SEGUNDA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
PF PROCURA VÍDEO DE ADVOGADO COM FINANCIADOR DE ADÉLIO
Sexta-feira, 21.12.18 11:06
O principal alvo das buscas da PF na manhã desta sexta para investigar se há mandantes do atentado contra Jair Bolsonaro é Zanone Manuel de Oliveira Júnior, o advogado de Adélio Bispo de Oliveira, conta a Crusoé.
Os agentes visitaram dois endereços comerciais. Num deles, querem a gravação em vídeo que registra encontro que o advogado diz ter ocorrido com a pessoa que estaria bancando a defesa do agressor. (...)

PF tenta descobrir quem paga a defesa do esfaqueador de Bolsonaro
21.12.18 10:50
O delegado Rodrigo Morais, que conduz o inquérito sobre o esfaqueador de Jair Bolsonaro, disse para o G1 que as buscas nos escritórios de Zanone Oliveira Júnior visam  a identificar quem estaria financiando a defesa do autor do atentado.

Dois mandados contra o advogado de Adélio
21.12.18 10:45
A PF cumpre mandados de busca e apreensão em dois escritórios do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, diz o G1.
Trata-se do defensor de Adélio Bispo, como foi antecipado pela Crusoé.

Advogados de Bolsonaro acompanham investigação do atentado, diz delegado
21.12.18 10:32
O delegado Rodrigo Morais Fernandes, que investiga o atentado contra Jair Bolsonaro, disse à Folha que os advogados do presidente eleito “estão cientes de todo o esforço investigativo que está sendo feito” para apurar o caso.
“Conto com um bom aparato para conduzir a investigação e não há nada que possa ser feito de diferente ou além do que está sendo feito”.
A PF faz hoje buscas em endereços ligados aos advogados de Adélio Bispo de Oliveira, que tentou matar Bolsonaro, para saber se há alguém por trás do atentado, informa a Crusoé.

“Nos governos petistas, o Itamaraty foi a casa do MST”
21.12.18 10:37
Ernesto Araújo anunciou que o Itamaraty será mais ativo na promoção do agronegócio brasileiro no mundo, inclusive com a criação de um departamento para o setor na pasta.
“Nos governos petistas, o Itamaraty foi a casa do MST. Agora estará à disposição do produtor”, escreveu no Twitter.
“Defenderemos o produtor brasileiro, nos foros internacionais, da pecha completamente falsa de ser agressor do meio ambiente. O produtor agrícola brasileiro contribui para a preservação ambiental como em nenhum outro lugar do mundo”.

As festas de Gilmar
21.12.18 09:42
Gilmar Mendes deve curtir o fim de ano entre Lisboa e Genebra, diz a Crusoé.
Até aí, nada demais. Seria apenas mais uma viagem do ministro, não fosse um detalhe: ele acionou a assessoria internacional do Supremo, que chegou a pedir ao Itamaraty que providenciasse o apoio de servidores e diplomatas para auxiliá-lo. O período, não custa lembrar, é de recesso no Judiciário.
Leia aqui.

Bancos não aprovaram a venda da Abril
21.12.18 09:22
A venda da editora Abril ainda não está fechada.
Segundo o Valor, “o acordo entre Fábio Carvalho e os Civita pegou Bradesco, Itaú Unibanco e Santander de surpresa e não se descarta que os bancos optem por fechar negócio com outro grupo que concorre com o advogado para ficar com a empresa.
A proposta vem sendo costurada pela Guilder Capital, do executivo João Consiglio, e que conta com o suporte financeiro da BRZ Investimentos, gestora que trabalhava na montagem de um fundo para fazer investimentos de impacto, além de empresários que preferem se manter anônimos como o fundador da Natura, Guilherme Leal.
Segundo o Valor apurou, a Guilder ofereceu comprar as dívidas bancárias com desconto de 90%. Já a Enforce, empresa de recuperação de crédito do BTG, aliada a Carvalho, propôs desconto de 94% para pagamento à vista.”

