PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2018

Eleito deputado federal com quase 500 mil votos, Kim Kataguiri (DEM) chegará à Câmara empunhando a bandeira que agrada grande parte dos eleitores: a extinção dos cartórios, essa coisa atrasada que explora a “indústria da desconfiança” para faturar cerca de R$5 bilhões por ano no Brasil. Cartório é negócio tão rentável que seus proprietários figuram entre os brasileiros mais ricos, segundo dados oficiais, somente carimbando papéis e atestando que a sua assinatura é sua mesmo.

Além do faturamento de suas lojas, os donos de cartório ganham em media R$1,1 milhão por ano, o dobro de procuradores e magistrados.

Estudos mostram que a tecnologia existente e a estrutura do Estado podem fazer o serviço do cartório, sem custos adicionais à população.

Citando dados do Conselho Nacional de Justiça, Kataguiri disse que só o 9º Cartório Ofício de Notas do Rio de Janeiro fatura R$40 milhões por semestre.

O reconhecimento de assinatura no DUT, para transferir veículos, vai passar de R$3,90 para R$33,03 no DF. Aumento indecente de 747%.

A União está prestes a pagar à gigante Copersucar uma indenização de R$10,6 bilhões, em razão dos prejuízos provocados pelo controle de preços do extinto Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). O problema é que essa mega-indenização está superestimada por erros grotescos do Laudo Pericial que instruiu a sentença judicial, conforme apontou o consultor Celso Roberto Dias Mendes, em denúncia à Advocacia Geral da União (AGU) e à Procuradoria Geral da República (PGR).

Erros de perícia, sem congelar os valores, elevou a indenização para R$10,6 bilhões em fevereiro de 2018, aumentando a sangria do Erário.

As 99 usinas credoras da União devem uma fábula à Receita, por isso o pagamento à Copersucar poderá isentá-las desses tributos.

Amigos da ex-presidente cassada Dilma (PT) andam preocupados com sua, digamos, mudança de comportamento desde a humilhante derrota do dia 7. Acham que o juízo que lhe restava pode ter evaporado.

Católicos praticantes estão injuriados com a cena eleitoral de Haddad (PT) e Manuela (PCdoB) fingindo devoção, durante uma missa. E se queixam de sacrilégio do candidato comungando sem se confessar.

Em corajoso artigo para o site Diário do Poder, o diplomata Miguel Gustavo de Paiva Torres lança luz sobre o aparelhamento do Ministério das Relações Exteriores após a chegada do PT ao poder, em 2002.

Levantamento da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados mostra que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) não apenas foi o mais votado do País. Ele somou 2.142% a mais de votos que em 2014.

Quando serão consideradas “fake news” pesquisas fajutas de 1º turno, incapazes de apontar a vitória de Witzel no Rio e de Zema em Minas?

NO BLOG DO JOSIAS
Eleitor envia pelo Ibope más notícias para Dória
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 18/10/2018 04:16
O eleitorado de São Paulo enfiou dentro da pesquisa do Ibope duas más notícias para João Dória. A primeira foi a ascensão de Márcio França, que conquistou um empate técnico. A segunda foi o crescimento do seu índice de rejeição, agora 12 pontos acima da taxa atribuída ao rival. Juntas, as duas novidades conduzem a uma conclusão aziaga: o amor que a candidatura de Dória nutre pelo projeto presidencial de Jair Bolsonaro, por platônico, ainda não deu à luz os votos almejados.
Numa conta que inclui apenas os votos válidos, como faz a Justiça Eleitoral, o Ibope informa que Dória obteve 52% das intenções de voto, contra 48% amealhados por França. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos para o alto ou para baixo, o quadro é de empate técnico. Nas urnas do primeiro turno, Dória obtivera 31,77% dos votos. Pelo Ibope, cresceu 20,23 pontos. França arrancou das urnas 21,53% dos votos. Subiu mais que Dória: 26,47 pontos.
Conforme já comentado aqui, Dória entrou no segundo turno com o pé esquerdo. Quando grudava na candidatura do adversário a pecha de “esquerdista”, França arrastou o apoio do capitalista Paulo Skaf. Quando voou até o Rio de Janeiro para posar ao lado de Bolsonaro, foi esnobado pelo capitão. Quando fez pose de protagonista numa reunião da Executiva do PSDB, Geraldo Alckmin chamou-o de silvério. França cuidou de encostar a fama de “traidor” na imagem do rival.
Dória sempre se apresentou como um “gestor”. Teve a oportunidade de mostrar serviço na prefeitura de São Paulo. Mas abandonou o mandato municipal para tentar a sorte nas urnas estaduais. Coisa de político. França acusa-o de quebrar o compromisso que assumira com o eleitorado da cidade. A julgar pelos dados que o Ibope colecionou, França vai prevalecendo sobre Dória na gincana em que um coloca defeitos no outro.
Especialista na produção de eventos, Dória precisa agir rapidamente para evitar que sua candidatura vire um espetáculo para o qual o eleitor não foi convenientemente ensaiado. O Ibope indica que o eleitorado aproxima Dória da beirada da frigideira. Ou produz novidades capazes de inverter a curva ascendente de França ou se arrisca a surgir dentro do óleo quente nas próximas pesquisas.

