PRIMEIRA EDIÇÃO DE DOMINGO, 09 DE DEZEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 09 DE DEZEMBRO DE 2018

A demora do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para definir o futuro ministro decorre da sua própria dificuldade de aceitar a permanência do Ministério do Meio Ambiente. Acha-o desnecessário, exceto como forma de evitar pretexto de campanhas no exterior promovidas pelos rivais contra o agronegócio do Brasil. Nomes não faltam, como é o caso da tenente Sílvia Waiãpi, que ainda tem o charme da origem indígena.

Uma das maiores “caixas pretas” ligadas ao governo, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) tem só 348 funcionários espalhados pelo Brasil e em outros oito países, de quatro continentes. Mas o gasto com a folha de pagamentos de 2018 será de pelo menos R$114 milhões. Bela média salarial de R$25,1 mil/mês para cada funcionário, para um órgão que registra resultados modestos. A Apex ignorou os pedidos de esclarecimentos de seus gastos milionários.

O maior salário da Apex é do seu presidente, embaixador Roberto Jaguaribe. Ele embolsa R$50,5 mil mensais (R$657 mil por ano).

O tempo passa e a Apex não demite um tal Hipólito Gaspar, chefe da Apex em Cuba, indicado por Lula para ganhar R$37 mil por mês.

Há anos chefiando a Apex Brasil em Cuba, Hipólito é acusado de haver “facilitado” negócios de Taiguara Rodrigues, sobrinho enrolado de Lula.

Em entrevista, o presidiário Lula disse que Jair Bolsonaro só venceu “porque não concorreu comigo”. O presidente matou a pau: “Só não concorri com Lula porque ele está preso, condenado por corrupção”.

O futuro governo amarelou, sem subordinar a Funai ao Comando do Exército. Quem já visitou reservas nos confins da Amazônia sabe que é o Exército, e não padre, ONG ou Funasa, que cuida dos nossos índios.

… depois de Mensalão, Petrolão e 57 fases da Lava Jato, vale lembrar: o Coaf não foi inaugurado ontem.

NO O ANTAGONISTA
“O que ocorreu ali ninguém sabe, nem o Coaf sabe”
Sábado, 08.12.18 18:02
O deputado Eduardo Bolsonaro disse a Andréia Sadi que “ninguém sabe” o que realmente aconteceu no caso do ex-motorista de seu irmão Flávio citado em relatório do Coaf.
Questionado sobre se a situação está esclarecida, Eduardo disse que não conversou com Fabrício Queiroz e afirmou que nem o Coaf sabe o explicar as “movimentações suspeitas” do ex-assessor.
“O que ocorreu ali ninguém sabe, nem o Coaf sabe. Ocorreu uma movimentação suspeita que está sendo investigada. A gente tem que trabalhar é para não permitir interferência na investigação. Fora isso, o que que eu vou falar? Ninguém sabe. Você sabe de onde é que veio esse dinheiro? Você já viu alguma alegação do Queiroz?”

Conselhos aprovam intervenção em Roraima
08.12.18 18:20
O ministro Sérgio Etchegoyen afirmou neste sábado que os conselhos da República e da Defesa Nacional concordaram com a intervenção federal em Roraima.
O texto deve ser assinado por Michel Temer na próxima segunda-feira.
“Os conselhos votaram por unanimidade em apoio à proposta do senhor presidente, tendo em vista a gravidade do momento”, declarou o ministro.

Peru vai pedir ao Grupo de Lima que rompa relações com Venezuela
08.12.18 18:39
O Peru vai propor ao Grupo de Lima romper relações diplomáticas com a Venezuela.
“Como não reconhecemos as eleições [venezuelanas] de maio passado, a consequência natural é propor como uma das ações a ruptura das relações diplomáticas com a Venezuela”, disse o ministro peruano Néstor Popolizio.
O ministro destacou ainda que uma medida similar já foi adotada por Estados Unidos, União Europeia e Canadá.

“A gente estava lavando roupa suja”, diz Eduardo Bolsonaro sobre barraco no PSL
08.12.18 18:51
O deputado Eduardo Bolsonaro minimizou neste sábado o barraco no grupo de WhatsApp do PSL.
“As discussões internas são até saudáveis. Qual partido que pensa 100% igual? Isso não existe. O que ocorreu foi o vazamento de um grupo de Whatsapp em que a gente estava lavando roupa suja. Mas não vejo isso como prejudicial para a governabilidade de Jair Bolsonaro não”, afirmou em evento em Foz do Iguaçu.
Eduardo disse também que Joice Hasselmann, com quem discutiu no grupo, é uma pessoa que está “com muita vontade” e isso acaba gerando conflitos.
“Acho que é da personalidade dela ser para frente assim. Mas a gente vai fazendo umas explicações para ela, e acredito que ela vai entender”, disse.
Questionado sobre se havia feito as pazes com Joice, Eduardo respondeu: “daqui a pouco a gente faz”.

