PRIMEIRA EDIÇÃO DE SÁBADO, 17 DE NOVEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 17 DE NOVEMBRO DE 2018

A decisão da ditadura cubana de retirar seus médicos do Brasil, até o fim do ano, provocou uma corrida de pedidos de asilo e recebimento integral dos R$11.540 pagos pelo governo brasileiro. A ditadura confisca mais de dois terços do valor, deixando aos médicos apenas com R$3 mil. E ainda os proibiu de trazerem suas famílias, mantidas em Cuba como reféns. O presidente eleito Jair Bolsonaro, por razões humanitárias, está disposto a acolher os cubanos que solicitarem asilo.

O governo não divulga números da corrida por asilo político, a fim de evitar perseguição de espiões cubanos que os vigiam no Brasil.

Os médicos em geral estão satisfeitos no Brasil e não querem retornar à vida de privações, sobretudo de liberdade, sob a ditadura.

Há um ano, quando não se falava em cancelar o acordo, 180 cubanos pediram asilo e salário integral. Em dezembro, passavam de 300.

O governo confirma a “corrida” dos médicos cubanos, mas somente em duas semanas poderá consolidar os números enviados de todo o País.

A escolha de Ernesto Araújo para as Relações Exteriores de Jair Bolsonaro deixou muitos diplomatas felizes, bem ao contrário do que se divulga. Eles também querem mudança e revelam que essa opção foi facilitada pelo secretário-geral do Itamaraty, Marcos Galvão: tentando “vender” o próprio nome para o cargo, não permitiu a aproximação de diplomatas com Bolsonaro, filhos e equipe de transição. Parecia aversão à sua vitória no Itamaraty, onde também ele foi o mais votado.

O distanciamento piorou a imagem do Itamaraty junto a Bolsonaro e seu staff, já impressionados com os artigos e ideias de Ernesto Araújo.

O ambicioso secretário-geral, que já garantiu seu “exílio dourado” em Bruxelas, tentou se cacifar junto ao general Mourão, mas… #EleNão.

Galvão não emplacaria até por suas ligações a críticos de Bolsonaro, como Rubens Ricupero, Antonio Palocci, Guido Mantega e José Serra.

O Tribunal Superior do Trabalho ainda está impactado com a ministra Delaíde Arantes, da “bancada de esquerda” do TST, que demonizava Bolsonaro, e de ligações ao PCdoB, fazendo esforço de tiete para obter selfie com o presidente eleito, durante sua visita ao Tribunal, dia 13.

Em campanha para ficar no cargo, o presidente da Caixa, Nelson de Souza, tenta impressionar Bolsonaro. Diz ter resolvido um “problema de capital” da Caixa, dispensando a “necessidade de aportes”.

Chegaram na quarta (14) ao Congresso as duas medidas provisórias (855 e 856) que viabilizam a privatização das distribuidoras de energia da Eletrobras: a Amazonas Energia e a Energética de Alagoas (Ceal).

A farra de defensores públicos atuando ‘à distância’, no exterior, mas recebendo salários não é maior porque os outros servidores afastados são casados com empregados do setor privado e têm o salário cortado.

Encalhou na “lojinha oficial” do PT as camisetas com a logo camaleão de Haddad, em verde e amarelo, além de outras com a inscrição “ele, não”. O preço caiu de R$35 para R$20 na promoção pós-derrota.

…após escrever Brasil com Z e fazer tantos jogos por lá, até parece que a CBF quer mudar sua sede para a Inglaterra.

