SEGUNDA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
Dias Toffoli diz que prisão de Lula é perfeitamente constitucional
Segunda-feira, 19.11.18 10:52
Dias Toffoli realmente desistiu do PT.
Em seu artigo para o site do El País, ele repetiu que o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula respeitaram totalmente a Constituição e as leis.
Leia aqui:
“Temos passado por episódios turbulentos nos últimos anos. Investigações envolvendo a classe política. Impeachment de uma presidente da República. Cassação de um presidente da Câmara dos Deputados. Condenação e prisão de um ex-presidente da República. Todos os impasses foram resolvidos pelas vias institucionais democráticas, com total respeito à Constituição e às leis.”

O “grande pacto” de Dias Toffoli
19.11.18 10:45
Dias Toffoli, em artigo para o jornal El País, propôs um “grande pacto” nacional para enfrentar os desafios do Brasil:
“Passadas as eleições, é necessário que o País retome o caminho do desenvolvimento, volte a crescer, gere empregos, recobre a confiança dos investidores, retome o equilíbrio fiscal e combata o aumento da violência no País. Por isso, venho propondo, no Brasil, a celebração de um grande pacto entre os três Poderes da República, com a participação da sociedade civil, adotando-se o diálogo e a ação coordenada na busca por objetivos comuns.
Esse pacto envolve, com absoluta prioridade, que deliberemos sobre as reformas previdenciária e tributária/fiscal e enfrentemos os problemas da segurança pública. Nesse concerto, o papel do Poder Judiciário será o garantidor da segurança jurídica e da harmonia social. Temos um Judiciário fortalecido, independente e atuante, que cumpre sua função de garantir a autoridade do direito e da Constituição.”
Dias Toffoli já havia proposto a mesma coisa em O Globo, mas ninguém deu muita bola para ele.

O rombo de Haddad
19.11.18 10:12
A campanha de Fernando Haddad deixou um rombo de 3,8 milhões de reais.
O PT, segundo o Correio Braziliense, diz que o saldo devedor será quitado “via fundo partidário ou com recursos que serão depositados na conta bancária específica de campanha, observados os requisitos da lei eleitoral”.
E os 20 milhões de reais gastos pela campanha impugnada de Lula? O TSE não vai mandar o PT devolver o dinheiro?

Tereza Cristina diz que não é parceira da JBS
19.11.18 09:37
Tereza Cristina, futura ministra da Agricultura, disse hoje à CBN que não é parceira da JBS e que não concedeu benefícios fiscais à empresa:
“Eu não sou parceira da JBS. Minha família tem um confinamento e este confinamento lá trás, em 2009, houve uma parceria pecuária que é uma maneira de fazer negócio dentro da pecuária absolutamente normal e que foi feita com essa empresa que é a maior empresa de carnes (…).
Não havia concessão de benefício à JBS nessa época [em que a empresa de sua família tinha contrato para engorda de bois com a JBS]. Muito depois, a JBS comprou a empresa Seara quando teve uma crise profunda, uma crise econômica no país, e a Seara foi vendida à JBS, e foi concedido pelo governo do estado, da qual eu era secretaria, um benefício fiscal a empresa assim como a várias outras que se instalaram no estado. Que, aliás, era uma política da época e é ainda hoje, de se dar benefícios a empresas que se instalaram no estado. E foi dado um benefício normal. Eu não dava benefício fiscal. Quem dava benefício era o governo. Minha pasta recebia o pedido e isso era encaminhado para um conselho.”

“Não é só Bolsonaro que quer”
19.11.18 09:31
O educador petista Mário Sérgio Cortella, ligado a Fernando Haddad, concordou com Jair Bolsonaro sobre as escolas militares.
Ele disse à BBC Brasil:
“A Escola Naval, em Angra dos Reis, os colégios militares de Brasília, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, a Escola de Engenharia do Exército são absolutamente admiráveis. Quem, em sã consciência, não gostaria que a excelência fosse essa? Aliás, elas são excelentes porque têm orçamentos superiores a qualquer outra escola.
Se um dia eu fosse ministro da Educação e tivesse recurso para colocar em todas as escolas públicas brasileiras o mesmo orçamento que tem a Escola Naval em Angra, não teria dúvida em fazê-lo. Esse é o nosso sonho.
O que não é necessário? Que se traga a militarização dentro da rede de escolas. Isto é: copiar a conduta, enquanto padrão científico, a capacidade de formação, a seriedade e até a disciplina, mas não a disciplina militarizada porque ela tem outro tipo de objetividade. Uma pessoa que sai de uma escola militar na educação básica, sai com uma formação científica sólida. Eu quero isso para todas as escolas não é só o presidente Bolsonaro que quer.”

MBL quer erradicar a UNE
19.11.18 09:00
Um dos fundadores do MBL disse para a Folha de S. Paulo que “estudantes de mais de 3.000 escolas do Brasil já se cadastraram para participar do MBL Estudantil”.
O plano é erradicar a UNE:
“Consideramos esse modelo obsoleto e nosso objetivo é tornar esse tipo de organização insignificante”.
Basta cortar todas as formas de financiamento estatal.

