SEGUNDA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2019

NO O ANTAGONISTA
Fux: “Estou chocado com tamanha leviandade”
Sexta-feira, 22.03.19 10:42
Luiz Fux está chocado com o vazamento para a Veja de uma denúncia contra ele.
Ele disse para a Folha de S. Paulo:
“Estou chocado com tamanha leviandade. Fica claro o desespero em querer ofender a honra e a dignidade de quem serve à Nação.”

O genro de Moreira Franco sabe
22.03.19 09:30
Por Diego Amorim
“A prisão de Michel Temer deixa claro, mais uma vez, que o fim do foro privilegiado é fundamental para enfrentar a corrupção no nosso País”, disse a O Antagonista o deputado Diego Garcia.
Os leitores deste site sabem que a PEC do fim do foro está prontinha para ser votada no plenário na Câmara.
Rodrigo Maia, genro de Moreira Franco, também sabe.

O celular atômico
22.03.19 09:08
A Crusoé publica uma reportagem sobre a heterodoxa operação de bastidores para evitar que PF e MPF tivessem acesso às mensagens do telefone de Francisco de Assis, o poderoso executivo da JBS que cuidava dos interesses do grupo no Judiciário.
Ele mantinha relacionamento com magistrados de diferentes instâncias, inclusive de tribunais superiores. Gozava de bom trânsito, por exemplo, com o círculo mais próximo do ministro Gilmar Mendes, do STF. Uma de suas interlocutoras diletas na capital era Dalide Corrêa, espécie de faz-tudo de Gilmar que acabou afastada do entorno do ministro justamente após a JBS cair em desgraça.
Leia a reportagem completa aqui.

Há um medo difuso no ar
22.03.19 07:10
Em conversa recente, diz a Crusoé, Rodrigo Maia fez a seguinte avaliação: se hoje — quando o governo ainda está dependente da aprovação da reforma — os bolsonaristas atacam, imagine amanhã, se a proposta for aprovada, a economia decolar e o Planalto passar a nadar em dinheiro: aí, sim, é que a ofensiva à política tradicional será ainda mais intensa, com risco até para a democracia.
Em suma, há um medo difuso no ar.
Leia a reportagem completa aqui.

Vazamento contra Fux
22.03.19 07:01
Jacob Barata, segundo a Veja, “envolveu em sua delação o ministro Luiz Fux, ao informar que um ex-assessor do magistrado teria sido o destinatário de alguns milhões de reais para ajudar a influenciar uma decisão judicial. A acusação não trazia outros detalhes”.
O vazamento dessa denúncia sem “detalhes” ocorre às vésperas do julgamento do STF que pode resultar na soltura de Lula (e de milhares de outros criminosos).

Tem que manter isso aí
22.03.19 06:50
A prisão preventiva de Michel Temer ganha ainda mais relevância porque o Supremo Tribunal Federal está prestes a protagonizar um julgamento decisivo para a Lava Jato, diz a Crusoé.
Em abril, o STF vai analisar a validade da prisão de condenados em segunda instância. Na prática, isso pode levar à soltura do ex-presidente Lula e representar um alívio geral para políticos enrolados. Será a mais dura derrota para a Lava Jato – e não foram poucas.
Leia aqui a reportagem completa sobre a prisão de Michel Temer.

Maia avisa Guedes que vai deixar reforma
22.03.19 06:36
Rodrigo Maia avisou Paulo Guedes que vai abandonar a articulação política pela reforma previdenciária.
Segundo o Estadão, ele tomou a decisão depois de ler mais uma pílula de sabedoria publicada por Carlos Bolsonaro:
“Há algo bem errado que não está certo!”

NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
Sem Caixa 2
POR MERVAL PEREIRA
Sexta-feira, 22/03/2019 | 04:30
A Operação Lava Jato, com a prisão do ex-presidente Temer, repete um método de atuação para mostrar que não se intimida diante de retrocessos provocados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Congresso. A operação de hoje foi uma clara resposta à decisão do Supremo da semana passada de enviar para a Justiça Eleitoral os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e assemelhados conexos ao de caixa 2.
Sempre que sofrem uma derrota, os procuradores encontram um jeito de mostrar a resiliência da operação de combate à corrupção. Foi assim com a prisão do então governador Luiz Fernando Pezão, logo depois da decisão do Supremo de permitir que o presidente Temer utilizasse a prerrogativa do indulto de fim de ano para anistiar presos de maneira quase irrestrita, o que ameaçava a atuação da Lava-Jato.
Desta vez, a prisão de um ex-presidente da República, e de um ex-ministro de Estado, o ex-governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco, subiu o sarrafo. E a acusação passa longe do caixa 2 e de financiamentos eleitorais. Para escapar da decisão do Supremo. Temer é o segundo ex-presidente preso, e Moreira Franco é o quinto ex-governador do Rio na cadeia. 
Pode ser que a irritação de Maia na noite anterior, quando foi bastante agressivo com o ministro Sérgio Moro, já se devesse a informações vazadas de que a prisão poderia acontecer. Mas a operação já estava marcada com antecedência, o que descarta a possibilidade de ter sido uma contrapartida da Lava-Jato para se solidarizar com o ex-juiz Moro.
Moro havia reclamado de seu pacote anticrime ter sido jogado para análise no segundo semestre, e Maia reagiu com três pedras na mão. Preso no meio da rua, assim como Moreira Franco, com um aparato policial digno de filme, o ex-presidente Temer considerou sua prisão uma “barbaridade”, classificação que deu como constitucionalista que sabe perfeitamente o que a lei pode permitir ou não.
Mas os tempos são outros, e a nova geração de juízes e procuradores tem uma visão do Direito muito diferente da que prevalecia antes do Mensalão. Nosso sistema jurídico permite recursos infindáveis que acabam beneficiando o infrator, pela prescrição das penas, ou pela demora no cumprimento dela.
A ação protelatória da defesa dos acusados é o que marcava os processos, tanto que se dizia que quem tivesse dinheiro para pagar bons advogados nunca seria preso. A partir do Mensalão, essa situação mudou. Um exemplo disso é o ex-deputado Paulo Maluf, que só foi preso aos 90 anos de idade.
Passou a vida toda sendo acusado de corrupto, encontraram uma conta sua na Suíça, e ele negava tudo. Até que o ministro do STF, Luis Roberto Barroso, interpretou que a lavagem de dinheiro é imprescritível. Hoje está em prisão domiciliar. Os crimes de que era acusado provavelmente já prescreveram, mas a nova interpretação encerrou a impunidade.
Por isso, o julgamento do dia 10 de abril, no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a legalidade da prisão em segunda instância, tem suma importância. Se o STF mudar sua jurisprudência, voltando a entender que a prisão só pode acontecer depois do trânsito em julgado, a maioria dos presos deve ser libertada.
Os advogados do ex-presidente Lula, atentos aos movimentos subterrâneos da Justiça, estão tentando adiar o julgamento do recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque, se a condenação for confirmada, Lula ficará mais próximo da cadeia em definitivo.
O plenário do Supremo tem uma proposta do presidente do Tribunal, ministro Dias Toffoli, de substituir a prisão depois de condenação em segunda instância pela condenação do STJ. Será difícil mudar o rumo da discussão, pois já está claro para a maioria que permitir a prisão apenas no final de todos os recursos implica a volta ao passado, quando ninguém, poderoso ou rico, ou as duas coisas, ia preso.

