PRIMEIRA EDIÇÃO DE SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2019

O novo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, anda às voltas com novo escândalo: ele seria o verdadeiro dono de um jatinho Citation de prefixo que mais parece aliança política, PP-MDB, adquirido por US$9 milhões (R$33,4 milhões) a uma empresa de Fortaleza, a Moinho Dias Branco. A denúncia é do jornalista Ronaldo Tiradentes, de Manaus. Aliado de Renan Calheiros (MDB-AL), Braga foi também apontado pelo jornalista como sendo o “Glutão” da lista de políticos da Odebrecht.

Pela denúncia, o jato foi usado por Eduardo Braga em campanhas eleitorais e viagens de lazer aos Estados Unidos e ao Caribe.

O avião foi comprado, diz Tiradentes, pela empresa Etam, do consórcio que construiu a ponte sobre o rio Negro no governo de Eduardo Braga.

O senador tem negado as denúncias contra ele e obteve com um juiz de primeira instância a imposição de censura ao jornalista manauara.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou nota de repúdio contra a censura determinada por um juiz de Manaus.

Parceiras, a American Airlines e a Latam vendem passagens para o mesmo voo, entre Brasília e Miami, em um Boeing 757. Quem compra pela American Airlines, paga R$1,7 mil; quem compra pela Latam, paga R$11,8 mil. Isso mesmo. São passagens no mesmo avião, mesmo dia, mesma hora e mesma classe que custam mais de R$10 mil a mais se adquiridas na Latam. Procurada, a empresa que já teve “orgulho de ser brasileira” não conseguiu explicar a cobrança sete vezes maior.

Parece mentira: o voo é o mesmo, muda apenas a numeração: na American Airlines é o voo AA214. Na Latam, JJ2112.

Para explicar R$10 mil de diferença, a Latam citou que na aviação há “classes diferentes, datas”, o que não era o caso.

A empresa “trabalha com o sistema de precificação dinâmica” e “considera diversos fatores”, diz a LATAM sobre a ‘facada’ de R$10 mil.

Foram preenchidas todas as 1.397 vagas criadas no programa Mais Médicos após o fim da parceria do governo Dilma com Cuba através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Até o fim de 2018, o contrato rendeu à ilha comunista mais de R$7,1 bilhões desde 2013.

Surpresa maior que Fábio Schvartsman, presidente da Vale, dizer que a empresa “não pode ser condenada, por maior que seja a tragédia” em Brumadinho, foi o silêncio de autoridades na Câmara e da mídia.

A Receita Federal pratica “reserva de mercado” para os cargos de confiança, R$ 6.742, para servidor efetivo e R$ 10.373,30 para não servidor: só auditores e analistas tributários os ocupam, ainda que outro profissional faça parte de outras carreiras administrativas do fisco.

NO O ANTAGONISTA
Boechat morreu em decorrência de politraumatismo
16.02.19 07:41
Segundo o IML, o jornalista Ricardo Boechat morreu em decorrência de politraumatismo provocado pela queda do helicóptero.
O laudo aponta ainda que Boechat não inspirou fuligem ou fumaça antes de morrer.
“[Foi detectada] uma concentração abaixo de 10% de carboxihemoglobina [intoxicação por monóxido de carbono] no sangue, o que indica que a vítima já se encontrava em óbito antes da exposição ao gás”, afirma o laudo.

“O requerido encontra-se preso em Curitiba”
Sábado, 16.02.19 08:23
A Justiça de São Paulo tentou, durante quatro meses, intimar João Vaccari Neto em sua casa para depor no caso que investiga enriquecimento ilícito de Fernando Haddad, relata o Estadão.
Em outubro do ano passado, um oficial de Justiça escreveu: “Ratifiquei informação recebida nas imediações e obtive confirmação de terceiros que o requerido encontra-se preso em Curitiba”.