Presidente da Nissan-Renault deve ser preso no Japão
19.11.18 08:51
O franco-brasileiro Carlos Ghosn, presidente da aliança Nissan-Renault, deve ser preso no Japão por suspeita de sonegação fiscal, depois do interrogatório a que está sendo submetido.
Ghosn nasceu em Guajará-Mirim, Rondônia, filho de libaneses.
A Nissan anunciou a demissão do executivo, depois da queda das suas ações.

O adeus de Moro é oficial
19.11.18 08:34
Sérgio Moro não é mais juiz.
A decisão foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial.
A ORCRIM pode espernear à vontade.

Só falta Dallagnol na PGR
19.11.18 08:47
A partir de hoje, Sergio Moro e os delegados da Lava Jato já podem assumir seus cargos na equipe do novo governo.
Para desmantelar a ORCRIM de uma vez por todas, só falta Maurício Valeixo no comando da PF e Deltan Dallagnol na PGR.

Marcelo Piloto é expulso do Paraguai
19.11.18 08:24
Marcelo Piloto foi expulso do Paraguai e já está no Brasil, diz o jornal ABC Color.
Na semana passada, para tentar evitar a extradição, o narcotraficante assassinou em sua cela uma jovem de 18 anos.

Paulo Guedes confirma Castello Branco na Petrobras
19.11.18 08:05
A assessoria de Paulo Guedes confirmou em nota que Roberto Castello Branco vai assumir o comando da Petrobras.
O nome de Ivan Monteiro para presidir o Banco do Brasil ainda não foi oficializado.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Segunda-feira, 19 de novembro de 2018
A armadilha da Transição de Temer para Bolsonaro”
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil
Muitos eleitores de Jair Bolsonaro já questionam, nas redes sociais, se devem ser complacentes com os eventuais erros nesta fase de transição, ou de devem apontar, agora, as falhas e riscos que o futuro governo corre. O fundamental é lembrar que o governo Bolsonaro ainda não começou. Só se inicia, de verdade, a partir de 1º de janeiro de 2019. Ainda estamos em uma fase delicada: a complexa transição, cheia de armadilhas, incertezas e espertezas.
Qualquer “fogo amigo” é precipitado e imperdoável. É fundamental compreender o que realmente se passa nos bastidores do poder. Os verdadeiros inimigos e a realidade do campo de batalha ainda não são totalmente conhecidos (ou reconhecidos). A cautela e a prudência recomendam que se apontem erros e fragilidades. Nada custa abrir o olho de quem vai governar, a partir de promessas de reformas e mudanças estruturais. Bolsonaro e Mourão devem ter sabedoria para interpretar as críticas, usando-as a favor, preferencialmente sem tecer comentários públicos.
Os adversários e inimigos de Bolsonaro e seu vice Mourão, geralmente oportunistas de primeira categoria, desejam aproveitar toda crítica para reforçar a detonação sem tréguas contra o futuro Presidente. Os malandros ainda seguem numa espécie de terceiro turno da desleal e violenta campanha eleitoral. Torcem, a todo instante, por declarações polêmicas de Bolsonaro e de seus principais assessores já escolhidos. A manobra consiste em distorcer o discurso para redesenhar uma crítica destrutiva. Tal manobra é manjada...
A mídia cumpre um previsível papel. A maioria dos veículos que preferiu fazer oposição sistemática a Bolsonaro – ainda não assimilando a derrota eleitoral – continua procurando “pelo em ovo” e batendo forte no futuro Presidente. Tem também a banda que resolveu “babar o ovo” do Bolsonaro. Os candidatos a “chapa branca” contam com futuras vantagens que possam obter na redistribuição de verbas de publicidade do governo e suas generosas estatais. Nada de anormal.
A recomendação para Bolsonaro, Mourão e seus ministros anunciados até agora é não morrer pela boca. Como ainda NÃO SÃO governo de fato, o mais sábio é não tecer comentários desnecessários sobre temas polêmicos. Outra dica importante é não fazer, agora, promessas que não possam ser cumpridas na hora em que a caneta do Diário Oficial estiver operando pelas mãos de Bolsonaro.
Lembrem-se: não é fundamental forçar uma notícia ou criar um factoide por dia para falar da transição. Não é hora de divulgar intenções estratégicas, dando margem ao inimigo para destruí-la antecipadamente. Mais interessante e produtivo seria trabalhar mais em segredo. A transparência total é para a hora de governar. O recomendável, no momento, é o segredo obsequioso. Em boca fechada não entra mosca da oposição... Nem dela saem bobagens que vão comprometer o futuro do governo...
Enfim, cuidado com essa transição – que é um alívio para Michel Temer, que ainda tem muitas responsabilidades, como vetar o inoportuno e impactante reajuste salarial do Judiciário e Ministério Público. É bom tomar cuidado para que Temer não acabe dizendo que o governo Bolsonaro será uma continuidade do dele, conforme já insinuou no discurso-propaganda de 15 de novembro, em cadeia nacional de rádio e televisão.
Devagar com o andor que a transição é de barro, mas o futuro governo será pedreira...
(...)

