SEGUNDA EDIÇÃO DE DOMINGO, 07 DE OUTUBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
O plano de governo do PT é claro: querem fazer o diabo para tomar o poder
Domingo, 07.10.18 10:08
Por Mario Sabino
Leitores pediram que fosse publicado em O Antagonista, na íntegra, o meu artigo na Crusoé desta semana.
Hoje os eleitores decidem — ou começam a decidir — se entregam o País ao despachante de um presidiário condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, que está disposto a fazer o diabo para tomar o poder.
Eis o artigo:
"George Orwell afirmou que, “algumas vezes o primeiro dever dos homens inteligentes é reafirmar o óbvio”. Não sou uma grande inteligência, mas sigo esse princípio como jornalista: repito o óbvio quando acho necessário. Já criticaram a minha falta de originalidade, mas o dever está acima de tudo. E o óbvio a ser reafirmado é que o perigo autoritário está na eleição do poste lulista, por mais improvável que ela pareça neste momento, de acordo com a pesquisa da Crusoé publicada nesta edição.
A operação em curso para abafar o autoritarismo de Lula, PT et caterva sustenta-se na gritaria sobre o elogio de Jair Bolsonaro ao regime militar de 1964 (ou “movimento”, como prefere o petista Dias Toffoli) e as suas declarações idiotas ou abjetas a respeito de minorias. Eu já disse, em outra coluna, que discutir 1964 hoje faz tanto sentido quando discutir 1910 em 1964 – ou, me ocorre agora, 2018 em 2072. Quanto às minorias, lembre-se de que Lula foi acusado de ser racista pela mãe da sua filha, em 1989, exibe comportamentos sexistas e, até que o politicamente correto se impusesse, fazia piadas sobre “veados” em público, para não falar do episódio mal explicado do “menino do MEP”. Presidentes com compostura e desprovidos de preconceitos são recomendáveis, mas a falta de tais atributos não implica que tenham poder para perseguir minorias no Brasil, porque isso atentaria contra a Constituição e o ordenamento jurídico e causaria a repulsa imediata da sociedade. É francamente estúpido acreditar que Bolsonaro vá criar milícias para bater em gays e humilhar negros ou que possa legalizar a tortura de presos ou diminuir ainda mais os salários das mulheres.
A obviedade é que, sob a batuta dos governos corruptos e incompetentes do PT, a criminalidade explodiu – e se continuou a bater em gays, a humilhar negros, a torturar presos e a pagar salários menores a mulheres. Outra obviedade é que, em matéria de política pública, a prioridade para maioria e minorias é diminuir drasticamente o número de homicídios, assaltos e furtos no País — e não vitimizar os criminosos e criminalizar as vítimas. Alguém precisa calcular o valor do que é roubado de pobres a cada dia. Chuto que, ao final de um ano, deve ser o equivalente a um terço do PIB do Paraguai. Essa, sim, é uma abordagem social do problema. A proteção da vida e do patrimônio de todos os cidadãos está na base dos direitos adquiridos e daqueles a serem conquistados em quaisquer campos.
Ditas essa obviedades, passemos ao autoritarismo do plano de governo do PT. O texto está disponível na internet, e nunca a falta do hábito de leitura dos brasileiros foi tão perigosa. Pouca gente o leu. Leia. O condenado José Dirceu causou espanto ao afirmar que se deveria tirar o poder de investigação do Ministério Público e todos os poderes do Supremo Tribunal Federal, mas consta do plano de governo “impedir abusos” do Judiciário e “estimular a participação e o controle social em todos os Poderes da União e no Ministério Público”. Os petistas também explicitam a intenção de amordaçar a imprensa, por meio do que chamam de “novo marco regulatório” nas comunicações. Na economia, o projeto é destruir qualquer possibilidade de diminuir o tamanho do Estado sustentado pelos pagadores de impostos. Pelo contrário, desejam aumentá-lo com “desprivatizações” e, assim, gastar mais o nosso dinheiro. Até o tabelamento de juros está previsto, de forma oblíqua, dentro da proposta geral de repetir tudo aquilo que já mostrou dar muito errado.
