PRIMEIRA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 03-8-2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 03 DE AGOSTO DE 2018
As distribuidoras de combustíveis, cujas margens de lucro crescem desde a greve dos caminhoneiros, agora dão sinais de cartelização. Notas fiscais obtidas pela coluna revelam a prática de preços muito parecidos. A distribuidora Ipiranga cobrou de postos de Brasília, em 27 de julho, R$3,2740 pelo litro de diesel comum, valor apenas dois milésimos de centavo maior que a BR Distribuidora em 1º de agosto: R$3,2742. A diferença mínima pode evidenciar preços combinados.

Fora do cartel, a distribuidora Total, que tem como sócia a Petrochina, cobra 17 centavos menos que a BR e Ipiranga pelo diesel comum.

A estatal BR Distribuidora e a Ipiranga, para além da Raízen/Shell, são investigadas por práticas criminosas contra a livre concorrência.

Além de praticar a mesma margem de lucro abusiva, a BR Distribuidora se beneficia dos subsídio mensal de R$700 milhões do governo.

A coluna pediu explicações à BR para a “coincidência” de preços, mas não houve resposta. E não conseguiu contato com a Ipiranga.

Levantamento com a ferramenta Twitter Audit, que faz uma auditoria no microblog, revela que são falsos (ou “fake”) exatos 20% dos seguidores do perfil oficial no Twitter do ex-presidente preso por corrupção, o @LulaOficial: mais de 68 mil dos 328 mil seguidores do petista. Perde para outra petista Dilma Rousseff, cujo perfil foi “engordado” com 1,8 milhão (30%) de seguidores fajutos no Twitter, do total de 6,02 milhões.

O PT mudou o perfil de Lula no Twitter. Descartou @LulapeloBrasil (lançado 2014) e adotou @LulaOficial.

O líder de pesquisas para presidente, Jair Bolsonaro (PSL) tem ainda mais seguidores falsos no Twitter: 282 mil, 24% do total.

Geraldo Alckmin (PSDB) tem a pior proporção de perfis falsos no Twitter: 36% do total. São 353 mil “seguidores” em 965 mil declarados.

Pagaram mico os “dissidentes” do MDB, que ficaram contra Henrique Meirelles para bajular Lula, o presidiário: não passaram de 62 dos 419 votantes, 14% do total. Viraram “pigmeus”, como definiu Temer.

Agradaram aos meios políticos o discurso e o slogan do ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer: #ChamaOMeirelles. Foi a estreia na campanha do marqueteiro Paulo Vasconcelos, ex-Aécio Neves.

Mais um figurão petista barrado na eleição. Acusado de crime de improbidade, o ex-governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, teve os direitos políticos suspensos e declarado inelegível pela Justiça.

O Ministério Público Federal em São Paulo, que denunciou a máfia da merenda tucana, acusa o ex-prefeito de Guaíra, Sérgio de Mello (PT) e mais seis, por fraudes na merenda das escolas do Município.

Estudo da Cuponation com o Deutsche Bank merece destaque no Dia Internacional da Cerveja, celebrado nesta sexta (3). Mostra que o brasileiro gasta em média 14% do salário consumindo a bebida.

…os recessos do Legislativo e do Judiciário acabaram ontem, mas quase ninguém percebeu.

NO O ANTAGONISTA
Depoimentos de delatores citam caixa dois para Richa
Quinta-feira, 02.08.18 21:30
Dois delatores da Odebrecht disseram à força-tarefa da Lava Jato que pagaram milhões em caixa dois para a campanha de reeleição de Beto Richa ao governo do Paraná, informa o G1-PR.
Segundo os delatores – cujos depoimentos são sigilosos –, o pagamento ao tucano foi feito em troca de favorecimento à empreiteira em uma licitação. Richa nega as acusações.
Luis Antonio Bueno Júnior e Luciano Ribeiro Pizzato foram ouvidos no inquérito que investiga se o ex-governador cometeu crimes na licitação para duplicar a PR-323, conhecida como a “Rodovia da Morte”, entre Maringá e Umuarama.
Eles afirmaram que Deonilson Roldo, então chefe de gabinete de Richa, pediu R$ 4 milhões para a campanha do governador em 2014.
De acordo com os delatores, o tucano, que participava de corridas de Stock Car, era identificado pelo codinome “Piloto” nas planilhas de propina da Odebrecht.

