SEGUNDA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 08 DE OUTUBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
Eurásia: 75% de chance de vitória de Bolsonaro
Segunda-feira, 08.10.18 11:02
Novo relatório da consultoria Eurásia aponta que as chances de Jair Bolsonaro vencer no segundo turno subiram de 60% para 75%.
Segundo a consultoria, o aumento da probabilidade de Bolsonaro ganhar decorre do fato de ele ter ficado muito próximo da metade de todos os votos válidos neste domingo.

A verdade sobre o Nordeste
08.10.18 10:38
Não é verdade que o Nordeste se tornou o último reduto da esquerda, como afirmam os jornais.
O Nordeste é o reduto do assistencialismo desde sempre — e que também passou a ser alimentado pela esquerda, depois da ascensão de Lula.
A verdade é que o Nordeste continua o mesmo, mas muitos nordestinos querem que ele mude para melhor.

PSL forma a maior bancada da Alerj
08.10.18 10:20
Além de ter formado a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, o PSL de Jair Bolsonaro surpreendeu também no Rio de Janeiro.
No Palácio Tiradentes, a sigla terá 13 deputados dos 70.

Tchau, Stédile
08.10.18 10:14
O deputado federal José Stédile, irmão de João Pedro Stédile, líder do MST, não conseguiu se reeleger no Rio Grande do Sul.

Presidente do PSDB Mulher fica sem mandato
08.10.18 10:27
A deputada federal Yeda Crusius, ex-governadora e presidente nacional do PSDB Mulher, não se reelegeu no Rio Grande do Sul.
Ela foi uma das signatárias do manifesto pela candidatura única de centro na corrida presidencial.

Secretário-geral do PSDB não se reelege
08.10.18 09:50
Marcus Pestana, secretário-geral do PSDB, teve 72.099 votos, mas não conseguiu se reeleger deputado federal em Minas Gerais.

Tchau, Marco Maia
08.10.18 10:21
Os petistas gaúchos reelegeram os deputados federais Paulo Pimenta, Henrique Fontana, Maria do Rosário, Bohn Gass e Marcon.
Marco Maia, porém, ficou de fora.

A voz de Temer fica sem mandato
08.10.18 10:15
O deputado federal Darcísio Perondi, um dos principais aliados de Michel Temer, não se reelegeu no Rio Grande do Sul.

Bolsonaro: “Se alguém ameaça a democracia, esse alguém é o PT!”
08.10.18 10:15
De Jair Bolsonaro, no Twitter:
“O Partido dos Trabalhadores financiou ditaduras via BNDES; anulou o legislativo no Mensalão; tem tesoureiros, marketeiros e ex-presidente na cadeia por corrupção; quer acabar com a Lava Jato, além de controlar a mídia e internet. Se alguém ameaça a democracia, esse alguém é o PT!”

Bolsonaro vence com folga em todos municípios do RJ
08.10.18 10:05
Jair Bolsonaro venceu nos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro.
Em apenas dez cidades o candidato do PSL teve menos de 50% dos votos válidos.
O presidenciável também venceu em todas as zonas eleitorais da cidade do Rio.

Apoiadores de Temer fracassam nas urnas
08.10.18 09:43
Os ex-ministros do governo de Michel Temer e pessoas de sua confiança fracassaram nas urnas.
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda até o início do ano, foi derrotado, como já mostravam as pesquisas.
Em Pernambuco, Mendonça Filho e Bruno Araújo (dois ex-ministros de Temer) não conseguiram se eleger para o Senado.
Sarney Filho, no Maranhão, também não conseguiu a vaga ao Senado.
André Moura, líder do governo no Congresso, ficou em terceiro na corrida ao Senado em Sergipe e é outro sem mandato.
Outra liderança do governo, Lelo Coimbra — atual líder da maioria na Câmara — não conseguiu se reeleger deputado federal no Espírito Santo.

Haddad visita presidiário para receber orientação de campanha
08.10.18 09:34
Fernando Haddad visitará Lula na prisão na manhã de hoje, confirma a colunista social da Folha.
“Ele fará a visita com o secretário de finanças do partido, Emídio de Souza. Os dois são advogados de Lula e podem se encontrar com o ex-presidente a qualquer momento, durante a semana.
Além de agradecer e homenagear o petista, Haddad vai traçar com ele a estratégia política para o segundo turno.”
Nunca é demais repetir: um criminoso, de dentro da cadeia, comanda a campanha presidencial do PT.