O general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, sugeriu uma nova Constituição sem Assembleia Constituinte, feita por “notáveis” e aprovada por plebiscito. Foi massacrado com razão. Lula e seu bando de seguidores querem, no papel, fragilizar as instituições com plebiscitos, barosseísmos e a criação de mais conselhos ideológicos. O plano de governo do PT fala “em reforma política com participação popular” e a “elaboração de um amplo roteiro de debates sobre os grandes temas nacionais e sobre o formato da Constituinte”. Ou seja, o PT quer uma nova Constituição. Eu gostaria de uma nova Constituição, mas não a deles — “com soberania popular em grau máximo”. Na verdade, o que pretendem é promover a apropriação indébita e completa das estruturas institucionais, por meio de uma Carta Magna escrita ao gosto lulopetista. Venezuela.
O autoritarismo petista só não foi adiante entre 2003 e 2016 porque houve resistência de parte da imprensa e dos cidadãos — e, não menos importante, a roubalheira da tigrada revolucionária foi descoberta a tempo de impedir a concretização do projeto de o partido perpetuar-se no poder, fraudando eleições com dinheiro sujo. Mas, se o poste Haddad for eleito, Lula se sentirá legitimado a tentar colocá-lo em prática de novo. Solto, na condição de ministro ou eminência parda, o seu primeiro objetivo será vingar-se de todos os que investigaram, denunciaram e condenaram os crimes que cometeu — e tratar de anular a possibilidade de que a Justiça volte a funcionar contra ele e a sua turma. No plano de governo, o PT não tem vergonha de mentir que o impeachment de Dilma Rousseff, autora de uma gigantesca fraude fiscal para maquiar contas públicas, foi “o golpe de 2016”, seguido da “perseguição judicial” a Lula, daí a necessidade de “refundação democrática”. Mostra de que a organização assumiu abertamente a vigarice de que a democracia é um valor estratégico, como sempre pensou a esquerda da esquerda petista, e não um valor universal. José Dirceu foi didático nesse sentido, ao afirmar que, reinstalados no Planalto, eles tomarão o poder. Esqueçam, portanto, o “Lulinha Paz e Amor”. Se os eleitores colocarem Fernando Haddad no Planalto, os petistas virão com força contra quem se opuser, já que a única forma de sobreviverem é matando a democracia. Para isso, terão a cumplicidade de oportunistas que a eles se aliaram na gatunagem dos mandatos passados. A vanguarda e a retaguarda do atraso se unirão, com consequências imprevisíveis.
Karl Marx, o sapo barbudo alemão que continua a ser usado para doutrinação nas escolas e universidades nacionais, escreveu que a História se repete primeiro como tragédia e, depois, como farsa. A tentativa de Lula fugir para a presidência da República por interposta pessoa inverte a frase. Ele é uma farsa que poderá se repetir como tragédia. Ulule-se a obviedade.
Como Regina Duarte, eu tenho medo. É bom ter medo — e de qualquer governante. Mas o medo não pode nos paralisar ou resultar em fuga do embate, dentro dos limites constitucionais (de hoje). Em 'Sobre o Medo', Michel de Montaigne, que jamais precisou ser óbvio nos seus Ensaios, cita a derrota dos romanos na primeira batalha travada contra as tropas do general cartaginês Aníbal. Diz Montaigne: “Uma tropa de dez mil homens a pé, tomados pelo medo, não vendo por onde dar passagem à sua covardia, jogou-se contra o grosso do inimigo, que ela rompeu com esforço maravilhoso e grande morte de cartagineses, comprando uma fuga vergonhosa pelo mesmo preço de uma vitória gloriosa. É disso que eu tenho mais medo”.
Eu também.