NO PUGGINA.ORG
“VOCÊ SABE DE ONDE EU VENHO?”
Por Percival Puggina 
Artigo publicado quinta-feira, 21.03.2019
Em poucos minutos, o pequeno vídeo me cobrou algumas lágrimas de pura emoção, acompanhadas daquele aperto no peito, comum a esses momentos em que, por sensíveis, nos tornamos mais humanos.
Na pequena comunidade italiana de Montese, província de Módena, algumas centenas de colegiais, professores, militares e veteranos de guerra se reuniram, em 2015, para rememorar a conquista da cidade pela Força Expedicionária Brasileira em abril de 1945. A Batalha de Montese, a mais significativa ação brasileira na guerra, marcara, para eles, o fim da dominação nazista. Por isso, o povo reverencia o feito e todos, crianças e adultos, cantam, em Português, a Canção do Expedicionário (1).
Ah, leitor amigo! Será que alguma colegial brasileiro de hoje conhece essa canção e sabe de cor sua letra? Ouviu algo sobre a FEB? Falaram-lhe das lições de bravura dos nossos homens nas escarpas geladas dos Apeninos? Também isso, ainda que de pura tristeza cívica, me traz lágrimas aos olhos.
As crianças de Montese, ao contrário, são educadas a extrair valor da História, mesmo quando ela é um legado de outros, como o dos soldados brasileiros resgatando-os dos nazistas. A lição do vídeo, se expressa em gratidão.
Impossível não sentir um aperto no coração quando se constata que o desapreço de tantos brasileiros à identidade nacional é como algo difuso, disperso e gasoso que vai ganhando consistência, se tornando sólido e passa a pesar nas costas de todos nós. “Nós vamos destruir tudo que você ama”, diz um poema “progressista” que circula nas redes sociais. E é exatamente isso que vem sendo feito.
O Hino Nacional entrando em desuso, não estudado nem ensaiado, é apenas um sintoma dessa destruição cujo foco é o sumiço da identidade nacional no lixão dos desapreços e da ignorância aclamada como nova forma de saber. Não se surpreenda nem me tome por exagerado, leitor. Pergunto: não assistimos há poucos dias, a Mangueira arrebatar a avenida e abocanhar os prêmios dos especialistas locais e globais, transformando episódios da nossa História em uma espécie de assombração mal-humorada do Samba do Crioulo Doido do grande Stanislaw Ponte Preta? E aquilo foi para telas do mundo como espelho do que somos...
A pergunta que abre a Canção do Expedicionário é plena de sentido. Você sabe de onde eu venho? Quem for ensinado a se ver qual cabra vadia em terreno baldio (como diria Nelson Rodrigues) jamais respeitará a si mesmo. Que dizer do respeito aos outros? A canção que a população de Montese sabe de cor, depois de ouvi-la 70 anos passados, fala de um país amável e das saudades coletivas de nossos soldados. Para os italianos, porém, isso é História e exige respeito. Fala-lhes dos sacrifícios de seus avós e bisavós, fala de servidão e libertação. Enquanto isso, permitimos que se espezinhe nosso passado, que se corrompa nossa própria História para suscitar antagonismos, esquecidos de que corrupção da História corrupção é. Até chegarmos ao ponto de não sabermos de onde viemos e desconhecermos a Pátria que temos.
(*) Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sexta-feira, março 22, 2019
SEGUNDO O MINISTÉRIO PÚBLICO ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA EM QUE MICHEL TEMER É ACUSADO DE ESTAR ENVOLVIDO ATUAVA HÁ 40 ANOS
O ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, junto com os demais presos nesta quinta-feira, foram responsáveis por movimentar, irregularmente, R$ 1,8 bilhão, envolvendo vários órgãos públicos e empresas estatais. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a organização atuava há 40 anos, tendo entre os envolvidos, Temer e o amigo dele João Baptista Lima Filho, conhecido como coronel Lima.
A procuradora Fabiana Schneider ressaltou que a organização começou quando Temer era secretário de Segurança de São Paulo e coronel Lima como auxiliar imediato. “Coronel Lima e Temer atuam desde a década de 80 juntos, quando Temer ocupou a Secretaria de Segurança de São Paulo. Lima passou a atuar na Argeplan (empresa e engenharia), com vários contratos públicos. Houve crescimento de contratações da Argeplan quando Temer ocupou cargos públicos. Uma planilha identifica pagamentos e promessas ao longo de 20 anos para MT, ou seja, Michel Temer”, disse a procuradora.Segundo ela, o caso da mala de dinheiro apanhada por Rodrigo Rocha Loures, na época era assessor de Temer, propiciou a coleta de áudios, identificando que coronel Lima atuava na intermediação para entrega de dinheiro. A reforma na casa de Maristela Temer, filha do ex-presidente, segundo a procuradora, foi feita com dinheiro ilícito. “A reforma na casa de Maristela Temer não deixa dúvida de como o dinheiro entrava na Argeplan e saia em benefício da família Temer”, disse. De acordo com Fabiana Schneider, foi identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) uma tentativa de depósito de R$ 20 milhões na conta da Argeplan, em outubro de 2018.
O procurador regional da República, Eduardo El Hage, explicou que o valor de R$ 1,8 bilhão é fruto da soma de todos os crimes imputados ao grupo, nos últimos 40 anos. “Existe uma tabela discriminando todos os valores de propinas na peça do MPF. Eles vêm assaltando os órgãos públicos há décadas”, disse El Hage, acrescentando que a Lava Jato continuará as investigações.
A composição do valor bilionário também foi comentado pelo procurador da Lava Jato, Sérgio Pinel. “Este grupo criminoso adotava como modus operandi o parcelamento da propina por vários anos. Todas as propinas que identificamos ou que esteja em investigação, promessa ou paga, somamos e chegamos a esta cifra”, explicou.
PRESOS
Temer e Moreira Franco, presos ontem (21), em um desdobramento da Operação Lava Jato, ficarão detidos em uma cela especial da Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A determinação é do juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, atendendo um pedido da Força-Tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal. Os procuradores alegaram que, por ser ex-presidente da República, Michel Temer tem direito a tratamento especial, assim como Moreira Franco, que foi ministro até dezembro de 2018.
O coronel Lima também terá direito a cela especial no Estado Maior da PM, em Niterói. Segundo o MPF, o coronel é o operador do esquema de corrupção chefiado pelo ex-presidente.
Michel Temer foi preso em casa, em São Paulo, e Moreira Franco, ao desembarcar no Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Ambos devem passar por exame de corpo delito antes de serem levados para a unidade prisional. Do site da revista IstoÉ


