SEGUNDA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
“Vocês terão câncer e voltarão todos aqui”
Quarta-feira, 12.12.18 11:20
A imprensa foi atacada por apoiadores de João de Deus na Casa Dom Inácio de Loyola, na manhã de hoje.
Uma mulher gritou para os jornalistas, segundo relato do Correio Braziliense:
“Vocês terão câncer e voltarão todos aqui para se curar. Você se arrependerão do que estão fazendo.”

O baixo clero e o alto clero
12.12.18 10:41
A mesada de 100 mil reais que Dias Toffoli recebia do escritório de sua mulher não foi denunciada ao Coaf.
E a imprensa não se importou com o assunto, revelado pela Crusoé.
Sabe como é: há o baixo clero e o alto clero.

Deputados-presidiários serão plantonistas no Congresso
12.12.18 10:40
O plenário da Câmara aprovou a lista dos deputados que farão parte da comissão que fica “de plantão” entre 23 de dezembro de 1º de fevereiro — período do recesso no Congresso.
Entre eles, estão os deputados-presidiários Celso Jacob, do MDB do Rio de Janeiro, e João Rodrigues, do PSD de Santa Catarina.

João de Deus “declarou que é inocente, entrou em um carro e foi embora”
12.12.18 10:05
João de Deus visitou a Casa Dom Inácio de Loyola cercado de guarda-costas.
“Sua chegada foi marcada por empurra-empurra e bate-boca”, diz O Globo. “Dezenas de seguidores que o cercavam tentavam impedir que a imprensa registrasse imagens”.
Ele “declarou que é inocente, entrou em um carro e foi embora”, acrescentou o G1.

O golpista em chamas
12.12.18 09:55
Uma multidão contrária à candidatura golpista de Evo Morales a um quarto mandato incendiou a sede do Tribunal Eleitoral de Santa Cruz, diz a AFP.
Isso é que é democracia direta.

Cadê o plano?
12.12.18 09:51
Jair Bolsonaro não tem um plano para a reforma previdenciária.
Isso é muito mais preocupante do que o relatório do Coaf sobre o assessor de seu filho.

Flávio Bolsonaro é 17
12.12.18 09:45
O relatório do Coaf citou 21 deputados estaduais do Rio de Janeiro.
O primeiro da lista é André Ceciliano, do PT, cujos assessores movimentaram 49,3 milhões de reais.
O segundo, de acordo com a Folha de S. Paulo, é Paulo Ramos, do PDT, com 30,3 milhões de reais.
Márcio Pacheco, do PSC, aparece em terceiro lugar, com 25,3 milhões de reais.
Flávio Bolsonaro, curiosamente, ficou em 17° lugar, atrás até mesmo de um deputado do PSOL, Eliomar Coelho.

Parlamento tem de ser tutelado e intimidado
12.12.18 09:05
O Estadão está preocupado com a “democracia direta” de Jair Bolsonaro e Fernando Haddad acusa-o de “tutelar e intimidar” os representantes do povo.
Ontem os deputados deram mais um exemplo de que precisam ser tutelados e intimidados, aprovando a pauta-bomba que prorroga incentivos fiscais ao Norte e Nordeste. “Somados todos os projetos aprovados ou encaminhados neste ano”, diz Hélio Gurovitz, “o custo nos próximos quatro anos é estimado em até 260 bilhões de reais”.
O colunista conclui:
“Conquistar o Parlamento é a prioridade para Bolsonaro. Se não conseguir, não haverá reforma da Previdência, nem como conter a explosão das pautas-bombas, nem como evitar a queda no abismo fiscal. Depois da esbórnia provocada pelos governos petistas, a economia brasileira não aguentará um novo choque. Bolsonaro foi eleito prometendo desfazer as mazelas do petismo. É na área fiscal que precisa fazer jus ao mandato conquistado.”

“O presidente do TCU insultou seu patrão, o povo”
12.12.18 08:37
“José Múcio Monteiro tomou posse na presidência do TCU bajulando em seu discurso o presidiário Lula da Silva”, disse José Nêumanne.
“Numa demonstração de que, no cargo, que não tem poder algum, mas é apenas um cabide de emprego para políticos sem votos, comportou-se como se estivesse na bagaceira das usinas de sua família, agradecendo ao Estado de Pernambuco, que lhe deu cinco mandatos de deputado federal, mas sempre o derrotou quando enfrentou Arraes para governador. E insultou seu patrão, o povo.”

