PRIMEIRA EDIÇÃO DE DOMINGO, 21 DE OUTUBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 21 DE OUTUBRO DE 2018

A ação que pretende impedir no tapetão a vitória de Jair Bolsonaro alegando “compra de envio” de mensagens via Whatsapp, pode representar “tiro de bazuca” no pé do PT. É que a ação abre caminho para que o PT seja punido por ação idêntica devido à utilização do aplicativo “O Brasil Feliz de Novo”, que remunera os “mortadelas virtuais” que compartilham o conteúdo petista nas redes sociais.

O app Brasil Feliz de Novo paga até R$2 mil/mês para os “militantes” mais ativos. A fórmula é simples: engajamento 'online' vira dinheiro.

Ganha “pontos” no aplicativo quem compartilhar, curtir ou se engajar de alguma forma conteúdo do PT. Pontos são trocados por dinheiro.

O caso do PT tem até vídeo explicativo de criadores do aplicativo sobre como maximizar o objetivo do usuário: “ganhar dinheiro, né gente?”.

A legislação eleitoral permite propaganda eleitoral na internet, mas não o “impulsionamento” pago de conteúdo por terceiros. O MP já investiga.

Essa suposta compra de envio de mensagens de Whatsapp lembra um antigo truque de procuradores simpáticos ao PT, durante os governos FHC. Eles plantavam “suspeitas de irregularidade” nos jornais e, com base nas respectivas notícias, abriam “procedimentos investigativos”.

A bancada de esquerda na Câmara dos Deputados – formada pelos partidos PCdoB, PSOL, PT, PDT, PSB, PV e Rede – nunca foi tão pequena deste o início do século. Essa redução coincide com a provável eleição de um governo conservador. PPS e PHS não entram na conta porque, além dos trabalhistas PTB e PTC, são considerados de centro-direita. Até agora, haverá em 2019 apenas 139 deputados de esquerda na Câmara. Mas esse número poderá diminuir ainda mais.

O declínio já se verificou em 2014, quando foram eleitos 145 deputados federais dos seis partidos de esquerda. Em 2010 foram 180.

O PT é o maior partido da esquerda no Brasil, mas vem diminuindo na Câmara, desde 2010. Elegeu 88 em 2010, 69 em 2014 e 56 em 2018.

O PSL de Jair Bolsonaro elegeu apenas um deputado federal em 1998, em 2002, em 2010 e 2014. Só ficou fora em 2006. Este ano elegeu 52.

Com a mão na taça, com 75% das intenções de voto para governador, Ibaneis Rocha (MDB) avisou: não nomeará quaisquer acusados. Isso inclui o ex-deputado Tadeu Filippelli, presidente do seu partido no DF.

A Frente Parlamentar Mista pela Contagem Pública dos Votos está a um passo de ser criada. Segundo Dagoberto Nogueira (PDT-MS), são 221 deputados no grupo que cobra uso do voto impresso nas eleições.

A “pesquisa CUT/Vox Populi” cravou Bolsonaro à frente (“53%”) contra “47%” de Haddad quando Paraná pesquisas, Datafolha, Ibope etc apontavam 18 ou 19 pontos de diferença entre os dois. Que vergonha.

O Facebook está “feliz da vida” com o resultado das ações que tomou em relação às eleições no Brasil. Segundo a Bloomberg, o comando da rede social adorou a “Sala de Situação” que monitorou o caso brasileiro

…só no País que elegeria presidiário um partido político pode pretender que a Justiça faça o bloqueio do direito fundamental à comunicação.