NO INSTITUTO MILLENIUM
O CASTIGO REAL
Por J.R. Guzzo
Quinta-feira, 21/03/2019
Está na hora, mais uma vez, de falar algumas coisas sobre as guerras sem pausa, sem cavalheiros e sem regras a que o público pode assistir nestes tempos de cólera descontrolada entre os meios de comunicação e o governo do presidente Jair Bolsonaro. É o caso de indagar: será que o leitor já não está enjoado de continuar ouvindo a mesma ladainha? A única opção disponível, enquanto não se consegue uma resposta decente para a pergunta, é ir adiante – não vale fazer de conta que está tudo bem, pois nada está bem. Na verdade, nunca esteve tão mal, e quem paga o preço é o cidadão que sustenta as duas partes, governo e imprensa. Ele teria o direito de ser informado sobre como o seu País está sendo governado. Não é o que acontece. O que lê, ouve ou vê na mídia só está servindo para lhe mostrar que os dois lados não estão aí para explicar, mas para se detestar – e parecem perfeitamente satisfeitos em continuar assim.
É cansativo, e principalmente inútil, ficar queimando válvula na tentativa de explicar quem está com a razão. Para quê? Bolsonaristas e comunicadores acreditam que estão certíssimos, e a última coisa que querem ouvir nesta vida é alguma modalidade de argumento racional. Além disso, tanto faz – as realidades, como sempre, se encarregarão de mostrar quem acertou e quem errou. Nas próximas eleições, daqui a dois e a quatro anos, os eleitores vão tomar a única decisão que realmente importa – vão reeleger as forças do governo, caso achem que Bolsonaro está fazendo um bom trabalho, ou mandar todos para o olho da rua, caso achem que o seu trabalho foi ruim. Essas decisões serão tomadas em cima de resultados concretos, que a população possa perceber; o resto é conversa fiada, neurastenia e pesquisa de opinião. A mídia, do seu lado, estará com a razão se tiver, neste mesmo período, aumentado o seu público pagante; estará errada se continuar perdendo leitores, ouvintes e espectadores.
O pior dos mundos, de qualquer forma, é a briga de rua na qual se vive hoje. É uma dessas situações que não têm nada de bom, de um lado, e têm tudo de ruim, de outro – e coisas assim, como mostra a experiência, têm as melhores perspectivas de continuar exatamente como estão. O que se pode dizer, neste momento, é que o governo faria um grande favor a si próprio, e provavelmente aos governados, se pusesse na cabeça de uma vez por todas que os meios de comunicação deste País odeiam o presidente da República, seus ministros, seus generais, seus programas, seus valores, suas crenças, seus defeitos e suas virtudes; odeiam, sobretudo, que cerca de 60 milhões de eleitores tenham colocado Bolsonaro na Presidência por estarem a favor das posturas que ele defende. 
Quando a coisa fica assim, não tem mais conserto. Game over. Se Bolsonaro descobrir a cura do câncer, amanhã ou depois, a mídia vai ficar contra; ainda não sabe direito como faria um negócio desses, mas com certeza acabará encontrando um jeito de fazer.
Esse espírito de guerra religiosa que se desenvolveu dentro da mídia é formicida puro. Está na cara, entre outros efeitos tóxicos, que, agindo como têm agido em relação ao governo, os meios de comunicação abrem uma avenida inteirinha para serem acusados de uma coleção completa de pecados mortais. A mãe de todos eles, no fundo, talvez seja a hipocrisia – a tentativa de mostrar que está apenas cumprindo o seu dever de informar e opinar, quando muitas vezes falsifica ambas, informação e opinião, com o propósito de fazer oposição política. Não dá para negar, com base na observação dos fatos, que a imprensa brasileira de hoje está decidida a não mudar de ideia e não mudar de assunto; acha que o governo está sempre errado, em tudo, e