SEGUNDA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
Corra, Bolsonaro, corra
Quarta-feira, 17.10.18 09:42
Jair Bolsonaro pode ganhar o Congresso Nacional.
Um levantamento dos professores Carlos Pereira e Frederico Bertholini, publicado na Folha de S. Paulo, mostra que, com “a proximidade ideológica dos partidos de centro-direita e seus respectivos tamanhos, é razoável supor que um eventual governo Bolsonaro não teria dificuldade para construir uma coalizão majoritária.
Além disso, esta coalizão estaria muito próxima da ideologia mediana da Câmara, tendo mais condições de espelhar de forma homogênea a preferência do Legislativo.
Com tudo isso, o governo Bolsonaro teria condições de desfrutar as condições políticas apropriadas para construir e gerenciar uma coalizão de forma eficiente, tendo o potencial de alcançar grande sucesso legislativo a um custo de governabilidade relativamente baixo.
Por outro lado, caso Haddad consiga uma improvável reversão do panorama atual de intenções voto, terá muita dificuldade de montar uma coalizão majoritária e que espelhe a preferência mediana do Congresso.”
O segredo, para Jair Bolsonaro, é fazer as reformas rapidamente:
“Um presidente recém eleito e em primeiro mandato tende a desfrutar uma lua de mel com a sociedade. Logo, tal estratégia unilateral pode ser bem sucedida.
O sucesso legislativo do presidente seria assim alcançado pela via do apoio direto dos seus eleitores constrangendo os legisladores e diminuindo seu custo de negociações com o Legislativo (…).
No médio e longo prazos, entretanto, especialmente quando o presidente apresenta alguma vulnerabilidade política e necessita do apoio do Congresso para governar ou mesmo para sobreviver, o poder de barganha sairia das mãos do presidente para as dos legisladores. Nesse momento, esses tenderiam a inflacionar seu preço de apoio.”

A imprensa já está se acostumando
17.10.18 09:33
“Oito fatos para ‘jair’ se acostumando”.
É o título de uma coluna publicada por Jairo Marques na Folha de S. Paulo:
“O desejo da maioria é soberano e precisa ser respeitado em uma democracia (…).
Lembrando que se acostumar com algo não quer dizer jamais aderir, submeter-se sem desconforto, desistir de um objetivo maior em compasso de espera por novos ares, por novas forças. Acostumar-se é um pouco fingir que o incômodo se acomodou, que a dor latente amainou.
Mas é urgente deixar a sensação de angústia de lado e ir compreendendo as demandas do tempo que chega. Informação sempre será o antídoto contra a ignorância e o Brasil nunca perderá seu sobrenome de pátria mãe gentil.”

Homem é encontrado morto na pensão usada por Adélio Bispo
17.10.18 09:14
Por Claudio Dantas
Rogério Inácio Villas, de 47 anos, foi encontrado morto ontem à noite na mesma pensão em que Adélio Bispo de Oliveira se hospedou em Juiz de Fora (MG), antes de tentar matar Jair Bolsonaro.
O Antagonista obteve o boletim de ocorrência da Polícia Militar. No local, os policiais não identificaram sinais de violência e o corpo de Villa já apresentava rigidez cadavérica.
Segundo depoimentos, ele estava na pensão havia três meses e seria usuário de drogas. No mês passado, O Antagonista noticiou a morte da proprietária, que sofria de câncer.

Instituto Paraná, RJ: Bolsonaro ultrapassa 70% entre os votos válidos
17.10.18 08:30
O Instituto Paraná fez pesquisa presidencial no Rio de Janeiro.
Os resultados são os seguintes:
Jair Bolsonaro: 60,1% das intenções de voto;
Fernando Haddad: 24,8%
Quando são computados apenas os votos válidos, Bolsonaro vai a 70,8% das intenções de voto e Haddad, a 29,2%.

Haddad é rejeitado por 64,2% dos eleitores do Rio
17.10.18 08:47
Fernando Haddad é rejeitado por 64,2% dos eleitores do Rio de Janeiro, diz a pesquisa do Instituto Paraná.
Jair Bolsonaro tem a metade disso: apenas 32,7% dos cariocas jamais votariam nele.
É um massacre ainda maior do que se supunha.

Haddad recicla propostas reprovadas em São Paulo
17.10.18 08:18
Fernando Haddad, derrotado no primeiro turno em São Paulo, levou para seu programa de governo nacional algumas das propostas reprovadas pelos paulistanos.
O Estadão destacou :
“Estão lá propostas como redução da velocidade nos centros urbanos, expansão de ciclovias, combate ao uso de drogas com programas de redução de danos – e não de repressão – e expansão do programa Transcidadania, que dá bolsa de estudos a travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade.”