“Saímos com a cabeça erguida”
16.02.19 07:00
Gustavo Bebianno usou o Instagram na madrugada deste sábado para publicar um texto desabafo. A mensagem é atribuída ao escritor Edgard Abbenhusen e trata de “lealdade”. Eis a íntegra:
“A lealdade é um gesto bonito das boas amizades. Só consegue ser amigo quem aprende a ser leal. Só quem entende o real significado dessa palavra tão forte, compreende a importância de praticá-la no seu dia a dia. A lealdade constrói pontes indestrutíveis nas relações humanas. E repare: quando perdemos por ser leal, mantemos viva a honra. Saímos de qualquer lugar com a cabeça erguida ao carregar no coração a lealdade. É ela quem conduz os passos das pessoas que jamais irão se perder do caminho. Que jamais irão se entregar as turbulências. Que jamais irão se entregar as circunstâncias. Uma pessoa leal, sempre será leal. Já o desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça.”

Bebianno não pode assumir direção de estatal
16.02.19 07:31
Gustavo Bebianno não pode assumir cargo de direção em estatais. A possibilidade foi cogitada pelo governo como compensação à sua saída do primeiro escalão.
O Estadão lembra que os indicados para estatais, segundo o artigo 17 da Lei 13.303/2016, não podem ter atuado, nos últimos 36 meses, “como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”.
A lei também proíbe a indicação de “ministro de Estado” e de “dirigente estatutário de partido político”.

O mundo vai desabar
16.02.19 07:24
Gustavo Bebianno, em sua mensagem no Instagram, insinuou que Jair Bolsonaro foi desleal com ele.
E avisou:
“O desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça.”

Bebianno, o inviável
16.02.19 07:11
Para não atrapalhar a negociação da reforma da Previdência, a equipe econômica do governo torcia pelo fim da crise entre Gustavo Bebianno e Jair Bolsonaro.
Segundo a Folha, alguns autores da reforma já reconheciam na tarde de sexta-feira que manter o secretário-geral da Presidência seria inviável.
“Se Bolsonaro cedesse, disseram, passaria a imagem de que havia se tornado refém do auxiliar”.

A mentira da mentira
16.02.19 06:12
Jair Bolsonaro acusou Gustavo Bebianno de ter mentido.
O ministro desmentiu a mentira, mostrando para o núcleo militar do governo as mensagens de WhatsApp que trocou com o presidente.
Com isso, o mentiroso passou a ser o próprio Jair Bolsonaro.
É claro que Gustavo Bebianno tinha de ser demitido.

WhatsApp de Bebianno
16.02.19 06:08
Gustavo Bebianno, para demonstrar que não estava mentindo sobre seus contatos com Jair Bolsonaro, vazou as mensagens do presidente a diversos ministros, inclusive militares.
Ele está sendo demitido por causa disso, segundo a Folha de S. Paulo.

Bolsonaro X Bolsonaro
16.02.19 00:02
Não custa repetir: a crise que culmina com a saída de Gustavo Bebianno do governo mostra que, neste momento, a maior oposição ao governo Bolsonaro é o próprio governo Bolsonaro.
Ou o núcleo familiar do governo, envolto em teorias conspiratórias que só conspiram contra ele próprio.

Maduro chama ajuda humanitária de ‘migalhas de comida podre’
Sexta-feira. 15.02.19 21:30
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de “migalhas” de “comida podre” a ajuda humanitária enviada pelos EUA a pedido do opositor Juan Guaidó, registra a Folha.
Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, já foi reconhecido por 50 países, inclusive o Brasil, como legítimo presidente venezuelano interino.
“É uma armadilha, fazem um show com comida podre e contaminada”, declarou o ditador, que insiste no discurso de que a ajuda é pretexto para uma invasão americana.
Um integrante do Departamento de Defesa dos EUA disse à agência France Presse, sob anonimato, que o país mandará mais 200 toneladas de ajuda humanitária para a Colômbia.