Bolsonaro põe ‘mão na faixa’ e calça salto agulha
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 17/10/2018 19:55
Jair Bolsonaro escalou um salto mais alto do que recomenda a prudência. Fez isso ao declarar o seguinte: “Nós estamos com u'a mão na faixa. Ele (Fernando Haddad) não vai tirar 18 milhões de votos daqui a dois domingos.” Um presidenciável como Bolsonaro, com vantagem confortável nas pesquisas, não precisa calçar mocassim. Mas faria um bem a si mesmo se trocasse o modelo agulha em que subiu por um discreto salto anabela, mais compacto e seguro.
A História ensina que, em política, um pouco de humildade não faz mal a nenhum candidato. Nunca é demasiado recordar um episódio ocorrido em 1985. Mediam forças pela prefeitura de São Paulo Fernando Henrique Cardoso e Jânio Quadros. Dado como franco favorito, FHC posou para fotos na poltrona de prefeito às vésperas da eleição. Contados os votos depositados nas urnas, Jânio prevaleceu. Pesquisa não é urna. Erros acontecem.
Manuseando a faixa, Bolsonaro voltou a desdenhar dos debates: “Eu vou debater com um poste, um pau mandado do Lula? Tenha santa paciência!”, disse ele. Sabe-se pouquíssimo do que o capitão planeja fazer se for eleito. Ele estimula a crença de que haverá segurança, probidade e prosperidade a partir de 1º de janeiro de 2019. Foi assim, equilibrando-se num salto agulha, que Dilma Rousseff enganou a plateia em 2014. Depois, calçando havaianas, o brasileiro foi às ruas para exigir o impeachment. Deu em Bolsonaro.

A verdade está no fígado de Cid, não no cérebro
Por Josias de Souza
17/10/2018 19:12
Na última segunda-feira, Cid Gomes extraiu do fígado os ataques que dirigiu ao PT. Nesta quarta-feira, após ouvir o cérebro, o irmão de Ciro Gomes gravou um vídeo para desautorizar o uso de sua explosão na campanha de Jair Bolsonaro. A nova manifestação soou como um traque lançado sobre a terra arrasada. O estrago está feito.
Continuam valendo todos os estilhaços de segunda-feira, a saber: Fernando Haddad vai “perder feio” a eleição. E será “bem feito”, porque o PT “fez muita besteira” e se recusa a protagonizar “um mea-culpa”. Não há muito a fazer, pois “o Lula está preso, babaca.”
De novidade, apenas uma declaração de voto desnecessária —“…Votarei no Haddad no dia 28”— e uma desautorização tão inútil quanto uma tentativa de desfritar um ovo —“…Não é correto o que fez o outro candidato usando imagens minhas.”
No final do mês, confirmando-se a vitória de Bolsonaro, os petistas incluirão o pavio curto de Cid e a recusa do irmão Ciro em subscrever uma tal “frente democrática” no rol dos passivos que levaram ao infortúnio de Haddad. Mea-culpa? Nem pensar. Ficará entendido que a verdade está no fígado de Cid, não no cérebro.

NO O ANTAGONISTA
A inutilidade do segundo turno
Quinta-feira, 18.10.18 06:10
A pesquisa da Crusoé mostra que o resultado do segundo turno deve ser praticamente igual ao do primeiro, quando Jair Bolsonaro superou Fernando Haddad em 17 pontos percentuais.
A última semana de campanha pode mudar um pontinho aqui ou outro ali, mas o fato é que Jair Bolsonaro já está eleito.