Ópera do Malandro
12.12.18 08:26
O papa Francisco recebeu Chico Buarque e sua namorada Carol Proner.
“Eles entregaram ao santo padre um relatório de cem páginas com denúncias de processos do que chamam de ‘judicialização seletiva da política’”, diz a Folha de S. Paulo.
O papa corre o risco de se tornar cúmplice de criminosos como Lula.

Um general contra o mensaleiro
12.12.18 08:09
O general Antônio Leite dos Santos Filho deve ser anunciado nos próximos dias como presidente do Dnit, diz a Crusoé.
Ao escolher um general, o futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, tenta barrar a ingerência política sobre a autarquia federal que, desde os governos do PT, se tornou um feudo do PR do ex-deputado mensaleiro, Valdemar Costa Neto.
Como disse Fernando Haddad, o destino de Jair Bolsonaro depende exclusivamente de sua capacidade de tutelar os cofres públicos e de intimidar os criminosos.

NO BLOG DO JOSIAS
Silêncio de Fabrício diz muito sobre os Bolsonaro
Por Josias de Souza 
Quarta-feira, 12/12/2018 | 05h02
Fabrício 'Coaf' Queiroz tomou chá de sumiço. Desapareceu há 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 dias. É uma pena, pois muitos esperavam que explicasse rapidamente o trânsito "atípico" de R$ 1,2 milhão na sua conta bancária. Mas dá para ver o lado bom da situação, mesmo que seja preciso procurar um pouco. Basta dar ouvidos a tudo o que não foi dito, para perceber que há método no silêncio do "amigo" de Jair Bolsonaro e ex-motorista do primogênito Flávio Bolsonaro.
Bem-aventurado o figurante Fabrício que, não tendo nada a dizer, se abstém de demonstrá-lo em palavras. Sua ausência obrigou os protagonistas a ocuparem o palco. Seu silêncio permitiu à plateia ouvir os ruídos produzidos pelos Bolsonaros. O pai atribuiu os R$ 24 mil repassados para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro ao pagamento de empréstimos não-contabilizados que supostamente fizera a Fabrício. O filho disse ter ouvido do ex-assessor "uma história bastante plausível". 
Há utilidade no silêncio do correntista "atípico" que se escondia na folha do gabinete do primeiro-filho até dois meses atrás. Só os surdos não percebem que a eloquência da mudez de Fabrício potencializa a superficialidade do que foi expressamente transmitido por Jair e Flávio Bolsonaro. 
O pai disse ter emprestado R$ 40 mil a um amigo que movimenta R$ 1,2 milhão no banco. O filho recusa-se a esmiuçar a "história bastante plausível" que alega ter escutado de Fabrício. Há sabedoria no silêncio de Fabrício. 
O bocejo que preenche há uma semana o imenso vazio da mensagem em branco do ex-motorista estimula a suspeita de que vem aí uma resposta ensaiada. Se providenciasse explicações ligeiras, repletas de lacunas, Fabrício viraria instantaneamente o bode expiatório, aquele que apanha para que outros escapem. A demora permite a investigadores e repórteres colecionar dados que deixam mal também os bodes 'exultórios'. 
No sistema bancário brasileiro, o limite entre o que pode e o que não pode é a capacidade do Coaf de descobrir o tamanho da atipicidade de um agente público. Se existisse resposta fácil para o que já foi detectado, os Bolsonaros teriam ordenado a Fabrício que subisse no caixote. Deve-se a demora ao desejo de saber até onde o Coaf, os procuradores e a imprensa podem chegar. 
A essa altura, não convém dizer mentiras que não possam ser provadas nem encenar explicações para as quais o público não esteja ensaiado. Poucas vezes um silêncio soou tão eloquente quanto o mutismo de Fabrício 'Coaf' Queiroz. 

