupla ignorou as regras que baixou ou a quarentena radical não funciona
Por AUGUSTO NUNES
Do R7
Quarta-feira, 15/04/2020 - 20h29
O coronavírus resolveu afastá-los por um tempo da frente de batalha/Reprodução

Dilma Rousseff descobriu há poucos dias que o coronavírus é solerte, esperto e ataca na horizontal ("porque as famílias são horizontais", ensinou a doutora em nada). O vírus chinês é também vingativo, revelou nesta terça-feira o ingresso na multidão de infectados pela pandemia: Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e Helder Barbalho, do Pará.
Só pode ter sido vingança. Witzel e Barbalho integram o comando da tropa que luta pela imposição do isolamento radical a todos os habitantes dos Estados que governam. Ambos avisaram recentemente que, se necessário, botariam na cadeia quem ousasse descumprir alguma das normas baixadas pelos condutores do combate à pandemia. Certamente irritado com a agressividade dos inimigos, o coronavírus resolveu afastá-los por um tempo da frente de batalha.
Das duas, uma. Ou a dupla foi infectada apesar de seguir todas as instruções do manual do confinamento ou sucumbiu à infecção por ter descumprido alguma norma. Na primeira hipótese, transformaram-se em provas contundentes de que a quarentena não funciona. Na segunda opção, merecem sair dos hospitais onde estão em tratamento diretamente para uma cela solitária no presídio mais próximo.

NA COLUNA DO ALEXANDRE GARCIA
Os dois tipos de quarentena que estão ocorrendo no Brasil
Por Alexandre Garcia
[Quarta-feira, 15/04/2020] [21:46]
Vocês notaram que nessa quarentena existem dois tipos de separações que agridem a justiça social? Tem quem está bem abonado e que tem reservas no banco. Está em casa, pega o celular e faz transferências bancárias, recebe tudo em casa sem preocupação.
Tem também quem precisa trabalhar para ter dinheiro para alimentar os filhos e está na rua buscando renda de alguma forma. Ou está implorando sob chuva em filas da Caixa Econômica, como aconteceu no Maranhão.
Até mesmo atividades de produção de alimentos. Os maiores estão exportando carne para a China, com o dólar nas alturas. Já os menores estão jogando fora a própria mercadoria, porque as feiras não estão funcionando.
Por outro lado, eu vejo que o brasileiro que vai pagar o imposto, que vai sustentar a arrecadação das prefeituras, dos estados e da União. A União vai ter que compensar os estados e os municípios pela perda de arrecadação.
A União vai ter que tirar essa verba de algum lugar, ou seja, dos nosso impostos. Não existe outro lugar. A China não vai decidir indenizar os países que ficaram enfraquecidos na economia por conta do vírus.
Tem o pessoal que está com a folha de pagamento garantida e o outro pessoal que tem que correr atrás para pagar imposto e a comida dos seus filhos. Essa falta de justiça social aparece agora.
O uso da cloroquina
A Sociedade Brasileira de Cancerologia mandou um ofício para o ministro Luiz Henrique Mandetta. Nela, o órgão afirma que o uso da cloroquina é benéfica. Eles até mencionam qual seria a dose adequada.
O Correio da Manhã, no dia 27 de outubro de 1918, noticiava que 519 pessoas já tinham morrido de gripe espanhola no Rio de Janeiro. Eles entrevistaram o doutor Carlos Chagas, um dos heróis da Medicina brasileira.
Chagas disse “a quina é um antiinfeccioso geral e aconselho o seu emprego. Uso em meus pacientes e na minha própria família. Não é específico para essa gripe, porque isso não existe, mas é um medicamento muito recomendável”.
O medicamento já tem toda uma história. Mas está cheio de gente que, por razões políticas e ideológicas, quer impedir que as pessoas sejam tratadas com a hidroxicloroquina e se curem.
É só dar uma olhada nos hospitais Einstein e Sírio Libanês para ver o índice de sobrevivência com o remédio. São 400 casos e 01 morte. Já no hospital público não é bem assim porque demora.
Por exemplo, o caso do motorista de Uber que eu venho comentando. O sujeito foi mandado para casa, ele ficou até o último momento, o que ampliou a gravidade do caso. Depois de um tempo já não tem mais como reverter a situação.
As últimas informações que eu tenho do motorista é que ele ainda está em estado grave, mas está se recuperando, com o uso da cloroquina combinado com outros medicamentos.
Rasgaram a Constituição
As Câmaras Municipais, as Assembleias Legislativas e o Ministério Público já deram uma lida no artigo 5°, cláusula pétrea, da Constituição que fala sobre a liberdade de locomoção, por exemplo?
Esses órgãos públicos já descobriram que os chefes do Executivo, tanto municipal, quanto estadual, rasgaram a Constituição? Eles cometeram, portanto, um sério crime de responsabilidade.