“O segundo turno deverá determinar o fim do PT”
17.10.18 08:11
Almir Pazzianotto comemora o fim do PT:
“Durante 12 anos e alguns meses de regime petista a economia foi desbaratada; a política, aviltada; o País, desindustrializado; o Tesouro Nacional, o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras e os fundos de pensão, saqueados. Torrentes de dinheiro foram canalizadas para apoiar ditaduras africanas e latino-americanas. Não satisfeito, usou e abusou do aparelhamento do Estado para se consolidar no governo, ao qual procura retornar com o propósito de arrebatar definitivamente o poder, como declarou José Dirceu.
O apego ao crime pode ser aferido pelo asilo concedido ao terrorista italiano Cesare Battisti pelo presidente Lula (…).
O segundo turno deverá determinar o fim do PT como força política, com a derrota do binômio Fernando Haddad-Manuela D’Ávila. Aos brasileiros respeitáveis não restará alternativa senão derrotá-lo, ainda que o remédio a alguns possa parecer amargo.”
Ligado a Franco Montoro e a Tancredo Neves, Almir Pazzianotto foi, entre muitas outras coisas, advogado do sindicato de Lula durante a ditadura.

O mercado já elegeu Bolsonaro
17.10.18 07:46
Para o mercado financeiro, Jair Bolsonaro já está eleito.
Como diz Vinicius Torres Freire, o novo governo terá uns meses para aproveitar o bom humor:
“Os números do mercado, pelo menos, sugerem que a eleição terminou. A distensão dos preços nos negócios financeiros impressiona.
Não falta muito para que taxas de juros e dólar indiquem confiança risonha e franca na nova administração, que por vários motivos, no entanto, ainda é incógnita.
Caso persistam tais sintomas, se o candidato do PSL ou seus assessores não pisarem na bola, o começo da vida de um eventual governo bolsonarista será facilitado.”

O xadrez do PT
17.10.18 07:29
O PT culpa a elite pela vitória de Jair Bolsonaro.
Um dirigente do partido disse para a Folha de S. Paulo:
“Eles são burros. Jogam dama, não xadrez. Não enxergam um palmo adiante”.
Os petistas são especialistas nesse jogo. Eles são manobrados por um criminoso que há mais de seis meses está no xadrez.

PT se prepara para a derrota
17.10.18 07:18
O PT já está se preparando para a derrota.
O primeiro passo é tentar manter seu curral eleitoral.
Diz a Folha de S. Paulo:
“O temor de que Jair Bolsonaro ganhe mais terreno no Nordeste e entre os eleitores mais pobres fez com que Fernando Haddad fosse orientado a voltar a fazer campanha nas ruas na reta final da disputa.”

NO CEARÁ NEWS7
Cid Gomes fica com medo da reação do PT e usa rede social para pedir voto a Haddad
Em evento petista ontem, o FG chamou a militância do partido de babaca e otária
Terça-feira, 16/10/2018|13:32
O senador eleito Cid Gomes, após chamar petistas de otários e babacas, voltou atrás e pediu voto nesta terça-feira (16) para Haddad.
Confira 
Em tempo
No evento pró-Haddad que aconteceu ontem, o ex-governador criticou o PT, Haddad, Lula e a militância que estava no local.
Em tempo II
Do mesmo jeito que o irmão Ciro Gomes, presidenciável derrotado, Cid muda de opinião ao sabor do vento, tipo biruta de aeroporto.
Em tempo III
Só falta agora ele dizer que não traiu Eunício Oliveira, como falou em alto e bom som no evento pró-Haddad.

Planalto barra repasse de R$ 400 milhões para Fortaleza e RC não tem a quem recorrer
Prefeito escolheu ficar ao lado de Ciro e, agora, não poderá pedir ajuda a Eunício
16/10/2018 | 17:24
O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), começou a sofrer as consequências de ter ficado ao lado de Ciro Gomes (PDT) no racha interno do grupo político. O Palácio do Planalto informou à prefeitura que a liberação de R$ 400 milhões à capital cearense teve erros na assinatura, e o pedetista não poderá contar com a articulação do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), para resolver o imbróglio.
Roberto Cláudio é acusado pelo senador de ter ido a todos os prefeitos da Região Metropolitana cobrar votos segundo as diretrizes de Ciro Gomes, prejudicando a reeleição de Eunício. Outro que deve deixar a base do prefeito é seu vice Moroni Torgan (DEM). O demista não engoliu a derrota de seu filho nas urnas.
Nesta terça-feira (16), Roberto Cláudio foi a Brasília para encontro com o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, para tentar resolver o impasse. Porém, Mansueto não possui força política para liberar os R$ 400 milhões e, sem o apoio de Eunício, a verba deverá ser perdida.
Em tempo
O governador Camilo Santana (PT), que manteve o acordo pela reeleição de Eunício, também saiu das eleições sentindo-se traído pelo prefeito.