NO DIÁRIO DO PODER
TSE implica com 40 das 24.896 doações à campanha de Bolsonaro 
Doações ao PSL, questionadas pelo TSE, têm valores irrisórios em campanha barata 
Por Cláudio Humberto 
Sexta-feira, 16/11/2018 às 21:20 | Atualizado às 21:21
A advogada Karina Kufa, que representa o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta sexta-feira (16) que não é responsabilidade da campanha se algumas pessoas vetadas pela legislação fizeram doações para o candidato. Os técnicos do TSE apontaram vários doadores que seriam “permissionários”, com valor total de R$ 5.200 sob suspeita. A legislação proíbe que candidatos recebam doação de pessoa física que exerça atividade comercial decorrente de permissão pública. Segundo ela, Bolsonaro recebeu “mais de 24.896 doações por meio de financiamento coletivo, o que torna esse tipo de pesquisa cadastral muito difícil de ser realizada, em vista do volume de doadores a serem ‘investigados'”. 
Kufa disse que “apenas 40 doadores foram identfiicados como permissionários, representando um número ínfimo em relação ao total de registros”. Ela destacou que as empresas privadas que prestam serviços de análise cadastral “não têm informações a esse respeito de permissões públicas, tornando muito difícil a apuração desse tipo de fonte vedada, a qual depende, única e fundamentalmente, da declaração do doador”, afirmou. Bolsonaro vai devolver o dinheiro aos cofres públicos. 
As afirmações constam de resposta enviada ao TSE. A área técnica pediu esclarecimentos sobre 17 indícios de irregularidade na documentação entregue pela equipe do presidente eleito, além de outros seis temas em que apontam inconsistências na prestação de contas da campanha. 
O ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, determinou que os esclarecimentos fossem prestados. Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, os indícios de irregularidade representam 38% das receitas (R$ 1,6 milhão) e 12% das despesas (R$ 296 mil) declaradas pela campanha do presidente eleito. Os técnicos contestaram um descumprimento de prazo para entrega de relatório financeiro no valor de R$ 1,57 milhão. A lei determina que os valores gastos e recebidos sejam informados ao Tribunal em 72 horas. Ela disse que o sistema de prestação de contas eleitorais do Tribunal demorou a processar as informações com o detalhamento dos doadores, “não tendo decorrido de culpa do candidato, em razão da quantidade significativa de dados a serem carregados pelo sistema, o que, de forma alguma, comprometeu a regularidade da informação, que foi prestada devidamente”. Segundo a advogada, a campanha de Bolsonaro ficou mais barata porque ele buscou fornecedores fora do mercado político tradicional. Kufa destaca que “a postura do candidato eleito foi buscar fornecedores fora do mercado político tradicional, com preços compatíveis ao do mercado privado, os quais ostentavam a mesma qualidade, porém, diferiam no preço”. 
Para Kufa, “isso, somado ao uso de mecanismos gratuitos das redes sociais, como canal efetivo de comunicação com a sociedade, desde seu mandato, barateou de forma significativa o custo da campanha”. 
Entre os problemas listados pela equipe de análise de prestação de contas está o descumprimento de prazos para informe à Justiça Eleitoral de receitas e gastos, inconsistências entre dados informados pela campanha e aqueles registrados em órgãos oficiais e recebimento de doações de fontes vedadas. Os técnicos questionaram as contratações de seis advogados e três escritórios. Kufa afirmou que apenas dois advogados trabalharam na campanha eleitoral como consultores jurídicos, enquanto os outros atuaram no contencioso judicial. Segundo ela, a lei determina que a consultoria jurídica é a única despesa com advogado considerada gasto eleitoral, e, portanto, passível de pagamento com recursos de campanha. “Assim, os serviços declarados na presente prestação de contas referem-se à consultoria jurídica da candidatura, relativa à prestação de contas, não havendo de se falar em apresentação de relação de processos judiciais, não englobados no âmbito do serviço prestado nesta categoria”, afirmou. 
Entre os advogados que trabalharam para Bolsonaro estão Gustavo Bebianno, um dos principais auxiliares do presidente eleito, e Tiago Ayres, que fez sustentações orais em julgamentos no TSE e assinou documentos da campanha –como a contestação do registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer este ano. Os técnicos também pediram esclarecimentos sobre R$ 95 mil recebidos pela campanha e devolvidos por Bolsonaro. Kufa disse que as doações foram realizadas na conta de campanha sem que ele tivesse plena ciência da regularidade de sua origem, sendo que ele havia decidido aceitar apenas doações realizadas pelo sistema de financiamento coletivo. Ela ressaltou que não há, na legislação, vedação à devolução de receitas que ingressaram na conta de campanha à revelia do candidato. Indagaram também sobre a relação da AM4, maior fornecedora da campanha de Bolsonaro, com a Ingresso Total, plataforma responsável pelo site de financiamento coletivo. A AM4 não tem autorização da Justiça Eleitoral para fazer arrecadação de doações pela Internet, maior fonte de recursos da campanha do capitão reformado. 
Kufa disse que a AM4 e a Ingresso Total fazem parte do mesmo grupo, sendo esta última a responsável por efetuar o cadastro no TSE para arrecadar dinheiro. O módulo de arranjo de pagamentos e plataforma de arrecadação on line foi feito por outra empresa, segundo ela.
O dono da AM4, Marcos Aurélio Carvalho, foi nomeado para a equipe de transição do governo e depois disse ter renunciado à remuneração. Ao todo, Bolsonaro declarou ter recebido R$ 3,7 milhões de financiamento coletivo, 85% de tudo aquilo que informou como receita (R$ 4,4 milhões). Reportagens da Folha de S.Paulo mostraram, antes do resultado da eleição, que a campanha de Bolsonaro havia omitido uma série de informações na prestação de contas parcial que todos os candidatos têm que apresentar na primeira quinzena de setembro. O mesmo problema foi apontado pelos técnicos do TSE na análise da prestação de contas final. Agora, os técnicos do TSE farão nova análise das informações e apresentarão novo relatório, sugerindo aprovação, aprovação com ressalvas ou rejeição das contas. A palavra final cabe ao plenário do Tribunal, formado por sete ministros. Eventual rejeição das contas de Bolsonaro não o impedirá de ser diplomado nem de tomar posse em janeiro. A diplomação está marcada para 10 de dezembro. No caso de desaprovação, as contas são encaminhadas ao Ministério Público Eleitoral para avaliar a proposição de investigação. 