Cármen Lúcia pede que Senado declare perda do mandato de Cassol
02.08.18 21:00
Cármen Lúcia ordenou hoje o início do cumprimento da pena de Ivo Cassol, de prestação de serviços à comunidade, e pediu ao Senado que “declare a perda do mandato eletivo” do parlamentar, informa o G1.
Cassol, do PP de Rondônia, foi condenado pelo STF em 2013 por fraude em licitações quando era prefeito de Rolim de Moura.
A pena, de quatro anos e oito meses de prisão, foi convertida em prestação de serviços à comunidade e multa de R$ 201 mil.
O G1 explica que, apesar de o senador ter sido condenado em 2013, a pena não foi iniciada em razão de diversos recursos pendentes.
Em junho, a PGR pediu a execução imediata da pena, e agora a presidente do Supremo decidiu.

Gleisi tem ‘fala sufocada’ pela militância petista
02.08.18 20:30
Gleisi Hoffmann teve que gritar para se fazer ouvir em Curitiba diante de militantes petistas contrários a rifar a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco, registra a Folha.
Enquanto a presidente do PT tentava conversar com jornalistas, apoiadores de Marília gritavam, acompanhados por bateria: “Em Pernambuco eu boto fé, ele vai ser governado por mulher”.
Os manifestantes, que disseram ter viajado cinco dias em dois ônibus para chegar à capital paranaense, levavam cartazes com os dizeres “Não apoiamos golpistas, a militância é Marília Arraes PT”.
Por ordem de Lula, o PT nacional determinou que o partido em Pernambuco apoie a reeleição de Paulo Câmara, em favor da aliança com o PSB.
Gleisi tentou justificar o dedaço do presidiário: “Não vamos enfrentar os retrocessos se a gente não tiver uma articulação de centro-esquerda. O PT sozinho não consegue isso”.
“Claro que é ruim para a gente, do ponto de vista regional de Pernambuco, abrir mão de uma candidatura como a de Marília, mas temos um projeto nacional”, acrescentou.

Ministro do TSE aprova serviços do próprio escritório ao DEM
02.08.18 20:15
Admar Gonzaga, do TSE, votou pela aprovação das contas de um partido, o DEM, que continham despesas do seu próprio escritório de advocacia, informa Mateus Coutinho em O Globo.
O julgamento ocorreu em abril do ano passado, logo que Admar assumiu a titularidade no Tribunal. A relatora do caso, Rosa Weber, havia votado pela rejeição das contas da legenda referentes a 2011.
O ministro apresentou voto recomendando a aprovação com ressalvas e, na época, não se considerou impedido de participar do julgamento.
O impedimento só ocorreu depois que o Ministério Público Eleitoral apontou a ligação de Admar com o escritório que defendia o DEM e cujas notas fiscais estavam no processo analisado pelo TSE.

Exclusivo: PSDB no Ceará pede investigação da PF e anulação de candidatura de Eunício
02.08.18 19:30
Por Claudio Dantas
O PSDB do Ceará protocolou há pouco no TSE uma representação contra o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e a empresa IFT.com Editoração Eletrônica, alegando fraude em pesquisa eleitoral.
Na peça, obtida por O Antagonista, o advogado Maia Filho pede a anulação do registro da candidatura de reeleição de Eunício ao Senado, além da abertura de inquérito na Polícia Federal.
A pesquisa foi feita por empresa da cunhada de Eunício Oliveira e apresentou diversos problemas, segundo o advogado.
Nela, o nome do candidato do PSDB General Teóphilo aparece como ‘Guilherme’ Teóphilo, o que dificultaria sua identificação pelo eleitorado.
A sondagem também exclui o nome de Henrique Meirelles da disputa presidencial e colocou Eunício como primeira ou segunda opção para o Senado.
Confira a íntegra da representação AQUI.

Ciro se queixa de manobra ‘golpista’ do PT
02.08.18 18:07
Num evento com auditores fiscais, Ciro Gomes chamou de “golpista” a decisão do PT de se aliar com o PSB – que o prejudica diretamente – e descartou ser vice em uma eventual chapa petista, informa a Folha.
“O que essa moça Marília Arraes tem a ver comigo? Ela merecia pagar esse preço? Será que o povo de Pernambuco vai engolir com casca e tudo essa providência golpista?”, disse Ciro, referindo-se à candidata rifada pelo PT naquele Estado, em favor de Paulo Câmara.
“Ninguém pode falar em golpe e praticar um golpe. Como se sacrifica um homem como Márcio Lacerda?”, continuou, mencionando o ex-prefeito de Belo Horizonte que o PSB rifou pelo apoio ao petista Fernando Pimentel.
Ciro, pelo visto, esperava outra coisa de Lula que não fosse levar bola nas costas.

