SEGUNDA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 14/11/2019

NO BR POLÍTICO
Brasil cogita acordo de livre comércio com a China
Quarta-feira, 13 de nov. de 2019 21:52
Por Vera Magalhães
 
Anúncio de negociação antecede cúpula dos Brics, marcada também por invasão da embaixada da Venezuela em Brasília
Surpresa. Paulo Guedes surpreendeu ao anunciar a negociação para o estabelecimento de uma área de livre comércio entre Brasil e China. A surpresa se deve à aproximação do governo brasileiro com a China justamente no momento em que o País e os Estados Unidos, que Jair Bolsonaro sempre elege como parceiro prioritário tanto comercial quanto politicamente, travam uma disputa tarifária e comercial.
Abertura total. Guedes disse que o acordo ainda está embrionário e não deu muitos detalhes de seu cronograma e sua extensão, mas afirmou que o Brasil não se preocupa nem com a possibilidade de isso implicar em redução do nosso superávit comercial com a China, pois o importante seria estabelecer um fluxo de compra e venda de produtos ainda mais intenso e livre de taxações.
Guinada. Do ponto de vista ideológico, trata-se de uma guinada, que já vinha se pronunciando desde a visita de Bolsonaro a Pequim. Na ocasião, o presidente brasileiro chegou a dizer que a China praticava capitalismo. No início do governo, uma visita de parlamentares do PSL ao país asiático provocou uma saraivada de críticas do guru bolsonarista Olavo de Carvalho, que via uma conspiração do governo comunista chinês para espionar o Brasil com a entrada de produtos de tecnologia chinesa, como celulares, no País.
Sinais trocados. O anúncio de Guedes ocorre no dia em que o dólar fechou em R$ 4,18, segundo maior valor do Plano Real, justamente porque as negociações por uma trégua na guerra entre EUA e China travaram, pela recusa de Pequim de comprar mais produtos agrícolas norte-americanos. Nesse cenário, Washington pode ler que o Brasil vira uma peça que a China usa para reforçar suas posições no conflito.
Continente conflagrado. Enquanto isso, em Brasília, o forte esquema de segurança montado para a cúpula de chefes de Estado dos Brics não impediu um confronto com a invasão da embaixada da Venezuela por partidários de Juan Guaidó, que reivindicavam assumir o controle das atividades diplomáticas pelo fato de o Brasil apoiar o presidente autoproclamado e não reconhecer o regime de Nicolás Maduro.
Polarização, presente! O assunto rapidamente virou mais um tema para a polarização extrema da política brasileira. Petistas e outros parlamentares de esquerda foram para a frente da embaixada prestar apoio aos diplomatas enviados por Maduro, enquanto Eduardo Bolsonaro passou a entusiasticamente defender a tomada da embaixada pelos partidários de Guaidó.
Treta local. E nem o fato de ser anfitrião da importante cúpula dos Brics afastou Bolsonaro daquilo que ele mais gosta: uma boa treta doméstica. Vazou uma conversa em que o presidente se lamenta com o autoproclamado príncipe Luiz Philipe de Orleans e Bragança por ter escolhido "esse" Hamilton Mourão como vice, e não ele. A partir disso, o dissidente Alexandre Frota declarou que o príncipe teria sido preterido por um dossiê que chegou a Bolsonaro ligando Bragança à prática de suruba gay e a agressões a moradores de rua. Tudo muito republicano quando líderes mundiais estão em Brasília para tratar de coisas relevantes para a geopolítica e a economia do Brasil e do bloco.

Por Marcelo de Moraes
 
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NA COLUNA DE J.R. GUZZO
J.R. Guzzo: Rosa Weber e Celso de Mello falam Português?
Quem ouve os ministros do Supremo lendo suas sentenças não consegue entender nada
Por José Roberto Guzzo, no O Estado de S.Paulo
Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 | 17h22
O Artigo 13 da Constituição Federal diz que “a Língua Portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil”. Mas quem ouve a ministra Rosa Weber ou o ministro Celso de Mello, por exemplo, lendo no plenário do Supremo Tribunal Federal a papelada em que escrevem as suas sentenças não consegue entender coisa nenhuma do que estão dizendo. É Português, aquilo? As palavras estão no Aurélio, é verdade, mas alguma coisa está muito errada com todo o resto, pois o patuá com que se dirigem ao público é perfeitamente incompreensível. 
Existem problemas óbvios com a sintaxe, a morfologia, a semântica, a análise lógica, a sequência compreensível de frases, a conclusão de raciocínios e tudo o mais o que compõe uma gramática correta - e o resultado é que, ao invés de usar as palavras certas nos lugares certos, mandamento número 1 da linguagem bem falada ou escrita, usam as palavras erradas nos lugares errados.
Pode isso, Arnaldo? Não deveria poder, pois o cidadão brasileiro, pelo que diz a lei, tem o direito de ler ou ouvir em Português todo e qualquer documento público. Com o idioma que usam, a ministra Weber ou o ministro Mello poderiam muito bem falar em húngaro nas sessões, por exemplo - iria dar na mesma, já que ninguém vai entender nada de um jeito ou de outro.
Esses dois são casos desesperados, mas a maioria dos outros ministros não é muito melhor - acham que estão falando em “linguagem técnica”, ou “erudita”, quando estão apenas escondendo a sua incapacidade de se expressar em Português correto. É uma comprovação a mais do subdesenvolvimento deste País.


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