PRIMEIRA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 24 DE SETEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 24 DE SETEMBRO DE 2018

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem combatido as informações mentirosas (“fake news”) nas redes sociais, destinadas a influenciar negativamente o processo eleitoral. Mobilizou até a Polícia Federal para intimidar e punir os infratores. Mas a Lei Eleitoral não proíbe e nem pune políticos que mentem na propaganda eleitoral, enganando o eleitor. Certamente porque eles é que aprovaram a Lei Eleitoral.

Especialista em Direito Eleitoral, o jurista Daniel Falcão confirma que toda mentira será tolerada na propaganda de políticos em campanha.

“[A mentira] não é criminalizada e não existe nenhum tipo de punição para candidatos que mintam durante a campanha“, diz Daniel Falcão.

Para o jurista, professor do IDP, um dos mais admirados cursos de Direito do País, “está liberado qualquer dado mentiroso em ato político”.

A legislação prevê punição apenas para o candidato que mentir sobre outra pessoa, que, ofendida, habilita-se ao direito de resposta.

O governo federal já torrou R$ 97,3 milhões em viagens secretas e gastos ocultos de cartões corporativos este ano, segundo dados do Portal da Transparência. O valor corresponde a diárias, passagens e faturas pagas com dinheiro público, mas que passaram a ter todos os detalhes escondidos do contribuinte, que sempre paga a conta, sob a lorota de promover “garantia da segurança da sociedade e do Estado”

A maior parte do valor, R$82,2 milhões, foi para pagamento de diárias e passagens, R$ 63,2 milhões e R$ 19 milhões, respectivamente.

Os gastos sigilosos dos cartões corporativos somam R$ 15,1 milhões e a Presidência da República é culpada por mais da metade da conta.

A flexibilização generalizada de jornada dos servidores é um dos fatores que mais consomem os recursos da Universidade de Brasília, segundo auditores da Controladoria Geral da União (CGU).

NO BLOG DO JOSIAS
Dória estimula em privado dobradinha Bolsodória
Josias de Souza
Segunda-feira, 24/09/2018 04:47
O número mais dramático de uma campanha eleitoral é aquele que o candidato pretende executar no instante em que começa a ser eliminado do espetáculo pelo eleitorado. O plano original do PSDB previa que Geraldo Alckmin estaria agora cavalgando o sucesso de sua propaganda eleitoral, a caminho do segundo turno. Em vez disso, o candidato emite sinais de desespero no horário eleitoral. E observa a formação de uma fila de tucanos na saída de emergência. Em privado, crescem as queixas de correligionários de Alckmin com o que chamam de “jogo duplo” de João Dória.
Candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Dória massageia Alckmin em público. Fez isso numa aparição ao lado do padrinho político neste domingo (23): “A campanha será de reta final, nos últimos sete dias”, declarou, como se procurasse atenuantes para o desempenho pífio de Alckmin. Em privado, libera seus correligionários para estimular o voto “Bolsodória”: Bolsonaro para presidente, Dória para governador.
O movimento é guiado pelo pragmatismo eleitoral. Alckmin derrete em São Paulo. Segundo o Datafolha, perde para Bolsonaro: 16% a 27%. E Dória não quer correr o risco de ver os eleitores de Bolsonaro migrando maciçamente num eventual segundo turno para a candidatura rival de Paulo Skaf, que disputa com ele o Palácio dos Bandeirantes. Daí o estímulo cada vez menos velado à dobradinha ''Bolsodória''.

