PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2018

Com base no Artigo 21 da Lei de Responsabilidade Fiscal, o presidente Michel Temer pode vetar o aumento de 16% autoconcedido a ministros do Supremo Tribunal Federal e aprovado pelo Senado. A LRF prevê ser “nulo de pleno direito” ato que eleve gastos com pessoal e tenha sido expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato. Para valer em 2019, o aumento deveria ter sido aprovado até 5 de julho de 2018. O problema é que eles, os beneficiados, são os que julgam a questão.

Os últimos aumentos dos ministros do STF, em 2012 e 2014, para serem válidos, tiveram de obedecer às determinações da LRF.

Adivinha quem vai julgar a ação do Movimento Brasil Livre pedindo a suspensão do aumento com base na LRF? Isso mesmo, o STF.

Para Mário Neto, jurista do instituto Fidúcia, além da LRF há violação de “entendimento do STF do princípio da moralidade administrativa”.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) alega que o Senado mudou o texto e o projeto deveria voltar à Câmara e não ir à sanção de Temer.

A escolha do embaixador Ernesto Araújo para ministro das Relações Exteriores mudará a política externa brasileira. Ele é respeitado por sua cultura e será um formulador. Considera o Brasil um país ocidental, cristão, que precisa se unir aos que defendem os mesmos valores, em vez de apenas endossar posturas antiamericanas e anti-israelenses, de viés ideológico, por exemplo, só para agradar cubanos ou palestinos.

De tanto defender essas posturas, os chefes da diplomacia brasileira acabaram achando que o Brasil é aquilo que faz parecer na ONU.

As ideias de Ernesto são execradas por gente da laia de Celso Amorim e Antonio Patriota, adeptos da política maria-vai-com-as-outras.

Apesar dos 27 anos de carreira, Ernesto Araújo, 51, é um jovem embaixador. Chefia o Departamento de Estados Unidos e Canadá.

Atibaia é só uma de 9 ações contra Lula. Na cadeia por corrupção e lavagem no caso do tríplex, responde na negociata dos caças, do terreno do Instituto Lula, silenciar Nestor Cerveró, tráfico de influência no BNDES, venda de medidas provisórias e desvios bilionários.

O serpentário garante que a escolha do futuro ministro das Relações Exteriores aqueceu a procura por adesivos “Bolsonaro presidente”, vendidos freneticamente no mercado negro, no Itamaraty.

E a repórter de TV, emocionada com o comboio de viaturas na sede da Polícia Federal, devolvendo Lula ao xilindró? “Aí está o presidente de volta…” etc. O reeducando tratado com a reverência de sempre.

…após os saidões do Dia das Mães, dos Pais etc, os adoradores da impunidade criaram saidão da Proclamação da República de Bandidos.

