SEGUNDA EDIÇÃO DE DOMINGO, 09 DE DEZEMBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
As mesadas generosas de Cabral
Domingo, 09.12.18 08:59
Segundo o delator Carlos Miranda, o ex-governador Sérgio Cabral mantinha um esquema, com recursos arrecadados de propinas, para garantir uma mesada generosa a seus familiares e funcionários do Palácio Guanabara.
Diz O Globo:
“Há repasses para o segurança do governador (R$ 20 mil), sua chefe de gabinete (R$ 20 mil), o motorista (R$ 12 mil), duas secretárias (R$ 6 mil cada), a cozinheira (R$ 6 mil), uma empregada (R$ 1,5 mil) e quatro funcionários de funções gerais no palácio (dois ganhavam mesadas de R$ 1 mil e outros dois, R$ 500).
A lista da mesada familiar incluía R$ 100 mil para a ex-mulher Suzana, R$ 100 mil para os pais de Cabral, R$ 5 mil a uma prima, R$ 12 mil para uma tia, R$ 1,9 mil para um sobrinho e R$ 1 mil para outra sobrinha”.

Reforma da Previdência no primeiro semestre
09.12.18 09:14
Depois de conversas com Paulo Guedes, Jair Bolsonaro se convenceu de que é preciso intensificar o discurso pela aprovação da reforma da Previdência nos primeiros seis meses de seu governo, relata o Estadão.

Temer segura novo decreto de indulto natalino
09.12.18 07:42
Michel Temer quer segurar o novo decreto de indulto natalino deste ano até que o STF encerre a discussão sobre o de 2017.
Segundo a Folha, se Luiz Fux não devolver o processo e o STF não concluir o julgamento sobre o caso antes do Natal, “é possível que o presidente Michel Temer nem sequer conceda indulto neste ano”.
Na avaliação do presidente, um novo decreto pode ser alvo de questionamento se o Supremo deixar o caso em aberto.

Odebrecht indenizará Peru em 200 milhões de dólares
09.12.18 07:21
A Odebrecht selou um acordo de cooperação com o Ministério Público do Peru que prevê o pagamento de uma indenização de US$ 200 milhões ao país pelos danos causados por corrupção.
Segundo o jornal “El Comercio”, entre os compromissos do acordo está a entrega de informação da empresa sobre o pagamento de subornos a funcionários peruanos.

NA COLUNA DA VERA MAGALHÃES
De pedras a vidraças
Negar respostas não é caminho para quem sempre foi inflexível com denúncias
Por Vera Magalhães, no O Estado de S.Paulo
Domingo, 09 Dezembro 2018 | 05h00
O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deixou uma entrevista coletiva no meio na última sexta-feira com ares de indignação ao ser questionado sobre o relatório do Coaf que aponta movimentação de R$ 1,2 milhão em um ano na conta de um ex-assessor parlamentar do deputado estadual e futuro senador Flávio Bolsonaro. Esbravejou, dizendo que “setores” estão há um ano tentando “destruir a reputação” do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Antes, chegara a pedir uma “trégua” da imprensa em relação a Bolsonaro. Como é que é? Diante do piti do futuro responsável pela articulação política do governo, cumpre rememorar um pouco de sua trajetória política. 
Lorenzoni se notabilizou na Câmara por participar de toda e qualquer CPI, sempre com uma postura inquisidora e avessa a qualquer tipo de trégua.
Agora, que ele próprio e pessoas importantes do núcleo do futuro governo se veem citados em acusações ou em casos que podem ser objeto de investigação, a indignação muda de endereço, para apontar perseguição, dizer que já acertou as contas com Deus ou simplesmente dar as costas sem as necessárias explicações.
Essa postura mostra a dificuldade de quem sempre atirou pedras de se colocar na posição de vidraça. Mas é bom o ministro já ir se acostumando, bem como todo o entorno de Bolsonaro. 
A eleição do futuro presidente e de boa parte do novo Congresso, bem como de muitos governadores, se deveu em grande medida à indignação - por eles trabalhada à exaustão - com a corrupção associada ao PT e aos seus aliados.
Ao inflamar ainda mais a sociedade contra os malfeitos, Bolsonaro e seus aliados atraíram para si a expectativa de um comportamento em tudo diferente daquele que condenaram em tom tão grandiloquente. 
Não adianta virar as costas. Muito menos apelar para o “e no tempo do PT”, como também fez Onyx. 
Os dois truques, aliás, foram usados por Lula e pelos petistas ao longo do tempo. Primeiro, afetar indignação diante das evidências de desvios em casos como o Mensalão e o Petrolão, por exemplo. Os petistas adoravam evocar o passado de CPIs e denúncias contra adversários do partido, antes de chegar ao poder, como se isso fosse um salvo-conduto eterno.
E o segundo o de, diante da denúncia, sempre trazer à baila o adversário para demonizá-lo. “E no tempo do Fernando Henrique?” era o curinga que os petistas sempre tiravam da mão quando se viam em apuros.
Agora, Lula está preso, deve continuar assim por um bom tempo, possivelmente terá novas condenações, o PT está fora do poder desde 2016 e Bolsonaro, Lorenzoni e outros que ascenderam justamente na onda antipetista estão no poder. Condição em que devem explicações. Não se trata de uma concessão ou de boa vontade, ministro Onyx, mas de obrigação, como o senhor corretamente sempre cobrou nas CPIs que o alçaram à fama.
A boa vontade que beira a condescendência do eleitorado de Bolsonaro com ele e seu entorno têm prazo de validade. Aliás, o próprio declínio da adoração a Lula deveria servir de exemplo. O discurso de combate a todo e qualquer desvio ético, pequeno ou grande, é um pilar importante - juntamente com o conservadorismo e o tema da segurança pública - do triunfo de Bolsonaro. Para que ele se mantenha sem abalos é necessário que casos como o do ex-assessor, o de Onyx e outros que apareçam sejam tratados com seriedade e as explicações sejam rápidas e suficientes. 
Culpar a imprensa, o PT, forças ocultas ou sabe-se lá quem, é uma saída marota para a qual a população, que nestas eleições viveu o ápice de um processo de discussão política acalorada, não vai comprar barato. Como, aliás, sempre pregaram aqueles que a maioria acabou de eleger.