O plano de Toffoli
21.12.18 08:51
O plano para soltar Lula em 10 de abril se tornou mais complicado depois do golpe de Marco Aurélio Mello.
Diz a Crusoé:
“A alternativa que vem sendo construída pelo próprio Toffoli é a de que o STJ seja a última instância antes do cumprimento da pena. Gilmar é simpático à ideia, mas os outros ministros não deram pistas se irão aderir. Se prevalecer esse entendimento, as chances de Lula deixar a prisão diminuem. O relator da Lava Jato no STJ, Félix Fischer, já rejeitou um recurso do petista. Essa decisão aguarda uma análise definitiva da 5ª Turma da Corte. A tendência é que o entendimento de Fischer seja mantido. A alternativa para Lula seria, então, um novo recurso ao STF. Até lá, ele seguirá na cadeia.”
Na quarta-feira, o STF percebeu que a sociedade vai reagir furiosamente à soltura do criminoso. Os ministros vão acabar tramando outro caminho.
Leia aqui.

“Nós queremos emplacar uma hashtag nos trending topics do Twitter, #LulaZord”
21.12.18 08:36
A propaganda ilegal dos candidatos petistas nas redes sociais foi detalhada em e-mails para os chamados influenciadores.
A Folha de S. Paulo obteve uma cópia dessas mensagens.
Diz a reportagem:
“No dia 14 de agosto, veio o alerta de que a pauta seria ‘um pouco diferente’. ‘Nós queremos emplacar uma hashtag nos trending topics do Twitter durante a tarde, #LulaZord’.
A ideia era levar aos assuntos mais relevantes do Twitter o registro da chapa petista à Presidência da República, com Lula (PT), Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB).”
E mais:
“‘O que é que o Lindbergh tem?’. ‘Queremos um conteúdo leve e bem-humorado que apresente o candidato como a melhor opção para senador no Rio de Janeiro’. Era obrigatório o uso da hashtag #LindbergSenador.”
E mais:
“Em 23 de agosto, a pauta enviada pela jornalista da Follow é ‘repercutir o vídeo que esclarece a decisão do Supremo Tribunal Federal que absolveu em 19 de junho a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) da acusação de corrupção e lavagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava Jato’.
‘Orientamos o uso das palavras Gleisi, inocente e absolvida'”.

Um doleiro na Lava Toga
21.12.18 08:17
A Lava Jato indaga sobre os advogados de Lula, diz a Crusoé.
Os investigadores descobriram que Orlando Diniz contratou o escritório de Cristiano Zanin porque queria uma solução “política” para um de seus pleitos, conforme depoimento de assessores da Fecomércio.
De início, Diniz bancou a empreitada com dinheiro próprio. Para isso, levantou 1 milhão de reais em cash e levou o dinheiro até São Paulo com a ajuda de um doleiro. Como o valor foi insuficiente, ele passou a recorrer ao caixa da Fecomércio.
Leia a reportagem completa aqui.

Lula vai trocar a dignidade por uma tornozeleira
21.12.18 08:07
Lula resolveu apelar.
A nota plantada na Folha de S. Paulo revela que ele está mudando o discurso sobre a prisão domiciliar:
“Familiares e dirigentes do PT sugeriram a Lula que peça transferência para prisão domiciliar por razões humanitárias, apontando sua idade, 73 anos, e o fato de ter tratado um câncer. O ex-presidente resiste à ideia. Acha que seria desrespeitoso com os militantes acampados em Curitiba desde sua prisão.”
Lula vai trocar a dignidade por uma tornozeleira.

Lula é refém de Lula
21.12.18 07:58
A angústia de Lula é evidente.
Na última quarta-feira, ele deve ter percebido que o Brasil inteiro quer que ele continue preso.
Lula se iludiu de que a cadeia acabaria alimentando sua imagem. Agora ele sabe que ocorreu o exato contrário. E bateu o desespero.
O criminoso disse que é um “refém”. Só se for refém dele mesmo.