NO BLOG DO JOSIAS
Horário eleitoral é filme de James Bond sem 007
Por Josias de Souza
Domingo, 21/10/2018 04:55
Perde seu tempo quem procura um projeto de governo no horário político da televisão. Em 2014, estava em cartaz a ficção hollywoodiana da chapa Dilma-Temer, patrocinada pelo departamento de propinas da Odebrecht. Na atual temporada, Bolsonaro e Haddad levam ao ar uma espécie de filme de James Bond 100% feito de bandidos — sem um 007 para deter a guerra tecnológica que se alastrou para a trincheira do WhatsApp.
Os planos tenebrosos de Bolsonaro são expostos nos filmetes do PT. Assistindo-os, o brasileiro descobre, por exemplo, que será sugado por uma máquina do tempo. Ela o arrastará para um imenso complexo subterrâneo, situado em algum porão da década de 1970. Ali, hordas de esquerdistas formarão filas defronte de salas de tortura. Dentro delas, monstros com a cara do Brilhante Ustra conduzirão sessões ininterruptas de pancadaria e choques elétricos.
As intenções diabólicas que se escondem atrás de Haddad são denunciadas na propaganda do capitão. As peças revelam a existência de uma sala especial secreta sob os alicerces da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. À frente de um painel eletrônico, Osama bin Lula manipula Haddad por controle remoto. Simultaneamente, o gênio petista do mal reativa o Foro de São Paulo e prepara a conversão do Brasil numa espécie de ‘Cuzuela’, mistura da ditadura de Cuba com o caos autocrático da Venezuela.
Num filme convencional de James Bond, algum solitário 007 irromperia em cena para salvar a Humanidade. Com uma pistola implantada num isqueiro, o agente secreto eliminaria os supervilões antes que eles apertassem os botões que farão do Brasil um centro de torturas hipertrofiado ou uma cleptoditadura. Como 2018 virou um filme sem mocinhos, o medo ganhou novas formas e plataformas.
Em 2014, a marquetagem de João Santana intercalou na televisão notícias falsas sobre rivais e um desfile apoteótico de plantações exuberantes, obras públicas tocadas em ritmo febril, fábricas operando a todo o vapor e povo usufruindo prosperidade inaudita. Deu em estelionato eleitoral, recessão, desemprego e Michel Temer. O Tribunal Superior Eleitoral fechou os olhos para a lama.
Agora, novamente sob a complacência do TSE, o lodo transborda da TV para o telefone celular. Vem da esquerda e da direita. Na quantidade, a milícia cibernética pró-capitão, anabolizada por um caixa dois empresarial, prevalece sobre a guerrilha companheira. Petistas gritam: “Pega ladrão!”. Bolsonaristas respondem: “Olha quem fala!” E a Polícia Federal, acionada pela Procuradoria, investiga os dois lados.
Podendo fornecer informação, a propaganda política levou ao eleitor mistificação e medo. Desinformado e angustiado, esse eleitor irá às urnas em uma semana. A maioria votará não no candidato preferido, mas no mal menor.
O Brasil não reativará o pau de arara. Tampouco virará uma ‘Cuzuela’. Mas o centro tecnológico de produção de maldades continuará ativo. Restará suportar as consequências do voto e torcer para que a democracia providencie um James Bond em quatro anos. Gente como o cronista Rubem Braga, do tempo em que as geladeiras eram brancas e os telefones pretos, talvez passe a conferir as mensagens que chegam pelo celular com um sentimento de hedionda nostalgia.

NO O ANTAGONISTA
Bolsonaro contra “interesses ideológicos” no Mercosul
Domingo, 21.10.18 06:58
Jair Bolsonaro reafirmou que tentará mudar o relacionamento do País com o Mercosul e disse que não irá atender a “interesses ideológicos”.
“Você não pode jogar para o alto o Mercosul. (…) Nós vamos buscar maneiras de fazer comércio com toda a América do Sul, repito, sem o viés ideológico”, afirmou.

Ofensor de Rosa Weber se diz arrependido
21.10.18 06:47
A pessoa que ameaçou a ministra Rosa Weber já foi interrogada pela Polícia Federal.
Segundo o Estadão, ela pediu desculpas e se disse arrependida.

PSDB “muda ou desaparece”
21.10.18 06:24
Por causa do desastre eleitoral deste ano, tucanos criaram o movimento #MudaPSDB, relata a Folha.
O manifesto, que prega entre outras coisas a refundação da sigla, diz que “a humilhante derrota no pleito deste ano demonstra a urgência de reformas profundas”. “Mudamos ou desaparecemos”.

Fim do PT
21.10.18 03:28
Se Jair Bolsonaro mantiver o assistencialismo no Nordeste, o PT desaparece em menos de quatro anos.
Diz a Folha de S. Paulo:
“O eleitorado nordestino foi responsável por 46% dos votos dados a Fernando Haddad no dia 7. O peso da região é o mais alto do ciclo iniciado com a primeira eleição de Lula, há 16 anos (…).
Com Lula fora de cena, o PT pode se ver obrigado a recuar para reforçar suas trincheiras. O futuro do partido dependerá do desempenho do próximo governo e, principalmente, da economia.”

Marina negocia fusão com Roberto Freire
Sábado, 20.10.18 19:27
Igor Gadelha, da Crusoé, conta que Marina Silva e Roberto Freire devem se reunir na próxima semana para negociar os últimos detalhes da fusão de seus partidos.
Clique AQUI para ler a íntegra da nota.