A “zona de conforto” do poste de Lula
08.10.18 09:43
Setores do PT defendem que Lula delegue de vez a campanha a Fernando Haddad, para que ele busque os acordos necessários para o segundo turno, registra a colunista social da Folha.
Um dos dirigentes do partido disse que a prioridade agora é criar uma “zona de conforto” para que pessoas que rejeitam Bolsonaro, mas ao mesmo tempo são críticas ao PT, apoiem Haddad, num movimento suprapartidário e da sociedade civil “pela democracia”.
Uma vitória sobre o capitão reformado é “muito difícil”, mas não impossível, na avaliação da legenda.
Traduzindo: setores do partido do Mensalão, do Petrolão e do financiamento de ditaduras defendem que Haddad disfarce o projeto chavista de poder do PT em afetações de moderação capazes de render votos contra Bolsonaro em nome da democracia solapada pelos petistas.
A “zona de conforto” do PT é o cinismo.

O recado via Cabo Daciolo
08.10.18 09:41
Cabo Daciolo gastou apenas 806 reais na sua campanha e teve mais votos do que Henrique Meirelles, que gastou 54 milhões do próprio bolso ou 41,91,reais por voto, como calculamos ontem.
Esse também é, no limite do folclore, um recado aos políticos.
De Deus, irmãos.

Bolsonaro teve mais que o dobro dos votos do ex-prefeito Haddad na capital paulista
08.10.18 09:29
A tese de que quem conhece Fernando Haddad não vota nele foi confirmada nas urnas.
Jair Bolsonaro teve mais que o dobro dos votos do ex-prefeito petista na cidade de São Paulo: 44,58% a 19,69%.
Em números absolutos: 2.831.582 votos contra 1.250.767.
O prêmio de consolação de Haddad é ter tido um aumento de 29% em relação ao total de votos que teve em 2016, quando foi derrotado em primeiro turno por João Doria na disputa municipal.
Mas pior não podia ficar.

Maioria do Centrão deve apoiar Bolsonaro
08.10.18 09:19
Nesta terça-feira os caciques do Centrão vão se reunir para decidir como se posicionarão no segundo turno da disputa presidencial.
Igor Gadelha, da Crusoé, conta que a maioria dos partidos deve apoiar Jair Bolsonaro.
Clique AQUI para ler a íntegra da nota na Crusoé.

Analistas dizem que Bolsonaro terá governabilidade
08.10.18 08:59
Analistas entrevistados pelo Estadão acreditam que Jair Bolsonaro terá sim maioria no Congresso e condições de governabilidade caso seja eleito.
“Vai ter uma bancada grande – tendo o Centrão como base. Tudo indica que uma bancada de direita mais dura será eleita. Com ela, Bolsonaro vai poder conversar e governar”, comentou o cientista político Claudio Couto, da PUC.
Para Humberto Dantas, da USP, o candidato do PSL “vai contar com o velho Centrão, parte do MDB, do PR, do PP, do DEM… As bancadas do Boi, da Bíblia e da Bala são muito fortes no Congresso e devem dar sustentação ao presidente Bolsonaro”.

7 de outubro histórico
08.10.18 08:27
Nesse 7 de outubro histórico, houve uma hemorragia dos votos daqueles que pretendiam estancar a sangria da Lava Jato.
Foram varridos: Dilma Rousseff, Fernando Pimentel, Beto Richa, Eunício Oliveira, Romero Jucá, Lindbergh Farias, Vanessa Grazziotin, Marconi Perillo, Roberto Requião, Jorge Viana, Delcidio do Amaral, Marco Antonio Cabral, Daniele Cunha, Cristiane Brasil, Leonardo Picciani, Roseana Sarney, Sarney Filho, Edison Lobão, Paulo Skaf, Benedito de Lira, André Moura, Valdir Raupp, Garibaldi Alves Filho e Wadih Damous.
De graúdos, só escaparam Renan Calheiros e Ciro Nogueira.