NO BLOG DO JOSIAS
Novo chanceler foi do anúncio para a frigideira
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 15/11/2018 06:14
Jair Bolsonaro inovou. Criou uma via expressa ligando a escolha de um novo ministro à frigideira. O diplomata Ernesto Araújo migrou instantaneamente do anúncio de sua indicação como novo chanceler para o óleo quente. No início da madrugada desta quinta-feira, o blog testemunhou, num restaurante chique de Brasília, um conciliábulo de destacados membros da Casa de Rio Branco. Dedicavam-se a organizar uma “resistência” ao que chamaram de “diplomacia do desastre”.
Convocado às pressas, o jantar reuniu oito diplomatas. Todos mais estrelados que o preferido de Bolsonaro. Na definição de um dos presentes, são “servidores sem partido.” Avaliaram que Bolsonaro chutou em gol ao escolher Ernesto Araújo. Marcou para os Estados Unidos. Tentaram enumerar vantagens e desvantagens.
De vantajoso, apenas o fato de que o novo chanceler brasileiro não será convidado a tirar os sapatos para uma revista no aeroporto de Washington, como fez Celso Lafer na era FHC. Imaginam que, para poupar a saliva dos agentes da imigração americana, Ernesto Araújo já ''pisará o solo americano descalço''. No mais, tudo seria desvantajoso.
Havia sobre a mesa um tablet, aberto no blog ‘Metapolítica 17, abastecido com textos de Ernesto Araújo. Extraíram-se previamente dos posts do novo ministro das Relações Exteriores duas aparentes prioridades: “Ajudar o Brasil e o mundo a se livrarem da ideologia globalista” e erguer barricadas contra a “China maoísta que dominará o mundo”.
Além de “envergonhar” a inteligência do Itamaraty, as pretensões seriam “inexequíveis”. O nacionalismo antiglobalista não resistiria a um embate com o ultraliberalismo do Posto Ipiranga Paulo Guedes. Quanto à dominação maoísta, a impossibilidade de ressuscitar Mao Tsé-Tung e os valores que ele representava deixam a cruzada sem alvo.
A prioridade mais “preocupante” de Ernesto Araújo foi sublinhada num artigo escrito para a revista ‘Cadernos de Política Exterior’. Ali, o novo chanceler emite sinais de que não hesitaria em encostar a diplomacia brasileira no potencial que enxerga em Donald Trump para “salvar o Ocidente.” Não há “risco de dar certo”. Salva-se não o Ocidente, mas o projeto de transformar Bolsonaro ''numa versão periférica de Trump”.
O grupo chegou a um par de conclusões: Bolsonaro colocou no comando do Itamaraty não um chanceler, mas um espelho para refletir suas próprias idiossincrasias. De resto, haverá não um, mas dois chefes do Itamaraty: o oficial, em Brasília, e seu padrinho Olavo de Carvalho, que patrocinou sua indicação desde os Estados Unidos.
Consolidou-se no grupo a ideia que é ampliar a “resistência” inaugurada de madrugada utilizando uma ferramenta muito apreciada por Bolsonaro: o WhatsApp. Deseja-se transferir Ernesto Araújo da frigideira para o micro-ondas. Se funcionar, o novo ministro chegará ao dia da posse, em 1º de janeiro, já bem passado. No limite, disse um dos presentes, “o Itamaraty de Bolsonaro vai virar não uma sucursal de Washington, mas do Vietnã.”