Justiça Federal do Maranhão bloqueia 10 imóveis do lho do desembargador do TRF-1 
A suspeita é que Ravik de Barros ajudou seu cliente, o empresário Emílio Rezende, a dilapidar seu patrimônio
Da Redação 
16/11/2018 às 20:37 | Atualizado às 20:37
A Justiça Federal do Maranhão decretou o sequestro e a indisponibilidade de 10 imóveis de Ravik de Barros Bello Ribeiro. Pesa sobre o advogado a suspeita de obstrução da Justiça, no âmbito da Operação Sermão dos Peixes. Ribeiro é filho do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Cândido Ribeiro e sobrinho de outro integrante do Tribunal, o desembargador Ney Bello. 
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, tem sob sua jurisdição o Distrito Federal e os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins. 
De acordo com O Globo, a suspeita é que Ravik ajudou seu cliente, o empresário Emílio Rezende, a dilapidar seu patrimônio e desrespeitar decisão judicial ao transferir os imóveis para o próprio advogado, assim como para a mãe de Rezende. Segundo a Polícia Federal, essas transferências superam o montante de R$ 4 milhões, considerando os valores de mercado dos imóveis. 
O que chamou atenção dos investigadores foi o fato de que o advogado já tinha recebido de Rezende o pagamento no âmbito da operação. Sendo assim, para o juiz Bomm Filho “aparenta inverossímil” a justificativa de que as transferências ocorreram para pagar honorários pelo serviço advocatício.
No dia 18 de outubro, durante desdobramento da Sermão dos Peixes, o escritório de Ravik foi alvo de buscas pela PF. O juiz substituto Luiz Régis Bomm Filho, na mesma decisão, além das buscas, determinou o sequestro dos imóveis que o advogado recebeu de seu cliente O juiz também ressalta que as transferências ocorreram, em janeiro de 2016, pouco tempo depois que Ravik impetrou, no TRF-1, um habeas corpus para soltar Rezende. Na ocasião, o Tribunal determinou restrições ao empresário, entre elas, a proibição da transferência de bens. “Conforme laudos periciais, em momento muito próximo e, ou posterior às determinações cautelares do TRF-1 verificou-se a transferência imobiliária vultora de Emílio Borges a seu advogado Ravik de Barros e a sua genitora Carlita Ribeiro”. Rezende transferiu para o advogado 10 imóveis e para sua mãe nove, por meio de doação. Rezende foi preso três vezes durante a Operação Sermão dos Peixes, e solto todas as vezes.
À reportagem, Ravik armou ter “absoluta tranquilidade de que não cometi nenhum ilícito”, destacando que é advogado de Rezende desde 2015, no início da operação. O advogado também afirmou que nem seu pai e nem seu tio atuaram em seus processos. A Operação Sermão dos Peixes investiga o esquema que desviou recursos federais destinados a saúde pública no Maranhão, durante a gestão de Roseana Sarney (MDB).