Renovação no Senado
08.10.18 07:44
Dentre os 32 senadores que tentaram um novo mandato, apenas 8 deles — ou 25% do total — conseguiram votos para continuar em Brasília:
São eles: Ciro Nogueira, Humberto Costa, Jáder Barbalho, Randolfe Rodrigues, Sérgio Petecão, Eduardo Braga, Paulo Paim e Renan Calheiros.
Já os 24 senadores que tentaram um novo mandato mas fracassaram, são: Ângela Portela, Antonio Carlos Valadares, Ataídes Oliveira, Benedito de Lira, Cássio Cunha Lima, Cristovam Buarque, Edison Lobão, Eduardo Lopes, Eunício Oliveira, Flexa Ribeiro, Garibaldi Alves Filho, Jorge Viana, Lindbergh Farias, Lúcia Vânia, Magno Malta, Paulo Bauer, Ricardo Ferraço, Roberto Requião, Romero Jucá, Valdir Raupp, Vanessa Grazziotin, Vicentinho Alves, Waldemir Moka e Wilder Morais.

46 alvos da Lava Jato foram varridos
08.10.18 07:29
Embora 36 alvos da Lava Jato tenham sido eleitos neste domingo, outros 46 foram derrotados nas urnas.
Entre os nomes de “primeira grandeza” que foram varridos estão Dilma Rousseff, Beto Richa e o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira.

NO O POVO
A esperteza engoliu o esperto Eunício, na surpreendente derrota do presidente do Congresso
Por Érico Firmo
Segunda-feira, 08-10-2018
Eunício Oliveira (MDB) é um político esperto. Fez-se milionário e, egresso do meio empresarial, entrou na política em 1998. Naquele ano, elegeu-se pela primeira vez deputado federal, como terceiro mais votado no Estado. Nas duas décadas desde então, nunca tinha ficado sem mandato. Naquele mesmo ano, tomou o controle do então PMDB de Mauro Benevides. Mais à frente, trombou com Juraci Magalhães, a ponto de o ex-prefeito de Fortaleza deixar o partido. Ficou com o controle absoluto da sigla no Estado.
Eunício perdeu para Eduardo Girão por apertadíssimo placar
Ele já tem experiência em resultados apertados. Em 2002, aderiu à campanha de José Aírton Cirilo (PT) no segundo turno e foi peça crucial para quase levar o petista à vitória. Os recursos viabilizados pelo senador foram determinantes para a quase derrota de Lúcio Alcântara (PSDB).
Em 2014, ele chegou ao dia da eleição na frente de Camilo Santana (PT). Mas, em placar bastante apertado, foi para o segundo turno em desvantagem.
Nesta eleição, ele fez todas as costuras ao seu alcance. Se aproximou de Camilo Santana, mesmo ante nítidos sinais de rejeição a ele pela coligação governista. Foram muitos os sinais e recados, mas ele bancou a parceria, que não se reproduziu nas urnas. Pelo menos desde a redemocratização, nas eleições com dois senadores no Ceará, saíram vencedores os candidatos da mesma chapa. Em tese, Eunício e Camilo estavam a mesma coligação informal. A prática foi diferente e Girão entrou na fresta.
Eunício tentou o quanto possível se associar ao lulismo. Disse que foi voto vencido, apesar de ter dado seu apoio ao impeachment de Dilma Rousseff (PT). Encontrou-se com Fernando Haddad (PT) e ignorou ordens da Justiça para não usar a imagem de Cid Gomes (PDT) e Camilo Santana (PT).
Articulação
Um ano atrás, quando começou a aproximação entre Eunício e os governistas, escrevi: “Alguém vai se dar mal”. Disse à época o seguinte: “Quem menos tem a perder é a base governista estadual: se estiver com Eunício bem. Se não, é o plano que segue. Já a oposição e Eunício podem se dar mal. PSDB e PR podem ser abandonados pelo peemedebista. Eunício pode ser largado pelos governistas. Os destinos estão atrelados, por isso as pressões por respostas e prazos”.
Disse mais: “O que a História demonstra é que esse negócio de tentar composição ampla demais e neutralizar adversários pode agradar todo mundo por algum tempo e algumas pessoas o tempo todo. Mas, não tem como contemplar todo mundo o tempo todo. Uma hora a casa desmorona na cabeça de alguém”.
Desta vez foi na da Eunício.