que o único interesse do público é ficar ouvindo isso todos os dias. Há, comprovadamente, a divulgação de notícias coladas a suposições sem fundamento, conclusões fantasiosas e interpretações sem pé nem cabeça. Utiliza-se todos os dias o expediente de chamar “especialistas” para dizer, a respeito de qualquer coisa, unicamente aquilo que os jornalistas querem que seja dito. Há as mentiras, enfim – publicadas de propósito ou, então, por negligência, imperícia ou imprudência. Uma criança de 10 anos de idade sabe mentir. Por que raios uma pessoa crescida não mentiria – só porque trabalha na imprensa? Ah, vai. Em todo caso, por um caminho ou por outro, fica evidente a existência de um generalizado, banal e agressivo descaso pela verdade.
O fato, comprovado pela memória digital onde tudo se grava, é que a mídia nacional resolveu participar da campanha eleitoral de 2018 tomando partido contra a candidatura de Bolsonaro – e contra a maioria do público, também. Perdeu as eleições, já que o eleitorado decidiu fazer precisamente o oposto do que os comunicadores queriam que fizesse. A essa altura, em vez de parar um pouco para perguntar se não havia nada a corrigir no roteiro seguido até ali, a imprensa dobrou a aposta. Ficou ainda mais brava do que já estava durante a campanha; desde a eleição, trata o governo Bolsonaro como ilegítimo. Não há sinais de que nada disso vá mudar nos próximos quatro anos.
Um exemplo que talvez ajude a entender melhor as coisas é a convicção, manifestada por Bolsonaro e muitos dos seus seguidores, de que a mídia deveria estar cobrando quem é o mandante da tentativa de assassinato que quase o matou no final da campanha eleitoral. Acham que o seu caso merece tanta atenção, pelo menos, quanto o da vereadora Marielle. O presidente pode esperar sentado; não vai rolar. Na opinião da imprensa, não há mais nada a perguntar sobre o assunto. A polícia já não disse que o criminoso é um débil mental que agiu sozinho? Pois então: qual é a dúvida? Se a polícia falou, está falado. Além disso, há os “laudos técnicos”, que garantem que o homem não deve nem ser julgado, pois não tem culpa nenhuma pelo que fez, coitado. Laudo de peritos, na tradição da Justiça brasileira, é algo que se compra como um pastel de feira, mas tudo bem. O nosso jornalismo investigativo também não é de ferro; não vai sair por aí procurando coisas que não gostaria de encontrar.
É por histórias como essa que o governo se acha na obrigação de dar o troco. Em sua maneira de ver as coisas, Bolsonaro e parte do seu sistema de apoio acham que é indispensável reagir. Não se ganha uma guerra com retiradas, não é mesmo? Além do mais, estão convencidos de que brigar com a imprensa dá cartaz junto ao eleitorado; deu certo na campanha e, portanto, vai dar certo de novo. “O Trump” não faz assim? Etc. etc. etc. Só que nada disso vai resolver a vida de ninguém. A obrigação do governo é governar, e não demonstrar que a imprensa está errada; seu dever é ser aprovado pela população, e não pelos jornalistas. A imprensa é ruim? Problema dela. A questão toda, na verdade, é bem simples. Basta levar em consideração que a imprensa não tem nenhuma obrigação legal de ser boa, ou equilibrada, ou de dizer a verdade; o que está dito na lei, apenas, é que tem de ser livre. Ou se convive com esse princípio, ou não há jogo. Quem tem de julgar a qualidade da mídia, e decidir se vale a pena pagar pelo seu conteúdo, é o público – e o governo pode ter certeza que ele está fazendo exatamente isso. Trata-se de um juiz muito mais cruel do que os bolsonaristas imaginam; quando pune um veículo, vai embora e não volta nunca mais. Não há salvação para quem é condenado.
Bem que o presidente poderia se contentar com isso.
Fonte: “Veja”, 20/03/2019