PF ganha acesso à investigação do assassinato de Marielle
08.12.18 19:21
A Justiça do Rio concedeu à Polícia Federal acesso irrestrito ao inquérito da Polícia Civil sobre o assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, relata O Globo.
A PF entrou no caso a pedido da PGR.

“Gente nossa fez bobagem”, diz Jaques Wagner sobre corrupção
08.12.18 20:13
Jaques Wagner foi questionado pela Folha sobre por que o PT não faz autocrítica.
O petista respondeu:
“Não é a melhor hora para reconhecer erros quando alguém quer amplificar eventuais erros. Em condições normais, podemos falar que esse ou aquele não foi o melhor caminho. Nessa questão de corrupção, que gente nossa fez bobagem está claro. Até porque só acabou o financiamento privado de campanhas agora. Eu sempre disse que essa relação criava promiscuidade. Sobre a política econômica do governo Dilma [Rousseff], não vejo constrangimento. Muita gente achava que era aquele o caminho, e eu achava outro. Isso não quer dizer falar mal dela.”

A “situação espinhosa” de Bolsonaro
08.12.18 20:44
A movimentação suspeita do ex-assessor de Flávio Bolsonaro precisa ser esclarecida.
Diz a Folha, em editorial:
“Agora, contudo, a situação mostra-se particularmente espinhosa. Não se trata de uma manifestação desastrada de um dos ‘garotos’ (como o pai costuma referir-se aos filhos), mas de suspeita documentada acerca de movimentação financeira sem origem conhecida.
O caso torna-se mais nebuloso ao se saber que o assessor também fez depósitos em favor de sua filha — até recentemente empregada no gabinete de Jair Bolsonaro.
Para que não pairem dúvidas sobre a conduta do futuro chefe do Executivo e de seus familiares, é preciso que o caso seja esclarecido com presteza. As explicações dadas até agora para tantas operações permanecem insatisfatórias”.

É preciso que Fabrício Queiroz venha a público explicar como movimentou 1,2 milhão de reais
08.12.18 22:03
A questão é simples: trata-se de saber se Fabrício Queiroz coletava dinheiro de assessores parlamentares da família Bolsonaro e o repassava a quem os empregava. Ou se não é nada disso, muito pelo contrário.
É essencial que Jair Bolsonaro e seu filho Flávio deem uma explicação convincente sobre o episódio. Para tanto, Queiroz deve vir logo a público para tentar esclarecer como é que conseguiu movimentar 1,2 milhão de reais com um salário de motorista.

Bolsonaro diz que vai propor mudança no sistema eleitoral
Domingo, 09.12.18 06:43
Jair Bolsonaro afirmou na noite de sábado que pretende propor mudança no sistema de votação eleitoral.
“Eu sei que eu teria muito mais voto. Não é que queremos mudar tudo, mas queremos aperfeiçoar esse processo”, disse, por videoconferência, na Cúpula Conservadora das Américas.
O presidente eleito afirmou também que seu governo precisa dar certo para que o PT não retorne ao poder.
“Ou mudamos o Brasil afora ou o PT volta. E ele volta com muito mais força do que tinha até o final do governo Dilma [Rousseff]. Eles não dormem no ponto.”

“Não sou chanceler paralelo”
09.12.18 07:06
Na Cúpula Conservadora das Américas, o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que não está atuando como um “chanceler paralelo” ao cumprir agendas no exterior.
“Não sou o chanceler. Fui convidado para ir a outros países por ter sido o deputado mais votado da História do Brasil. Mas é claro que não dá para dissociar por ser filho do próximo presidente. Mas de maneira nenhuma eu estou suprindo isso. Eu estou apenas colaborando, tanto que eu fui lá para fora para fazer palestra.”
Ele disse ainda acreditar que o Brasil estará junto de Donald Trump em 2020, quando o presidente americano deverá disputar a reeleição.

