SEGUNDA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 27 DE MARÇO DE 2019

NO PUGGINA.ORG
O PAPEL REVOLUCIONÁRIO DA BAIXARIA
Por Percival Puggina (*)
Artigo publicado terça-feira, 26.03.2019
Eu entendo que, fortemente influenciadas e manipuladas, pessoas se deixem seduzir por uma mentalidade revolucionária incumbida de promover a derrubada geral da História, da Civilização, da Família, da Religião. Assumem que, para o bem da revolução, seja qual for, tudo deve ser posto abaixo sem sutileza nem gentileza. De início, havia vigorosos arroubos intelectuais nesse labor. Com efeito, desde a primeira metade do século passado, autores consagrados, filósofos sociais, psicólogos, sociólogos, antropólogos, economistas e historiadores, entre outros, se dedicavam a um sofisticado trabalho de desconstrução cultural. Era a Teoria Crítica e eram outros os tempos.
Agora, já em sua terceira geração, as deformações genéticas dessa teoria se expressam com maior evidência. Em crescente proporção, o pensar e o agir revolucionário estão sendo tomados por uma espécie de proletariado do intelecto. Sua indigência intelectual opera muito aquém das necessidades mínimas inerentes a essa ação humana.
Frequentemente, por exemplo, a corroborar tais afirmações, me chegam imagens colhidas em universidades públicas. Por vezes, mostram paredes de sala de aula e ambientes acadêmicos ostentando pichações, pinturas e mensagens que lembrariam porta de banheiro de estação rodoviária não fosse aquele odor substituído por uma catinga revolucionária. Outra vezes, são performances, título sob o qual são reivindicados inviolabilidade e reconhecimento devidos a quem estivesse promovendo uma flamejante alvorada renascentista.
O que relato sem exibir, por resistência estética, é clara comprovação de uma descoberta destes tempos culturalmente bicudos: em parcela do ambiente universitário brasileiro desenvolveu-se a teoria do papel revolucionário da baixaria. Revolução é palavra quase sempre presente nessas manifestações e na respectiva – digamos assim – produção cultural. Fica inequívoco nas mensagens e no grafismo que as acompanha, o intuito de virar o mundo de cabeça para baixo. Um mundo onde o homem, especialmente o infeliz agraciado com o rótulo “homem burguês”, será o grande derrotado. Daí a sexualidade “instrumental” e a sexualidade por outros meios, que cativa, por exemplo, o numeroso público nacional da peça Macaquinhos, cujos atores aguardam, de quatro, a revolução começar.
Havia por aqui uma filósofa e política que avançou bastante nesse suposto progressismo. Quando seu conceito mais famoso viralizou na Internet, seu partido arrepiou (ela era candidata ao governo do Rio de Janeiro). Ou negava ou bancava. O partido preferiu afirmar que as frases destacadas haviam sido tomadas “fora de contexto”.
Se eu fosse revolucionário, preferiria Trotsky. Preferiria Fidel. Preferiria até Lênin, desde que lhe servissem uma boa dose de Red Bull. Acho desrespeitoso que ideias sejam combatidas em linguagem de drogados, com argumentos de quem faz política porque não resolveu sua sexualidade. E o que é pior, como se seus problemas fossem um kantiano imperativo categórico universal.