Depoimento de Lula abre caminho para condenação no caso do sítio de Atibaia
Por Josias de Souza
15/11/2018 01:10
Inquirido durante quase três horas no processo sobre o sítio de Atibaia, Lula intercalou ataques desconexos e respostas inconsistentes (assista a íntegra aqui). A agressividade foi domada pela contrarreação da juíza Gabriela Hardt, a substituta de Sérgio Moro. A inconsistência serviu de matéria-prima para o cerco promovido pela força-tarefa da Lava Jato, representada na audiência pelo procurador da República, Athayde Ribeiro Costa. Com seu depoimento, Lula como que abriu o caminho que o levará a uma nova condenação.
Ex-presidente mais popular da história desde Getúlio Vargas, protagonista nato, líder desde a primeira mamada, Lula deixou a sala de audiências da 13ª Vara de Curitiba como um pobre-diabo indefeso. Incapaz de enxergar o que se passava sob os fios de sua barba, alegara ter tomado conhecimento das obras no sítio por meio do noticiário. O representante do Ministério Público quis saber por que não cogitou procurar os executores da obra — Odebrecht, OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai — para realizar o pagamento.
“A chácara não é minha”, escorregou Lula. “As obras não foram feitas pra mim. Portanto, eu não tinha que pagar, porque achei que o dono do sítio tinha pago”, desconversou noutro trecho.
O procurador lembrou que Fernando Bittar, o suposto proprietário, dissera em depoimento na semana passada que não levara a mão ao bolso por imaginar que Lula e sua mulher Marisa Letícia, como beneficiários, pagariam pelos confortos, orçados em R$ 1,02 milhão. Instado a se explicar, Lula complicou-se: “Ele fala e você quer que eu explique?”
Considerando que nenhuma empreiteira reformaria graciosamente um sítio pertencente a um desconhecido chamado Bittar, o procurador insistiu em oferecer a Lula uma chance de defesa. Mas o interrogado desperdiçou: “Se ele falou que não pagou, achando que a Marisa tinha pago, eu não tenho mais como perguntar (a ex-primeira-dama Marisa Letícia morreu em fevereiro do ano passado).”
Espremendo-se o que Lula alegou durante o depoimento, chega-se a um enredo que, por inacreditável, seria refugado até como roteiro de telenovela. Nele, a família Lula da Silva se apropria de um sítio alheio. Duas das maiores empreiteiras do País reformam a propriedade. Dizem ter bancado o upgrade com verbas sujas, em retribuição a facilidades obtidas nos governos petistas. O escândalo ganha o noticiário. Vira assunto nas esquinas e nos botecos. Mas Lula, beneficiário dos mimos, jura que nunca tratou do tema.
Viva, Marisa Letícia foi pendurada nas manchetes como responsável pelos primeiros pedidos de reforma do sítio. Entretanto, Lula assegura que não conversou sobre a encrenca nem na alcova. Tampouco perguntou para Bumlai, o pecuarista-companheiro, quem pagou pelas obras. Jamais tratou do assunto com Bittar, o hipotético proprietário do sítio. “Não sou daquele tipo de cidadão que entra na casa dos outros e vai abrindo a geladeira. O cara tem a propriedade, o cara me empresta a propriedade. Eu vou ficar perguntando: ‘O que foi que você fez?'.”
Lula declarou que também não lhe passou pela cabeça tocar o telefone para o amigo Emílio Odebrecht. “Por que eu tinha que falar com o Emílio?” Espantou-se não com a generosidade de Léo ‘OAS’ Pinheiro, mas com sua incúria. “O que eu acho grave, que você deveria perguntar, é porque o Léo não cobrou! Porque o Léo não cobrou? O cara que tem que receber é o cara que vai todo santo dia cobrar. O cara que tem que pagar, se puder nem passa perto.”
O procurador que inquiria Lula não passou recibo. Pacientemente, refrigerou a memória do líder máximo do PT. Disse que o sócio da OAS não lhe apresentara a fatura referente ao sítio porque já se considerava pago e satisfeito com as contrapartidas que amealhara em negócios firmados com a Petrobras.
Lula cobrou várias vezes durante o interrogatório a exibição de provas que atestassem que ele seria o proprietário do sítio. Foi informado de que, neste processo, a questão da propriedade do imóvel não é crucial. O que está em causa é a corrupção e a lavagem de dinheiro estampadas nas obras feitas em seu benefício com dinheiro saqueado do Estado.
Logo na abertura da audiência, Lula sinalizou a intenção de conturbar. A juíza perguntou-lhe se estava ciente das acusações que pesavam contra ele. Lula disse que não. Corrupção e lavagem de dinheiro, disse a substituta de Sérgio Moro, resumindo o conteúdo dos autos num parágrafo. Lula tentou fazer pose de joão sem braço: “Não, não, não, não. Eu imagino que a acusação que pesava sobre mim é que eu era dono de um sítio em Atibaia.”
A juíza Gabriela Hardt reiterou o que acabara de dizer. Lula voltou à carga: “Doutora, eu só queria perguntar, para o meu esclarecimento, porque eu estou disposto a responder toda e qualquer pergunta: eu sou dono do sítio ou não?” Ao farejar as intenções do interrogado, a magistrada apressou-se em puxar as rédeas:
“Senhor ex-presidente, isso é um interrogatório. Se o senhor começar neste tom comigo a gente vai ter problema. Então, vamos começar de novo: Eu sou a juíza do caso, eu vou fazer as perguntas que eu preciso para que o caso seja esclarecido, para que eu possa sentenciá-lo ou algum colega possa sentenciá-lo. Então, num primeiro momento, eu quero dizer que o senhor tem todo o direito de ficar em silêncio. Mas, neste momento, eu conduzo o ato.”
Na última metade da sessão, Lula voltaria à carga: “Eu vim aqui pensando que vocês iam me desmoralizar, pegar uma escritura, mostrar que eu paguei, que eu recebi (a escritura do sítio). Vocês não fizeram nada disso”. Puxa daqui, estica dali, o representante da Lava Jato ofereceu corda para que o réu enforcasse seus advogados. “Se o senhor não sabe qual é o objeto da ação, é um problema da defesa técnica do senhor. Se o senhor se sentir indefeso, pode chamar a Defensoria Pública.”
No ápice do interrogatório, o procurador aplicou em Lula algo muito parecido com um xeque-mate: “No caso do tríplex, o senhor alegava que as obras de melhorias do apartamento não foram para o senhor sob o argumento de que o senhor nem ia lá. Agora, o senhor constantemente estava no sítio, mantinha lá bens pessoais de toda ordem e os empresários alegam que a obra era para o senhor. Eu gostaria de saber do senhor qual é a explicação que o senhor tem para isso, senhor ex-presidente?”
Lula tentou desconversar. Seu advogado, Cristiano Zanin, interveio. Houve um princípio de barraco. O réu cavou um intervalo providencial. Pediu para ir ao banheiro. Ao retornar, Lula ouviu o procurador repetir a mesma pergunta. A flacidez da resposta potencializou a impressão de que o presidiário petista estava mesmo indefeso.
“Eu vou dar a explicação. Primeiro do tríplex: o tríplex não era, não é e não será (meu). A História vai mostrar o que aconteceu nesse processo. Segundo, o sítio: Eu vou lá porque o dono do sítio me autorizou a ir lá. Tá? Que bens pessoais que eu tinha no sítio? Cueca, roupa de dormir, isso eu tenho em qualquer lugar que eu vou. E nenhum empresário pode afirmar que o sítio é meu se ele não for meu.”
“Mas eles afirmaram que fizeram obras para o senhor”, insistiu o procurador. Lula perdeu a linha: “Ah, meu Deus do céu, sem eu pedir. Você não acha muito engraçado alguém fazer uma obra que eu não pedi? E depois alguém negociar uma delação sob a pressão de que é preciso citar o Lula. E vocês colocam isso como se fosse uma verdade! …Eu repudio qualquer tentativa de qualquer pessoa dizer que foi feito uma obra para mim naquele sítio. Porque se o Fernando Bittar amanhã vender o sítio…”
Nesse ponto, o procurador esclareceu que, mantido o fio condutor da defesa, Lula não enxergaria senão pus no fim do túnel. Explicou que a condenação independe de um pedido formal para a realização das obras bancadas com verbas de má origem: “O senhor pode alegar que não pediu. Mas o crime de corrupção tem a modalidade receber.”
O depoimento desta quarta-feira foi o terceiro que Lula prestou à Justiça Federal em Curitiba. No caso do tríplex, foi condenado em primeira e segunda instância. Cumpre pena de 12 anos e 01 mês de cadeia. O processo sobre a compra de um apartamento e de um terreno que seria usado para abrigar o Instituto Lula aguarda uma sentença da juíza Gabriela Hardt. E o caso do sítio entrou na fila na forma de uma condenação esperando para acontecer.
Para desassossego de Lula, seu drama penal vai virando parte da paisagem. A multidão que o prestigiou nos dois primeiros depoimentos de Curitiba ficou em casa. A vigília nos arredores da Superintendência da PF, onde está preso, minguou. Dessa vez, poucos apoiadores faziam barulho nas ruas de Curitiba. Nas proximidades do fórum, não houve bloqueio de ruas nem fechamento de lojas. O aparato de segurança sofreu lipoaspiração.
Lula coleciona façanhas políticas que poderiam tê-lo guindado à condição de estátua. Mas até os seus apoiadores parecem recusar o papel de testemunhas de uma fase em que o grande ídolo, auto-convertido em pardal de si mesmo, suja com depoimentos desconexos a própria testa de bronze. No seu primeiro encontro com a juíza substituta, Lula percebeu que seu futuro penal está agora nas mãos de uma versão feminina de Sérgio Moro. Logo, logo o PT terá de incluir uma nova personagem no rol de ''perseguidores políticos'' do grande líder.
– Em tempo: Leia aqui notícia sobre nota divulgada pela defesa de Lula após o depoimento.