NO BLOG DO RODRIGO CONSTANTINO
"Mandetta está longe de ser unanimidade na comunidade médica
Por Rodrigo Constantino
[Quinta-feira, 16/04/2020] [10:42]
O ministro Luiz Henrique Mandetta, que era atacado por jornalistas por ser escolha política no começo, virou o queridinho da imprensa e dos que odeiam Bolsonaro, justamente porque passou a representar o antagonista do presidente na questão do combate ao coronavírus.
Transformaram, assim, Mandetta no herói para poder pintar Bolsonaro de grande vilão. Em alguns casos o oportunismo chega a ser tão macabro que culpam o presidente pelas mortes por coronavírus até aqui, sendo que não há falta de leito (ainda) no País, ou seja, nenhuma morte por enquanto se deve à falta de isolamento.
Mas será que Mandetta é essa unanimidade toda no meio médico? Será que Mandetta fala em nome da "Ciência" e Bolsonaro do obscurantismo? Justiça seja feita, o próprio ministro, na coletiva desta quarta, reconheceu com alguma humildade que não é dono da verdade e que existem caminhos alternativos. Também elogiou muito toda a equipe ministerial do governo, que é um quadro técnico sem paralelo na História.
Eis o problema, porém: Mandetta e sua política radical de isolamento estão longe de representar a visão única existente na comunidade médica. Recebi de um respeitado médico uma mensagem de desabafo justamente porque ele e vários pares estão revoltados com essa idolatria toda ao ministro. Eis alguns trechos (ele pediu anonimato):
"O propagado apoio do Mandetta pela classe médica, não é bem assim. Alguns anos atrás, o deputado Mandetta teve uma ideia, junto com alguns membros da frente parlamentar da saúde, da criação do IBDM, Instituto Brasil da Medicina. Isto funcionaria semelhante ao que a bancada do agronegócio tem. Varias sociedades foram convidadas, encabeçada pela SBOT, Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. O IBDM nunca foi bem visto pela AMB e associadas, inclusive estas associações queriam a indicação para ministro do presidente da AMB, o Dr. Lincoln. Quando Mandetta assumiu o ministério, o IBDM, comandado pelo Dr. Mestrinho e o deputado Hiran Gonçalves, cresceu muito, e várias sociedades se aproximaram e bancam mensalmente as reuniões e projetos.
A relação com os médicos começou a se deteriorar quando da aprovação do programa Médicos Pelo Brasil, o qual em seu projeto original teve um grande apoio da classe, mas quando foi para o Congresso foi desfigurado, sem que o ministro trabalhasse contra. Muitos afirmam que, na época, ele falava uma coisa para os médicos, mas no Parlamento apoiava a desfiguração. Como a reação foi muito grande dos médicos, principalmente da AMB (o IBDM se calou), o presidente foi procurado diretamente e vetou as mudanças que depois não puderam ser derrubadas na Câmara. Desde este momento, a relação foi ficando de desconfiança."
Para esse médico e outros, a máscara começou a cair quando surgiram os primeiros boatos de demissão do ministro, e foi pedido ao IBDM vídeos de apoio. Poucos aceitaram. "Mandetta nunca foi técnico", afirmou esse médico. "Sua formação é mais de político", constatou. E concluiu: "Como bom orador, sempre falou o que os seus eleitores queriam ouvir".
Sua análise é de que Mandeta ganhou notoriedade por falar fácil, não usar termos médicos demais, falar o que o povo entende e com clareza, simpatia. Além, claro, de oferecer a (falsa?) sensação de segurança com o isolamento radical.
Para esse médico, a histeria se deve ao fato de o coronavírus ter chegado com força na elite. O pobre continua morrendo como antes, mas agora também de fome. Para ele, é isso que gera a reação do presidente: "Bolsonaro pode não ser dos mais brilhantes, mas tem bom coração". O uso das UTIs do SUS sempre esteve com 90% de ocupação, e várias cirurgias de sua área de especialização foram canceladas por falta de vaga. Isso é corriqueiro, diz.
Enfim, para esse médico, Mandetta jamais será um Adib Jatene. E ele garante que não está sozinho nessa opinião. Muito pelo contrário...
E entre os possíveis substitutos, há vários nomes bons. Mas o escolhido que se prepare: vai virar vitrine e alvo da mídia, como apontou meu colega Paulo Mathias:
Preparem-se para a má vontade com o novo Ministro da Saúde. Se ele não seguir à risca o que os corona lovers querem, será massacrado. Vão puxar sua ficha corrida e tentar, de todas as formas, achar uma vírgula errada. Mandetta pra eles não tinha passado. Sempre foi perfeito.
👍🏻

Exato. Os "corona lovers" politizaram tudo, e de forma binária, tribal: quem está do lado deles é "do bem", "limpinho", "puro" e fala em nome da Ciência; quem discorda dos meios só pode ser um sujeito terrível, obscurantista, insensível e responsável por cada morte por coronavírus. É jogo sujo, podre mesmo!

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