NO BLOG DO JOSIAS
Maldição da Casa Civil assedia Onyx Lorenzoni
Por Josias de Souza
Sábado, 17/11/2018 06:40
Deslocado por Jair Bolsonaro da periferia da Câmara para o epicentro do poder, Onyx Lorenzoni, o ministro extraordinário da transição de governo, experimenta a sensação de enfiar um dedo na fava de mel, lamber o dedo e vislumbrar as dádivas do mundo. Porém, Onyx talvez tenha de começar a fugir das abelhas antes mesmo de chegar ao Planalto. A maldição da Casa Civil chegou mais cedo para ele.
Mede-se o tamanho da encrenca pela quantidade de veneno estocado. A banda militar do futuro governo acha que Onyx puxa o tapete do general Oswaldo Ferreira, hoje um ex-quase-futuro-superministro da Infraestrutura. A ala política avalia que Onyx coloca azeitonas demais na empada do seu partido, o DEM. Escanteado, o PSL lança fachos de luz na direção dos pés de barro de Onyx.
Colecionador de desafetos, Onyx é assediado por uma síndrome que costuma perseguir os ocupantes do principal gabinete do quarto andar do Palácio do Planalto: a praga dos superpoderes. Para complicar, os superpoderes do futuro chefe da Casa Civil começam a esbarrar em superpoderes maiores do que os seus — como os do clã Bolsonaro e o de Paulo Guedes, o Posto Ipiranga.
Na era petista, a Casa Civil foi ocupada por seis personagens. Um está prestes a voltar para a cadeia (Dirceu), outro está atrás das grades (Palocci), uma terceira foi fisgada na Operação Zelotes (Erenice), dois encrencaram-se nas franjas da Lava Jato (Mercadante e Gleisi) e uma outra sofreu impeachment depois de ser vendida ao eleitorado como supergerente impecável (Dilma). Sob Temer, a Casa Civil abriga matéria-prima para a Polícia Federal (Padilha).
O que distingue Onyx de superministros que o antecederam é o fato de que, no seu caso, a urucubaca chegou antes da posse. Quando encostou seu mandato no projeto político de Bolsonaro, Onyx considerava-se capaz de fazer o bem para o capitão. Hoje, ele precisa verificar se consegue parar de fazer mal a si mesmo.

Cuba recebe com festa médicos vindos do Brasil
Por Josias de Souza
17/11/2018 03:04
Menos de 24 horas depois de anunciar sua saída do programa Mais Médicos, o governo cubano proporcionou uma recepção festiva para os primeiros profissionais que retornaram do Brasil. Deu-se na madrugada da última quinta-feira.
De acordo com reportagem exibida pela emissora estatal TV Cuba, desembarcaram no aeroporto de Havana 196 médicos. Estavam no Brasil havia três anos. Foram recebidos pela vice-ministra da Saúde Pública, Regla Angulo Pardo.
Em entrevista, Regla Pardo disse ter acompanhado a preparação dos médicos durante todo o tempo de duração da parceria com o Brasil, iniciada em 2013, “Durante esses cincos anos, vi eles partirem, se prepararem, compartilhei com eles a preparação do idioma, da geografia do Brasil, das características, das condições da saúde do povo brasileiro.”
Regla Pardo afagou os brasileiros: “Não continuamos no programa Mais Médicos, mas reconhecemos a maneira com que o povo brasileiro sempre tratou nossos médicos.” Para ela, a clientela humilde do Brasil reconhece o “profissionalismo” dos doutores cubanos.
Três médicos foram entrevistados. Um deles, José Ángel Véliz, fez referências poucos lisonjeiras a Jair Bolsonaro. Atribuiu a decisão de não permanecer no Brasil “às manifestações servis deste lacaio do império, o novo presidente eleito do Brasil, que não tem conhecimento nem preparo para ser presidente desse país e que não se interessa pela saúde do povo brasileiro.”
A volta dos médicos foi tratada na reportagem como ''um momento mágico de regressar à pátria com a missão cumprida.'' Ao final, todos entoaram o hino nacional de Cuba.
Durante o período em que permaneceram no Brasil, os cubanos receberam salários inferiores aos dos colegas brasileiros e de outros países que atuam no Mais Médicos. O pagamento fazia escala em Havana, que retinha 70% do valor. Isso permitiu que Bolsonaro cavalgasse sua retórica ideológica, acusando Havana de tratar seus médicos como ''escravos''.
– Leia mais sobre o tema aqui, aqui, aqui e aqui.


