SEGUNDA EDIÇÃO DE 08/7/2019, SEGUNDA-FEIRA

NO O ANTAGONISTA
13 é PSOL
08.07.19 06:50
O PT, para tentar sobreviver em 2020, vai virar um puxadinho do PSOL e do PCdoB.
Diz O Globo:
“São dadas como certas adesões dos petistas às candidaturas de Marcelo Freixo, no Rio, e Edmilson Rodrigues, em Belém (…).
O PT ainda prevê aliança em torno de Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre (…).
Partidos de esquerda também costuram alianças em Belo Horizonte e Florianópolis. Nas duas cidades, já houve reunião entre representantes do PT, PSOL e PCdoB.”

Os favoritos do Intercept
08.07.19 07:02
Os defensores dos réus e presidiários da Lava Jato combinaram publicar artigos entre um vazamento e outro de Glenn Greenwald, a fim de desgastar Sergio Moro.
A estratégia é simples.
Neste domingo, por exemplo, o Estadão publicou um texto contra a Lava Jato escrito pelo advogado Geraldo Prado, que mereceu o elogio entusiasmado de Glenn Greenwald, em sua página no Twitter.
O jornal omitiu, porém, que Geraldo Prado é autor de pareceres para a defesa de Lula, e que assinou uma ADC protocolada pelo PCdoB no STF, para impedir a prisão em segundo grau.

As conversas do mensaleiro
08.07.19 07:19
Jair Bolsonaro continua mantendo contato com um dos principais caciques do Centrão: o mensaleiro Valdemar Costa Neto, chefe do PL, o antigo PR.
Leia a nota completa na Crusoé.

Os parceiros de Greenwald
08.07.19 07:27
Nelson Jobim é defensor de Lula.
Ele é também sócio de André Esteves no BTG Pactual, que financiou a compra da Veja.
Nesta segunda-feira, em entrevista para o UOL, Nelson Jobim atacou Sergio Moro e a Lava Jato, citando as mensagens vazadas por Glenn Greenwald.
Alguma dúvida?

Isso não é nada bom
08.07.19 07:58
Nelson Jobim, defensor de Lula e sócio de André Esteves, disse para o UOL:
“Como você prova a parcialidade? Se fica demonstrado claramente de que na base de tudo isso tiveram contatos e relações do juiz julgador com o agente acusador, discutindo estratégias de condução do processo, evidentemente que é parcialidade (…).
Examinando isto que aparece nessas notícias do Intercept, que ao que tudo indica são corretas e verdadeiras, ele teve uma conduta não adequada para um juiz de Direito. Em hipótese alguma, poderia um juiz de Direito ter contatos com o Ministério Público ou mesmo com a defesa para orientar procedimentos. Isso não é nada bom.”
O arquivo de O Antagonista está abarrotado de posts sobre Nelson Jobim.
Só para citar alguns:
- Em 2015, ele orquestrou o fatiamento da Lava Jato.
Em seguida, ele atacou Sergio Moro e a Lava Jato.
- Em 2017, Nelson Jobim argumentou que Lula preso era um cabo eleitoral imbatível, ao mesmo tempo em que articulava o indulto do presidiário no STF.
Não, isso não é nada bom.

Odebrecht sem Odebrecht
08.07.19 07:40
Uma proposta de Sergio Moro para o pacote anticrime foi destacada por José Nêumanne:
“Tenho criticado com veemência nos últimos dias a recuperação judicial da Odebrecht no prazo recorde de um dia pelo juiz João de Oliveira Filho.
A respeito dessa discussão sobre o que gerou a crise, a corrupção ou seu combate, trago aqui proposta importante do ministro da Justiça, Sergio Moro, em entrevista ao Correio Braziliense no fim de semana: ‘alguma fórmula de colocarmos em nossa legislação a possibilidade de uma transferência do controle acionário de empresas grandes que se envolvam em corrupção'”.

PF trabalha
08.07.19 08:15
A PF está trabalhando em silêncio para capturar os criminosos que invadiram os telefones celulares dos procuradores da Lava Jato.
Só a prisão do hacker poderá desarticular o golpe da ORCRIM.

Sócio de Dario Messer na mira do BC
08.07.19 08:39
O doleiro Bruno Farina foi intimado pelo Banco Central para explicar suas operações de compra e venda de dólares por meio do “banco dos doleiros”, diz a Crusoé.
Farina era uma espécie de sócio de Dario Messer, conhecido como doleiro dos doleiros, ou doleiro do PT.
Leia a nota completa aqui.

O salto de 11 pontos de Bolsonaro
08.07.19 08:52
“Uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta segunda-feira aponta um salto de 11 pontos da aprovação do presidente Jair Bolsonaro na parcela mais rica da população brasileira”, diz O Globo.
“De acordo com o levantamento, o percentual dos que avaliam a gestão como ótima ou boa é de 52% na faixa dos que ganham acima de dez salários mínimos. No levantamento anterior, em abril, este percentual era de 41%.”
É o efeito Verdevaldo, que uniu a parcela mais instruída do eleitorado, composta por aqueles que rejeitam a soltura de Lula e o retorno ao poder da ORCRIM.