A proximidade de Witzel com o operador de Cabral
20.10.18 21:00
Wilson Witzel, líder nas pesquisas para o governo do Rio de Janeiro, usou um dos principais operadores do esquema de Sérgio Cabral para se aproximar de políticos do MDB, publica O Globo.
Por intermédio de Ary Ferreira da Costa Filho, condenado na Lava Jato do Rio, Witzel buscou alavancar sua carreira política em encontros com Sérgio Cabral e Jorge Picciani.
Segundo o jornal carioca, a amizade do candidato com ‘Aryzinho’ “também permitiu-lhe circular por dois anos seguidos no camarote do governo do Rio no Sambódromo. A convite do operador, esteve no local onde várias autoridades do MDB e partidos aliados circulavam”.

Candidato é barrado pelo TRE por foto com braço cruzado
20.10.18 20:30
O empresário João Thomaz, do PSDB, teve sua candidatura a deputado estadual barrada por causa de sua foto com os braços cruzados e levemente inclinado, registra a Folha.
A Justiça Eleitoral de São Paulo considerou que a foto enviada pelo candidato estava em desacordo com as normas do TRE.
Pela regra, a imagem a ser exibida na urna eletrônica precisa ser recente e frontal.

O papelzinho da Folha
20.10.18 19:40
A Folha publicou neste sábado um documento que comprova a oferta de disparos em massa por WhatsApp a campanhas políticas.
O tal documento, no entanto, mostra apenas uma oferta para a campanha de Geraldo Alckmin, que recusou a proposta.
Sobre a compra clandestina de mensagens de WhatsApp por parte da campanha de Jair Bolsonaro, o jornal ainda não publicou nenhum papelzinho.

“Não tenho nada a ver com isso”, diz Bolsonaro sobre disparos em massa no WhatsApp
20.10.18 16:58
Em entrevista concedida neste sábado, Jair Bolsonaro afirmou “não ter nada a ver” com os disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp.
“Eu não tenho nada a ver com isso (…). Eu não preciso de 'fake news' arranjando dinheiro para jogar fora do Brasil. Dinheiro de onde? Eu não tenho esse tipo de contatos com bandidos. Quem tem é o PT.”

TSE suspende propaganda do PT que associa Bolsonaro à tortura
20.10.18 16:43
Luis Felipe Salomão, do TSE, suspendeu a propaganda eleitoral em que a coligação petista associa Jair Bolsonaro à ditadura e à tortura.
O ministro atendeu o pedido da defesa de Bolsonaro, que alegou que o programa veiculado viola a lei eleitoral, “uma vez que incute medo na população ao sugerir que se o candidato Jair Bolsonaro for eleito vai perseguir e torturar eventuais opositores políticos”.
“O Tribunal tem feito um esforço no sentido de elevar o nível do debate para se evitar a disseminação desse clima de pânico que estão criando”, disse o advogado de Bolsonaro, Tiago Ayres, a O Antagonista.

TSE bloqueia página com vaquinha fake para Bolsonaro
20.10.18 15:55
Atendendo pedido da coligação de Jair Bolsonaro, o ministro Carlos Horbach, do TSE, mandou bloquear uma página da internet que pedia doações para o presidenciável mas que não tinha vínculo com sua campanha.
A página, que já foi retirada do ar, funcionava como uma vaquinha virtual fake.

PF pede prorrogação de segundo inquérito que investiga atentado a Bolsonaro
20.10.18 15:16
A PF pediu prorrogação do prazo para a conclusão do segundo inquérito que investiga o atentado a Jair Bolsonaro.
Nesse inquérito, é investigada a participação de terceiros ou grupos criminosos no caso.
No pedido de prorrogação, a Polícia alega que precisa de mais tempo para encerrar diligências que apuram “as circunstâncias relacionadas à estada de Adélio Bispo de Oliveira na Câmara dos Deputados”; e o envolvimento de grupos no atentado.

“Denunciação caluniosa”, diz Janaína sobre ação do PT contra Bolsonaro
20.10.18 13:53
Em sua entrevista à BBC Brasil, Janaína Paschoal disse também que não vê ameaça à candidatura de Jair Bolsonaro por causa da ação movida pelo PT sobre a suposta compra ilegal de pacotes do WhatsApp.
“Isso é denunciação caluniosa. Você não pode propor uma ação sem nenhum elemento. Como é que cria um pânico na população sem fundamento nenhum? Isso, sim, é crime”.

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