Polícia de Maduro toma de ONG leite e remédios para aids
15.02.19 17:13
Policiais da ditadura de Nicolás Maduro invadiram a ONG Fundação Mãos Amigas para a Vida, na cidade de Valencia, informa Duda Teixeira em Crusoé.
Levaram caixas de leite que seriam entregues a mães grávidas e remédios para aids – enviados pela ONU e escassos no país.

Mulher apontada como ‘laranja do PSL’ deixou o País
15.02.19 20:56
A Polícia Federal chamou para depor mulheres que teriam atuado como candidatas-laranjas do PSL em Minas Gerais, nas eleições do ano passado.
A principal suspeita está no exterior.
Segundo um policial disse a O Globo, ela saiu do País por medo, mas já informou que voltará ao Brasil para prestar os esclarecimentos necessários.
A apuração do caso ocorre dentro de um procedimento preliminar. Pela lei, a PF só pode abrir inquérito sobre o assunto a pedido da Justiça Eleitoral.

JUSTIÇA QUEBRA SIGILO DE ADVOGADO DE TEMER
15.02.19 20:41
A Justiça Federal em Brasília quebrou o sigilo bancário do advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defendeu Michel Temer, dentro de investigação sobre a suposta compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro pelo empresário Joesley Batista.
Na mesma decisão, de 15 de janeiro, o juiz Vallisney de Souza Oliveira também mandou abrir as transações financeiras de 15 empresas da holding J&F, entre elas a JBS, a Vigor e a JBJ Agropecuária.

Procuradoria abre investigação sobre possível caixa dois de Bivar
15.02.19 20:13
A Procuradoria Regional Eleitoral pernambucana instaurou um procedimento para apurar possível prática de caixa dois de Luciano Bivar, o presidente do PSL, informa Fausto Macedo.
A investigação tem como foco o uso de recursos do fundo partidário, na campanha de 2018, para contratar a empresa de um dos filhos de Bivar, deputado federal por Pernambuco.
Também será investigado o recebimento de uma doação de R$ 8.000 de uma pessoa que estava desempregada havia mais de quatro meses.

Gilmar manda soltar de novo prefeito de Mauá
15.02.19 19:56
Gilmar Mendes considerou que um habeas corpus seu havia sido desrespeitado e mandou soltar de novo o prefeito de Mauá, Átila Jacomussi.
Jacomussi, do PSB, foi preso duas vezes no ano passado, uma na Operação Prato Feito e outra por acusação de fraude em concorrência. Em uma dessas ocasiões, foi acusado de esconder R$ 80 mil em uma panela.

Liminar de Gilmar pode livrar Paulo Preto de condenação
15.02.19 17:40
Uma liminar de Gilmar Mendes concedida em favor de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, poderá livrá-lo de condenação por supostos desvios de R$ 7 milhões.
Na quarta (13), o ministro acolheu pedido da defesa para reabrir a produção de provas dentro do processo, que já estava na última fase, de alegações finais.
Com o prolongamento da ação, a acusação contra Paulo Preto — de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação e formação de quadrilha — poderá se perder, já que em 7 de março ele completa 70 anos, o que faz o prazo de prescrição cair à metade.
Considerado operador de propinas do PSDB, Paulo Preto é acusado no processo de desviar dinheiro devido a famílias afetadas por obras do Rodoanel.

Justiça manda prender novamente irmão de vice de Dória
15.02.19 18:51
A Justiça aceitou nova denúncia por lavagem de dinheiro e concedeu mais um pedido de prisão contra o empresário Marco Aurélio Garcia, registra a Folha.
Marco Aurélio é irmão de Rodrigo Garcia, do DEM, vice do tucano João Dória no governo de São Paulo.
Acusado de ocultar bens para a chamada “máfia do ISS”, o empresário havia conseguido habeas corpus do STJ ontem, após ficar foragido por mais de duas semanas.
A nova prisão preventiva foi concedida pela juíza Cynthia Camurri, da 8ª Vara Criminal, que citou o fato de a polícia não ter conseguido encontrar Marco Aurélio “em nenhum endereço”.