Defensoria recorre à Justiça por ‘Mais Médicos’
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 16/11/2018 22:10
A Defensoria Pública da União (DPU) recorreu à Justiça Federal para tentar manter o Mais Médicos. Ajuizou uma ação civil pública. Nela, pede a manutenção das atuais regras do programa. A ação inclui um pedido de liminar. Alega-se que é preciso evitar que “a população atendida seja prejudicada com a saída abrupta de milhares de médicos sem que a União previamente promova medidas efetivas de modo a repor imediatamente o quantitativo de médicos que estão em vias de deixar o programa.”
A iniciativa surgiu dois dias depois de o governo de Cuba ter anunciado o rompimento unilateral do acordo que assegurava a presença de 8.332 médicos cubanos no Brasil. Foi uma reação de Havana às declarações hostis que Jair Bolsonaro vinha fazendo desde a campanha eleitoral. A defensoria sustenta que qualquer mudança no programa Mais Médicos, “em especial relacionada à não necessidade de submissão ao Revalida, deve estar condicionada à realização de prévio estudo de impacto…”
O Revalida é um teste que os médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior precisam fazer antes de trabalhar no Brasil. Serve para medir os conhecimentos do profissional, pré-condição para que o diploma seja validado. Bolsonaro declarou que, para permanecer no Brasil, os médicos cubanos teriam, entre outras exigências, de se submeter ao revalida. Algo que o Mais Médicos não exige.
Assinam a ação o defensor regional de Direitos Humanos da DPU no Distrito Federal, Alexandre Mendes Lima de Oliveira, e outros dois defensores públicos: Alexandre Benevides Cabral e Amadeu Alves de Carvalho Júnior. Eles argumentam que o Supremo Tribunal Federal já declarou a constitucionalidade do Mais Médicos.
Por isso, argumentam que “causa espécie a temerária e irresponsável interrupção abrupta” do programa, “sem que fossem previamente estabelecidas medidas para a reposição imediata dos médicos que não mais continuarão” no País.
Os defensores sustentam, de resto, que a saída dos médicos cubanos deixará sem assistência 29 milhões de brasileiros. Enxergam “um cenário desastroso”, já que, ''dos 5.570 municípios do país, 3.228 (79,5%) só têm médico pelo programa e 90% dos atendimentos da população indígena são feitos por profissionais de Cuba.”

Saída para o ‘Mais Médicos’ é menos politicagem
Por Josias de Souza
16/11/2018 20:06
Bolsonaro declarou guerra aos médicos cubanos já na campanha. Disse que, eleito, enviaria todos de volta para Cuba com “uma canetada”. Foi com uma canetada também que Dilma criou o Mais Médicos em 2013, levando o programa à vitrine de sua campanha à reeleição no ano seguinte. Agora, com outra canetada, Havana antecipou-se a Bolsonaro, rompendo o acordo que mantinha no Brasil quase 8,4 mil médicos, algo como 45% dos profissionais arregimentados pelo Mais Médicos.
A polêmica ferve nas manchetes. Bolsonaro troca farpas com Cuba. O PT sobe no caixote para atacar o capitão. Em meio a tantos protagonistas, um personagem central fica em segundo plano: o brasileiro pobre dos fundões do País ou da periferia das grandes cidades. Para 28 milhões de pessoas, clientes potenciais dos médicos cubanos, pouco importa se o jaleco é vermelho ou verde-amarelo. O essencial é que ele esteja presente sempre que a dor apertar.
Em sua manifestação mais recente, Bolsonaro disse: “Nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi atendida por um médico cubano. Será que nós devemos destinar aos mais pobres profissionais sem qualquer garantia de que sejam realmente razoáveis?” Ora, nunca viu nem verá. Dilma, quando precisou, tratou-se no Sírio Libanês. Bolsonaro, socorre-se no Albert Einstein. O brasileiro paga a conta.
Dilma sabia que o Mais Médicos era um remendo que não resolveria o problema. Bolsonaro sabe que a saída atabalhoada dos médicos cubanos, sem uma substituição simultânea da mão de obra, é um desastre que agravará o drama. E os brasileiros afetados pelos programas que começam e terminam assim, em ritmo de truque cinematográfico, sabem que a única saída para garantir mais médicos é menos politicagem.