NA COLUNA DO ESTADÃO
Lula é condenado por tentar enganar a Justiça
Coluna do Estadão
Quarta-feira, 17 Outubro 2018 | 05h30
O ex-presidente Lula foi condenado por litigância de má-fé, acusado de tentar enganar a Justiça no processo que envolve uma propriedade rural do petista em São Bernardo do Campo,SP, ao lado do sítio Los Fubangos. O juiz da 1.ª Vara da Fazenda Pública, José Carlos de França Carvalho Neto, considerou que o petista prestou informações falsas à Justiça ao alegar que houve abuso de autoridade da parte da prefeitura que mandou embargar a construção de sua “unidade residencial para lazer”. A defesa de Lula nega a acusação e diz que vai recorrer.

Pega na mentira 
Na sentença, o juiz diz que Lula “assegurara” em seu projeto que as obras não demandariam movimentação de terra, “o que não correspondeu à verdade”. O petista foi condenado a pagar multa de R$ 1 mil, correspondente a 10% da causa.

A obra 
A “unidade residencial para lazer” de Lula tem 380m2 e estava sendo construída numa área de 20,5 mil m2.
(...)

NO BR18
Terça-feira, 16.10.2018 | 22h45
Cid quer sair da propaganda de Bolsonaro
Cid Gomes pode não estar plenamente satisfeito em apoiar o PT na eleição presidencial. Mas isso não quer dizer que o irmão de Ciro Gomes planeja servir como munição para Jair Bolsonaro (PSL) atacar Fernando Haddad. O pedetista entrou na noite desta terça-feira, 16, com uma representação no TSE pedindo para que a campanha do ex-capitão não possa utilizar o vídeo onde Cid faz duras críticas ao PT (confira aqui). O caso está nas mãos do juiz auxiliar Luis Felipe Salomão.

PT atado à narrativa
O PT preferiu a narrativa à verdade, e tem dificuldade, na campanha, de se soltar dessa amarra. A avaliação é de Míriam Leitão em sua coluna no Globo. “Agora, Fernando Haddad está indo em câmera lenta para algum ponto no centro, mas sem conseguir sucesso em formar a frente ampla. Vai devagar demais para a urgência da hora, porque os fios do núcleo duro do PT amarraram seus gestos e adiam suas palavras”, escreve.

À espera do apito
No comando da campanha de Jair Bolsonaro prevalece a avaliação de que ele não deveria ir a nenhum debate no segundo turno, nem mesmo o da TV Globo. A principal alegação é clínica, mas a razão primordial pela qual aliados defendem que ele não vá aos programas televisivos é mesmo de natureza estratégica, como o próprio Bolsonaro admitiu em uma fala recente.
Na coluna desta quarta, no Estadão, falo sobre como a ordem no QG bolsonarista é segurar a bola ao máximo e jogar só explorando os erros da campanha do PT até a eleição. / Vera Magalhães

