TERCEIRA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2019

NO O ANTAGONISTA
Mourão diz que sigilo da Previdência está sendo reavaliado
Segunda-feira, 22.04.19 13:58
O general Hamilton Mourão disse hoje que o sigilo de estudos que embasaram a reforma da Previdência foi uma decisão da equipe econômica para “preservar as reformas do governo”.
O vice ponderou, em conversa há pouco com jornalistas, que o caso está sendo reavaliado.

Gilmar sobre Lula preso: “Tenho a impressão de que deveríamos ter esperado uma decisão definitiva”
22.04.19 13:55
Em Lisboa, antes da abertura do evento jurídico organizado por ele, Gilmar Mendes comentou a situação de Lula, preso em Curitiba há mais de um ano por corrupção e lavagem de dinheiro.
“Tenho a impressão de que deveríamos ter esperado uma decisão definitiva, não a decisão de segundo grau. Mas isso já ficou superado.”
O ministro acrescentou:
“Temos que aferir isso no processo. Não me consta que isso foi discutido no processo. Temos que examinar com todo cuidado. A questão será examinada pelo STJ e, depois, pelo STF, quando for pertinente.”

PF quer mais tempo para investigar ligações de Adélio
22.04.19 13:37
A Polícia Federal pedirá amanhã mais 90 dias para concluir a investigação que busca saber se outras pessoas motivaram Adélio Bispo de Oliveira a tentar matar Jair Bolsonaro, informa Matheus Leitão, no G1.
Nesta última fase, a PF estuda as relações dele no trabalho, locais onde morou e de pessoas que fizeram contato por meio de e-mails, telefones e redes sociais. Até o momento, no entanto, a PF sustenta a tese de que ele agiu sozinho.

AGU volta a defender inquérito aberto por Toffoli
22.04.19 13:16
Mesmo após a censura à Crusoé e a O Antagonista, a Advocacia Geral da União defendeu, de novo, o inquérito aberto por Dias Toffoli para investigar supostas ameaças e ofensas aos ministros do STF.
Desta vez, o órgão opinou na ação da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) que busca impedir investigações sobre membros do Ministério Público críticos às decisões do STF.
André Mendonça considera que não há provas de que eles seriam alvos.
Na manifestação enviada ao STF, também entendeu não ver problemas na designação de Alexandre de Moraes como relator, por designação e não sorteio; e que, com o inquérito, o STF não terá poder para apresentar denúncia, mas somente investigar.

Ex-PGR defende arquivamento do inquérito do STF
22.04.19 13:01
O ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel defendeu o arquivamento do inquérito aberto por Dias Toffoli para apurar supostos ataques ao STF.
Ele disse ao G1:
“Afirmo o entendimento de ser inteiramente favorável ao arquivamento proposto pela doutora Raquel Dodge. Diante das graves falhas que comprometem a regularidade do inquérito desde o seu início, a única alternativa razoável é o seu arquivamento.”

Ibaneis em Lisboa, primeira-dama do DF no camarim de Anitta
22.04.19 12:49
Uma forte chuva caiu ontem em Brasília, derrubando árvores, provocando alagamentos e interrompendo o fornecimento de energia em vários pontos da capital.
Na UnB, aulas foram suspensas.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) pegou um avião e se mandou para Lisboa, onde também participa do evento jurídico organizado pelo IDP, de Gilmar Mendes.
Brasília completou ontem 59 anos, com um show da Anitta na Esplanada dos Ministérios. Em razão da chuva, o público foi de apenas 6 mil pessoas — a festa custou aos cofres públicos 3 milhões de reais, e a primeira-dama do DF garantiu sua visita ao camarim da cantora.

PGR diz que resposta a Moraes virá no “momento oportuno”
22.04.19 12:38
A assessoria de Raquel Dodge diz que a PGR se manifestará no “momento oportuno” sobre a decisão de Alexandre de Moraes de rejeitar o arquivamento do inquérito inconstitucional que acabou levando a censura à Crusoé e a O Antagonista.
Moraes continua dizendo que a informação sobre Toffoli ser “o amigo do amigo de meu pai”, segundo Marcelo Odebrecht, estava em documento sigiloso. Não é verdade. Estava nos autos da Lava Jato, como a Crusoé já repetiu exaustivamente.