NO ESTADÃO
Editorial
Deboche no Supremo
A vergonhosa aventura protagonizada pelo ministro Marco Aurélio Mello constituiu gravíssimo atentado à segurança jurídica
Notas e Informações, O Estado de S.Paulo
Sexta-feira, 21 Dezembro 2018 | 03h00
Chega a ser tedioso ter de reafirmar o óbvio, mas não há democracia sem segurança jurídica. Um dos pilares dessa segurança é a jurisprudência assentada pelos tribunais superiores, que serve de referência para a interpretação das leis. Por esse motivo, a jurisprudência não pode ser questionada a todo instante, muito menos atropelada pela vontade individual de algum magistrado, sob pena de transformar o sistema judiciário do País numa loteria. No limite, quando esse sistema envereda pelo caminho da imprevisibilidade, falha em sua tarefa de alcançar a pacificação social e ameaça até mesmo a manutenção do Estado Democrático de Direito.
Assim, a vergonhosa aventura protagonizada na quarta-feira passada pelo ministro Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal, ao conceder intempestiva liminar para suspender a possibilidade do início da execução penal após condenação em segunda instância, constituiu gravíssimo atentado ao princípio da segurança jurídica. De quebra, deixou o País intranquilo diante da perspectiva de que, a partir da canetada de um ministro do Supremo, o ex-presidente Lula da Silva pudesse ser libertado, situação que certamente causaria tumulto e confusão, ainda mais às vésperas da posse do presidente Jair Bolsonaro.
Como se sabe, existe jurisprudência firmada desde 2016, quando o plenário do Supremo decidiu, a partir do julgamento de um habeas corpus, que um réu condenado por órgão colegiado em segunda instância poderia começar a cumprir imediatamente a pena. Considerou-se que, nessa situação, não há mais por que se falar em presunção de inocência, pois a culpabilidade do réu já está devidamente assentada. É o que acontece na maioria dos países civilizados.
No entanto, desde a prisão do Sr. Lula da Silva, em abril, o Supremo passou a ser pressionado a recuar. Ora, é evidente que a prisão do Sr. Lula da Silva, malgrado seu evidente impacto político, não constituiu, do ponto de vista jurídico, um fato novo que justificasse uma eventual mudança de jurisprudência. Por essa razão, quando julgou pedido de habeas corpus em favor de Lula logo após a prisão, o Supremo manteve o entendimento em vigor desde 2016.
Naquela ocasião, contudo, os ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, que foram votos vencidos, manobraram para tentar forçar o Supremo a pautar uma revisão da jurisprudência. Como a então presidente do Supremo, Cármen Lúcia, negou-se a corroborar a tramoia, passou a ser alvo de grosserias do ministro Marco Aurélio. O mesmo aconteceu com a ministra Rosa Weber, que igualmente rejeitou a tese que favoreceria Lula. “Compreendido o Tribunal como instituição, a simples mudança de composição não constitui fator suficiente para mudar jurisprudência”, explicou a ministra Rosa Weber para seus furibundos colegas.
Aparentemente inconformado com a derrota, o ministro Marco Aurélio apelou então para a decisão monocrática – que, se levada a efeito, libertaria dezenas de milhares de presos, entre eles o Sr. Lula da Silva. O ministro esperou até a véspera do recesso do Judiciário para se manifestar, tentando evitar assim que o colegiado se reunisse para julgar o mérito de sua liminar ainda neste ano. Alegou que o fazia porque precisava reagir à “manipulação da pauta” do Supremo, uma vez que o atual presidente, Dias Toffoli, havia marcado uma nova análise desse tema somente para abril do ano que vem. O próprio Toffoli, como esperado, cassou a liminar de Marco Aurélio.
Em seu despacho, o ministro Marco Aurélio escreveu que a segurança jurídica “pressupõe a supremacia não de maioria eventual (...), mas da Constituição”. Depreende-se então que, para esse magistrado, a jurisprudência formada por decisão colegiada da qual ele discorda simplesmente não vale. E o ministro Marco Aurélio aproveitou para destratar seus colegas de Supremo, acusando-os de desrespeitar a ordem jurídico-constitucional: “Que cada qual faça a sua parte, com desassombro, com pureza d’alma, segundo ciência e consciência possuídas”, escreveu o ministro. E acrescentou, quase como um deboche: “Tempos estranhos os vivenciados nesta sofrida República!”. De fato: tempos estranhos.