Por Onyx, Jair Bolsonaro adota um redutor ético
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 14/11/2018 20:31
Jair Bolsonaro aplicou um redutor no discurso anticorrupção que havia entoado na campanha eleitoral. Ao comentar a notícia sobre investigação que vincula seu chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com uma nova suspeita de caixa dois, Bolsonaro declarou: ''É muito difícil hoje em dia você pegar alguém que não tenha alguns problemas, por menores que sejam. Os menores, logicamente, nós vamos ter que absorver. Se o problema ficar vultoso, você tem que tomar uma providência''.
Onyx já havia admitido, no ano passado, o recebimento de R$ 100 mil no caixa dois na campanha de 2014. Documentos exibidos pela Folha de S.Paulo revelam que delatores da JBS acusaram o ministro de Bolsonaro de apanhar por baixo da mesa outro repasse ilícito de R$ 100 mil em 2012. Onyx chamou o noticiário de “requentado”. Atribuiu a novidade a um hipotético “terceiro turno” da disputa presidencial. Ele atacou o jornal, insinuando que tem um viés petista.
É sintomático que tudo isso tenha acontecido no mesmo dia em que Lula, preso em Curitiba, prestou depoimento no processo sobre o sítio de Atibaia. Ele teve de ser ouvido por uma juíza substituta, Gabriela Hardt, porque o titular, Sérgio Moro, trocou a Lava Jato pela perspectiva de levar o combate à corrupção para uma esfera federal, no Ministério da Justiça do governo Bolsonaro.
Onyx pode ser a mais imaculada das criaturas. Mas há um procedimento aberto contra o futuro ministro na Procuradoria da República. E não será com lero-lero ou ataques à imprensa que o ministro irá se explicar. A integridade é como a gravidez. Nenhuma mulher pode estar um pouquinho grávida, assim como não pode haver um político um pouco honesto. Ou Bolsonaro entende que não é hora de fixar gradações para a honestidade ou desmoralizará rapidamente o esforço anticorrupção que Sérgio Moro promete implementar.