Flamengo se recusa a fechar centro de treinamento onde 10 morreram
15.02.19 18:37
Uma semana após o incêndio no alojamento do centro de treinamento do Flamengo que matou dez jovens atletas, o clube se recusa a cumprir a decisão da prefeitura do Rio de interditar o local, informa a Folha.
O Ninho do Urubu, como o CT é conhecido, funciona desde outubro de 2017 desrespeitando interdição determinada pela prefeitura.
Questionado sobre isso, o vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, abandonou a entrevista coletiva que concedia.
“Se eu quiser recorrer, vou recorrer. Estou no prazo para fazer certas coisas. Só acho que essa questão de licença é colateral. Nós temos campos de futebol que não oferecem risco nenhum”, alegou Abranches, antes de deixar a entrevista.

NO BLOG DO JOSIAS
Áudio sobre Globo é pretexto de Bolsonaro para afastar Gustavo Bebianno
Por Josias de Souza 
Sábado, 16/02/2019|02h33min
A contragosto, Jair Bolsonaro foi convencido na manhã desta sexta-feira a manter Gustavo Bebianno no cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. À tarde, entretanto, o presidente deu meia-volta. Após reunir-se com ministros e travar um diálogo encrespado com o próprio Bebianno, Bolsonaro informou aos auxiliares sobre sua decisão de exonerar o ex-amigo. O presidente usou como pretexto não mais a suspeita de envolvimento de Bebianno no repasse de verbas para candidaturas fantasmas do PSL, mas o vazamento de áudios que trocara com o ministro. Incomodou-se especialmente com a divulgação de mensagem que envolve encontro que Bebianno teria com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo. Alega que houve "quebra de confiança."
No início da madrugada deste sábado, o blog conversou com uma das autoridades que acompanharam a evolução da crise ao longo da sexta-feira. Vai, abaixo, o miolo da conversa.
— Por que o presidente desistiu de manter Gustavo Bebianno no ministério? 
— Para encurtar uma história longa: a coisa caminhava bem, mas o presidente se aborreceu ao saber do vazamento de mensagens privadas. Acha que houve quebra de confiança.
 — Então, o ministro não mentiu ao dizer que havia conversado com o presidente por WhatsApp? 
— Não quero falar sobre isso. 
— A saída do ministro está 100% certa? 
— No fim do dia, os ânimos chegaram a um ponto que não favorece a concórdia. Digo que, enquanto não sair um comunicado oficial, há esperança. Mas devo reconhecer que a hipótese de um desfecho favorável está mais distante. Não há Diário Oficial no final de semana. Mas o Twitter é como pronto-socorro, aberto 24 horas por dia. Então, não me faça pergunta difícil. 
— Os senhores receiam por uma reação bombástica do Bebianno? 
— Não quero falar sobre isso, me perdoe. Vocês precisam ajudar o Brasil. Não é hora de estimular desavenças. O País precisa de paz para votar as reformas no Congresso e avançar. 
— Acha que revelações de Bebianno podem atrapalhar as reformas?
 — Não quero falar sobre isso. Me perdoe. Um bom resto de noite pra você. 
O áudio cujo vazamento deixou Bolsonaro particularmente abespinhado foi veiculado no site de Veja. Traz o conteúdo de mensagem trocada na última terça-feira (12). Ainda internado no hospital Albert Einstein, o presidente ralhou com Bebianno: "Como você coloca nossos inimigos dentro de casa?" O capitão irritara-se com o agendamento de uma audiência do seu ministro com Paulo Tonet Camargo, o executivo do Grupo Globo. Ele seria recebido naquela terça-feira, no Planalto. O encontro foi cancelado. 
O relacionamento de Bolsonaro com a Globo azedou desde a campanha. Piorou depois que Flávio Bolsonaro, o filho-senador do presidente, tornou-se protagonista do noticiário sobre movimentações bancárias suspeitas detectadas pelo Coaf. 