Bolsonaro descarta tirar Salles de governo
Presidente eleito vê disputa política em decisão que levou à condenação por improbidade de escolhido para Ministério do Meio Ambiente
Por Tânia Monteiro e Júlia Linder para O Estado de S.Paulo
21 Dezembro 2018 | 05h00
BRASÍLIA - Embora alguns integrantes do governo Jair Bolsonaro considerem delicada a situação do advogado Ricardo Salles, indicado como ministro do Meio Ambiente, a decisão do presidente eleito é mantê-lo no cargo. Salles (Novo) foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa. Cabe recurso. 
O entendimento de Bolsonaro, de acordo com interlocutores, é de que a condenação de Salles seria fruto de uma disputa política, não de desvio ou corrupção, e representaria ação contra as próprias posições do novo governo em relação à área ambiental. Por isso, a resistência do presidente eleito em tomar atitudes contra seu futuro titular do Meio Ambiente.
Nesta quinta-feira, 20, ao ser questionado sobre o assunto, o futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse ao Estado que, de forma geral, “ficha suja não fica no governo”. “Não vou falar especificamente sobre ele (Salles), porque não conheço detalhes que envolvem o processo. Mas, de forma geral, o que o presidente, Jair Bolsonaro, já disse foi que ficha suja não vai ficar no governo”, disse Bebianno. 
A posição de Bolsonaro de manter Salles, no entanto, está sendo questionada por alguns assessores. Há uma avaliação de que isso enfraqueceria o discurso do presidente eleito de que indicados com condenação ou problemas com a Justiça não permaneceriam no governo. Esses auxiliares avaliam que passaria sinais trocados à opinião pública e poderia deixar em situação delicada o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato.
Salles passou o dia em Brasília, trabalhando na transição, e confirmou o nome do procurador da Advocacia-Geral da União, Eduardo Fortunato Bim para o Ibama, conforme antecipado nesta quarta-feira, 19, pelo estadão.com.