NO CEARÁ NEWS7 
Ciro Gomes joga a toalha, manda um “aí dento” e vai beber para afogar angústia
FG, se cumprir a palavra, larga o sonho de ser presidente da República
Segunda-feira, 08/10/2018/9:08
O candidato derrotado na corrida para o Planalto, Ciro Gomes (PDT), mostrou todo o seu destempero, ontem, quando soube que estava fora do páreo. Ao dar entrevista a jornalistas, uma pessoa que passava pela rua gritou: “Bol-so-na-ro”. O FG não pensou duas vezes e soltou um “aí dento”.
Ainda afirmou que iria “tomar uma” para espalhar o sangue.
Em tempo
“Boêmia, aqui me tens de regresso”, como diria Nelson Gonçalves, que lutou muito contra o vício da cocaína.
(...)

Ciro e Cid traem Camilo elegendo Girão senador para derrotar Eunício
Emedebista ficou em terceiro lugar
Domingo, 07/10/2018 22:09
Os irmãos Ciro e Cid Gomes, ambos do PDT, arquitetaram um jogo sujo para conseguir o apoio de Eunício Oliveira, por baixo dos panos, mas não apoiá-lo. Assim, elegeram Cid (41,58%) e o empresário Eduardo Girão (PROS) — 17,12% para o Senado.
Os dois assumirão duas vagas da Câmara Alta por oito anos — a outra vaga é de Tasso Jereissati (PSDB), que tem mais quatro anos de mandato.
É a primeira vez que Cid e Eduardo serão senadores.
Em tempo
O senador Eunício Oliveira ficou na terceira colocação, com 16,91%.
Em tempo II
Eunício reconheceu a derrota. “Saio da vida público com a consciência do dever cumprido. Que Deus abençoe os novos senadores eleitos e o Ceará. E que o senador eleito Eduardo Girão agora resolva os problemas do Ceará”.
(...)

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Com Bolsonaro eleito e novo Congresso, impeachment de Gilmar vai avançar
Na marca do pênalti...
Segunda-feira, 08/10/2018
Por Amanda Acosta às 08:45
Quem diria, o povo utilizando o sagrado direito do voto e mudando os rumos do País.
Teremos um novo congresso, onde certamente o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes será desengavetado.
As atitudes do ministro contra a operação Lava Jato serão examinadas pelos novos parlamentares. Na véspera do pleito, sexta-feira (5), Gilmar voltou a cometer mais uma ação maligna, determinando a soltura de José Richa Filho, irmão do ex-governador do Paraná, Beto Richa, e de mais sete presos da 55ª fase da Operação Lava Jato.
A Força Tarefa divulgou uma nota fulminando o ‘extraordinário laxante’, alertando que a sociedade precisa discutir "com seriedade os excessos praticados pelo ministro Gilmar Mendes" e aduzindo ainda, que a decisão “desconsiderou a existência de evidências claras de corrupção sistêmica (...)".
Gilmar invariavelmente age em nítida proteção a corruptos, tanto do PSDB, quanto do PT, caso, por exemplo, de José Dirceu. A eventualidade de um novo governo petista certamente transformará Gilmar na mais forte autoridade do Judiciário brasileiro. Sua inserção sobre o próprio Dias Toffoli é notória.
Vale lembrar que, recentemente, um dos deputados componentes do grupo petista denominado ‘Os três patetas’ revelou a ‘parceria’ do partido com o ministro.
De outro lado, em se concretizando a iminente derrota petista, com a eleição de Jair Bolsonaro e com o Congresso forte, com parlamentares sem ‘telhado de vidro’, novos dias hão de vir.
Assim, o sucesso do pedido de impeachment contra Gilmar Mendes irá significar o fortalecimento de nossas instituições e o início de um rigoroso processo de moralização de nossa Justiça.
Só um governo forte, com apoio popular e sem nenhum tipo de envolvimento com falcatruas, corrupção e distribuição de propina, poderá garantir esse novo horizonte para o País.
O nome que encarna isso é Jair Bolsonaro.