NO PUGGINA.ORG
BOLSONARO E OS DEBATES
Por Percival Puggina 
Artigo publicado terça-feira, 16.10.2018
Haddad está atrapalhadíssimo. Os marqueteiros do partido fizeram desabar sobre Bolsonaro três adjetivos que deveriam condená-lo à morte política por inanição de votos. Verdadeiro corte da fonte de suprimentos. Nos últimos meses, multidão de militantes, comunicadores, professores, intelectuais foi orientada a etiquetá-lo como machista, racista e homofóbico. A previsão era de que isso o fizesse definhar mais do que facada no ventre e sopa de canudinho no hospital. Pois apesar da carga cerrada, a mais recente pesquisa do Ibope mostrou que o candidato do PSL o supera em votos entre as mulheres (46% a 40%), entre os negros (47% a 41%) e provavelmente também entre os 'gays', mas isso não dá para saber. É informação difícil de buscar.
Haddad, então, não conhece seu adversário nem seus eleitores e já não sabe quem é. Por tanto tempo foi ventríloquo de Lula presidiário que quis continuar a usar a máscara com a face do chefe mesmo depois de ungido candidato a presidente. Aceitou ser chamado de “Poste” e – é claro – passou a ser tratado como tal. Haddad topava todas as postergações e humilhações porque ali adiante havia uma porta da felicidade que franqueava para os palácios presidenciais de Brasília. E tudo vale a pena, também quando a alma é pequena.
Ademais, as pesquisas, enganosas como são, vinham dando ao petismo a impressão de que o páreo estava corrido. Elas atribuíam a Bolsonaro um índice de rejeição incompatível com vitória eleitoral. Num segundo turno perderia para todos, incluído ele, Haddad. Bastava levar o adversário a um novo 'round' e o PT voltaria às delícias do sítio de Atibaia da Praça dos Três Poderes.
O eleitor brasileiro, no entanto, “problematizou” a situação e “desconstruiu” essa narrativa, como diria um petista treinado nos ardis da novilíngua. O PT ficou reduzido a um único grande eleitor, o Lula. Nestes últimos dias, então, o atrapalhado Haddad descalçou o Lula; suprimiu a estrela, o PT e o PCdoB; fez desaparecer o vermelho. Adotou as cores da bandeira e ficou com jeito de “coxinha”. E quer porque quer debater com Bolsonaro. Valem, aqui, dois conselhos quase seculares: Não se atrapalha adversário que está errando e não se ajuda adversário que está atrapalhado.
Para que conceder ao adversário algo que ele tanto quer? Num debate, Haddad usará as piores estratégias. Estatísticas e calendários, desempenhos de gestão e atos de corrupção irão para o moedor das conveniências e das versões. Não vem o PT repetindo que sua gestão foi um paraíso de bem estar e prosperidade? Não alega que foi Temer quem arrastou o Brasil para o precipício? Oportunizar esse tipo de discurso? É muito difícil debater quando a honestidade intelectual fica fora do recinto.
Só para lembrar: em 1989, no primeiro turno, Collor faltou a todos os debates e no segundo foi a apenas dois; FHC, que venceu dois pleitos no primeiro turno, compareceu a apenas um evento em 1994 e em 1998 sequer houve debates; Lula não compareceu a nenhum debate no primeiro turno de 2006. Comparecer ou não é juízo de conveniência.
A campanha eleitoral vai terminar sem que o PT entenda que está perdendo esta eleição para o antipetismo em todos os segmentos da vida nacional. O petismo vive uma situação como a do samba de Vinícius e Toquinho em que o sujeito tantas fez que agora tanto faz.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Maurício Moura: É muito difícil os eleitores mudarem o voto agora
Para o CEO do Ideia Big Data, os brasileiros transmitiram uma mensagem muito clara: querem afastar-se da política tradicional
Por Branca Nunes
Terça-feira, 16 out 2018, 18h08
A duas semanas do segundo turno das eleições, é muito difícil que haja uma mudança significativa no resultado eleitoral apontado pelas pesquisas de intenção de voto, acredita Maurício Moura, CEO da Ideia Big Data, consultoria de opinião pública especializada em cenários políticos e eleitorais. “Essa é a eleição do anti-petismo”, resume o executivo. “Na sexta-feira que antecedeu o primeiro turno, trabalhávamos com dois cenários. Um, apontava que a eleição acabaria domingo. No outro, Bolsonaro teria mais de 45% dos votos, o que acabou se materializando”.
Para Moura, o resultado surpreendente na disputa do governo de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, que levou ao segundo turno como favoritos Romeu Zema e Wilson Witzel, pode ser explicado pelo pouco tempo de campanha e pelo protagonismo das eleições presidenciais. “Os eleitores começaram a pensar nos outros cargos muito tarde”, afirma. “Constatamos que a porcentagem de indecisos na pergunta espontânea chegava a 25%. Ou seja, um quarto dos eleitores foi às urnas sem saber verbalizar espontaneamente o nome do candidato em que ia votar”.
Moura começou a perceber a força da “onda Bolsonaro” ao notar que o candidato do PSL ganhava votos entre as mulheres e nordestinos de baixa renda. “Quando alguém passa a avançar num grupo que não é o seu, isso mostra que ele pode avançar rápido em qualquer grupo”, argumenta. Para Moura, a maior surpresa dessa eleição foi o grau de renovação do Congresso Nacional.
Ele previa que o Fundo Partidário beneficiaria quem buscava a reeleição, mas o uso das redes sociais e do WhatsApp acabou fazendo com que o pleito se tornasse muito mais democrático. “O eleitor deu uma mensagem muito clara de que quer se afastar da política tradicional”, acredita Moura.
Pesquisas da Ideia Big Data constataram, por exemplo, que o material divulgado por Bolsonaro chegava diariamente a 30 mil a 40 mil grupos de WhatsApp, e que cerca de 50 milhões de brasileiros recebiam algum tipo de conteúdo pelo celular todos os dias. “O horário eleitoral gratuito e os debates não terão praticamente peso nenhum nesse segundo turno, como já não tiveram no primeiro”, observa. “O eleitorado não quer ser convencido”.
Moura discorda dos que acham o balanço geral da eleição desastroso para o PT. “Há dois anos, o partido perdeu cerca de 500 prefeituras e sofreu o impeachment de Dilma Rousseff, um evento traumático para qualquer sigla”, diz. “Agora, elegeram quatro governadores e uma bancada expressiva de parlamentares. Ficando na oposição, o PT tem muito mais chance de se reagrupar e fazer uma autocrítica, coisa que faltou no processo deste ano”.