NO BLOG DO JOSIAS
Renan Calheiros insulta Marco Aurélio no Twitter
Por Josias de Souza 
Sexta-feira, 21/12/2018 | 03h29 
Renan Calheiros endereçou no Twitter insultos ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo. Inconformado com a decisão do magistrado de impor o voto aberto na eleição para a presidência do Senado, o cacique do MDB questionou-lhe a inteligência. Abstendo-se de citar o nome do seu alvo, Renan chegou mesmo a associar o ministro da Suprema Corte às "antas". "Não podemos deixar de defender a separação dos Poderes", escreveu o senador. "Se a democracia ficar exposta a pedrada de doido e a coice de burro, será mais complicado defendê-la. Todo dia tem que matar um leão. Mas o difícil é enfrentar as antas." 
Deve-se a decisão de Marco Aurélio a um mandado de segurança impetrado no Supremo pelo senador Lasier Martins (PSD-RS). Na última quarta-feira, horas depois da divulgação do despacho do ministro, Renan queixara-se no plenário do Senado: "O voto secreto é princípio de eleição. Não há nenhuma eleição no mundo que não seja por voto secreto. O regimento desta Casa diz isso."
Renan realçara que o próprio regimento do Supremo Tribunal Federal prevê votação secreta na escolha do presidente da Corte. Irônico, ele dera um conselho ao correligionário Eunício Oliveira (MDB-CE), que preside o Senado e o Congresso: "Se o Supremo entender que não precisa cassar a decisão do ministro Marco Aurélio, é muito melhor, senhor presidente, o senhor entregar a chave do Congresso Nacional ao ministro Marco Aurélio." Curiosamente, há um quê de Gilmar Mendes na manifestação ofensiva de Renan. Amigos, Gilmar e Renan têm em comum o desapreço por Marco Aurélio. No ano passado, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot pediu formalmente no Supremo que Gilmar fosse impedido de julgar casos envolvendo o empresário Eike Batista. Na epígrafe do documento que redigiu para rebater os argumentos de Janot, Gilmar escreveu o mesmo provérbio português usado por Renan contra Marco Aurélio: "Ninguém se livra de pedrada de doido nem de coice de burro". 
Na hipótese mais benigna, Renan apenas inspirou-se na peça redigida por Gilmar. Na hipótese mais maligna, as ofensas do senador ecoam a divisão interna que anda corroendo a supremacia da Supremo Corte. A melhor forma de guerrear contra uma decisão judicial é a apresentação de um recurso próprio. Algo que, no caso do voto aberto, Eunício Oliveira já providenciou. O problema é que a perspectiva de uma eleição com voto aberto no Senado deixa Renan fora de si. O que o leva a expor na vitrine das redes sociais o que tem por dentro. 
O senso comum ensina que não é exemplo de inteligência um personagens que, tendo telhado de vidro, sai atirando pedras como um doido. Protagonista de mais de uma dezena de processos no Supremo, Renan não tem apenas o telhado de vidro, mas o paletó, a gravata, a camisa, o calcanhar… Tudo no senador parece ser de vidro. De resto, o Brasil seria um país extraordinário se o mais difícil desafio imposto ao sistema democrático fosse "enfrentar as antas". A faxina iniciada pela Lava Jato revelou que a democracia brasileira é assediada por bichos bem mais perigosos. Por vezes, juntam-se hienas, raposas, aves de rapina, abutres e roedores de toda espécie para assegurar posições estratégicas. Por exemplo: a presidência do Senado.

Bic de Bolsonaro já aceita ministro com pesticida
Por Josias de Souza 
Quinta-feira, 20/12/2018 | 19h45
Em campanha, Jair Bolsonaro prometera elevar o teto de exigências morais e éticas de sua Presidência. Eleito, rebaixou o pé-direito do seu futuro governo ao empurrar para dentro do primeiro escalão ministros que enfrentam questionamentos na área dos bons costumes. A equipe de Bolsonaro tem 22 ministros. Desse total cinco convivem com suspeitas — uma taxa de encrencados de 22,7%. Henrique Mandetta, da Saúde, responde a denúncia por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois. Tereza Cristina, da Agricultura, é citada numa transação esquisita com a JBS. Paulo Guedes, da Economia, é investigado por transações feitas com fundos de pensão de estatais. Onyx Lorezoni, da Casa Civil, molha o paletó para livrar-se de uma acusação de caixa dois. Para complicar, Ricardo Salles, do Meio Ambiente, acaba de ser condenado por improbidade administrativa. Bolsonaro vinha dizendo que nenhum dos seus escolhidos era réu. Agora, convive com um condenado. Há duas semanas, Bolsonaro fez uma declaração categórica: "Havendo qualquer comprovação ou denúncia robusta contra quem quer que seja do meu governo, que esteja ao alcance da minha caneta 'bic', ela será usada".
Às vésperas de vestir a faixa presidencial, Bolsonaro guarda obsequioso silêncio sobre o selo de improbidade administrativa que foi colado em Ricardo Salles. Sua 'bic' permanece imóvel. Será acionada no dia da posse, não para afastar, mas para sacramentar a nomeação do auxiliar tóxico. Pode-se argumentar que ainda cabe recurso contra a condenação do titular do Meio Ambiente. Beleza. Mas o que Bolsonaro havia prometido aos seus eleitores era um primeiro escalão sem pesticidas. Essa mercadoria ele não vai entregar.