Candidato inelegível pode prejudicar democracia, diz Dodge
02.08.18 17:07
Raquel Dodge afirmou que a participação de candidatos inelegíveis numa disputa eleitoral pode levar à convocação de eleições suplementares, com “custos econômicos, políticos e de confiança nas instituições e na democracia”, informa O Globo.
A PGR, que também é procuradora-geral eleitoral, disse ainda que não há “boa-fé objetiva” quando a lei veda a políticos fichas-sujas a possibilidade de obtenção de registro de candidatura.
As afirmações de Dodge, relata o jornal carioca, estão expressas na instrução normativa número 2 da Procuradoria-Geral Eleitoral.
Não citam expressamente o hóspede ilustre da PF em Curitiba. Nem é necessário.

Fachin envia à 1ª instância inquérito sobre Lindinho
02.08.18 16:39
Edson Fachin decidiu enviar para a primeira instância do Rio de Janeiro um inquérito que investiga Lindbergh Farias com base na delação da Odebrecht, informa o G1.
A decisão segue o entendimento recente do STF, que restringiu o foro privilegiado a casos envolvendo crimes cometidos durante o mandato e em razão do cargo ocupado.
O inquérito apura caixa dois para a campanha do senador petista nos anos de 2008 e 2010. As investigações se referem ao período em que ele era prefeito de Nova Iguaçu.
Os repasses, de R$ 2 milhões e de R$ 2,5 milhões, teriam sido feitos pela Odebrecht em troca de facilidades em contratos administrativos do programa Pró-Moradia. Lindinho nega.