NO BLOG DO GABEIRA
LINHA DIRETA COM DEUS
Segunda-feira, 19.11.2018 EM BLOG
Enfim, Bolsonaro anunciou o novo ministro das Relações Exteriores. Havia gente reclamando. As falas do governo eleito provocaram atritos para quase todo lado: países árabes, China, Cuba, Noruega e Holanda. A esperança é que um novo chanceler unifique o discurso e o cubra de um verniz diplomático para atenuar os choques.
Mas as ideias do novo chanceler, Ernesto Araújo, acabaram deslocando a inquietação para outro nível. Não as conhecemos no conjunto, apenas fragmentos de artigos teóricos e posts em sua rede social. Ele acha que Trump pode conduzir a salvação de um Ocidente apático, a partir da tradição cultural, principalmente a ânsia por Deus. Como ele, é cético em relação ao aquecimento global. Certamente, será combatido pela sua fé e sua descrença política em fatos em que a maioria dos cientistas acredita.
Isso não me surpreende tanto. Na verdade, a política, num século em que a religião regrediu, procura de todas as formas substituí-la no imaginário popular. Em muitas ocasiões, mencionei o caráter religioso do marxismo, com sua visão de paraíso e seu script determinista da História. Ela nos garante a vitória final, como os cristãos creem na subida aos céus, apesar da sucessão de derrotas cotidianas.
Além das notas sobre o marxismo, tenho mencionado a crítica de John Gray à nova direita inglesa, baseada também na denúncia dos elementos religiosos do Iluminismo, da expectativa de ocupar o mundo com o livre comércio e a democracia liberal.
Numa idade de fé minguante, tanto marxismo quanto liberalismo investem esperanças transcendentais no seu projeto de mudar o mundo. A julgar pelos fragmentos do texto do chanceler Ernesto Araújo, sua concepção é diretamente religiosa. As esperanças transcendentais não se se escondem nem se disfarçam como nas teorias modernas. Elas não substituem uma visão religiosa: são a própria visão religiosa.
Como todo idealismo, você pode discuti-lo por dentro, questionar sua lógica. O melhor, no entanto, é partir do mundo real, onde a política é uma humilde tentativa de acomodação mútua na busca de um modus vivendi. Tanto Bolsonaro quanto Hassan Rouhani, do Irã, têm de traduzir suas crenças em passos concretos e, neste momento, é que serão avaliados com mais rigor.
Tentei colocar a questão da política externa na campanha. Percebi que, em termos gerais, ela não interessava tanto ao público. Selecionei alguns temas: crise na Venezuela, relações com a China, Donald Trump.
Todos sabíamos que a vitória de Bolsonaro representaria uma aproximação maior com os EUA, o que, na minha opinião, é positivo. No entanto, uma coisa é aproximar-se dos EUA. Outra coisa é clonar alguns elementos da política externa americana, como se fôssemos eles. Daí minhas reservas à transferência da embaixada para Jerusalém, à tentativa de buscar um tom específico com a China e a um cuidado maior do que Trump com os acordos multilaterais.
Tudo isso vai ser discutido no seu tempo. Desde já, preocupa-me o embate entre o idealismo e a juventude do novo chanceler com os pragmáticos e calejados negociadores chineses. Kissinger os conhece bem e os retratou no seu livro sobre a China. Trabalham com a perspectiva de gerações, exercitam a paciência e a habilidade nos seus projetos de longo alcance.
Não creio que o melhor caminho seja discutir se Trump é a salvação do Ocidente, e sim analisar soluções práticas do cotidiano, como o rompimento com o Programa Mais Médicos, por exemplo. Bolsonaro expressou sua posição sobre os médicos cubanos durante a campanha. Como vencedor, tem legitimidade para colocar suas ideias em prática.
A única crítica possível, nesse caso, é sobre o timing do rompimento. O ideal teria sido preparar a retaguarda antes que o contrato fosse desfeito. Mas os cubanos sacaram mais rápido, para dramatizar a saída. Milhões de brasileiros ficarão, momentaneamente, desguarnecidos. São pobres, escapam ao radar da grande mídia, pouco influem nas redes sociais.
É difícil argumentar com princípios diante de um asmático em crise, uma forte intoxicação alimentar. Essa é a modulação da crítica ao marxismo, aos neoliberais e aos que atribuem a Deus o dinamismo da História. Todos são projetos políticos que esbarram na imperfeição humana, pouco sabem da tarefa modesta e cotidiana de sacrificar alguns bens para preservar outros.
Um ministro húngaro, após a queda do socialismo, dizia: antes eram uns fanáticos que diziam que o Estado resolve tudo; em seguida, vieram os que dizem que a salvação de tudo é o mercado. Nos Estados Unidos, e agora no Brasil, suprimem-se os intermediários: o assunto é direto com Deus.
(Artigo publicado no Jornal O Globo em 19/11/2018)


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