NA VEJA.COM
Ficou mais assustador
Além das denúncias de assédio sexual e contrabando de minério, documentos mostram que João de Deus chegou a ser acusado de tráfico de drogas e tortura
Por Thiago Bronzatto e Nonato Viegas
Sexta-feira, 21 dez 2018 | 07h00
Existem inúmeros relatos que permitem afirmar que João Teixeira de Faria, o João de Deus, encarnava há mais de três décadas dois personagens igualmente impressionantes. O primeiro, a um só tempo poderoso e humilde, tem o que muitos acreditam ser o dom da cura — de câncer em estado terminal a paralisia, de aids a depressão. O segundo, ardiloso e cruel, exibe os traços demoníacos de quem é capaz de abusar da fragilidade de doentes em sua hora mais difícil. Cinco centenas de mulheres já se apresentaram às autoridades narrando os horrores que viveram durante sessões espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no interior de Goiás. Entre as vítimas está até uma das filhas do médium, que começou a ser violentada por ele aos 10 anos. Como VEJA revelou em sua edição da semana passada, ela o denunciou muito antes do escândalo, mas ninguém lhe deu crédito.
João de Deus foi preso no domingo 16. Segundo o Ministério Público, a detenção do médium se tornou necessária para garantir a “ordem pública” e assegurar a “aplicação da lei”, principalmente depois que uma das vítimas relatou à Polícia que, após ter comentado com moradores de Abadiânia que havia registrado uma queixa de abuso contra João de Deus, foi ameaçadoramente advertida do risco que estava correndo. A Polícia fez buscas na casa de João de Deus e no centro Dom Inácio de Loyola, onde ele realizava as curas e também praticava os abusos contra as mulheres. A coleta foi igualmente impressionante.
No fundo falso de um armário no quarto do médium e dentro de uma mala, os agentes encontraram 405 000 reais, incluindo notas de dólar, euro, peso argentino e franco suíço. O dinheiro escondido é parte da fortuna pessoal de João de Deus. Um dia antes da prisão, a Polícia descobriu que o médium mantinha 35 milhões de reais em aplicações financeiras. É uma bolada digna de um prêmio da Mega-Sena e chama atenção que esteja em posse de alguém conhecido por se dedicar à caridade, sem cobrar nada por isso, ao menos publicamente. A Polícia deverá investigar a origem do dinheiro e do patrimônio do médium.
Na busca, os policiais também encontraram dois revólveres de calibre 32, um de 38, uma pistola 380 e uma garrucha, além de uma grande quantidade de munição. Uma das armas estava com a numeração raspada, procedimento que os criminosos usam para dificultar qualquer rastreamento. A Polícia ainda não sabe por que João de Deus mantinha um arsenal escondido dentro de casa. O passado do médium registra episódios que podem ajudar a encontrar essa resposta. 
Na edição anterior, VEJA mostrou um documento produzido pelo antigo Serviço Nacional de Informações (SNI) que revelava que, em 1985, o médium foi preso transportando uma carga de minério que seria contrabandeada para o exterior. Ele estava armado e confessou o crime. No depoimento que prestou à Polícia Federal, disse que faturaria o equivalente a 3,5 milhões de reais se o golpe tivesse sido bem-sucedido. Portanto, o médium, que na época já era conhecido pelas curas espirituais, também mantinha negócios além da fronteira da legalidade.