(*) Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 27 de março de 2019
Sabotagens para Bolsonaro desfazer depressa
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Aproxima-se dos 100 dias o governo dos eleitos Jair Messias Bolsonaro e Antônio Hamilton Mourão. Existem bastantes acertos a celebrar e erros (muitos primários) a corrigir. O momento é crítico. Trata-se de uma fase de extrema e covarde sabotagem combinada com variadas intrigas e chantagens, por dentro e por fora. Os agentes do Crime Institucionalizado são os mais assanhados para promover e potencializar os fracassos a serem explorados politicamente.
A quantidade enorme de bandidos no Legislativo ameaça fazer o possível e o impossível para atrapalhar e impedir a aprovação da Agenda Anti-Crime, Anti-Violência e Anti-Corrupção proposta pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. A maioria dos sabotadores é formada pelos deputados e senadores com condenações conformadas por órgão judicial colegiado em segunda instância. Suas excrescências deveriam estar cumprindo penas, perdendo, automaticamente, o mandato. Azar nosso e sorte deles é que estamos no Brasil – onde a interpretação constitucional viabiliza a impunidade.
Foi patético assistir ao resultado de uma reunião entre o representante do Conselho Nacional de Justiça, o supremo magistrado Alexandre de Moraes, e os representantes esquerdistas de um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados escalado malandramente para analisar o pacote de medidas enviadas por Sérgio Moro. O golpe é tão bem armado que o deputado Rodrigo Maia acenou a Moro que seu projeto de combate ao crime organizado e aos crimes violentos pode ser votado ainda este ano... E no primeiro semestre...
No encontro com Moraes, a conversa foi outra... Os parlamentares deixaram claro que o ponto de partida da discussão legislativa será o projeto elaborado por juristas sob a coordenação de Moraes – e não a proposta enviada por Moro. Também já está sinalizado, nos bastidores, que as propostas que mexam com corrupção “ficariam para depois” (provavelmente o dia de São Nunca). Maia foi o político que se espera dele: "Se for para votar um bom texto, o que interessa é o tempo do bom trabalho dos deputados, com juristas e com o Executivo".
Outro golpe sofrido pelo governo foi a aprovação, em segunda votação, da Proposta de Emenda à Constituição que obriga o Executivo a executar todas as despesas orçamentárias aprovadas pelo Legislativo. A PEC transforma o orçamento (hoje autorizativo) em impositivo. A nova regra aumenta o poder do Congresso Nacional. Na teoria, o negócio parece lindo: o projeto considera obrigatória, ressalvado impedimento técnico e observadas as limitações fiscais, a execução de programações que integrem políticas públicas e metas prioritárias, observado o plano plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Na prática, o Governo ficará refém da Câmara e do Senado. Caso o Executivo queira alterar alguma destinação, precisará fazer por meio de projeto de lei que precisará de aprovação dos parlamentares. Isto significa que os parlamentares aumentaram, ainda mais, o potencial do toma-lá-dá-cá que Jair Bolsonaro prometeu fazer de tudo para evitar. Bolsonaro agora corre risco concreto e objetivo de ficar refém dos políticos profissionais. Foi um descarado golpe parlamentarista no regime presidencialista.
Fora as sabotagens políticas, Bolsonaro precisa mediar e interromper, urgentemente, as intrigas internas no Governo. Uma reunião, segunda-feira, com os ministros militares palacianos, já cuidou dos conflitos mais espinhosos que precisam de um basta imediato. No momento, o mais grave é o descontrole completo no comando do Ministério da Educação. O titular Ricardo Vélez Rodriguez parece tão prestigiado quanto técnico de time de futebol que não ganha jogo...
Bolsonaro tem a missão de harmonizar os núcleos de poder: o Militar (claramente hegemônico, porém afetado por picos de vaidade), o Econômico/Financeiro (no qual Paulo Guedes precisa apresentar mais resultados objetivos para sobreviver) e o da Justiça (onde Sérgio Moro segue forte, inclusive com apoio norte-americano).
O presidente só tem uma saída. Não pode errar... Bolsonaro tem de mostrar que é líder, gestor de pessoas, mais que um comandante-em-chefe, para assegurar a coesão interna de seu time para enfrentar as sabotagens políticas que tendem a se intensificar.
Experiente parlamentar por quase três décadas, Bolsonaro precisa retomar o diálogo direto, franco e aberto com o Congresso. Nada custa lembrar que a Dilma Rousseff caiu porque falhou nesta missão básica... A pedalada fiscal foi só uma boa justificativa encontrada para detoná-la...
Resumindo: todo cuidado é pouco na relação com um parlamento dominado pelo Crime Institucionalizado... É muita doideira para pouco manicômio judiciário...
(...)