NA COLUNA DO FERNANDO GABEIRA (O Globo)
Duelo ao entardecer
Os moderados foram engolidos pela onda. Isso não significa que não terão importância no futuro
Segunda-feira, 24-9-2018
‘Satanás, pegue tudo o que é seu e deixe esta Nação.” Esta frase do Cabo Daciolo diante da fogueira era apenas um lembrete de que estas eleições parecem um sonho dentro de sonhos.
Posso imaginar o Satanás, posso vê-lo retirando seus pertences como um passageiro após a aterrissagem. Não consigo imaginar o que Satanás tem de carregar, esse tudo o que é seu.
Não tenho tempo para divagar sobre isso. Prefiro esperar a saída dele e, ao me dar conta das coisas que estão faltando, possa concluir que foram levadas por Satanás.
Outro dia, algumas pessoas me xingavam na rede. E não eram as mesmas de sempre. Descobri que foi um delírio do Ciro Gomes.
Numa entrevista a um repórter de esquerda, ele confessou que salvou Lula do Mensalão e que para isso falou com várias pessoas. Eu, inclusive. Nunca houve essa conversa. Trabalhava na CPI dos Sanguessugas, que, aliás, foi bastante dura. Ciro contou essa história para impressionar o PT. Já foi punido porque o PT lançou Haddad.
E as pessoas que me xingaram, essas também estão perdoadas porque carregam o fardo cognitivo de acreditar em bravatas de campanha.
Vamos à realidade que também parece um sonho: as pesquisas apontam para um duelo entre dois líderes populares, um na cadeia, outro, no hospital.
Claro que o duelo entre os dois envolve visões diferentes de mundo, conflitantes realidades. Eles apenas encarnam fortes correntes na sociedade
Tanto Lula quanto Bolsonaro, além de suas personalidades, representam também o êxito da comunicação verbal, com seus encantos e defeitos.
São nomes falados em todo o território nacional. Escapam do círculo relativamente pequeno do universo político e se entendem com quem querem se entender.
Às vezes, um milionário, estimulado por marqueteiros, faz uma investida, mas descobre logo que o mar é imenso, quantos não morrem alguns metros além da praia? Ao que tudo indica, os dois personagens encarnam multidões, ávidas por mudanças e pela continuidade.
Depois de anos de dominação da esquerda, a grande interrogação do processo é saber se continua ou dá lugar às forças de oposição que cresceram no combate ao governo petista.
Isso me parece a realidade. Mas, como o processo é imprevisível, o fato de se encarnar em duas pessoas aumenta sua imprevisibilidade.
Tenho a impressão de que essas grandes tendências se movem de uma forma tão autônoma que não vejo espaço para a ação individual detê-la, embora ache que os candidatos devam continuar lutando, os eleitores votando no que acharem o melhor etc.
Mas, por via das dúvidas, creio que o mais prudente é se preparar para uma nova realidade, onde uma dessas forças será a vencedora.
Em termos eleitorais, os moderados foram engolidos pela onda. Isso não significa que não terão importância no futuro. Apesar de tudo, a moderação é a única força capaz de empurrar os vencedores para a ideia de um projeto nacional mais abrangente, superar o clima nostálgico de Guerra Fria que envolve os contendores.
Apesar dos excelentes livros sobre o declínio da democracia, esse enredo foi vivido intensamente no Brasil. O Congresso, de baixo nível, tende a não se renovar. O Supremo se desgastou ao vivo e em cores.
Cabo Daciolo convida para uma luta contra principados e potentados. Adoraria estar junto, mas dificilmente terei tempo na vida real.
O cenário que se desenha não é o melhor para um grande projeto de reconstrução. No entanto, precisamos sair dessa maré. De qualquer forma, a nova conjuntura vai inspirar cuidado. Esta palavra é sempre associada aos mais velhos.
De fato, na juventude, cuidado não era assim tão valorizado. Pura irresponsabilidade? Parcialmente, por acreditar na destruição construtiva, uma vontade de virar a mesa.
Assim como Satanás, segundo o Cabo Daciolo, tem que preparar suas coisas e deixar a Nação, fico me perguntando que coisas tenho de juntar para a fase que se aproxima.
Uma delas, certamente, é saber que, apesar de sua decadência, não podemos passar sem a democracia, que, por sua vez, precisa evoluir.
A realidade está aí. É possível se perguntar onde tudo começou, dizer “bem que avisei”, buscar os culpados. Suspeito que não nos dará tempo para divagações. Em outras palavras: apertar os cintos.