Bolsonaro empurra Rodrigo Maia para voo solo
Por Josias de Souza
14/11/2018 15:50
Jair Bolsonaro tomou café da manhã com Rodrigo Maia nesta quarta-feira. Queria desfazer a má impressão provocada pelo cancelamento do encontro que teria com o presidente da Câmara no início da semana. Deu errado. As declarações feitas por Bolsonaro antes do encontro demonstraram que há males que vêm para pior.
Ciente de que Maia reivindica a recondução à presidência da Câmara, Bolsonaro esclareceu que cultiva outros planos: “O Rodrigo tem os seus interesses e eu tenho os meus.” Sem declarar guerra ao deputado do DEM, o presidente eleito informou que considera a hipótese de meter-se em trincheiras alternativas. “Não tenho nada a me opor a ele. Existem outros candidatos também muito bons se lançando.”
“Nós vamos esperar a bancada (do PSL, que elegeu 52 deputados)”, acrescentou Bolsonaro. “Afinal de contas, o presidente não pode se envolver diretamente nessa questão. Isso não é bom para o governo.”
Com uma vivência de 28 anos de mandato parlamentar, Bolsonaro já aprendeu que a retórica segundo a qual “presidente não pode se envolver diretamente” na disputa pelos comandos das Casas do Congresso é parte de uma encenação que conduz a dois desfechos. Num, o inquilino do Planalto tira foto com os vitoriosos. Noutro, ganha inimigos para infernizar-lhe o mandato.
Agregador, Rodrigo Maia emitiu sinais de que gostaria de incluir o governo no seu projeto. Tomado pelas palavras, Bolsonaro está em outra. Sua hostilidade empurra o interlocutor para um voo solo. De duas, uma: ou Bolsonaro montou uma articulação secreta para eleger um nome retirado do bolso do seu colete para o comando da Câmara ou está comprando uma encrenca.
Quando ainda vestia a faixa presidencial, Dilma Rousseff achou que seria possível desligar o PMDB da tomada. Mais: imaginou que poderia ajudar a eleger o petista Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara, derrotando Eduardo Cunha. Deu em impeachment. Enviada para casa mais cedo, Dilma cuida dos netos em Porto Alegre depois de uma frustrada campanha para o Senado. Cunha puxa uma cana dura em Curitiba.