NA FOLHA DE SÃO PAULO
Bomba da Lava Jato explode nas urnas e varre quase tudo pelo caminho
Favorecidos pelos efeitos da operação, candidatos excêntricos atropelam nomes tradicionais
Por Vinicius Mota
Segunda-feira, 08.out.2018 às 2h00
Enganou-se quem achava que a Lava Jato já havia produzido todo seu efeito eleitoral no pleito de 2016 e que marchava lentamente para a esterilização. A bomba de nêutrons da operação sobre a vida partidária explodiria apenas neste domingo, 7 de outubro de 2018.
Varreu quase tudo o que encontrou pelo caminho, em especial nas regiões mais desenvolvidas do Brasil.
Candidatos das legendas mais estabelecidas, em torno das quais organizou-se o jogo do poder ao longo dos últimos 30 anos, foram atropelados por postulantes excêntricos.
O PSDB foi arruinado. O PT, bastante avariado nas localidades mais prósperas, ganhou o direito de disputar uma batalha de vida ou morte pelo Palácio do Planalto, em condições duríssimas, no próximo dia 28.
No Congresso, um bloco de novos entrantes, arrastados pela voragem conservadora de Jair Bolsonaro, insinua-se como um dos maiores da legislatura que se inicia em fevereiro. É copiosa a lista de velhas lideranças partidárias que perderam o assento.
Um eleitorado mais numeroso e, sobretudo, diferente daquele que debutava nas eleições diretas presidenciais há quase três décadas foi o responsável por essa mudança de era na política partidária brasileira.
Para cada 100 eleitores com Ensino Médio ou Superior, há menos de 50 com escolarização inferior — essa relação era de 100 para 170 em 1994. Hoje o contingente dos mais escolarizados supera o dos com menor formação por 50 milhões de eleitores.
Passou o tempo em que os anseios do eleitor mediano se restringiam a necessidades básicas da subsistência. A decência na vida pública, a opressão dos burocratismos cotidianos, a ineficiência dos serviços do governo e a insegurança nas cidades foram incorporadas ao acervo de preocupações que definem o voto.
O cinismo, o mais do mesmo e a falta de autocrítica e de renovação nos partidos outrora hegemônicos saem castigados destas eleições. O que foi posto no lugar, entretanto, não é necessariamente melhor.

NA EXAME
Onda Bolsonaro deixa o PT entrincheirado no Nordeste
Região que deu 12 milhões de votos de vantagem para Dilma Rousseff embarcou na onda Bolsonaro na última semana da campanha
Por Redação Exame
Segunda-feira, 08 out 2018, 06h53 - Publicado em 08 out 2018, 06h19
O domingo foi ruim para o PT não só no plano nacional, como nas votações estaduais. Em uma série de estados importantes, o partido ficou sem palanque para a corrida eleitoral no segundo turno.
As reviravoltas aconteceram tanto nas votações para governador, quanto para senador, e todas elas são explicadas pela onda Bolsonaro na última semana das eleições. O voto casado no capitão reformado e em aliados ao governo e ao senado foram fatais para o PT.
A série de más notícias começa em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, onde Eduardo Suplicy, ex-senador, liderou todas as pesquisas de intenção de voto e acabou derrotado por Mara Gabrilli (PSDB) e Major Olímpio (PSL). Ao menos a ida de Márcio França (PSB) ao segundo turno evitou que os dois candidatos ao governo adotassem um discurso claramente pró-Bolsonaro no estado mais populoso do País.
No Rio de Janeiro, o senador petista Lindbergh Farias, um dos maiores defensores do ex-presidente Lula, não conseguiu se reeleger. Em Minas Gerais, derrota dupla: Dilma Rousseff, que liderava as pesquisas para o senado, não foi eleita; para o governo, Fernando Pimentel ficou fora do segundo turno, atropelado por Romeu Zeman (Novo).
A situação só não foi pior para o PT porque, apesar do avanço de Bolsonaro no eleitorado evangélico de baixa renda no Nordeste, o partido conseguiu vitórias em todos os estados da região. Em Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) foi reeleito no primeiro turno, assim como Camilo Santana (PT) no Ceará, Rui Costa (PT) na Bahia e Flávio Dino (PCdoB) no Maranhão. Piauí, Paraíba e Alagoas também elegeram aliados do PT.
O apoio deles vai ser essencial para Fernando Haddad. Em 2014, Dilma Rousseff ganhou em todos os estados nordestinos no segundo turno, e só na região fez 12 milhões de votos de vantagem sobre Aécio Neves.
A lavada que o PT levou no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste obriga sua campanha a repetir o desempenho de quatro anos atrás para ter alguma chance no segundo turno. Conquistar alguns votos no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste também não faria mal para as pretensões petistas.