João de Deus já foi alvo de investigações ainda mais pesadas. Em 1996, três homens foram detidos e acusados de portar drogas, arrumar confusão com um segurança e furtar a bolsa de uma mulher que buscava atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. A Polícia concluiu o inquérito e enviou o relatório à Justiça, que condenou apenas um dos suspeitos por furto. O caso, porém, voltou-se contra o médium. Ao analisar o processo, o juiz Alderico Rocha dos Santos detectou falhas de procedimento e concluiu que as acusações eram “manobras policiais coordenadas por João de Deus”, para condenar os suspeitos por “crimes que não existiram”, em razão de um “desentendimento relativo ao tráfico de drogas”.
Os três acusados contaram que, em janeiro de 1996, foram levados à delegacia e forçados a confessar o porte de maconha, depois de ser submetidos a sessões de tortura e ameaças de morte — tudo sob o comando de João de Deus, que eles chamavam de “João Curador”. De acordo com os depoimentos de Joaquim Olímpio de Oliveira e Marcos Leite, dois dos suspeitos, o médium fazia o papel de delegado, realizando os interrogatórios e orientando a sessão de espancamento. Já Antonio Alves Rodrigues, o terceiro detido, disse que um policial colocou uma arma em sua boca e ameaçou dispará-la. Ele também acusou João de Deus de traficar cocaína e afirmou que os dois trabalharam juntos por mais de seis anos. Sua prisão era uma espécie de acerto de contas.
Diante dessas denúncias, o juiz pediu ao Ministério Público a instauração de um inquérito. O poder e a influência de João de Deus, no entanto, levaram as investigações de abuso de autoridade, tortura e tráfico de drogas ao mesmo lugar onde foram parar as antigas denúncias de abuso sexual de mulheres — na gaveta. Depois de mais de oito anos de “investigação”, o caso foi encerrado porque os crimes prescreveram. Nesse tempo, a Polícia nem sequer ouviu as vítimas. “Embora contenham os autos mais de 242 páginas, poucas diligências foram realizadas com o fito de apurar, de forma efetiva e escorreita, os crimes narrados”, registrou o Ministério Público. Até hoje, portanto, não se sabe se João de Deus era culpado ou inocente. O médium era mais que um delegado. Há relatos de que fazia pagamentos aos policiais goianos, muitos incorporados à sua segurança pessoal, e também financiava a manutenção da delegacia.
O processo que reúne todas essas acusações foi localizado por VEJA no arquivo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Nele, há relatos e documentos que mostram o tamanho da influência de João de Deus. Em 1985, quando foi preso em flagrante contrabandeando autunita, um mineral radioativo, valioso e raro, João de Deus pediu ajuda ao então deputado federal Amílcar de Queiroz, do Acre. Em depoimento ao Ministério Público, o parlamentar confirmou que foi procurado pelo médium, “tendo em vista a apreensão do minério”, e que mobilizou o seu gabinete na Câmara Federal para atendê-­lo “juridicamente”. Os dois — médium e deputado — se conheceram por intermédio do senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia. É bom lembrar que João de Deus foi preso em flagrante, armado, confessou o crime e revelou que era o financiador dos contrabandistas. Mas esse caso acabou tendo o mesmo destino de tudo — a gaveta.
Os segredos na gaveta
(//VEJA)
O processo 
A Justiça determinou que fosse aberta uma investigação para apurar denúncias contra João de Deus feitas por três homens presos acusados de porte de drogas e de praticar furto na casa Dom Inácio de Loyola.
(//VEJA)