Moro e Moraes em Lisboa
22.04.19 12:11
Sergio Moro, como anunciado nas últimas semanas, também está em Lisboa para participar do evento jurídico organizado pelo IDP, de Gilmar Mendes.
Célia Froufe, do Estadão, divulgou uma foto tirada por ela do ministro da Justiça conversando nos corredores com o ministro Alexandre de Moraes, do STF.


Veja a imagem:
 

Moraes diz que inquérito do STF vai continuar
22.04.19 12:05
Em Lisboa para o evento jurídico do IDP, de Gilmar Mendes, o ministro Alexandre de Moraes também sinalizou que o inquérito aberto por Dias Toffoli para apurar supostos ataques ao STF vai continuar.
“Nós vamos continuar investigando, principalmente – e esse é o grande objetivo do inquérito aberto por determinação do presidente do Supremo – as ameaças aos ministros do STF.”
Segundo o ministro, há “um verdadeiro sistema que vem se montando para retirar credibilidade das instituições”.
“Foi necessária a abertura de um inquérito por parte do Supremo Tribunal Federal porque inúmeros fatos foram ocorrendo. Vários ofícios partiram, nos últimos cinco seis meses, da presidência do Supremo pedindo alteração, e infelizmente não houve apuração devida. Isso concentra essa apuração para depois distribuir aos órgãos competentes.”
Os ministros do STF precisam segurar essa rapaziada que está rasgando a Constituição.

Bispo é impedido de realizar lava-pés na Venezuela
22.04.19 12:01
Duda Teixeira, na Crusoé, informa que o bispo católico Mario Moronta, da Venezuela, foi impedido de entrar em uma penitenciária na cidade de Táchira para o tradicional lava-pés, na última quinta-feira.
O religioso atraiu a ira do ditador Nicolás Maduro após publicar uma carta aberta aos membros das Forças Armadas, dias antes da entrada de ajuda humanitária no país.

Raquel pede ao STF que negue pedidos do PT e PDT para restringir atuação do Ministério Público
22.04.19 11:53
Em petição enviada hoje ao STF, Raquel Dodge opinou pelo indeferimento de pedidos apresentados pelo PT e PDT contra a atuação do Ministério Público na destinação de valores decorrentes de acordos celebrados no Brasil ou no exterior.
A procuradora-geral da República destaca que os partidos não apontaram preceito fundamental violado a partir de um ato concreto do Poder Público – no caso, o Poder Judiciário.
“Na realidade, a petição inicial apresenta fundamentos genéricos e contrários à função penal do Ministério Público, qualificada pela parte autora como inadequada, e que observaria preceitos legais apontados como inconstitucionais quanto à forma de sua interpretação e aplicação.”

É normal intimar jornalista a ir à PF, por notícia verdadeira?
22.04.19 11:17
Como registramos, Gilmar Mendes achou normal terem censurado a Crusoé e O Antagonista.
É a censura que não é censura.
E intimar Mario Sabino, como jornalista, a comparecer à PF, antes de o STF, agora transformado em Corte Editorial, verificar que a notícia era verdadeira? Também é normal?