Bolsonaro lidera isolado no Oriente
07.10.18 10:11
A eleição brasileira no exterior já se encerrou em 16 países até as 7h deste domingo.
A informação, até o momento, mostra que Jair Bolsonaro é disparado o candidato mais votado no Oriente, com 71.97%.

Os 9 pontos de vantagem de Bolsonaro no segundo turno
07.10.18 07:52
Na sexta-feira, a pesquisa da Crusoé deu 41% de votos válidos para Jair Bolsonaro e 25% para Fernando Haddad, praticamente os mesmos números divulgados ontem à noite por Datafolha e Ibope.
No segundo turno, porém, nossa pesquisa dava uma vantagem de 9 pontos para Jair Bolsonaro, muito distante de um empate técnico.
Da mesma maneira que as outras pesquisas correram atrás do resultado no primeiro turno, elas devem correr novamente no segundo.

Bolsonaro avança no eleitorado lulista
07.10.18 07:39
Segundo o Datafolha, Jair Bolsonaro continua avançando no eleitorado lulista.
Ele oscilou positivamente entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos e no Nordeste.

“O pior ranço petista”
07.10.18 09:51
O Estadão, em editorial, diz que o programa de governo petista não busca qualquer moderação e que ali estão “todos os pontos nefastos do lulopetismo” e da vocação autoritária de seus praticantes.
“O partido de Lula mostra-se também insatisfeito com a liberdade de expressão e de imprensa. ‘O governo Haddad irá apresentar, nos seis primeiros meses de governo, uma proposta de novo marco regulatório da comunicação social eletrônica’, lê-se no documento. Querem tutelar tudo e todos.
O programa está em plena sintonia com a recente declaração de José Dirceu ao jornal El País, de que ‘é uma questão de tempo para a gente tomar o poder. Aí nos vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição’. O programa explica como será essa tomada de poder. Não querem moderação – lá está o pior ranço petista, amargurado com o funcionamento livre das instituições.
‘Esse é o programa da vitória, do #LulaLivre’, diz Fernando Haddad. Que as urnas deem a devida reprovação ao programa petista, que troça do brasileiro e das instituições democráticas.”

NO BLOG DO POLÍBIO BRAGA
Última pesquisa do Instituto Veritá diz que Bolsonaro vence no primeiro turno com 51,2% dos votos válidos
O Instituto Veritá divulgou ontem a noite o último levantamento antes das eleições
Domingo, 07/10/2018
Os dados apurados indicam que Jair Bolsonaro vence no primeiro turno com 51,2% dos votos válidos.
Leia (votos válidos):
Bolsonaro, 51,2%
Haddad, 23,2%
Ciro Gomes, 10,4%
Alckmin, 5,2%
João Amoêdo, Novo, 3,6%
Álvaro Dias, Podemos, 1,2%
Cabo Daciolo, Patriota, 1,2%
Henrique Meirelles, MDB, 0,81%
Guilherme Boulos, Psol, 0,80%
Os números dos demais candidatos é irrelevante.

Polêmico indicado de Trump, Brett Kavanaugh é aprovado para a Corte Suprema
Sábado, 06/10/2018
Por 50 votos a favor, 48 contra e 01 abstenção, o Senado dos EUA confirmou a nomeação de Brett Kavanaugh, que passará a ser juiz da Corte Suprema. A votação aconteceu na tarde deste sábado e teve um resultado que já era previsto.
A abstenção foi da senadora Lisa Murkowski, uma republicana do Alasca que registrou sua presença, mas não votou.
O novo magistrado foi acusado de assediador sexual quando jovem, mas nada ficou provado, nem mesmo depois de investigações do FBI.