Quadrilha 
Antonio Alves, um dos três presos, contou em depoimento que ele e João de Deus foram parceiros por seis anos em esquema de tráfico de cocaína, em Abadiânia. Os acusados não apresentaram nenhuma prova do que disseram, mas a polícia também não investigou nada — e o caso foi arquivado.
(//VEJA)

Espancamento 
Joaquim Olímpio de Oliveira, outro dos presos, acusou João de Deus — então chamado de “João Curador” — de submetê-lo a tortura para forçá-lo a confessar o crime. O médium, segundo ele, se comportava como policial, conduzia o interrogatório e usava uma pistola para intimidar.
(Publicado em VEJA de 26 de dezembro de 2018, edição nº 2614)


NO RADAR (VEJA)
Blindados para Bolsonaro: 700 000 reais mais caros do que a encomenda
Licitação prevê a compra de brinquedinhos que custam até 256.000 reais e aguentam tiros de submetralhadora
Por Gabriel Mascarenhas
Sexta-feira, 21 dez 2018, 06h31
O governo vai desembolsar mais do que o previsto para comprar os 30 veículos de luxo que atenderão Jair Bolsonaro e sua tropa palaciana.
Em novembro, o Palácio do Planalto lançou uma licitação em que pretendia gastar até 5,5 milhões de reais na aquisição dos possantes, 12 dos quais terão blindagem capaz de suportar disparos até de submetralhadora.
Como não apareceram interessados, o Executivo decidiu aumentar o orçamento.
O novo edital, recém-publicado, estabelece preço total máximo de 6,2 milhões de reais para ocupar a garagem do palácio com brinquedinhos que custam até 256.000 reais.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Indignado, Lula não admite, não compreende e não aceita a “traição” de Dias Toffoli
Por Amanda Acosta
Quinta-feira, 20/12/2018 às 21:04
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou realmente a acreditar que seria solto nesta quarta-feira (19), tão logo foi avisado que uma liminar de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubava a prisão de condenados em 2ª instância com sentença condenatória que ainda não tivesse transitado em julgado.
Inúmeros petistas começaram a se dirigir para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), parlamentares e dirigentes partidários, formando uma grande aglomeração no local. Lula, do 4º andar, percebia todo o movimento.
Assim, o petista, satisfeito, mas ansioso, aguardava a chegada do documento que iria determinar a sua liberação, o alvará de soltura.
Até que chegou a informação de que a juíza Carolina Lebbos, comunicada da decisão do ministro através de petição protocolada pelo advogado Cristiano Zanin, recusou-se a atender prontamente a determinação.
Lula teria ficado irritadíssimo e extremamente angustiado
De qualquer forma, o momento mais traumático ainda iria acontecer. Ocorreu quando Lula soube que Dias Toffoli, seu ‘afilhado’, amigo, ex-companheiro no PT, ex-advogado do partido, a quem ele nomeou sub-chefe da Casa Civil, Advogado Geral da União e ministro do STF, derrubou a decisão que lhe garantia a liberdade.
Nas hostes petistas imaginam que ‘forças ocultas’ teriam guiado a atuação do presidente do STF no caso.
De qualquer forma, a atitude de Toffoli é tida como traição. Afinal, foi nomeado ministro para servir ao PT. É este o pensamento reinante. Por Lula, Toffoli deveria enfrentar a tudo e a todos.
O atual presidente do STF, ainda bastante jovem, preferiu pensar no seu futuro...

Cassação do mandato da petista Fátima Bezerra pode se tornar irreversível
Por Otto Dantas
20/12/2018 às 19:29
O PT é sempre o PT, aqui e acolá, ontem, hoje e sempre. O partido das falcatruas, cheio de coisas erradas e repleto de esquemas para distribuir dinheiro para a ‘companheirada’.
Tudo indica que uma empresa foi criada em Natal (RN), em plena campanha eleitoral, apenas para abocanhar os recursos do fundo partidário e distribuir para a galera petista.
O nome da empresa: 'Brasil de Todos Comunicação', bem sugestivo. O contrato social foi registrado na Junta Comercial do Rio Grande do Norte em 21 de agosto deste ano, a dois meses do pleito.
A tal 'Brasil de Todos’, já no dia 24 de agosto, portanto três dias após o seu registro, recebeu a bagatela de R$ 350 mil da governadora eleita. Foi a empresa que mais recebeu verbas de Fátima Bezerra durante a campanha, com sócios sem residência no Rio Grande do Norte e sem qualquer comprovação dos serviços prestados.
No total a 'Brasil de Todos' recebeu R$ 1,9 milhão, tudo dinheiro público, sem qualquer comprovação de sua capacidade operacional.
Se a investigação prosseguir, fatalmente a governadora não resistirá.
Isso é o PT.
É 'Gópi'!






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