NO INSTITUTO MILLENIUM
O BRASIL DE HOJE
Por J.R. Guzzo
Quarta-feira, 27/03/2019
O Brasil está ficando um país positivamente arriscado para presidentes da República. Já não é normal, para o padrão médio de moralidade política vigente no mundo civilizado, haver um ex-presidente na cadeia; dois ex-presidentes presos ao mesmo tempo, então, já é coisa para se pensar em livro de recordes, por mais temporária que possa ser uma situação dessas. O fato é que Michel Temer, acusado pela Lava Jato de ter transformado o Estado brasileiro numa “máquina de arrecadar propinas” e alvo de dez inquéritos por ladroagens variadas, entrou no camburão da Polícia e foi trancafiado no xadrez como Lula, em mais um capítulo desta espantosa crônica do crime na qual está enterrada até o fundo da alma a vida política do Brasil. Juntou-se a ex-governadores como o incomparável Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, seu sucessor, que conseguiu subir na vida com o nome de “Pezão”, de Beto Richa, do Paraná, há pouco encarcerado pela terceira vez seguida, e Marconi Perillo, de Goiás, que entra e sai da prisão. Isso sem contar um rico fricassée de ex-ministros ─ o último deles, justamente, Wellington Moreira Franco, parceirão de Temer em seu governo, e motivo de perplexidade geral entre os políticos por não ter sido preso antes. Ainda estava solto? A propósito: e o próprio Temer, o que estava fazendo fora de uma cela? É o Brasil de hoje.
A situação de Temer, é verdade, não é tão ruim quanto a do gênio político a quem devemos sua criação; por enquanto não foi julgado, ao contrário de Lula, que já está condenado em duas instâncias e cumpre pena, com 25 anos de cadeia no lombo. Mas é uma desgraça de primeiríssima classe ─ para ele, e, indiretamente, para todos os delinquentes que operam há anos na vida pública nacional. Estavam achando, talvez, que a Lava Jato tinha mais ou menos parado em Lula? Se pensaram nisso pensaram horrivelmente errado. Pode ter até havido essa esperança, estimulada pela incansável ala pró-crime do STF, mas a realidade está apresentando um futuro soturno para eles todos. Figuras como Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e companhia fazem o que podem, mas também não são de ferro; seus protegidos, positivamente, não ajudam. Estão exigindo assistência permanente dos protetores, numa base quase diária. Gilmar, por exemplo, solta esse Beto Richa e até inventa um “salvo conduto”, proibindo que a Polícia chegue perto dele. Mas o homem dá um trabalho insano: consegue ser preso de novo, o que vai obrigar Gilmar e seus sócios a mandarem soltar mais uma vez. E aí: vai ser assim pelo resto da vida? Quantas vezes terão de tirar o cidadão da cadeia? Cinco? Sete? Dez? É a mesma situação, sem tirar nem pôr, dos demais políticos dessa raça. É claro que cada caso é um caso, mas que ninguém se iluda: não haverá a menor chance de sossego, inclusive para Temer, enquanto não matarem a Lava Jato. Estão fazendo o diabo para isso, mas não estão conseguindo. Essa é a vida real. O resto é barulho na mídia e no picadeiro da politicada, que ficam cada vez mais indignados, mas não conseguem evitar uma única e escassa prisão.
É um problemaço. Agora não é mais o PT, apenas, que está correndo da Polícia. A coisa ficou preta para o PSDB e o MDB. A quem apelar? Quem vai fazer a campanha “Temer Livre”? Quem tiraria 1 real do bolso para ajudar Temer em alguma coisa? E Moreira Franco, então? Pelo jeito, estão todos reduzidos a contar com o apoio dos “garantistas”, que se escandalizam com o que chamam de ataque “à atividade política”, mas não decidem nada. Ou com a ajuda do deputado Rodrigo Maia, contraparente de Moreira Franco, inimigo do projeto anticrime de Sérgio Moro e investigado em dois processos por corrupção. Têm apoio na mídia, nos advogados milionários de corruptos, na classe intelectual, etc. Só que ninguém consegue se dar bem defendendo o lado do ladrão; se você tem de ficar a favor de um Paulo Preto da vida, por exemplo, a sua situação está realmente uma lástima. Não é assim que farão a Lava Jato morrer.
(Fonte: “Veja”, 26/03/2019)

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Maristela Temer zerou contas pouco antes de bloqueio... Quem avisou?
Quarta-feira, 27/03/2019 às 09:39
Da Redação
Um fato intrigante.
Maristela Temer certamente teve conhecimento da ordem judicial de bloqueio de numerários nas contas de sua titularidade.
O bloqueio foi determinado no dia seguinte à prisão do ex-presidente.
Alguém avisou a moça.
Nas contas de Temer, que já estava preso, foram bloqueados R$ 8 milhões e 240 mil.
Moreira Franco ficou com R$ 2,1 milhões indisponíveis.
E o coronel Lima teve bloqueado um montante de R$ 23 milhões e 171 mil. Nada mal para um policial reformado da PM de São Paulo.
Porém, surpreendentemente, nas contas de Maristela, que estava solta, foram encontrados apenas R$ 1.217.
Há fundado receio de que as contas tenham sido zeradas, pouco antes da execução da ordem.
Quem vazou a informação para filha de Michel Temer?

NO POLÍTICA AO MINUTO
'Não vou jogar dominó com Lula e Temer no xadrez', diz Bolsonaro
Presidente afirma que não vai fazer articulação da mesma forma que antecessores
Quarta-feira, 27-3-2019
O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com empresários na última terça-feira (26), em Brasília, e declarou que não tem intenção de mudar o comportamento que tem no que diz respeito à articulação política com o Congresso.
Segundo apuração da coluna de Mônica Bérgamo, na Folha de S. Paulo, o presidente disse mais uma vez que não pretende usar o que chamou de moldes tradicionais para negociar com deputados e senadores. "Não vou jogar dominó com o Lula e o Temer no xadrez", afirmou. 
Para Bolsonaro, parte do motivo pelo qual os dois ex-presidentes estão enfrentando dificuldades com a Justiça é a forma como conduziram negociações enquanto estavam no governo. 
Quando esteve no Chile, na última semana, Bolsonaro já havia comentado a prisão de Michel Temer usando argumentos parecidos: "O que é articulação? O que está faltando eu fazer? O que foi feito no passado? Eu não seguirei o mesmo destino de ex-presidentes, pode ter certeza disso".


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