NO INSTITUTO MILLENIUM
OS POBRES E OS RICOS
Por J.R. Guzzo
Sábado, 20/04/2019
E então: depois de ouvir durante meses, ou anos, toda essa discussão sobre a “reforma da Previdência”, você está achando que ela é “contra os pobres”? Ou acha que é exatamente o contrário? Ou, ainda, não acha nem uma coisa nem outra, porque não tem mais paciência para continuar ouvindo essa conversa que não acaba mais? Anime-se. O professor gaúcho Fernando Schüler, conferencista e consultor de empresas, tem a solução definitiva para o seu problema. Se a reforma da previdência fosse contra os pobres, explicou Schüler dias atrás, já teria sido aprovada há muito tempo, e sem a menor dificuldade. Pela mais simples de todas as razões: tudo aquilo que prejudica o pobre diabo que está tentando não morrer de fome, e não tem tempo para fazer “articulação política”, passa como um foguete da NASA pelas duas casas do Congresso deste País. Passa tão depressa, na verdade, e com tanto silêncio, que ninguém nem fica sabendo que passou. 
A reforma proposta pelo governo só está encontrando essa resistência desesperada do PT, dos seus satélites e da massa da politicalha safada porque é, justamente, a favor dos pobres e contra os ricos. Cem por cento contra os ricos ─ no caso, algumas dezenas de milhares de funcionários públicos com salário-teto na casa dos 40.000 reais por mês, sobretudo nas camadas mais altas do Judiciário e do Legislativo. São esses os únicos que vão perder, e vão perder em favor dos que têm menos ou não têm nada.
Não parece possível, humanamente, eliminar de maneira mais clara as dúvidas sobre a reforma da Previdência. Alguém já viu, em cerca de 200 anos de existência do Congresso Nacional, alguma coisa a favor de rico dar trabalho para ser aprovada? 
Ainda há pouco, só para ficar num dos exemplos mais degenerados do estilo de vida dessa gente, deputados e senadores aprovaram o pagamento de 1,7 bilhão de reais para a “campanha eleitoral de 2018” ─ dinheiro vivo, saído diretamente dos seus impostos e entregue diretamente no bolso dos congressistas. São os mesmos, em grande parte, que agora viram um bando de tigres para “salvar os pobres” da reforma. Poderiam ser mencionados, aí, uns outros 1.000 casos iguais, em benefício exclusivo da manada que tem força para arrancar dinheiro do Erário público. No caso da Previdência a briga é para conservar os privilégios de ministros, desembargadores, procuradores, auditores, ouvidores, marajás da Câmara dos Deputados, sultões do Senado e toda a turma de magnatas que conseguem ganhar ainda mais que o teto e exigem, ao se aposentar, os mesmos salários que ganham na ativa ─ algo que nenhum outro brasileiro tem.
Não adianta nada, com certeza, apresentar números, fatos e provas materiais que liquidam qualquer dúvida sobre a injustiça rasteira de um sistema que se utiliza da lei para violar o princípio mais elementar das democracias ─ o de que todos os cidadãos são iguais em seus direitos e em seus deveres. 
A Previdência brasileira determina, expressamente, que os cidadãos são desiguais; quem trabalha no setor privado, segundo as regras que se pretende mudar, vale menos que os funcionários do setor público e, portanto, tem de receber aposentadoria menor. Quando se demonstra essa aberração com a Aritmética, a esquerda diz que as contas não valem, pois se baseiam em “números ilegais”. 
Não há, realmente, como continuar uma conversa a partir de um argumento desses ─ e nem há mesmo qualquer utilidade prática em conversar sobre o assunto. Os defensores dos privilégios não estão interessados em discutir número nenhum; estão interessados, apenas, em defender privilégios. Por que raios, então, iriam perder seu tempo se aborrecendo com fatos?
O que existe, no fundo, é uma questão que vai muito além da Previdência Social. É a guerra enfurecida que se trava no Brasil para manter exatamente como estão todas as desigualdades materiais em favor das castas que mandam no Estado ─ todas as desigualdades, sem exceção, e não apenas a aposentadoria com salário integral. Sua marca registrada é um prodigioso esforço de propaganda para fazer as pessoas acreditarem que o agressor está do lado dos agredidos ─ e que qualquer tentativa séria de defender o pobre é uma monstruosidade que precisa ser queimada em praça pública. 