NO BLOG DO POLÍBIO BRAGA
Opinião do editor - Prisão de Temer fortalece a Lava Jato
Lula e Temer estão unidos pela Lava Jato, conta a revista Crusoé, que é editada pelo blog O Antagonista (ao lado).

O editor assina Crusoé e aconselha seus leitores a fazer o mesmo.
As redes sociais comemoram a prisão de Temer, conforme apurou o editor, mas pedem mais.
"Falta alguém no Presídio Madre Pelletier", escrevem bem humorados leitores no Facebook do editor, numa referência ao presídio feminino de Porto Alegre e certamente reportando-se à ex-presidente Dilma Roussef.
As prisões de dois ex-presidentes são chocante, mas são necessárias para passar o Brasil a limpo.
A Lava Jato, que é fustigada pelo STF, boa parte do Congresso e também dos Partidos, parte da mídia e pelos empresários acostumados a mamara nas tetas públicas, além das lideranças esquerdopatas, sobretudo do PT, resultou fortalecida pelas prisões de ontem.
Resta saber se o ministro Gilmar Mendes libertará todos eles.
É possível.
Sexta-feira, 3/22/2019 09:30:00 AM

Assembleia do Rio vira gaiola de ouro e empossa cinco deputados presos
A mesa diretora da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deu posse, nesta quinta-feira, a 5 deputados eleitos que estão presos. Esta foi a primeira vez que o livro histórico de posse saiu de dentro da Alerj. 
E o primeiro destino foi justamente o Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste.
No presídio estão presos os eleitos André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT), Marcus Abraão (Avante) e Marcus Vinícius Neskau (PTB). Depois seguiu para posse de Chiquinho da Mangueira (PSC), que está em prisão domiciliar. 


NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Prisão de Michel Temer deixa a esquerda completamente desnorteada
Sexta-feira, 22/03/2019 às 08:43
Por Raquel Brugnera (*)
E agora?
Gritar FORA TEMER ou desejar que ele fique por lá?
Reclamar da celeridade com que andou o processo ou da demora de 3 meses para prendê-lo, já que ele perdeu o foro privilegiado ainda em janeiro?
Comemorar a queda do golpista ou admitir que a chapa Dilma/Temer foi formada para fortalecer o time que assaltava o Brasil?
Defender o MDB ou admitir que o PT chegou ao poder prometendo estar do lado do povo, quando na verdade, se aliou aos ricos corruptos e fez exatamente aquilo que denunciava no passado?
Culpar Dilma por ter feito parceria com Temer ou ponderar que Lula é quem escolheu a chapa porque tinha interesse pessoal em ter como aliado um homem como Michel Temer?
Dizer que o PT é corrupto ou diplomático?
Chamar Lula de "pai dos pobres" ou admitir que ele traiu seus eleitores?
Dizer que o seu candidato foi ingênuo ao defender a liberdade de Lula ou assumir que ele é só mais um que fala da "nova política", mas no fundo queria estancar a Lava Jato para proteger o sistema que você tanto crítica?
Só um homem quis mudar tudo isso aí e teve todo apoio popular pra isso, mas pra esse homem vocês deram o apelido de um palhaço!
Vai entender né...
(*) Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.


Enquanto isso... Dilma, a perdulária, passeia na Espanha com o nosso dinheiro
Da Redação
22/03/2019 às 06:43
Dilma Rousseff está em Madri.
A ex-presidente só retorna ao Brasil na próxima segunda-feira (25).
Parece incoerente: enquanto dois ex-presidentes estão presos por corrupção, Dilma, também envolvida em uma série de denúncias e defenestrada do cargo por atos ímprobos, passeie pela Europa com o dinheiro do povo brasileiro.
Aliás, o benefício de que gozam os ex-presidentes da República, no sentido de que a União continue bancando gastos, salários, assessores e despesas é questionável.
Cada ex-presidente tem direito a oito assessores às custas do povo brasileiro.
Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma, gastam e mandam a fatura para o Palácio do Planalto.
Dilma é a ex-presidente que mais gastou dinheiro durante o ano de 2018.
Lula, mesmo preso, gastou R$ 119 mil.
Sarney torrou R$ 158 mil.
Collor detonou R$ 306 mil.
FHC foi o mais econômico. Os seus gastos atingiram apenas R$ 41 mil.
Dilma, em compensação, gastou por mês mais do que FHC o ano inteiro.
A petista custou para o País a bagatela de R$ 632 mil.
É realmente um acinte e parece inconcebível a determinação legal que impõe ao estado brasileiro continuar bancando a farra de ex-presidentes, mormente daqueles que foram defenestrados do cargo, face a suas condutas ilícitas.