NO O ANTAGONISTA
A Lava Jato cumpriu o seu papel
Quinta-feira, 15.11.18 08:30
Os interrogatórios de Lula em Curitiba acabaram.
A juíza Gabriela Hardt já pode sentenciá-lo pelo prédio do Instituto Lula, fruto de um pacto de sangue com Emílio Odebrecht, pelo qual ele entregou a petroquímica à empreiteira e recebeu em troca 200 milhões de reais em propinas.
Em seguida, ele poderá ser condenado também pelas reformas do sítio em Atibaia.
A Lava Jato cumpriu seu papel, prendendo o chefe da ORCRIM. Agora, Sérgio Moro precisa ir a Brasília e criar mecanismos para impedir o surgimento de uma nova ORCRIM.

Feliz Natal, Lula
15.11.18 07:59
Aliados de Lula disseram à Folha de S. Paulo que a juíza Gabriela Hardt está em “marcha acelerada” para condená-lo ainda em 2018.
“Se seguir rigorosamente os prazos processuais e rejeitar eventuais pedidos da acusação e da defesa de apresentação de novas provas, Hardt pode condenar Lula às vésperas das festas de fim de ano.”

Brexit e Braxit
15.11.18 07:52
O ministro do Brexit renunciou ao cargo por não concordar com os termos do acordo negociado por Theresa May.
O maior risco para o governo de Jair Bolsonaro é uma crise no mercado financeiro internacional.
O Brasil precisa acertar suas contas urgentemente, porque pode faltar dinheiro no ano que vem.

O quartel de Dias Toffoli
15.11.18 07:43
O general Fernando Azevedo e Silva, indicado para o Ministério da Defesa, disse que outro militar vai ocupar seu lugar no STF.
A Folha de S. Paulo perguntou-lhe:
“Quem entra no lugar do senhor como assessor especial de Toffoli?”
Ele respondeu:
“Não pensamos em nomes. Toffoli já manifestou a vontade de ter outro militar aqui.”

A trombada da PF
15.11.18 07:34
A PF protege Jair Bolsonaro. Mas o esquema é tão extremo que acarreta riscos.
A Crusoé informa que nesta quarta-feira, na chegada do presidente eleito ao evento com governadores, a histeria foi tanta que dois carros da comitiva se chocaram na garagem.
Leia a nota completa aqui.

A mentira petista sobre Moro
15.11.18 07:17
Além de repetir que Lula teria sido eleito no primeiro turno, o PT repete também que Sérgio Moro condenou o chefe da ORCRIM para eleger Jair Bolsonaro.
Se seu propósito fosse eleger Jair Bolsonaro, Sérgio Moro teria declarado voto nele, é claro.

A sova de Bolsonaro em Lula
15.11.18 06:50
Lula disse à juíza Gabriela Hardt:
“Vocês até já conseguiram me tirar do processo eleitoral. Porque sabiam que se eu fosse candidato eu ganhava no primeiro turno.”
É o argumento que tem sido martelado pelo PT.
Na verdade, o eleitorado demonstrou de maneira indiscutível sua ojeriza por Lula e pelo PT.
Assim como Jair Bolsonaro deu uma sova em Fernando Haddad, ele teria dado uma sova também em Lula. As pesquisas que mostram o contrário foram realizadas antes da campanha eleitoral – e antes do atentado a Jair Bolsonaro.
Quem ganhou no primeiro turno e no segundo turno foi o antilulismo.

O pagode do presidiário
15.11.18 06:34
Lula se incriminou durante o depoimento à juíza Gabriela Hardt.
Ele disse:
“Eu nunca conversei com o Léo sobre dinheiro de reforma, porque eu partia do pressuposto de que o interessado era ele. Se não tivesse recebido, iria se queixar.”
De fato, Léo Pinheiro se queixou com João Vaccari Neto, que o autorizou a descontar o valor da reforma da propina destinada ao PT.
Foi o que o empreiteiro fez, contabilizando o gasto com Lula na planilha Zeca Pagodinho.