NO BLOG ALERTA TOTAL
Domingo, 7 de outubro de 2018
Que a totalização dos votos nos seja leve
“Um povo que elege corruptos políticos, impostores e traidores não é vítima. É cúmplice”. (George Orwell)
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O Brasil vai rachado, polarizado, dividido para a dedada nas urnas eletrônicas "com mais de 30 camadas de segurança". Neste domingo, por volta das 20h, conheceremos quem vencerá a eleição presidencial e se haverá ou não primeiro turno. Haja emoção para 13 candidatos à Presidência da República e para outros 28.216 que disputam o Senado, a Câmara Federal e as assembleias legislativas. Cerca de 500 mil brasileiros que moram no exterior já votam desde 16h de sábado. Ao vencedor, as batatas quentíssimas.
Não importa quem vença, a previsão é de radicalização ideológica nos próximos quatro anos. A maioria dos 147 milhões de eleitores brasileiros deseja mudanças – embora não consiga defini-las claramente. O principal desejo tem tudo para ser frustrado. O combate à corrupção sistêmica será difícil. O mecanismo do Crime Institucionalizado fará o diabo para que nada mude. A máquina pública aparelhada dificultará qualquer processo de mudança estrutural. Eis a nossa tragédia.
A melhora na Segurança Pública é outro ponto que pode render gigantesca frustração ao eleitorado. O fracasso é garantido, se não houver uma mudança na legislação que permita uma repressão mais forte aos criminosos. Além disso, não adianta reprimir o crime sem cortar suas fontes de financiamento. Não há previsão de que tal “milagre” aconteça no curto prazo. O esquema criminoso é camaleônico e segue pronto para se reinventar. Sonhar é bacana. Mas, realisticamente, a tendência é a manutenção do pesadelo. O Crime Institucionalizado é hegemônico.
A renovação política será pequena. É grande a chance de o eleitor trocar seis por meia dúzia. A compra invisível de votos será gigantesca na eleição 2018. A corrupção “patrocina” candidatos na calada da urna. O financiamento ilegal de campanha – que não será flagrado pela tal “Justiça Eleitoral” – elegerá e reelegerá os candidatos que interessam ao esquema criminoso. Muito dinheiro “roubado” nos últimos anos já retornou, disfarçado de “investimentos”, ao Brasil, para ser usado como for conveniente.
O Capimunismo tupiniquim não tem previsão de extinção. O Estado segue fortíssimo, inchado, gastador e ineficiente. O sistema fará de tudo para abduzir o próximo presidente e seus principais assessores, principalmente os da área econômica. O maior desafio do novo titular do Palácio do Planalto é a pacificação do Brasil. A missão será complicada se não houver colaboração do Legislativo, e se a máquina do Judiciário (incluindo o Ministério Público) não funcionar direito (com ou sem trocadilho).
Restará ao cidadão usar as redes sociais e os poucos canais institucionais disponíveis para pressionar e fiscalizar o setor público. O problema é que o Crime também pode usar esse mesmo canal para atuar. Enquanto isso, os bandidos e incompetentes na máquina estatal fazem o que bem desejam. Por isso, não adiante acreditar, ingenuamente, que o Presidencialismo de Coalizão não continuará em ritmo permanente de colisão, sem resolver tantos problemas.
Jair Bolsonaro figura como favorito a vencer a eleição. As inconfiáveis pesquisas garantem que isto não acontece no primeiro turno. Bolsonaro promete enfrentar e vencer o “Sistema”. O problema é que o espectro do PT continuará assombrando o País, mesmo depois da eleição, com o projeto claro de radicalizar para transformar o Brasil, no mínimo, em uma Venezuela envergonhada. Por isso, estamos em ritmo de “Jair ou Já Era”...
A previsão do imortal Machado de Assis segue com toda razão: Ao vencedor, as batatas (quentíssimas)... E vamos nos preparar para a inevitável guerra pela mudança Política, Fiscal, Tributária e muito mais... Parafraseando e parodiando Machadão novamente, "Que a totalização dos votos nos seja leve"..
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