‘Lula é mentor do esquema criminoso’, diz Moro
Por Josias de Souza
16/11/2018 18:59
Acusado pela defesa de Lula e pelo Partido dos Trabalhadores de utilizar a Justiça para perseguir o ex-presidente petista, Sérgio Moro elevou o tom de sua resposta: “As provas indicam que Lula é o mentor desse esquema criminoso que vitimou a Petrobras. E nós não tratamos apenas de um tríplex. Nós falamos de um rombo estimado de R$ 6 bilhões. O tríplex é a ponta do iceberg. A opção do Ministério Público foi apresentar a acusação com base nesse incremento patrimonial específico, que foi fruto da corrupção.”
As novas declarações de Moro foram feitas em entrevista veiculada na edição mais recente da revista IstoÉ. Ele respondia a uma pergunta sobre o recurso ajuizado pela defesa de Lula no Supremo depois que trocou a Lava Jato pelo posto de ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. Na peça, ao advogados pedem que Lula seja libertado e que os processos que correm contra ele em Curitiba sejam anulados.
Moro reiterou que a sentença que proferiu no caso do tríplex é de “meados de 2017.” Declarou que “a decisão é extensamente fundamentada.” Repetiu que sua deliberação “foi mantida pela Corte de apelação (o TRF-4, sediado em Porto Alegre). A partir do momento em que a Corte de apelação mantém a decisão, a decisão passa a ser dela. Não é mais nem minha.”
O ex-juiz repetiu, de resto, que enxerga as críticas do petismo e da defesa como “um álibi de Lula, baseado numa fantasia de perseguição política.” Enumerou outras condenações de sua lavra: “Vamos analisar a Operação Lava Jato. Nós temos agentes políticos que foram do Partido Progressista condenados, temos agentes do PMDB e de figuras poderosas da República, como foi o caso do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, considerado adversário figadal do PT. E, claro, condenamos também agentes do Partido dos Trabalhadores.”
Moro acrescentou: “O esquema de corrupção na Petrobras envolvia a divisão de dinheiro entre executivos da estatal e agentes políticos que controlavam a empresa. É natural que o esquema criminoso dessa espécie, quando descoberto, com políticos envolvidos, impliquem majoritariamente aqueles partidos que estavam no poder e controlavam a empresa e não legendas que se encontravam na oposição.”
Além do caso do tríplex, que rendeu a Lula 12 anos e 01 mês de cadeia, há na 13ª Vara Federal de Curitiba outros dois processos envolvendo o ex-presidente petista: o do sitio de Atibaia e o do terreno que a Odebrecht teria adquirido para o Instituto Lula. Instado a comentá-los, Moro preferiu se abster:
“Essa é uma questão da Justiça, a cargo da doutora Gabriela Hardt, que me substitui na 13ª Vara Federal e não seria apropriado comentar. Ela é uma magistrada muito séria e muito competente. No entanto, está em suas mãos diversos casos criminais em relação à Lava Jato, que demandam atenção dela. Então não sei se ela vai ter tempo hábil para julgar esse caso ainda este ano.”
Nesta sexta-feira, Moro formalizou seu pedido de exoneração do cargo de juiz. Algo que pretendia fazer apenas no final do ano. Com essa decisão, deflagra-se o processo de substituição definitiva do magistrado na Vara da Lava Jato. Estão aptos a concorrer à vaga mais de 200 juízes.

NO O ANTAGONISTA
Onyx sugere contratar médicos venezuelanos
Sábado, 17.11.18 08:46
Por Claudio Dantas
Onyx Lorenzoni disse a O Antagonista que vai sugerir ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, que contrate médicos venezuelanos que estejam refugiados no Brasil, considerando que a formação médica na Venezuela é semelhante à do Brasil.
A ideia é que esse contingente seja aproveitado na substituição dos cubanos do Mais Médicos, sem excluir a contratação prioritária de brasileiros.

