TERCEIRA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 21/02/2020

NO G1 GLOBO
Sexta-feira, 21/02/2020



NO BLOG DO PERCIVAL PUGGINA
A ECONOMIA E A POLÍTICA NUMA MESA DE BAR
Por Percival Puggina. 
Artigo publicado quinta-feira, 20.02.2020
A Economia e a Política vinham, há bom tempo, combinando encontro. Quando acontecia de estarem simultaneamente no mesmo lugar, diziam “Temos que marcar aquela conversa”, ao que a outra respondia “Pois é, temos mesmo...”. E ninguém abria a agenda para viabilizar a intenção.
Entende-se a dificuldade. Havia, entre elas, uma disputa por primazia. Ambas se tinham como credoras da maior atenção, percebiam-se assoberbadas pelas decisões mais relevantes. Cada qual nutria a convicção de que a outra lhe atrapalhava a vida, lhe roubava horas de sono, e essa era a razão daquela desejada conversa ocasional: “Temos que conversar, temos que conversar!”.
Eis que agora estavam sentadas as duas, frente a frente, no lobby do mesmo hotel e tempo livre até o próximo compromisso oficial. A política inicia as “hostilidades”.
Política: – Não há como aprovar todas as reformas que tua turma propõe.
Economia: – Interessante que digas isso e, ao mesmo tempo, teu pessoal fique pedindo recursos para um sem número de programas e projetos cuja principal finalidade é favorecer reeleições parlamentares, contemplando interesses locais. Na tua opinião, é para isso que serve o dinheiro dos pagadores de impostos? É assim, comprando votos, que o Presidente deve governar?
Política – (sentindo-se pressionada, devolve) Interessante é que penses assim e venhas pedir votos aos congressistas para aprovarem o que individualmente, dentro do teu gabinete, defines como interesse público. Quem quiser impor conceitos de interesse público ao parlamento é junto ao público que deve iniciar pedindo votos. A democracia funciona assim, no voto, amiga.
Economia – Se entendi bem, estás dizendo que os 57 milhões de votos do Presidente não conferem legitimidade ao governo. Lembra-te de que foi no meu posto de gasolina que ele buscou ideias que a eleição consagrou e que boa parte do teu pessoal abraçou para se eleger.
Política – As coisas não são tão simples assim...
Economia – (rindo) Eu sei, o Centrão...
Política – Vocês falam mal do Centrão, mas correm atrás dele.
Economia – Enquanto muitos, ali, correm da polícia. Tu sabes que há no Centrão um sistema de proteção recíproca e um permanente ânimo vingativo contra o Moro. Mas essa não é a minha pauta.
Política – Pois deveria ser! É a política que comanda tudo. O Congresso está trabalhando e não é fácil aprovar medidas restritivas, impopulares, enquanto vocês não entregam o que prometem. Onde estão os investidores? Dólares saem e não voltam. Em vez de cobrar desempenho nosso, olhem e cuidem do de vocês.
A Economia, olhando à volta, estica o braço e chama um garçom, que se aproxima solícito.
Economia – (falando ao garçom) Você confia no Congresso Nacional? Confia no STF? Confia na política como é feita no Brasil? Você acha que o Brasil dá motivos para que gente de fora invista aqui? Se você ganhasse na loto aplicaria no Brasil o dinheiro ganho? O Brasil lhe parece um país de instituições confiáveis?
O garçom respondeu negativamente a tudo e o ambiente foi ficando mais tenso. Quando concluiu, as duas interlocutoras estavam com os dedos indicadores esticados para o lado oposto da mesa. “Taí, é a Economia que não entrega o que promete” exclamou a Política alteando a voz. “É a Política, estúpido!”, contestou a Economia citando James Carville. E continuou: se as instituições de Estado não têm confiança da população brasileira, como pretender que investidores estrangeiros tenham?
Lido o artigo, só não me digam que o errado é o garçom.
_______________________________
* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

NO BLOG DO AUGUSTO NUNES
Augusto Heleno resumiu o que pensa o Brasil decente
O mimimi dos chantagistas
Por AUGUSTO NUNES
Do R7
Quinta-feira, 20/02/2020 - 16h57 (Atualizado em 20/02/2020 - 16h57)
Numa conversa com integrantes do governo Bolsonaro, o general Augusto Heleno resumiu o que acha da repulsiva voracidade exibida por uma multidão de congressistas no ataque ao Orçamento da União: 
—"Não podemos aceitar esses caras chantageando a gente", disse o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, completando o desabafo com um palavrão. Captado por uma transmissão ao vivo, o parecer deixou amuado o presidente da Câmara dos Deputados. Com cara de choro, Rodrigo Maia qualificou o general de "radical ideológico contra a democracia".
Haja cinismo. Maia e seus parceiros mais chegados sabem perfeitamente que a frase de Augusto Heleno não foi endereçada à instituição. "Esses caras" não são os parlamentares que tratam com respeito o dinheiro dos pagadores de impostos.
Esses caras são os deputados e senadores que aprovam indecências como o bilionário Fundo Eleitoral, engordam o obsceno Fundo Partidário e multiplicam a bolada das verbas impositivas. Esses caras não estão no Partido Novo. Estão no Centrão, infestam o conglomerado oposicionista. São esses caras que elegem os rodrigosmaias e davisalcolumbres.
Os brasileiros decentes subscrevem sem ressalvas o que disse Augusto Heleno. É hora de acabar com a desfaçatez dos chantagistas fantasiados de pais da Pátria .