NO O GLOBO
Abatido, Lula tem escassez de visitas em Curitiba pós-eleição
Haddad esteve com o ex-presidente na última semana, e PT se mobiliza para dar fôlego à campanha por sua libertação
Por Bela Megale
Domingo, 09/12/2018 - 04:30
CURITIBA — Depois da derrota do PT na eleição presidencial, a romaria de visitas ilustres que tomavam a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril, não é mais a mesma. 
Antes tomadas pelo comparecimento de personalidades como o ator americano Danny Glover, o filósofo Noam Chomsky e o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, as quintas-feiras — dia mais movimentado por ser a ocasião em que ele recebe amigos e familiares com autorização da Justiça — hoje se restringem a encontros com lideranças petistas ou pessoas próximas ao seu partido.
Na última quinta-feira, dia 6, Lula recebeu o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o fundador do partido espanhol Podemos, Juan Monedero. 
Policiais relatam que Monedero quebrou um jejum de dois meses de visitas internacionais. Após a derrota do ex-prefeito Fernando Haddad para o presidente eleito Jair Bolsonaro, houve um “sumiço dos famosos” .
Duas pessoas que estiveram com Lula nas últimas semanas disseram à reportagem que o ex-presidente nunca se mostrou tão abatido e desanimado. Responsáveis pela agenda de Lula colocaram a culpa da escassez de visitas nas confraternizações do final de ano. Afirmam ainda que há uma lista de 50 nomes na fila para ver o ex-presidente. A maioria é formada por políticos, intelectuais e sindicalistas ligados ao PT.
As visitas de líderes religiosos que eram realizadas às segundas também minguaram.
— Ele recebeu tudo quanto é liderança, agora esgotou — justificou um interlocutor.
Apesar disso, o PT está se organizando para dar novo fôlego à bandeira “Lula Livre”. 
Na última segunda, Haddad foi a Curitiba para articular com o petista a organização de comitês que atuarão pelo Brasil pregando a sua liberdade, além de uma agenda internacional em defesa do petista.
O partido também pretende manter ativa a militância, que segue com o acampamento em frente à PF. Todos os dias, os cerca de dez militantes no local dão bom dia aos gritos para que Lula os ouça. 
Para o Natal e Réveillon, o grupo prepara uma programação especial com ceia e convites para que catadores de rua participem do evento. Políticos como o ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT), se comprometeram em comparecer.

Federação Espírita condena atendimentos individuais denunciados por mulheres que acusam João de Deus
'Espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente', diz nota
O Globo
Sábado, 08/12/2018 - 21:11
RIO - A Federação Espírita Brasileira (FEB) divulgou na noite deste sábado uma nota condenando atendimentos individuais, como os denunciados por 13 mulheres que acusam o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, de assédio sexual. 
De acordo com a nota, "o Espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente, apenas com a presença do médium e da pessoa assistida".
Ainda de acordo com a nota, a doutrina espírita "não recomenda, portanto, a atividade de médiuns que atuem em trabalho individual, por conta própria. Estes não estão vinculados ao Movimento Espírita, nem seguindo sua orientação".
As 13 mulheres que denunciaram João de Deus ao GLOBO e ao programa "Conversa com Bial", da TV Globo, afirmam que eram levadas a uma sala ou um banheiro, onde ficavam a sós com o médium na Casa Dom Inácio de Loyola, espécie de "hospital" onde ele faz atendimentos.
As sete mulheres que relataram seus casos ao jornal estão analisando individualmente se irão apresentar denúncias ao Ministério Público ou se vão aguardar a própria Promotoria tomar o primeiro passo. A autarquia tem essa prerrogativa, a partir das denúncias noticiadas neste sábado. Pelo menos três das sete mulheres ouvidas pelo jornal estão se aconselhando com advogados para determinar como devem proceder.
A nota, que não cita o nome de médium diretamente, ainda afirma que "a doutrina Espírita atua com o trabalho de caridade material e espiritual desinteressada, sem nenhum propósito a não ser o de auxiliar os necessitados".
Em 2012, uma reportagem da "Folha de São Paulo" mostrou que João de Deus é dono de pelo menos uma fazenda de 597 alqueires na divisa de Goiás com Mato Grosso, avaliada em R$ 2 milhões. Segundo a reportagem, o médium tem o garimpo como fonte de renda.
Nascido no vilarejo de Cachoeira da Fumaça (GO), João diz ter despertado para sua mediunidade aos 9 anos. É o mais novo de seis filhos, de pai alfaiate e mãe dona de casa. Frequentou a escola apenas até o equivalente ao segundo ano do ensino fundamental, e diz não saber ler nem escrever. Trabalhou como alfaiate, minerador e ceramista. Vive em Anápolis, a 40 quilômetros de Abadiânia.


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