Viviane Senna nega ter sido convidada para ministério da Educação
17.11.18 08:25
Em entrevista ao Estadão, Viviane Senna diz que visitou Jair Bolsonaro às vésperas do segundo turno, mas nega que tenha recebido convite para o cargo de ministra da Educação.
“Não tem esse convite, só tem um pedido para ajudar na Educação. Eu convidei o Ricardo Paes de Barros [economista do Instituto Ayrton Senna] para ir comigo. São elementos que estão sendo trazidos para a mesa para que se possa ter passos bons pela frente (…).
Já fui convidada três vezes para ser ministra por governos anteriores. Meu objetivo não é esse”.

611 municípios sem médicos
17.11.18 07:56
Com a decisão de Cuba de não participar do Mais Médicos, 611 dos 3.228 municípios atendidos pelo programa podem ficar sem nenhum profissional na rede pública.
É o que diz Mauro Junqueira, presidente do Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde.

Mais Brasil no Mais Médicos
17.11.18 07:39
É mais fácil do que parece substituir os escravos cubanos, diz Merval Pereira.
“Basta convocar imediatamente os cerca de oito mil médicos que se candidataram na mais recente seleção do programa, para apenas 983 vagas oferecidas aos brasileiros.”
E também:
“Com a chegada do Mais Médicos, diversos brasileiros foram demitidos para a contratação de cubanos. A fonte do pagamento passou a ser o governo federal, os estados e municípios ficaram sem esse gasto. Além disso, o governo federal tinha o interesse político de usar o programa cubano, que é uma das maiores fontes de recursos de Cuba, a exportação de mão de obra médica. Marco Lages diz que a alocação de médicos brasileiros poderia ser organizada com um plano de carreira de Estado, que Bolsonaro prometeu na campanha presidencial.”

CNJ deve arquivar procedimento contra Moro
17.11.18 07:35
Com a exoneração antecipada de Sérgio Moro, o CNJ deverá arquivar o procedimento aberto para analisar o encontro do juiz com Paulo Guedes para tratar de sua participação no governo de Jair Bolsonaro, registra a Folha.

Com exoneração de Moro, Lula pede novo interrogatório no caso do Instituto
17.11.18 07:21
A defesa de Lula entrou com recurso no TRF-4 para pedir que o condenado seja ouvido novamente no processo do Instituto.
A argumentação agora é que, com a exoneração de Sérgio Moro, será preciso refazer o depoimento de Lula e decidir quem julgará o caso, publica a Folha.

O morcego de Lula
17.11.18 06:54
Em seu depoimento à juíza Gabriela Hardt, Marcelo Odebrecht apontou os pagamentos a Morcego como o caminho do dinheiro desviado da Petrobras para favorecer Lula.
Morcego é o codinome de Pedro Barusco, o operador do PT na diretoria da estatal.
De acordo com as planilhas do departamento de propinas da empreiteira, reproduzidas pelo Estadão, Morcego recebeu 15 milhões de reais entre 2010 e 2011, o mesmo período em que o sítio de Atibaia estava sendo reformado.
O procurador Athayde Ribeiro Costa perguntou a Marcelo Odebrecht se ele tinha ciência de que “seus líderes empresariais tinham que efetuar pagamentos no interesse do PT, PMDB e PP no âmbito das diretorias da Petrobras”.
Ele respondeu:
“Eu seria ingênuo se dissesse que não sabia. Eu confirmo que tinha ciência”.

Conselho de Segurança dos EUA elogia Bolsonaro
Sexta-feira, 16.11.18 21:00
O Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos publicou no Twitter um elogio a Jair Bolsonaro por “tomar posição contra o regime cubano por violar os direitos de sua população”.

Carlos Miranda vai para casa
16.11.18 18:54
Carlos Miranda, operador de Sérgio Cabral e delator do esquema que levou o ex-governador à prisão, deixa a prisão nesta sexta-feira para cumprir pena em casa.
O “braço direito” de Cabral agora segue para o regime domiciliar fechado, onde será monitorado através de tornozeleira eletrônica.
Miranda também detalhou em delação pagamentos feitos a políticos e pessoas envolvidas nos esquemas de corrupção que desencadeou na operação Furna da Onça.

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