NO O ANTAGONISTA
BOLSONARO 33 X 23 HADDAD
Segunda-feira, 24.09.18 05:30
A primeira pesquisa da semana é do BTG Pactual, realizada entre sábado (22) e domingo (23) pela FSB.
Jair Bolsonaro aparece com 33% dos votos, dez pontos à frente de Fernando Haddad, que subiu 7 pontos em 7 dias.
Os outros candidatos já foram descartados pelo eleitorado: Ciro Gomes (10%), Geraldo Alckmin (8%), Marina Silva (5%), João Amoêdo (3%), Henrique Meirelles (3%).

Bolsonaro 44% X 40% Haddad no segundo turno
24.09.18 06:33
No segundo turno, Jair Bolsonaro ainda está 4 pontos à frente de Fernando Haddad.
Ele tem 44% dos votos contra 40% do poste, de acordo com a pesquisa FSB/BTG.
Fernando Haddad ganha no Nordeste (59% a 31%), entre as mulheres (44% a 38%), entre os eleitores com renda de até um salário mínimo (55% a 26%) e entre aqueles com ensino fundamental (47% a 36%).

Haddad cresce 14 pontos no Nordeste
24.09.18 06:23
O poste cresceu 14 pontos no Nordeste de uma semana para a outra, mostra a pesquisa do BTG Pactual.
Ele tinha 25% dos votos sete dias atrás, agora tem 39%.
Ele roubou um monte de eleitores de Ciro Gomes e, sobretudo, subiu entre os indecisos.

Ciro despenca
24.09.18 06:14
Quem mais perdeu na semana passada foi Ciro Gomes.
De xingamento em xingamento, ele despencou de 14% dos votos para apenas 10%, segundo a pesquisa do BTG Pactual.
Seu papel agora é torpedear Jair Bolsonaro para tentar ganhar uma vaguinha no governo do PT.

Meirelles, o maior doador eleitoral
Domingo, 23.09.18 21:00
Henrique Meirelles é o maior doador pessoa física das eleições presidenciais desde 2002.
O valor de R$ 45 milhões destinado por Meirelles pode ser comparado até mesmo com altas cifras dadas por empresas na campanha de 2014, deixando-o na lista dos 15 maiores doadores.
Questionado sobre o alto valor que injetou em sua própria campanha, o emedebista disse que com o autofinanciamento poderá ser um presidente sem rabo preso com ninguém.

Ciro sobre Haddad: “O Brasil não pode ter um presidente por procuração”
23.09.18 16:22
Com agenda em três estados do Nordeste neste domingo, Ciro Gomes voltou a elogiar Lula e disse, em indireta a Fernando Haddad, que o Brasil “não pode ter um presidente por procuração”.
Ciro também criticou a gestão do poste na prefeitura de São Paulo dizendo que quando o petista tentou se reeleger, foi “rejeitado pela esmagadora maioria das pessoas que votaram nele”.
“Haddad perdeu em todas as urnas de São Paulo, em 100% dos bairros pobres. Isso deveria pôr o brasileiro para pensar um pouco”.

Os planos de Bolsonaro contra o crime
23.09.18 14:54
O general Augusto Heleno está preparando o programa de Jair Bolsonaro para o combate à criminalidade.
O UOL resumiu os pontos principais do plano:
“Na área da Segurança, o grupo traça estratégias para combater a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, armas e madeira. Para o grupo, rastrear o dinheiro movimentado nessas atividades é a melhor forma de combater o crime organizado.
Em paralelo, defendem investir em dois programas das Forças Armadas de monitoramento de fronteiras, o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) do Exército, e o Sisgaaz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), da Marinha, e aumentar os esforços diplomáticos para convencer países vizinhos a reprimir mais o tráfico.
Eles ainda discutem como integrar a troca de informações de inteligência da Polícia Federal com polícias estaduais.
Para a equipe técnica de Bolsonaro, as Forças Armadas terão papel de destaque na Segurança Pública (…).
Também entendem que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica devam continuar a ser usados em operações de Garantia da Lei e da Ordem.”


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