NO BLOG DO ALEXANDRE GARCIA
O dia que o senador da retroescavadeira bateu de frente com a Câmara
Por Alexandre Garcia
[Quinta-feira, 20/02/2020] [21:51]
No mês de janeiro, a indústria brasileira teve o melhor desempenho dos últimos quatro anos. A Petrobras, que foi dilapidada pela corrupção, teve um lucro de R$ 40 bilhões no ano passado e produzindo 4 milhões de barris por dia.
O resultado financeiro da Caixa Econômica em 2019 foi o dobro do obtido no ano anterior e está entre os maiores bancos do País. Como o presidente do banco disse nesta quinta-feira (20), a Caixa era uma arca de Noé que distribuía as diretorias para partidos políticos. Agora, a Caixa está dando empréstimo imobiliário com juros de 8% ao ano.
Esse janeiro teve a melhor arrecadação dos últimos 25 anos. Além disso, fevereiro teve a menor inflação em 26 anos – segundo o IPCA +15 foi de 0,22%.
Enfim, são os resultados da economia. Como se dizia lá nos Estados Unidos: “é a economia estúpido”. A economia é a locomotiva da política. Dando certo a economia, tudo mais vem atrás.
Constituição “Frankenstein”
A repercussão do tiro que Cid Gomes levou foi tão grande que não tem como não voltar a comentar. Onde é que já se viu um senador da República pilotando uma retroescavadeira para derrubar a cerca de um quartel.
E onde é que já se viu do outro lado da cerca policiais mascarados em motim – não existe greve para PM. O desfecho foi terrível. Tomara que as forças federais consigam recuperar a segurança do Ceará.
Eu estava procurando a biografia de Cid Gomes e encontrei uma declaração dele da época em que era ministro da Educação de Dilma Rousseff, no dia 27 de fevereiro de 2015, na Universidade do Pará.
O senador disse que, na Câmara, tem entre 300 e 400 deputados que acham que “quanto pior melhor para eles”. Segundo Cid Gomes, esses deputados querem que o governo esteja frágil porque essa seria a forma de tirarem mais do governo para aprovar emendas impositivas.
O que disse o general Heleno não é inédito: um ministro de Dilma já tinha identificado a manobra. E esse é um grande problema que só se resolve mudando a Constituição, que como eu já afirmei, é uma carta “Frankenstein”.
A Constituição é um monstro que tira os poderes do presidente da República e dá para o Congresso, mas mesmo assim mantém com o presidente a responsabilidade de governar, que não está com o Congresso.
Compromisso com o País
O Congresso já está avisando que no segundo semestre não vai trabalhar por causa das eleições. 'Peraí', não é eleição municipal? O que eles têm a ver com isso? Eles são candidatos a vereador ou prefeito?
Pode até ter algum candidato a prefeito que precise se licenciar. Agora esses parlamentares precisam ter compromisso com o povo brasileiro, com as empresas nacionais, com os eleitores, com os pagadores de impostos. Esses esperam as reformas tributária e administrativa, por exemplo.