“Intercept ou Pavão Misterioso?”
08.07.19 09:00
Janaina Paschoal comentou os mais recentes vazamentos ilegais:
“Intercept ou Pavão Misterioso? Ou os dois? Sigo observando…
Só digo uma coisa: se Moro e Lava Jato estavam mesmo preocupados em desmascarar a ditadura na Venezuela, ditadura financiada pelo governo petista, gosto ainda mais deles.
Ditadura é ditadura, não importa se de direita ou esquerda. Revelar os meandros do financiamento a ditaduras não constitui ilicitude. Pelo contrário, constitui dever! Os líderes do petismo são diretamente responsáveis pelo que ocorreu e ocorre na Venezuela. Os omissos também!”

PF captura chefes de máfia italiana
08.07.19 09:16
A PF de Sergio Moro, além de combater o crime organizado brasileiro, está combatendo também os grupos mafiosos italianos.
Leia a nota sobre a Operação Barão Invisível:
"A Polícia Federal cumpriu, na manhã de hj (08/7), dois mandados de prisão para fins de extradição, de cidadãos italianos suspeitos de trabalhar para o braço da máfia italiana na América do Sul, conhecido como “Ndrangheta”
O grupo mafioso, baseado na região da Calábria, no sul de Itália, controlaria 40 por cento dos envios globais de cocaína, sendo o principal esquema criminoso importador para a Europa.
Um dos presos já tem condenação por tráfico e associação para tráfico de drogas na Itália (com pena fixada em 14 anos de prisão).
O outro, filho do primeiro criminoso, ocupava ao menos três apartamentos na cobertura de prédio de alto padrão, no litoral paulista.
Ambos estavam foragidos desde de 2014, havendo notícia de que passaram por Portugal e Argentina, utilizando-se de nomes falsos.
A cobertura onde foram presos possuía sofisticado sistema de vigilância, com câmera dome 360 na área externa, o que possibilitava identificar todos as pessoas que acessavam o prédio.
Foram encontrados em poder dos presos, até o momento, duas pistolas, dinheiro em espécie e veículos.
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Representação da Polícia Federal junto à Interpol, em cooperação à Polícia Italiana.

NO PUGGINA.ORG
O GRITO DOS MAUS E O SILÊNCIO DOS BONS
Por Percival Puggina
Artigo publicado em 08.07.2019
Atribui-se a Martin Luther King o mérito de haver resumido o sentimento de tantos ao afirmar que o silêncio dos bons o preocupava mais do que o grito dos maus. Não obstante, criei-me ouvindo que o bem não faz alarde e isso me parecia, de fato, adequado à bondade, à virtude, à caridade.
Foi muito a contragosto, então, que, enquanto as décadas se sucediam, fui vendo o mal, travestido de bem e fazendo toda a gritaria possível, ampliar seus espaços, avançar e tomar posições indicativas de consistente hegemonia. Há 34 anos, quando comecei a escrever e a gritar contra isso, éramos poucos, dispersos e mal vistos.
O grito dos maus fez o Brasil afundar em complexo de inferioridade. Ensinaram-se alunos a desprezar nossa História e raízes e a afirmar que nossos males correspondem a culpas alheias. Ao mesmo tempo, foram sendo destruídos os valores morais, incentivado um conceito libertino de liberdade e promovida uma decadência estética. Bandidos foram mitificados, os crimes tolerados e a criminalidade expandida. Agigantou-se o Estado e o valor do indivíduo foi reduzido a dimensões liliputianas. Propagou-se tanta mentira e pós-verdade que os fatos ficaram irreconhecíveis. Tudo gritado e difundido como essência do Bem.
O silêncio dos bons aplainava a estrada e fornecia água ao longo do caminho para a gritaria dos maus que avançavam. Não me diga o leitor destas linhas que pode ser o contrário. Não me diga que o bem para uns pode ser o mal para outros e vice-versa, pois tal é o relativismo moral, árvore má bem conhecida por seus péssimos frutos. Para vê-los basta abrir a janela.
Foram as redes sociais que deram potência sonora à voz dos bons. É verdade que elas democratizaram o direito de dizer besteira, de mentir e de promover o mal, que sempre foi privilégio de alguns grandes veículos de comunicação. Mas democratizaram, também, a busca e difusão da verdade, da sabedoria, dos valores. Lembro-me que inúmeras vezes ouvi de cientistas políticos advertências no sentido de que, nas redes sociais, “falávamos para nós mesmos” porque elas agregavam as pessoas por afinidades. Não deveríamos, portanto, nos deixar iludir em meio às concordâncias que colhíamos àquilo que escrevíamos ou falávamos. Bendita agregação por afinidade! Foi dela que, mesmo no ambiente caótico e babélico das redes sociais, a voz dos bons começou a mudar o Brasil.
Resumindo: as redes sociais agregam por afinidade; agregam bons e agregam maus. Sendo aqueles muito mais numerosos do que estes, as redes se revelaram preciosas à democracia, tanto por reduzirem a influência de certos veículos e formadores de opinião quanto por, dando voz à maioria, estarem alterando peças no tabuleiro da política. Martin Luther King, se vivo fosse, estaria muito satisfeito.
______________________________
Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