Haddad diz que Moro errou na sentença a Lula
17.10.18 21:08
Em entrevista ao SBT, Fernando Haddad criticou Sérgio Moro, ao ser questionado sobre a atuação do juiz na Lava Jato:
“Eu acho que, em geral, ele ajudou. Em relação à sentença do Lula tem um erro que vai ser corrigido pelos tribunais superiores porque não apresentou provas contra o presidente.”
Fernando Lula Haddad deu mais um programa eleitoral de presente a Jair Bolsonaro.

A atividade partidária da desembargadora
Quarta-feira, 17.10.18 21:00
Hoje, mais cedo, noticiamos que Humberto Martins pediu esclarecimentos a Kenarik Boujikian, desembargadora do TJ-SP, sobre as críticas que fez a Dias Toffoli, presidente do STF.
O Antagonista indaga se não caberia ao corregedor nacional de Justiça pedir que a magistrada também esclareça suas atividades de cunho partidário, bastante em evidência nas redes sociais (veja abaixo).


Lava Jato defende que indulto natalino não beneficie corruptos
17.10.18 20:29
Depois do alerta de O Antagonista sobre a reunião de amanhã que tratará do indulto natalino, a Lava Jato resolveu encaminhar um ofício ao Conselho Nacional de Política Penitenciária e Criminal (CNPCP).
No documento, o MPF no Paraná pede que o benefício não se estenda a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
“O indulto é o perdão das penas de criminosos e, caso mantidos no futuro os critérios do último decreto (nº 8.940/16), diversos réus condenados por crimes gravíssimos na operação Lava Jato cumprirão penas irrisórias ou serão beneficiados com a extinção da punibilidade.”
Para os procuradores da Lava Jato, o indulto, somado a outras restrições legais já existentes, “tornaria a corrupção um crime de baixíssimo risco”.

Temer também ganhou um 'powerpoint'
17.10.18 20:16
No relatório de indiciamento de Michel Temer, a Polícia Federal colocou Michel Temer no topo da organização criminosa, integrando o chamado “núcleo político” ao lado do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures.
O coronel Lima e seu sócio formavam o núcleo operacional/financeiro, enquanto os donos da Rodrimar e da Libra compunham o núcleo econômico/empresarial.
Impressionante.

Defesa de Temer pede que STF anule indiciamento pela PF
17.10.18 19:55
A defesa de Michel Temer pediu que o STF anule o indiciamento do presidente feito pela PF no inquérito dos portos, registra o UOL.
No inquérito, cujo relatório final foi entregue ontem, a PF indiciou o presidente por suspeitas dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os advogados de Temer alegam que as regras do foro privilegiado impedem que a PF promova o indiciamento dos suspeitos em investigações que correm no Supremo –segundo eles, há decisões do STF nesse sentido.
No pedido de anulação, a defesa voltou a afirmar que o presidente “não praticou qualquer dos delitos que lhe foram atribuídos”.

Em SP, Bolsonaro está 26 pontos à frente de Haddad
17.10.18 19:37
Pesquisa do Ibope feita só com o eleitorado paulista mostra que, em votos válidos, Jair Bolsonaro tem 63% das intenções de voto no estado, contra 37% para Fernando Haddad.
Nos votos totais, Bolsonaro lidera por 55% a 32%. Os indecisos são 2%, e 10% preferem votar nulo ou em branco.
O poste de Lula está sendo massacrado no maior colégio eleitoral do País.
No Rio de Janeiro, a diferença é pouco maior que a de São Paulo: 65% a 35% para o presidenciável do PSL, contando os votos válidos.

Quando Jucá falou em ‘estancar a sangria’, Noronha descartou ‘contaminação política’ de juízes
17.10.18 17:48
Por Diego Amorim
Quando vieram à tona as gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com Romero Jucá — aquelas em que o senador falou em “estancar a sangria” –, o ministro do STJ, João Otávio de Noronha disse o seguinte, durante um simpósio em Curitiba:
“Esta semana, as notícias apareceram fortes, demonstrando a intenção de determinados políticos de contaminar e influenciar magistrados e juízes. Mas o que nós vimos pelas decisões judiciais é que estamos muito longe dessa contaminação política.”
Agora, como presidente da Corte, Noronha nomeia a irmã do senador Jucá como chefe da Assessoria de Assuntos Legislativos, conforme O Antagonista revelou.
(...)


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