Acabamos de viver, justo agora, um dos grandes momentos na história dessa mentira que faz do Brasil um dos países mais injustos do mundo ─ quando o ministro Paulo Guedes foi à Câmara para explicar, com paciência de monge beneditino e fatos da lógica elementar, a reforma da Previdência. O PT fez o possível para impedir o ministro de falar. Ao fim, tentou ganhar pelo insulto. Um deputado de segunda linha faturou seus 15 minutos de fama dizendo que Guedes era bravo com “os aposentados”, mas “tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso País”.
A grosseria serviu para três coisas. Em primeiro lugar, fez o deputado ouvir que “tchutchuca é a mãe”. Em segundo lugar, levou o ex-presidente Lula a dizer, da cadeia, que estava “orgulhoso” com a agressão ─ mais um sinal, entre tantos, do bem que ele fará pelo Brasil se for solto ou premiado com a “prisão domiciliar”. Em terceiro lugar, enfim, abriu mais uma avenida-gigante para se dizer quem é quem, mesmo, em matéria de “tchutchuca” com os ricos, parasitas e piratas neste País ─ “tchutchuca” na vida real, como ela é vivida na crueza do seu dia a dia, e não na conversa de deputado petista. 
Aí não tem jeito: os fatos, e puramente os fatos, mostram que Lula, guiando o bonde geral da esquerda verde-amarela, foi o maior “tchutchuca” de rico que o Brasil já teve em seus 500 anos de História; ninguém chegou perto dele, e nem de forma tão exposta à luz do Sol do meio dia. Pior: o ex-presidente não foi só a grande mãe gentil dos ricos. Foi também a fada protetora dos empreiteiros de obras bandidos, dos empresários escroques e dos variados tipos de ladrão que tanto prosperam em países subdesenvolvidos ─ as “criaturas do pântano”, como se diz.
O desagradável desta afirmação é que ela tem teores mínimos de opinião; só incomoda, ao contrário, porque sua base é uma lista sem fim de realidades que há muito tempo estão acima de discussão. 
Vamos lá, então, coisa por coisa. Não há dúvida nenhuma, já que é preciso começar por algum lugar, que o maior corruptor da História do Brasil, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, passou de mãos dadas com Lula os oito anos de seu governo ─ noves fora o paraíso que viveu com Dilma Rousseff. Quem diz que Odebrecht é um delinquente em modo extremo não é este artigo; é ele mesmo, que confessou seus crimes, delatou Deus e o mundo e por conta disso está preso até hoje ─ em prisão domiciliar, certo, mas preso. Também não foi o seu filho, nem qualquer cidadão que você conheça, quem conseguiu receber 10 milhões de reais da empreiteira Andrade Gutierrez como investimento numa empresa de vídeo games. Foi o filho de Lula. Os 10 milhões sumiram; a empresa faliu. A Andrade Gutierrez lamenta: o negócio não deu certo, dizem eles, e a gente perdeu todo o dinheiro que deu para o Lulinha. Uma pena, não é? Mas acontece com as melhores empresas do mundo. O empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, réu confesso, delator e hoje presidiário, foi o grande protetor e protegido de quem? De Lula ─ a quem, por sinal, denunciou no fatal triplex do Guarujá. Querem mais? É só chamar o Google.
Em dezesseis anos de Lula e Dilma, na verdade, não se conhece um único caso de rico prejudicado pelo governo ─ a não ser os produtores rurais roubados pelos “movimentos sociais” do PT e outras vítimas da criminalidade oficial. Os banqueiros, por exemplo, jamais ganharam tanto dinheiro na história da economia brasileira como durante o reinado da esquerda. Não apenas foram protegidos contra qualquer espécie de concorrência ─ liberdade econômica, no lulismo bancário, só vale na hora de deixar os bancos cobrarem os juros mais altos do mundo. Foram os maiores beneficiários da dívida pública alucinante que Lula e o PT tanto se orgulham de ter criado, pois na sua cabeça isso é sinal de que “o governo está se endividando para ajudar os pobres” ─ quando, na verdade, faz a população pagar 100 bilhões de dólares por ano em juros que vão para os bolso dos “rentistas”, a começar pelos banqueiros. Também não há precedentes de tanta caridade pública para empresários amigos quanto na era Lula-PT. Quem foi mais “tchutchuca” de Eike Baptista, Joesley Batista e outros abençoados do BNDES? Quem inventou a Sete Brasil, uma das aberrações mais espantosas jamais criadas pelo capitalismo de compadres do Brasil? Do começo ao fim, foi apenas uma arapuca para vender sondas imaginárias à Petrobras e “ressuscitar a indústria naval brasileira” ─ vigarice de terceira categoria que fez obras e empregos virarem fumaça quando a ladroagem toda veio abaixo.