A confissão de Lula
15.11.18 06:21
Lula reconheceu que Léo Pinheiro, dono da OAS, foi chamado para fazer a reforma do sítio em Atibaia, mas tratou-o como um pedreiro:
“Eu não estranhei, porque não era uma grande empreiteira fazendo uma reforma. Era uma pessoa com quem eu tinha relação há mais de 20 anos. Achei que ele tinha cobrado.”
Ele cobrou, é claro. Da Petrobras.

Olavo no condicional
Quarta-feira, 14.11.18 21:50
Olavo do Caralho ficou bravo porque noticiamos que ele sonha ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos:

General desiste de assumir Infraestrutura
14.11.18 21:09
O general Oswaldo Ferreira desistiu de assumir a pasta da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro, informa o Estadão.
Com a desistência, o general da reserva Jamil Megid Júnior passou a ser o novo cogitado.
Como o Antagonista antecipou, Ferreira vinha resistindo à ideia de assumir o ministério.

“Nunca foi tão fácil ser ladrão nesse País”
14.11.18 20:50
Em seu depoimento, Lula irritou-se quando foi questionado pela juíza Gabriela Hardt sobre o “caixa-geral” do PT.
“Eu não acredito”, disse o condenado.
“O senhor não acredita, mas foi lhe dito nos outros depoimentos sobre quantidades de valores devolvidos por diretores e gerentes da Petrobras relativos a propinas e os valores em contas bloqueadas de políticos no exterior”, completou a juíza.
“Aí é caixa deles, na verdade eles ganhavam um prêmio. Nunca foi tão fácil ser ladrão nesse País. Você rouba, aí depois você faz a delação e fica com um terço do roubo ou dois terços do roubo”.

Filho de testemunha-chave de esquema de corrupção da Odebrecht na Colômbia morre envenenado
14.11.18 20:45
A Procuradoria Geral da Colômbia anunciou a morte, por cianureto, do arquiteto Alejandro Pizano Ponce de León, filho de Jorge Enrique Pizano, testemunha-chave do processo que investiga esquema de corrupção da Odebrecht no país.
“Segundo o resultado da autópsia do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciência Forense, a causa da morte foi envenenamento com cianureto”, informou María Paulina Riveros, vice-procuradora.
Riveros explicou que o cianureto estava dentro de uma garrafa de água com gás, numa escrivaninha do quarto do pai de Alejandro que morreu de câncer três dias antes. O arquiteto estava acompanhado de uma irmã.
“Por causa dos fatos anteriores, a Procuradoria-Geral também abriu uma investigação para determinar porque essa substância estava na casa do pai da vítima”, explicou Riveros. A Odebrecht é acusada de pagar até US$ 28 milhões em propinas para obter contrato de uma rodovia.

Bumlai: “O sítio é uma piramba que não tem tamanho”
14.11.18 20:32
O ‘agropecuarista’ José Carlos Bumlai também foi interrogado pela juíza Gabriela Hardt. Ao se referir ao sítio, disse que o local “é uma piramba que não tem tamanho. Uma pirambeira”.
Ao explicar como pediu dinheiro de Reinaldo Bertin para as obras, jogou a culpa em Marisa Letícia. Segundo ele, a falecida queria um local para guardar o acervo presidencial.

“Não quer me levar, não?”
14.11.18 20:20
Numa breve pausa já no fim do interrogatório, o advogado José Roberto Batochio se despede de Lula com um abraço. O condenado pergunta: “Não quer me levar, não?”
Quem levou Lula foi a PF mesmo.

Menos, Ernestinho, menos
14.11.18 20:12
É inusitada a nota do embaixador Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, que acabamos de publicar.
Ele a começa bajulando desmedidamente Jair Bolsonaro: “‘Bolsonaro com amor e com coragem!’ Este é o lema do candidato em que sempre acreditei, junto com tantos milhões de brasileiros, e é este o projeto que saiu triunfante da sagrada celebração democrática que são as eleições”.
Menos, Ernestinho, menos.