NO CEARÁ NEWS 7
Ciro tenta bajular coronel Gondim, mas é chamado de viciado, vagabundo e maconheiro
PM da reserva disse que não tem medo do FG e vai até o fim com as afirmações
Sexta-feira, 22/03 8:48
Terminou em confusão a terceira audiência de conciliação na ação que o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) move contra o coronel PM (CE) da reserva Francisco Marques Gondim. A mediação, conduzida na quarta-feira (20), às 14h, pela juíza Maria Lúcia Falcão Nascimento, aconteceu na 14ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal, tribunal sediado na fronteira entre Bom Sucesso e Bom Jardim, dois bairros violentos de Fortaleza.
O FG, que havia faltado a duas audiências, chegou acompanhado de dois seguranças e dois advogados. Estava elegantemente vestido, com paletó azul marinho escuro, e visivelmente tenso. A ação movida por Ciro deve-se a uma declaração do coronel nas redes sociais. Em agosto de 2016, em sua página do Facebook, o PM da reserva fez apelo dramático à família do candidato derrotado ao Planalto. Pediu a internação com urgência do político para tratamento da dependência de drogas: “Qualquer campanha de combate ao uso de drogas tem que mostrar a transformação de Ciro Gomes. Ciro foi um bom governador para a PM. Depois das drogas, tornou-se um inimigo da instituição. Logo estará imprestável para o exercício de qualquer atividade. Rogo a Deus que ilumine sua família para tratá-lo urgentemente. Ciro já não é mais a mente brilhante que eu conheci e tanto admirei”.
Viciado
Segundo CN7 apurou, a expectativa de Ciro Gomes seria a de encerrar a ação na audiência, mas não deu certo. A mediação começou com o FG tecendo rasgados elogios à competência e à bravura de Gondim, “um dos melhores policiais do Ceará em todos os tempos”, contudo o coronel não gostou de ser bajulado por quem o processava.
Falando direto para a juíza, Gondim argumentou que também considerava Ciro “um político brilhante, até tornar-se um viciado.” O clima então esquentou com o pedetista passando a tentar desdizer tudo que havia dito, chamando o coronel de “vagabundo, homicida e torturador”. Gondim respondeu: “Vagabundo é quem fuma maconha, como você Ciro, que confessou seu vício ao jornal O GLOBO. Não respondo por qualquer homicídio. Tive em meus 35 anos de PM apenas uma acusação de homicídio a qual fui absolvido. E você mesmo Ciro, quando era deputado estadual, participou e assinou a CPI do COE, provando que tudo que diziam do COE não passava de perseguição política”.
Gondim não recuou com a aparente mão estendida por Ciro Gomes e manteve o que disse, chamando por várias vezes Ciro Gomes de “drogado”, “viciado” e “maconheiro vagabundo”, após ser chamado por Ciro Gomes “de vagabundo, homicida e tortura”.
Em tempo
O PM da reserva disse que não tem medo do FG e vai até o fim com as afirmações.
Calma, doutor
A cada frase de Gondim, Ciro Gomes “ficava vermelho, roxo”. Quem presenciou a cena, cerca de dez pessoas estavam na sala da audiência, conta que “as veias do pescoço de Ciro Gomes chegavam estufavam quando era chamado de drogado, viciado e maconheiro vagabundo”.
Diante do bombardeio, Ciro teria ainda falado que não esperava tal reação do coronel, que considerava “um aliado”.
Até a última ponta
Durante a audiência, o coronel apresentou à juíza Maria Lúcia Falcão Nascimento cópia da entrevista de Ciro Gomes ao jornal O GLOBO, no dia 17/08/2018, em que o FG disse “eu gosto de fumar minha maconha” aos jornalistas Catarina Alencastro, Fernanda Krakovics e Maiá Menezes.
Rebordosa
A conciliação desejada por Ciro Gomes não aconteceu. A ação continua e deve ter novos desdobramentos. Comenta-se que coronel Gondim entrará com ação contra a calúnia proferida pelo FG, arrolando a juíza como testemunha do fato — devidamente consignado nos autos do processo.


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