SEGUNDA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2019

NO O ANTAGONISTA
A verdade de Kajuru
Quarta-feira, 20.03.19 09:08
O STF abriu um inquérito para apurar notícias falsas nas redes sociais, mas a repulsa da sociedade é verdadeira.
Jorge Kajuru, depois de acusar Gilmar Mendes de “vender sentenças”, tornou-se o assunto mais comentado – e mais aplaudido – do Twitter.

Senador rebate postura do governador do Maranhão: “Prefere aumentar impostos”
20.03.19 09:00
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), não gostou do acordo entre Jair Bolsonaro e Donald Trump que permitirá aos Estados Unidos lançarem satélites e foguetes da Base de Alcântara.
“Não concordo com nenhuma ampliação de área da Base ou com remoção de mais pessoas. Não vamos admitir tirar pessoas de suas casas para atender os interesses dos Estados Unidos”, disse o comunista à revista Fórum.
O senador tucano Roberto Rocha rebateu a postura do governador.
“Estamos construindo matrizes econômicas no Maranhão e o governo do estado jogando contra. Lamentável. Prefere aumentar impostos”, afirmou a O Antagonista.

OAS entrega Dilma
20.03.19 08:48
A OAS assinou um acordo com o Cade reconhecendo que participou de um cartel durante o governo Lula para repartir as obras do Dnit.
De acordo com documentos obtidos pelo Estadão, “Dilma Rousseff – à época, ministra da Casa Civil – teria conhecimento do cartel”.

Guedes e a arte da política
20.03.19 08:45
Rodrigo Maia disse a aliados que Paulo Guedes está aprendendo rapidamente a fazer política.
Alguém no governo tem de fazer.

Gilmar Mendes: 10 de 45
20.03.19 08:30
De 2015 para cá, chegaram ao Senado 45 pedidos de impeachment de ministros do STF.
Desses, 10 pediam a saída de Gilmar Mendes.
Davi Alcolumbre, atual presidente da Casa, já descartou qualquer possibilidade de esses pedidos avançarem.

Alcolumbre é alvo do STF
20.03.19 07:53
Davi Alcolumbre se prepara para engavetar a CPI da Lava Toga.
O Estadão perguntou-lhe se ele está fazendo isso porque é alvo de duas investigações no STF:
Ele desconversou:
“Eu nem comento isso, porque não está em debate. O que está em debate é a constitucionalidade do requerimento.”

Quatro operadores presos pela Lava Jato
20.03.19 07:38
A Lava Jato do Rio de Janeiro cumpre quatro mandados de prisão em mais uma fase da “Câmbio, Desligo”.
Estão sendo presos os operadores Sérgio Guaraciaba Martins Reinas, Nissim Chreim, Thânia Nazli Battat Chreim e Jonathan Chahoud Chreim, com mandados expedidos pelo juiz Marcelo Bretas.

Pé de cabra do arbítrio
20.03.19 07:33
Josias de Souza tratou o inquérito do STF como sadismo:
“Há algo de sádico na maneira pela qual os próprios ministros do Supremo se colocam na berlinda com suas sentenças contraditórias, seus pedidos de vista protelatórios, seus réus de estimação, sua política de celas abertas (…).
Esse sadismo não é menos necessário para acordar a cidadania de sua letargia do que para a educação democrática dos magistrados. Decisões do Supremo, como se sabe, devem ser cumpridas. Mas o sacrossanto direito à crítica é inalienável. Há ameaças na rede? Procuradores caluniaram? Auditores exorbitaram? Pois que sejam abertos os inquéritos. Que corram sob a luz do Sol, pelos canais competentes, sem a necessidade de esperneios. Inquérito secreto é ferramenta imprópria, um pé de cabra do arbítrio.”