Gabriela Hardt: “Moro não é amigo de Youssef e nunca foi”
14.11.18 20:06
Em seu depoimento à juíza Gabriela Hardt, Lula disse que Alberto Youssef era amigo de Sérgio Moro desde a época do Banestado.
“Ele [Lula] não vai fazer acusações ao meu colega aqui”, repreendeu a juíza.
Lula diz então que não está fazendo acusações, “mas constatando um fato”.
“Não é um fato porque o Moro não é amigo do Youssef e nunca foi”, finaliza Hardt.

LULA SE ENROLA SOBRE ENCONTRO COM DUQUE
14.11.18 19:56
Lula foi questionado mais uma vez sobre o encontro secreto com Renato Duque num hangar do aeroporto de Congonhas.
“Devo ter encontrado com Duque no aeroporto de Congonhas. Eu ia embarcar não sei para onde e ele foi lá. Era alguma coisa relativa a denúncias de corrupção e eu chamei a atenção do Duque, que ele tinha dinheiro no exterior… a imprensa dizia que tinha contas no exterior. Ele disse que nunca teve contas no exterior.”
Lula também disse que não tinha relação com Renato Duque, que já entregou à Lava Jato fotos e registros de visita ao Instituto Lula.

“Depoimento de Lula mostra arbitrariedade da acusação”
14.11.18 19:12
A defesa de Lula divulgou a seguinte nota:
“Depoimento de Lula mostra arbitrariedade da acusação
O ex-presidente Lula rebateu ponto a ponto as infundadas acusações do Ministério Público em seu depoimento, reforçando que durante o seu governo foram tomadas inúmeras providências voltadas ao combate à corrupção e ao controle da gestão pública e que nenhum ato de corrupção ocorrido na Petrobras foi detectado e levado ao seu conhecimento.
Embora o Ministério Público Federal tenha distribuído a ação penal à Lava Jato de Curitiba sob a afirmação de que 9 contratos específicos da Petrobras e subsidiárias teriam gerado vantagens indevidas, nenhuma pergunta foi dirigida a Lula pelos Procuradores da República presentes à audiência. A situação confirma que a referência a tais contratos da Petrobras na denúncia foi um reprovável pretexto criado pela Lava Jato para submeter Lula a processos arbitrários perante a Justiça Federal de Curitiba. O Supremo Tribunal Federal já definiu que somente os casos em que haja clara e comprovada vinculação com desvios na Petrobras podem ser direcionados à 13ª. Vara Federal de Curitiba (Inq. 4.130/QO).
Lula também apresentou em seu depoimento a perplexidade de estar sendo acusado pelo recebimento de reformas em um sítio situado em Atibaia que, em verdade, não têm qualquer vínculo com a Petrobras e que pertence de fato e de direito à família Bittar, conforme farta documentação constante no processo.
O depoimento prestado pelo ex-Presidente Lula também reforçou sua indignação por estar preso sem ter cometido qualquer crime e por estar sofrendo uma perseguição judicial por motivação política materializada em diversas acusações ofensivas e despropositadas para alguém que governou atendendo exclusivamente aos interesses do País.”
Cristiano Zanin Martins

LULA DIZ QUE ERA CONVIDADO A DORMIR NO SÍTIO, ASSIM COMO NO KREMLIN
14.11.18 18:55
Questionado por Gabriela Hardt sobre seus pertences encontrados pela Polícia Federal no quarto principal do sítio de Atibaia, Lula disse que era uma “deferência”.
“Quando me davam, eu ocupava. Era uma deferência que eu recebia, tanto lá na chácara quanto no palácio da rainha da Inglaterra, no palácio da rainha da Suécia, em vários lugares que frequentei. Inclusive no Kremlin. Tive o prazer de ser convidado a dormir no Kremlin. Não sei o que o Ministério Público viu de absurdo nisso.”

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