NO INSTITUTO MILLENIUM
NADA DE ÚTIL
Por J.R. Guzzo
08/07/2019
A elite pensante do Brasil, que se imagina capaz de saber o tempo todo o que é o melhor para cada um de nós, frequentemente lembra o personagem do samba “Mocinho Bonito” — o clássico pé rapado de uma Copacabana de outras eras, que passa a vida fingindo ser o que não é. O mocinho, para quem nunca ouviu a história, é o “perfeito improviso do falso grã-fino”, que no “corpo é atleta, no crânio é menino”, e “além do ABC nada mais aprendeu”. Como conta a letra da canção, ele tem “pinta de conde” — mas nessa pinta só “se esconde um coitado, um pobre farsante que a sorte esqueceu”. Olha a nossa elite aí. Ela convenceu a si própria, e tenta convencer o resto do Brasil, que é a única classe de gente neste País realmente capacitada a pensar — e, por via de consequência, como gostava de dizer um antigo político de Minas Gerais, a responsável exclusiva por definir o que é virtude e vício, e separar o certo do errado. Mas na vida real não é nada disso. As cabeças que hoje pretendem falar por todos os brasileiros são puro dinheiro falso; por trás da sua pose de conde o que existe é apenas a média da mediocridade nacional vigente.
O que é, na prática, essa elite — ou quem faz parte dela? Não é, com certeza, a “zelite” do ex-presidente Lula, um ente em estado gasoso que ele mesmo jamais conseguiu definir. (Como não explica, supõe-se que a “zelite” seja apenas o conjunto dos seres humanos que não esteja de acordo com ele — porque milionário, gente que manda, empresário “campeão”, empreiteiro de obra e o resto dessa turma nunca tiveram um amigo de fé-irmão-camarada tão dedicado quanto Lula.) Também não é aquilo que os livros de Sociologia definem como “burguesia nacional”, nem o pessoal que vai à shopping center, nem a “classe A” dos institutos de pesquisa, ou, simplesmente, quem tem mais dinheiro que você. A elite a que se refere este artigo é a classe social descrita por ela mesma como civilizada, instruída, progressista, “antenada” — as pessoas que se consideram habilitadas, em suma, a dizer como o Brasil deve ser governado e como o brasileiro deve se comportar. Antigamente, nos países considerados cultos, esse bioma social era chamado de intelligentsia. Aqui, considerando-se a soma do que pensam, querem e dizem, formam a 'burritsia'.
Basicamente, faz parte da elite pensante quem influi em alguma coisa, ou se acha capaz de influir. É quem aparece no jornal, fala no rádio e dá entrevista na televisão. É o “especialista” — quer dizer, o sujeito que se especializa, quase sempre, em dizer aquilo que os comunicadores sociais querem que ele diga. É quem dá aula na universidade — ou, pelo menos, está em sua folha de pagamento. Em geral consideram-se “europeus”, embora tomem Nova York, Harvard e as vanguardas americanas do que se chama “diversidade” como santuários da civilização moderna. Acham que o povo brasileiro é altamente insatisfatório. Gosta de combate à corrupção, quando deveria gostar da OAB. Gosta de político ladrão na cadeia, quando deveria gostar do Congresso. Gosta da Polícia, quando deveria gostar da Anistia Internacional, da CNBB e do STF. Não sabe votar, quando elege candidatos proibidos por quem tem qualificação para pensar corretamente em política; por conta de sua ignorância, despreparo e maus hábitos, acaba escolhendo gente errada para governar o País. Têm horror a Donald Trump. Vivem preocupados com o avanço da direita mundial. Nunca vão a manifestações de rua desautorizadas — ou seja, tidas como ameaça potencial às instituições.
Qual a utilidade de se falar disso? Uma delas é sugerir uma regra que pode ajudar o leitor a economizar tempo e ansiedade: se a maioria da elite pensante, a autoridade intelectual e os “especialistas no assunto” estão dizendo alguma coisa, pela mídia ou em seus discursos, acredite no exato contrário. Dificilmente você estará errado. Na mesma linha, quando lhe disserem que 2 mais 2 são 22, coisa que acontece com frequência cada vez maior, não se impressione; estão dizendo apenas um disparate. Continue acreditando que são 4 — é garantido que você vai se dar bem. Nove vezes em dez, o que parece ser a lógica será mesmo a lógica. É bom sempre ter em mente, enfim, quem está dizendo uma boa parte do que se ouve o tempo todo por aí. Parecem figuras muito sérias. Mas são apenas o perfeito improviso do falso entendido, que por trás da pose de conde nada têm a oferecer de útil a alguém. Enquanto o mundo avança cada vez mais em busca da inteligência artificial, nossa elite está fazendo o possível para descobrir justo o contrário.
Fonte: Veja, 06/07/2019
J.R. GUZZO
José Roberto Guzzo é do Conselho Editoral da Abril e colunista das revistas "Exame" e "Veja".


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