NO BLOG DO J. R. GUZZO
Que vírus contagioso é esse que infecta os ministros de Bolsonaro?
Por J.R. Guzzo
[Quinta-feira, 20/02/2020] [18:17]
Deve haver nos palácios de governo espalhados por este mundo afora uma doença chamada “palacite”. Ela vem de um vírus agressivo, altamente contagioso e imune, até agora, a qualquer vacina ou antídoto conhecido pela ciência humana. Seu efeito é desligar uma parte dos circuitos mentais das pessoas que vivem nesses habitats – aqueles que bloqueiam, naturalmente, que se diga em público coisas que só podem ser ditas no íntimo de cada um, ou só com a certeza absoluta de que não serão ouvidas por ninguém.
O presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, está contaminado há muito tempo; passa grande parte do seu horário de trabalho, aliás, dizendo o que não deve. Não importa se o que pensa está certo ou está errado – ele pode pensar o quanto quiser, só não pode sair dizendo por aí. O ministro Paulo Guedes, ainda outro dia, teve dois surtos seguidos dessa mesma "gripe".
O vírus parece ter pego, de uns tempos para cá, um outro habitante graduado – e põe graduado nisso – do Palácio do Planalto: o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, coisa que a imensa maioria dos brasileiros não sabe o que é, mas que todo mundo que entende de politica garante ser importantíssimo.
Pois esse general Heleno, homem tido como inteligente, razoável e altamente preparado para o exercício da função pública, foi afetado, ele também, pela “palacite”. Justo numa hora dessas, em que todo mundo acha essencial um esforço extra do governo para buscar a paz com quem está fora dele, o general se sai com um destampatório no qual diz que o Congresso tem reivindicações “insaciáveis” e que não se pode aceitar os senhores parlamentares “chantagearem a gente o tempo todo”.
É tudo o que os inimigos do governo pedem ao céu que aconteça – é mais água turva para a sua pescaria, uma dessas “crises” que se amontoam umas em cima das outras e abastecem de graça a oposição, mais todos os que torcem contra, com argumentos para dizerem que tudo vai mal no Brasil. O general Heleno não fez um discurso fazendo as acusações mencionadas acima, é claro; não se chegou a esse ponto. Mas disse aquilo tudo numa conversa com os ministros Paulo Guedes e Luiz Eduardo Ramos, no Palácio da Alvorada, e um áudio do que disse foi interceptado. Dá na mesma.
Não adianta nada, agora, o ministro reclamar que suas conversas pessoais foram violadas – é péssimo que seja assim, mas não estamos aqui num jogo entre cavalheiros. Ninguém precisa ensinar a um oficial-general do Exército que zelar pela segurança das suas comunicações é uma obrigação básica para alguém no cargo que ele ocupa. O ministro Heleno não quer que as palavras ditas em particular por ele sejam repetidas em público? Pois então que tome providências práticas para que isso não aconteça – ou não diga, simplesmente, aquilo que não quer que ninguém ouça. Não é que seja um problema insolúvel.
Se o governo Bolsonaro enfiar na própria cabeça, de uma vez por todas, que basta entregar resultados, na economia e na ação administrativa, para liquidar já a sua parada com a oposição, a vida política muda de cara no Brasil. Os adversários estão morrendo, literalmente, por falta de matéria prima para combater o governo. Mas a “palacite” descontrolada está dando a eles, a cada dia, a munição que não têm e não vão ter no futuro visível. Seus maiores colaboradores, hoje, estão dentro e nas vizinhanças do Palácio do Planalto.

NO JORNAL DA CIDADE
Os loucos trancaram os sãos no manicômio e invadiram as redações de jornais
Sexta-feira, 21/02/2020 às 10:54
Fotomontagem: Vera Magalhães e Patrícia Campos Mello
Jair Bolsonaro fez uma piada bem lixo e foi acusado de cometer "violência sexual" contra uma mulher (deve ser nova modalidade de estupro, o verbal).
O outro joga uma retroescavadeira contra seres humanos, e a imprensa inteira o apresenta como vítima.
A retroescavadeira? Um “desatino”.
Criminalista defendendo acusado por homicídio doloso agora tem um novo repertório retórico, cortesia da Vera Magalhães:
—“Meu cliente não quis matar, só cometer um desatino”.
Aqui na Terra do Nunca, contar uma piada ruim é mais grave que jogar um trator contra pessoas.
Isso aqui virou um imenso Casa Verde machadiano, em que os loucos trancaram os sãos no manicômio e ocuparam as redações e as universidades.
Por Rafael Rosset
Advogado

Quem diria, em 2019 a jornalista da Folha fez publicação de conotação jocosa com o “furo” de um amigo
21/02/2020 às 06:31
Fotomontagem: Daniel Rittner e Patrícia Campos Mello
Devido a repercussão do comentário, distorcido pela extrema imprensa, feito pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, acaba de vir à tona uma publicação de 2019 feita pela própria jornalista, que derruba todo o vitimismo encenado por ela.
A mídia, intencionalmente, interpretou  de forma maldosa, quando o presidente citou o termo “furo”, insinuando que a frase tinha cunho sexual. Bolsonaro referiu-se ao 'furo de reportagem'.
Por outro lado, Patricia, em junho de 2019, publicou em suas redes sociais agradecimentos por uma premiação que acabara de ganhar. Nos comentários da postagem, o jornalista do grupo Globo (Valor Econômico), Daniel Rittner, parabenizou-a pela conquista.
—“Parabéns, Patrícia!!! Merecidíssimo!”, escreveu Rittner.
A jornalista da Folha, surpreendentemente, respondeu maliciosamente:
—“Brigada, Daniel, o cara que me dá mais furo nesse mundo hahahah”.
Ela sim, usou o termo “furo” com conotação pejorativa, tanto é que acrescentou risadas ao fim da resposta.
Confira:
Publicação de Patrícia Campos Mello no Twitter
Comentário de Daniel Rittner e resposta de Patrícia Campos Mello no Twitter
Da Redação

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