NA EXAME
Nos estados com segundo turno, Bolsonaro tem goleada de apoios
Dos 13 estados em que ainda há disputa pelo segundo turno, apenas três candidatos declaram apoio ao petista Fernando Haddad
Por Redação Exame
Terça-feira, 17 out 2018, 06h54 - Publicado em 17 out 2018, 06h30
Depois de rodarem o Brasil no primeiro turno, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) adotam, no segundo turno, estratégia diferente: dão prioridade a encontros e negociações em suas bases eleitorais. Bolsonaro por motivos mais evidentes: ainda se recupera do ataque sofrido em Juiz de Fora e foi desaconselhado pelos médicos a viajar pelo País. Haddad, por sua vez, vem se dedicando a costurar apoios com grandes nomes da política e da economia. Além disso, os dois candidatos enfrentam uma maratona para a gravação de seus programas eleitorais.
Fato é que, longe dos estados, os dois adversários deixam campo aberto para que os próprios candidatos a governador organizem sua agenda de apoios. E, em mais esta frente, Bolsonaro leva clara vantagem sobre seu adversário. Dos 13 governadores que se elegeram no primeiro turno, sete apoiam o candidato petista, mas a vitória naturalmente desmobiliza sua dedicação para a conquista de votos até o dia 28.
Nos 14 estados que ainda têm disputa pelo governo, apenas três candidatos declararam abertamente apoio em Fernando Haddad — Fátima Bezerra (PT-RN), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e João Capiberibe (PSB-AP). Bolsonaro recebeu o apoio de 15 postulantes, entre eles os dois adversários de estados como Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia. Outros 10 candidatos decidiram se manter neutros ou não definiram apoio.
Na análise partido a partido, Fernando Haddad tem outra leva de desafios: mesmo dentro das legendas que lhe declararam apoio, há dissidências. Um dos principais exemplos é o PDT de Ciro e de Cid Gomes. O racha foi escancarado na noite de segunda-feira, quando Cid afirmou que a falta de um 'mea-culpa' levará o PT à derrota. Nacionalmente, apenas 56% dos eleitores que votaram em Ciro Gomes no primeiro turno pretendem escolher o petista no segundo.
O PDT tem quatro candidatos a governador no segundo turno: Waldez Góes (Amapá), Amazonino Mendes (Amazonas), Odilon Oliveira (Mato Grosso do Sul) e Carlos Eduardo (Rio Grande do Norte). Desses, nenhum seguiu a recomendação da bancada ao declarar apoio a Haddad, e três passaram a apoiar seu adversário — Amazonino Mendes, Juiz Odilon e Carlos Eduardo.
Em outro partido aliado de Haddad no segundo turno, o PSB, a situação é semelhante. Importantes cabos eleitorais, como o Márcio França, em São Paulo, decidiram se manter neutros na disputa do segundo turno.
Em nenhum dos estados a situação é definitiva, claro. Faltando 11 dias para a decisão da corrida eleitoral, os candidatos que se mantêm em cima do muro podem pender para um lado ou para outro, a depender dos ventos das pesquisas. Nesta quarta-feira estão previstos novos levantamentos do Vox Populi e do Paraná Pesquisas. Amanhã, sai a nova rodada do Datafolha, que pode dar algum sopro de esperança a Fernando Haddad, ou pode confirmar que só um milagre nacional — ou 27 milagres estaduais — pode virar o jogo a seu favor.


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