NO BLOG DO JOSIAS
Mourão avalia que faltam explicações sobre Coaf
Por Josias de Souza 
Domingo, 09/12/2018| 03h24
O general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, avalia que há um déficit de explicações sobre o caso Coaf. Ele cobra esclarecimentos de Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro pilhado numa movimentação bancária suspeita de R$ 1,2 milhão no intervalo de um ano. 
"O ex-motorista, que conheço como Queiroz, precisa dizer de onde saiu este dinheiro. O Coaf rastreia tudo. Algo tem, aí precisa explicar a transação, tem que dizer", declarou Mourão. 
Mourão manifestou-se sobre o episódio numa entrevista ao blog da repórter Andréia Sadi, neste sábado (8). Perguntou-se ao general se considerou satisfatória a explicação de Jair Bolsonaro sobe o repasse de R$ 24 mil que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro fez à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. 
"Ele colocou a justificativa dele. Ele já disse que foi um empréstimo. O Queiroz precisa explicar agora", afirmou. 
A repórter também perguntou a Mourão o que achou da reação do futuro chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni, que se irritou com os repórteres na última sexta-feira ao ser indagado sobre o caso Coaf. 
"Ele tá estressado", respondeu o vice de Jair Bolsonaro. "Quando responde daquele jeito, parece que tem culpa no cartório", acrescentou, evocando a investigação autorizada pelo STF sobre a suspeita de que Onyx recebeu R$ 100 mil da JBS no caixa dois. "Quando me perguntam, eu respondo claramente, com tranquilidade. Temos que falar."

Bolsonaro transforma o PT no ‘boi da cara preta’
Por Josias de Souza 
09/12/2018 | 02h20
Daqui a 22 dias o pano vai se abrir para o governo de Jair Bolsonaro. Por ora, o que se ouve da plateia é o ruído da arrumação dos bastidores. Num instante em que cresce a expectativa do público para saber como se desenvolverão as coisas no palco quando abrirem a cortina, o presidente eleito se comporta como se fosse o protagonista de uma peça infantil. Depois de surfar a onda do antipetismo durante a campanha eleitoral, Bolsonaro transforma o PT numa espécie de 'boi da cara preta'. "Ou mudamos o Brasil agora, ou o PT volta, volta com muito mais força do que tinha até o final do governo Dilma", disse Bolsonaro neste sábado (8) para a plateia reunida na Primeira Cúpula Conservadora das Américas, uma nova versão do Foro de São Paulo com sinal invertido, que seu filho Eduardo Bolsonaro ajudou a organizar num hotel da cidade paranaense de Foz do Iguaçu. A infantilização do discurso político do capitão não é gratuita. Há método na estratégia. Como nas velhas cantigas de ninar utilizadas desde tempos imemoriais para fazer criancinhas dormir incutindo-lhes terror, Bolsonaro reivindica uma solidariedade soporífera ao seu futuro governo instilando o medo de uma assombração de "esquerda" que pode ressurgir a qualquer momento para pegar de volta o Brasil, esse país recém-nascido das urnas conservadoras, que ainda 'tem medo de careta' — uma careta que deixou um rastro pegajoso de corrupção, recessão e desemprego. 
Bolsonaro já havia entoado a mesma cantiga nas reuniões que manteve ao longo da semana, a portas fechadas, com as bancadas de partidos como MDB, PRB, PR e PSDB. Ao pedir votos para reformas antipáticas como a da Previdência, o novo presidente esgrimiu o risco da volta do PT ao poder na hipótese de fracasso da administração a ser inaugurada em 1º de janeiro. "Se falharmos, eles voltam", repetiu o capitão à exaustão. 
A cena protagonizada por Bolsonaro na noite deste sábado, disponível no vídeo que ilustra esse post (https://youtu.be/Cc4IGPLe88Q), estava impregnada de ironia. Sua imagem chegou à plateia reunida em Foz do Iguaçu via webcam, numa transmissão precária da Internet. O orador estava no quarto, sentado na cama, na sua casa, no bairro carioca da Barra da Tijuca. Era possível ver, ao fundo, os travesseiros sobre os quais Bolsonaro recostaria a cabeça à espera de um sono que o Coaf lhe roubou.
Horas antes, após participar de um evento da Marinha, Bolsonaro fora abalroado por uma inquirição dos jornalistas sobre os R$ 24 mil que migraram da movimentação bancária suspeita do assessor de seu filho Flávio Bolsonaro para a conta de sua mulher, Michelle. 
Ainda envolto na bandeira da moralidade que o conduziu ao Planalto, o futuro comandante da Nação repetiu o lero-lero da véspera, de um suposto empréstimo que fizera ao policial militar Fabrício Queiroz. A entrevista levou às manchetes a frase-símbolo da fase de transição de governo: "Se eu errei, eu arco com a minha responsabilidade perante o Fisco". 
A ficha de Bolsonaro ainda não caiu. Mas assombração do PT tornou-se um asterisco perto do fantasma que sacode o lençol na direção de sua reputação. Quando a cortina finalmente se abrir, o pedaço da banda patrimonialista do Congresso que foi preterido na formação da equipe do novo governo saltará da plateia para o centro do palco. Já se ouve nas coxias um barulhinho esquisito. É o som dos parlamentares fisiológicos entoando para o capitão a velha cantilena: "Boi, boi, boi Boi da cara preta Pega esta criança Que tem medo de careta!"


 

 
 
 
 

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