A esses bem-aventurados da elite brasileira, de quem a esquerda se diz tão horrorizada, mas a quem serve com a devoção de moleque de senzala, juntam-se os ladrões puros e simples. Em que outra ocasião da história política do Brasil o roubo do Tesouro Nacional viveu dias de tanta glória como nos governos de Lula e seus subúrbios? Basta, provavelmente, citar um nome para se entender o processo inteiro: Sérgio Cabral. Precisa mais? O homem soma quase 200 anos de prisão, confessou um caminhão de crimes e tornou-se, possivelmente, o governador mais ladrão que a Humanidade já conheceu. Mas foi um dos grandes heróis de Lula ─ não se esquecerá jamais o mandamento público do ex-presidente, dizendo que votar em Cabral era “um dever moral, ético e político”. E quem foi o grande inventor de Antônio Palocci? Nada mais típico do que Palocci, transformado por Lula em vice-rei da sua Presidência. O cidadão se apresentava como “trotskysta”, ou, tecnicamente, como militante da extrema esquerda. Roubou tanto, segundo suas próprias confissões, que jamais se saberá ao certo o prejuízo que deu. Só o apartamento em que mora em São Paulo, e onde cumpre hoje sua “prisão domiciliar” vale mais que o patrimônio que 99% dos brasileiros vão obter durante todas as suas vidas. Isso não é ser rico? E se Palocci não é uma criatura de Lula, de quem seria, então?
A verdade é que durante todo o período em que a esquerda mandou no governo o Brasil continuou sendo um dos países de maior concentração de renda em todo o mundo. Em dezesseis anos de lulismo, foi massacrado sem trégua o principal instrumento de melhoria social que pode existir num país ─ a educação pública. Pelos últimos dados do Banco Mundial, a média da população brasileira só vai atingir o mesmo índice de compreensão da matemática existente nos países desenvolvidos daqui a 75 anos. Essa é a boa notícia; em matéria de leitura, vamos precisar de mais 260 anos para chegar lá. É o resultado direto do abandono da edução dos pobres em benefício da educação dos ricos. Por conta dos programas de “democratização” da universidade de Lula e Dilma, o Brasil gasta quatro vezes mais por ano com um aluno da universidade pública, ou cerca de 21.000 reais, do que com um garoto que está no ensino básico. Queriam o que, com essa divisão do dinheiro público que se gasta na educação?
Em matéria de ação pró-pobre, houve muita propaganda, muito filminho milionário de João Santana ─ mais um réu confesso de corrupção ─ mostrando a clássica “família negra feliz com mesa farta carrinho na porta. tomando avião etc., mas essas fantasias quase só existiam na televisão. Dinheiro, que é bom, foi para o bolso dos nababos, dos Marcelos e Eikes e Geddels. Foi para ditadores da África ─ o filho de um deles, por sinal, é um fugitivo da polícia internacional. Foi para obras em Cuba e na Venezuela. Foi para os “prestadores de serviço”, ONGs amigas e artistas da Lei Rouanet. Foi, num país de 200 milhões de habitantes, para os barões mais bem pagos de um funcionalismo público que já soma quase 12 milhões de pessoas entre União, Estados e Municípios ─ 450.000 só nesse Ministério da Educação que produz a catástrofe descrita acima. Para a pobrada sobrou o programa oficial de esmolas do Bolsa Família, ideal para perpetuar a miséria, ou pior que isso ─ segundo o Banco Mundial, de novo, 7 milhões de brasileiros caíram abaixo da linha da pobreza apenas de 2014 para 2016. Quem gerou essa desgraça? Não foi o governo da Cochinchina, nem o ministro Paulo Guedes.
A situação fica definitivamente complicada para os pobres quando quem diz que está cuidando deles serve no exército do inimigo ─ aqueles que têm como principal razão de sua existência, talvez a única, defender direitos e princípios que são apenas presentes pagos com o dinheiro de todos.
Fonte: “Veja”, 19/04/2019.

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