NA VEJA.COM
A nova bússola da política
Dono de um patrimônio político de 49 milhões de votos, Bolsonaro encerra 1º turno como a figura mais influente desde Lula, ao vencer em 2002
Por Ana Clara Costa
Segunda-feira, 08 out 2018, 01h27 - Publicado em 08 out 2018, 00h35
Jair Bolsonaro terminará o dia 7 de outubro não só como o dono de um patrimônio político de 49 milhões de votos, mas também como a figura mais influente da política brasileira desde Lula, ao se tornar presidente, em 2002. 
Na história da redemocratização, nunca nenhum político foi para o segundo turno presidencial dispondo de tantos votos e com tamanha vantagem em relação ao segundo colocado (Fernando Haddad teve 31 milhões de votos). O PSL, partido nanico que elegeu um deputado em 2014 e hoje tem oito, disporá de uma bancada superior a 50 nomes na Câmara Federal, a segunda maior do País, atrás apenas do PT. Os maiores partidos até então (MDB, PSDB, DEM, PP) terão, em média, 30 cadeiras cada um. No Senado, a legenda terá quatro nomes: Flávio Bolsonaro (RJ), Major Olímpio (SP), Juíza Selma Arruda (MT) e Soraya Thronicke (MS). Trata-se de uma bancada que inexistia e hoje está em pé de igualdade àquelas dos partidos tradicionais.
São do PSL os deputados federais e estaduais com maior número de votos: Eduardo Bolsonaro (federal) e Janaína Paschoal (estadual) se tornaram os nomes mais votados da História, com cerca de 2 milhões de votos cada. Eduardo ultrapassou até mesmo o recorde de Enéas, eleito com 1,5 milhão de votos em 2002. Em São Paulo, estado em que a assembleia legislativa é majoritariamente tucana há pelo menos doze anos, o PSL tornou-se dominante, angariando o dobro de votos do PSDB e elegendo quinze deputados. Nos governos estaduais, candidatos do partido se classificaram para o segundo turno em três estados: Rondônia, Roraima e Santa Catarina.
Entre as surpresas desta eleição, como a ida ao segundo turno dos candidatos Romeu Zema (Novo-MG) e Wilson Witzel (PSC-RJ), há também um componente Bolsonaro: ambos desconhecidos e com tempo ínfimo de TV bateram forte no discurso de segurança pública e apelaram para o engajamento na internet. Ambos também declararam apoio ao presidenciável do PSL antes do final do primeiro turno e terminaram as votações com mais que o dobro de votos projetados pelos institutos de pesquisa. O tucano João Dória, cacifado para o segundo turno com 31% dos votos em São Paulo, não teve qualquer pudor em declarar apoio ao deputado do PSL antes mesmo de o cadáver político de Geraldo Alckmin esfriar.
O “tsunami Bolsonaro”, como vem sendo chamado o desempenho do presidenciável no primeiro turno, se equipara à onda Lula de 2002, em números. Naquele ano, embora o PT tenha tido importante derrota nos governos estaduais, vencendo apenas um dos oito pleitos que disputou, aumentou sua bancada para 14 senadores e cerca de 90 deputados federais. Os números são superlativos se comparados aos do PSL este ano, mas há de se considerar que o Congresso era menos pulverizado entre legendas nanicas e o PT já era um partido consolidado quando Lula venceu – vinha de 12 anos de disputas eleitorais para cargos majoritários.
Ainda não é possível quantificar qual porcentual de votos pró-Bolsonaro vem de apoio genuíno de seu eleitorado e qual decorre do antipetismo. Nesse aspecto, parte da votação do ex-capitão é também um voto sobre Lula – mais especificamente contra o petista. Já o segundo turno girará em torno de uma nova bússola: se o eleitor quer ou não Jair Bolsonaro na presidência da República. A rejeição ao PT já está consolidada no desempenho de Haddad, que conseguiu 29% dos votos válidos, o pior para um petista em pleito presidencial desde 1998. No Nordeste, onde Haddad venceu com 49% dos votos, trata-se do pior desempenho presidencial de toda a era petista na região. Se esses números deixam claro que a maioria do eleitorado já decidiu que não quer ser governada pela sigla, a próxima fase do pleito testará se a insatisfação com o PT será suficiente para fazer o centro migrar para Bolsonaro, ou se a ojeriza às ideias do deputado empurrará o eleitor de Ciro e Alckmin para Haddad – o que ainda não será suficiente para garantir ao PT a vitória. Bolsonaro ditará as regras nas próximas semanas e sobre elas o PT construirá a estratégia para tentar virar o jogo. É uma nova ordem que se instala num país que, nos últimos dezesseis anos, teve a política norteada por uma só figura.

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