Morto, sistema político mantém código de barras
Por Josias de Souza 
Terça-feira, 11/12/2018 | 21h38
O brasileiro que gosta de se manter informado encontrou três personagens ilustres pendurados de ponta-cabeça nas manchetes das últimas horas: Aécio Neves, ex-presidenciável; Lula, ex-presidente; e Jair Bolsonaro, futuro presidente. 
Os casos em que os três estão enredados são diferentes. Mas as histórias têm um elemento em comum: o código de barras. Junto com outros parlamentares, amigos e familiares, Aécio teve suas residências vasculhadas em batidas da Polícia Federal. Coisa autorizada pelo Supremo. Investiga-se o recebimento de R$ 110 milhões em propinas da J&F. Lula, preso em Curitiba, foi alvejado pela Procuradoria. Em alegações finais anexadas ao processo sobre o sítio de Atibaia, a força-tarefa da Lava Jato pede nova condenação por corrupção. Acusa-o de receber R$ 155 milhões em vantagens ilegais. A sentença pode sair no primeiro trimestre do ano que vem. Bolsonaro meteu-se num bololô 100% feito de ingredientes tóxicos: 1) a movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão na conta de um ex-motorista do primeiro-filho Flávio Bolsonaro; 2) um repasse esquisito de R$ 24 mil para a conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro; 3) explicações duras de roer de um marido-presidente que acaba de ser eleito por 57 milhões de brasileiros para colocar o país em pratos limpos. 
Esse comportamento de risco e a tendência à autodesmoralização produziram uma má notícia e outra péssima. A má notícia é que o sistema político brasileiro cometeu suicídio. O eleitorado depositou sobre as urnas de outubro a última pá de cal. A péssima notícia é que tudo indica que o modelo político do Brasil, morto e enterrado, não foi para o céu. Nas profundezas, a democracia brasileira continua ostentando o velho código de barras.

NA COLUNA DO JOSÉ CASADO 
A irmandade do suborno
Petrobras não consegue dimensionar suas perdas
No O Globo
Terça-feira, 11/12/2018 - 00:00
Todo dia a Petrobras compra e vende petróleo e derivados no mercado mundial. Durante a última década e meia, negociou em média 400 mil barris a cada jornada de 24 horas, a preços variáveis.
Agora descobriu-se que parte dessas transações não teve qualquer registro e deu prejuízos à empresa estatal, mediante subornos pagos a funcionários, intermediários, políticos do PT, MDB, Progressistas (antigo PP) e do PSDB.
Eles receberam propinas entre dez centavos e US$ 2 por barril de petróleo e derivados nas negociações diárias, com pagamento à vista, e em contratos de longo prazo — mostram os novos processos abertos na Operação Lava-Jato.
O grupo fazia a Petrobras comprar a preços acima de mercado e a vender a preços mais baratos. Numa negociação de 300 mil barris, por exemplo, acertavam com o cliente estrangeiro “comissão” de US$ 1 por barril e embolsavam US$ 300 mil. Chegaram a “sumir” com 17,5 mil toneladas métricas de combustível da estatal embarcadas em três navios. Em 2012, celebraram o recorde de US$ 2 de propina sobre uma carga levada a Fortaleza.
A Petrobras não consegue dimensionar suas perdas na área, onde obtém dois terços do seu faturamento. Contou ao Ministério Público, em abril: “Não é possível localizar todas as aprovações (dos gestores), visto que algumas ocorreram em despachos presenciais ou por telefone, principalmente para os casos mais antigos.” São 15 anos de contratos informais, diários, sem controle de auditores e de órgãos como CVM e TCU.
Entre os principais beneficiários se destacam três trading companies, irmãs na hegemonia sobre o mercado mundial de petróleo e derivados. Vitol, Trafigura e Glencore somam receitas de quase US$ 500 bilhões por ano, seis vezes mais que a estatal brasileira, equivalente ao PIB de Minas. 
Os processos deixam claro que “a alta cúpula dessas empresas tinha total consciência do que estava ocorrendo”. Devem ir a julgamento no Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Advogados de Dilma se movimentam ante a possibilidade de prisão
Por Otto Dantas
Quarta-feira, 12/12/2018 às 08:31
Dilma Rousseff corre o sério risco de ter sua prisão preventiva decretada.
É um fato que, inclusive, provocou uma nota de Mônica Bergamo, a jornalista que funciona como uma espécie de porta voz do petismo.
Os advogados da ex-presidente estão preocupadíssimos.
Na nota, Bergamo informa que esta semana foi apresentada perante a Justiça uma petição que demonstra o caráter “preventivo” da defesa da ex-presidente ante a possibilidade de “medidas cautelares mais drásticas”, leia-se decretação da prisão preventiva.
Na missiva, os advogados insistem e reiteram que Dilma Rousseff está “à integral disposição para prestar qualquer esclarecimento ou ser ouvida sobre qualquer processo ou investigação criminal”.
O medo advém da delação de Antonio Palocci.
Embora ainda mantida sob sigilo, é sabido que foi devastadora para a ex-presidente, revelando inúmeras falcatruas ocorridas durante os seus mandatos.


 NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
Linha direta
POR MERVAL PEREIRA
Quarta-feira, 12/12/2018 04:30
Uma afirmação do presidente eleito Jair Bolsonaro, no discurso na cerimonia de diplomação, chama a atenção pelo que revela da estratégia que o novo governo pretende usar na negociação com o Congresso. “O poder popular não precisa mais de intermediação. As novas tecnologias permitiram uma relação direta entre o eleitor e seus representantes”.
Por trás das palavras a favor da soberania popular e da disposição de ser o presidente de todos, Bolsonaro manda um recado claro de que pretende usar as redes sociais para governar, assim como fez sua campanha eleitoral com baixo custo e ligação direta com os eleitores.
A cerimônia de diplomação, aliás, foi cheia de recados indiretos. Como quando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, discorreu sobre a necessidade de proteção às minorias, que o candidato Bolsonaro disse que deveriam se submeter às maiorias.
O presidente eleito Bolsonaro, pelo contrário, deixou explícito que governará para todos, mas insinuou que continuará a ter uma relação direta com os cidadãos, o que pode levar à tentativa de adotar a democracia direta, com referendos e plebiscitos, se as negociações com o Congresso não forem no caminho que considera o melhor.
O sociólogo Manuel Castells, considerado um dos maiores especialistas nos efeitos das novas mídias na sociedade, avalia, em seu mais recente livro “Ruptura”, que existe uma crise profunda da relação entre governantes e governados, demonstrada pelo descontentamento generalizado com as instituições políticas.
A falta de representatividade dos partidos políticos, e não apenas no Brasil, anunciaria o colapso gradual da democracia liberal, que seria substituída pelo que chama de "democracia real", a que surge a partir dos movimentos nascidos nas redes sociais. 
Muito tempo antes das consequências desse desprestigio das classes politicas desaguarem na eleição de Trump nos Estados Unidos, no movimento pelo Brexit na Inglaterra e na eleição de Bolsonaro no Brasil, Manuel Castells já previa em entrevistas e em livros que a descrença na democracia representativa poderia levar a que os cidadãos mandassem todos os políticos embora, mas ele acreditava que o sistema bloqueava as saídas.
Em parte tinha razão, pois, pelo menos no Brasil, alguns representantes da chamada “velha política” sobreviveram às eleições, como o senador Renan Calheiros, que insiste em ser novamente presidente do Senado. Se for derrotado nessa pretensão pelos novos senadores eleitos, e pela nova configuração política que chegou ao Congresso junto com a vitória de Bolsonaro, confirmará que os efeitos dessa ruptura são mais amplos.
Sua admiração pelos novos meios de comunicação, no entanto, não faz dele um defensor radical da sua eficácia autônoma. Em livros anteriores ele advertiu que “não basta um manifesto no Facebook para mobilizar milhares de pessoas”. A mobilização dependeria do nível de descontentamento popular e da capacidade de mobilização de imagens e palavras.
“A Internet é uma condição necessária, mas não suficiente para que existam movimentos sociais”. Mas a frase do presidente eleito sobre os cidadãos não precisarem mais de intermediação, referindo-se claramente aos partidos políticos, mas também aos meios tradicionais de comunicação, se baseia em Castells, que considera que agora o cidadão tem “os meios tecnológicos para existir independentemente das instituições políticas e do sistema de comunicação de massa”.
Essa ação através das mídias sociais tenta preencher o que Castells define de “vazio de representação”, criado pela banalização da atividade político-partidária, que caiu no descrédito da nova geração de usuários da Internet. 
Manoel Castells sempre achou que um político ligado aos partidos convencionais dificilmente conseguiria superar essa rejeição, e a vitória de Bolsonaro parece confirmar essa teoria, embora o radar de Castells estivesse enviezado à esquerda, fazendo com que, a certa altura do processo, identificasse a presidente da Rede, Marina Silva, como quem teria condições para isso.


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