A oratória de Gilmar
20.03.19 07:18
Elio Gaspari comparou a retórica da Lava Jato à de Gilmar Mendes:
“O presidente do STF disse que vai ‘checar’ o texto de um artigo do procurador Diogo Castor para decidir se representa contra ele junto ao Conselho Nacional do Ministério Público. Tomara que a checagem desestimule o doutor. Alguns ministros do STF incomodaram-se com as críticas feitas ao tribunal e a outras esferas do Judiciário. No seu artigo, Castor denunciou um ‘novo golpe à Lava Jato’ e em dois momentos mencionou uma ‘turma do abafa’.
Fala de freira, se comparada à oratória de Gilmar Mendes na sessão do STF do dia 14, quando se referiu a procuradores da Lava Jato como ‘gentalha’, ‘gente desqualificada’, ‘despreparada’, ‘covarde’, ‘gângsteres’, ‘cretinos’, ‘infelizes’, e ‘reles’, porque ‘integram máfias, organizações criminosas’. Numa hipérbole, foi além: ‘força-tarefa é sinônimo de patifaria’”.

NO PUGGINA.ORG
DESTEMPEROS DE TOGA
Por Percival Puggina (*) 
Artigo publicado terça-feira, 19.03.2019
Em julho de 2014, um destacado cientista coreano da área de nanotecnologia anunciou haver desenvolvido, com sua equipe, um pequeno sensor cutâneo para medir as emoções do portador. Ao fazer o anúncio, arrematou: “No futuro, as emoções serão consideradas informações biométricas, como pressão arterial e temperatura”.
Não sei a quantas anda, hoje, o trabalho do Dr. Yong-Ho-Cho. Na ocasião, aquilo me fez pensar em algo mais sofisticado, possivelmente ao alcance do longo braço da tecnologia por vir. Refiro-me a um sensor ambiental de emoções. O aparelhinho ficaria sobre a mesa de reuniões e as luzes de seu painel passariam a exibir a qualidade e a intensidade das emoções emitidas pelos presentes. Tal conhecimento permitiria, por exemplo, saber se naquele ambiente emocional o tempo gasto na reunião seria produtivo ou não, indicando a necessidade de mudanças de ânimo.
O leitor destas linhas talvez esteja a atribuir-me intenções invasivas e totalitárias. Nada mais distante da realidade, porém. Peço-lhe calma, portanto. Apenas acompanhe o raciocínio e conheça, primeiro, o que me motivou a escrever hoje, partindo daquelas reflexões de inspiração coreana.
Sou telespectador frequente das reuniões do STF. Elas superam em interesse, utilidade e importâncias a maior parte de nossas emissoras de TV no horário da tarde. Não raro, diante do que vejo quando a câmera, estática, filma o colegiado e capta suas expressões fisionômicas; diante do que ouço e percebo no vocabulário, fraseado e tom de voz dos senhores ministros; diante do sentido explícito ou implícito daquilo que dizem; diante da retórica, dialética e erística empregadas, fico pensando no que estaria sendo captado pelo aparelhinho que a equipe do Dr. Cho poderia vir a desenvolver. Quais luzes acenderiam, e com que intensidade?
No olho e no ouvido, percebo manifestações de orgulho, vaidade, ciúme, inveja, ira, lisonja, arrogância e presunção. Raramente, e de poucas cadeiras, capto sinais virtuosos de anseio por justiça, benignidade, conexão com o interesse público e sua proteção, amor, fé e – por que não? - humildade.
E você, leitor? Num momento em que o STF e vários de seus ministros nos surpreendem com decisões cuja derradeira consequência é a impunidade e a debilitação da Lava Jato, parece importante ressaltar a relevância do Supremo pelo que faz, pelo que não faz e pelo que deveria fazer. O Estado de Direito e a democracia precisam dessa instituição. Por isso, seus membros deveriam, urgentemente, pensar sobre si mesmos, sobre seus sentimentos, e sobre o modo como a nação, soberana, os vê.
Sim, a Nação os vê. O tal aparelhinho medidor de sentimentos e emoções existe na vida real. Ele opera pela percepção de milhões de pessoas em todo o País diante das sessões do STF transmitidas pela TV e pelas manifestações públicas dos senhores ministros. Essa percepção, infelizmente, capta muitos sentimentos incompatíveis com o bom exercício da missão institucional e, raramente, nobreza efetiva. Não é incomum que o STF decida contra a opinião pública, pois é uma corte constitucional. Mas deveria ser incomum um tribunal emitir sinais tão pouco virtuosos.
(*) Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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