Para Bolsonaro, o noticiário dos veículos de comunicação do Grupo Globo sobre seu filho não é isento. Daí a expressão "inimigos". 
No período da manhã, a sexta-feira parecia se encaminhar para um arrefecimento da crise fabricada pelo próprio Bolsonaro, em parceria com o filho-tuiteiro Carlos Bolsonaro. O entendimento entre o presidente e Bebianno foi esboçado numa reunião no Alvorada. Foram recebidos no palácio residencial os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria Geral), além da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Embora se referisse a Bebianno de forma pouco amistosa, Bolsonaro foi convencido a manter o ministro no cargo. A trinca de interlocutores do presidente dirigiu-se, então, ao Planalto. Informado sobre a disposição do chefe de manter a sua cabeça sobre o pescoço, Bebianno foi aconselhado a baixar as armas durante o final de semana, distanciando-se de polêmicas. Ficou entendido que Bolsonaro receberia Bebianno na segunda-feira, para selar o armistício. 
No início da tarde, contudo, ao farejar o vazamento de áudios que enviara a Bebianno, o capitão deu de ombros para a recomendação médica de permanecer em repouso e rumou para o Palácio do Planalto. Reuniu-se com os ministros que estavam em Brasília. Inteirou-os sobre os fatos. Sintomaticamente, excluiu Bebianno da conversa. Só depois, no final da tarde, mandou chamar seu novo desafeto. Foi o primeiro encontro de Bebianno com Bolsonaro desde que o presidente e seu filho Carlos o chamaram de "mentiroso". 
Considerando-se o teor dos fragmentos que vieram à luz, a conversa foi rude. Um pedaço do diálogo foi testemunhado pelo vice-presidente Hamilton Mourão e por dois ministros: Augusto Heleno (chefe do GSI) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Mas Bolsonaro e Bebianno também tiveram a oportunidade de falar a sós. O presidente chegou a oferecer ao ministro a possibilidade de transferir-se do primeiro escalão do governo para uma diretoria de estatal. Mencionou a hidrelétrica de Itaipu. Ao relatar a conversa para um amigo, Bebianno declarou ter ficado "profundamente ofendido" com a oferta. Considera-se "traído" pelo presidente. Expressou-se numa linguagem que o capitão é capaz de compreender: "Um comandante não atira num soldado assim, pelas costas." Tomado pelas palavras, Bebianno parece estar pintado para a guerra. Disse que Bolsonaro "enlouqueceu". Contou ter sido abordado pelo general Hamilton Mourão. Munido de panos quentes, o vice de Bolsonaro, pediu que tivesse calma. Mas até a noite passada Bebianno não parecia disposto a atender. Seu amargor começou a transbordar para as redes sociais já durante a madrugada. Pela manhã, em viagem oficial à cidade de Sorriso, no Mato Grosso, Mourão fora questionado por um repórter sobre a conveniência de silenciar os filhos do presidente. Sem citar Carlos Bolsonaro, que frequenta o noticiário sobre a crise ao lado do pai, Mourão declarou: "Os filhos são um problema de cada família. Eu tenho certeza que o presidente, no momento aprazado, correto, ele vai botar ordem na rapaziada dele. Fica tranquilo."
Embora as declarações de Mourão soem sensatas, a encrenca é mais complexa. Pode-se gostar ou não da loquacidade do vereador Carlos Bolsonaro nas redes sociais. Mas a maior injustiça que se pode cometer com o personagem é atribuir-lhe toda a culpa pela produção da crise que eletrifica o governo. O 'pitbull', como o presidente se refere ao filho, é apenas coadjuvante no enredo de uma encrenca estrelada pelo pai.

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