NO BLOG DO JOSIAS
Alckmin concede ao Centrão um habeas poesia
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 03/08/2018 04:50
Depois que o Centrão colocou suas nuvens sobre a campanha de Geraldo Alckmin, alguma coisa subiu à cabeça do presidenciável tucano. Na noite desta quinta-feira, espremido por perguntas sobre a radioatividade que o grupo transmite, Alckmin concedeu aos aliados tóxicos um habeas poesia. Disse que nenhum time tem “só gente boa” ou só “gente ruim”. Rodeado de valdemares e outros azares, o candidato evocou o príncipe dos poetas brasileiros. “É de Olavo Bilac: há no interior de cada homem e de cada mulher um deus que chora e um demônio que ruge”.
O poema que inspirou Alckmin durante sabatina na Globonews chama-se “Não és Bom, nem és Mau”. Nele, Bilac discorre sobre a alma humana, “capaz de horrores e ações sublimes.” Leia abaixo:
Não és bom, nem és mau: és triste e humano…
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se a arder no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal padeces;
E rolando num vórtice insano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas com as virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.
O Centrão não se afeiçoa muito a poesias, disse um dos entrevistadores, tentando trazer os pés de Alckmin para o chão enlameado de sua coligação. E o candidato: “Queremos ter maioria para trabalhar. Do contrário, não acreditamos na democracia.” Retomando o timbre lúdico, Alckmin afirmou que “o Brasil está com muito ódio, muito nós contra eles.” Para avançar, disse o tucano, “precisamos nos unir.”
União com criminosos?, indagou outro jornalista. “Nós fazemos alianças com partidos políticos”, desconversou Alckmin. “Não tem democracia sem partidos políticos.” Súbito, a repórter que mediava a sabatina anunciou a exibição de uma cena gravada na convenção em que o PTB formalizara dias antes seu apoio a Alckmin. No vídeo, o tucano transborda em elogios ao presidente da legenda, um ex-presidiário do Mensalão.
“Conheço o Roberto Jefferson há 30 anos, fomos constituintes juntos'', declarou Alckmin. ''Ele é um homem de coragem. Aliás, teve um papel importante, colocando o dedo na ferida, mostrando os problemas do PT.” O candidato referia-se ao escândalo do Mensalão. Em verdade, Jefferson implodiu o esquema não por coragem, mas por vingança.
Sob Lula, um apadrinhado do PTB foi pilhado plantando bananeira dentro do cofre dos Correios. O esquema ganhou as manchetes. E Jefferson enxergou no noticiário as digitais do grão-petista José Dirceu, então chefe da Casa Civil. Defendeu-se atacando. Levou os lábios ao trombone numa célebre entrevista à repórter Renata Lo Prete. Jefferson confessaria que ele próprio recebeu um mimo de mais de R$ 4 milhões. Disse que a verba foi rateada com correligionários. Mas sonegou os nomes dos beneficiários.
Sob Michel Temer, o PTB foi brindado com o controle do Ministério do Trabalho. Deitou e rolou. Hoje, Jefferson, sua filha Cristiane Brasil e prepostos enfiados pela dupla no organograma da pasta são protagonistas de um inquérito da Polícia Federal sobre a venda ilegal de registros de sindicatos na pasta do Trabalho.
Na sabatina desta quinta, além de conceder uma biografia nova a Jefferson, Alckmin torturou a História ao vincular o trabalhismo de resultado$ do seu aliado ao trabalhismo nascido sob Vargas: “O PTB é um partido que tem história, desde Getúlio Vargas. É um partido importante na industrialização do Brasil, reformas de base. […] É um partido das reformas, da mudança, compromissado com o trabalhador, com a trabalhadora, com a retomada do crescimento do Brasil.”
Os primeiros 50 minutos da sabatina foram mais constrangedores pelas perguntas que Alckmin teve de ouvir do que pelas respostas que não conseguiu dar. Afora os escândalos alheios, o candidato foi submetido a questionamentos sobre malfeitorias que explodiram ao seu redor e no quintal do tucanato federal: a verba que migrou do departamento de propinas da Odebrecht para a caixa da campanha do entrevistado, os milhões enviados clandestinamente para o estrangeiro pelo operador tucano Paulo Preto, o superfaturamento no Rodoanel, o derretimento moral de Aécio Neves…
Alckmin declarou que não tem apenas a ficha limpa, mas uma “vida limpa”. A certa altura, perguntou-se ao candidato: Vale a pena participar da política? E ele: “Um dia desses, um colega meu, governador, falou: ‘olha, não vou ser candidato, porque a política no Brasil está totalmente criminalizada. Infelizmente, o resultado disso não vai ser bom, porque vai afastar as melhores pessoas da vida pública. Não é adequado, não é correto. E há um intuito de jogar todo mundo na vala comum. Não é tudo igual.”
A banda podre da política, de fato, foi criminalizada. O que o presidenciável tucano finge não ter notado é que a PF, a Procuradoria e a Justiça estão enviando para trás das grades corruptos que se meteram em transações políticas que visavam assaltar cofres públicos. Ou seja, a política foi criminalizada pelos criminosos. Sabe-se que há políticos piores e melhores. Contudo, ficou mais difícil discernir uns dos outros. E os gatunos ficam ainda mais pardos quando diferentes presidenciáveis disputam o apoio de partidos financiados pelo déficit público.
Definitivamente, alguma coisa subiu à cabeça de Alckmin depois que o Centrão encostou seu lixão na candidatura do tucano. Considerando-se as explicações que o entrevistado não conseguiu fornecer, sua hipotética Presidência se liquefaz antes mesmo de virar algo sólido. O candidato enganou-se de poeta. Os versos que mais se encaixam à aliança de Alckmin com o Centrão não são os de Bilac, mas os de Antônio Carlos de Brito, o Cacaso. Em “Jogos Florais”, ele anotou:
Minha terra tem palmeiras onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil ficou moderno o milagre: a água já não vira vinho, vira direto vinagre.

Eleitor não distingue informação de empulhação
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 02/08/2018 21:21
Cruzando dados de uma pesquisa feita pelo Ibope, a Confederação Nacional da Indústria produziu um levantamento sobre os anseios do eleitor. Revelaram-se, por exemplo, as características que o brasileiro considera relevantes num candidato: ser honesto e não mentir em campanha (87%); nunca ter se envolvido em casos de corrupção (84%); e transmitir confiança (82%). Se o eleitor realmente seguisse os critérios que diz valorizar, haveria um massacre nas urnas de 2018.
Às vésperas do fim do prazo das convenções partidárias, no domingo, o quadro de candidatos está definido. Há nele uma particularidade: Bolsonaro, Marina e Ciro, mais bem postos nas pesquisas que excluem Lula, dispõem de um tempo miúdo de propaganda. Alckmin, a bordo de um conglomerado partidário estrelado pelo Centrão, tentará superar seu nanismo de votos ocupando 40% do horário eleitoral.
Vai começar a guerra da propaganda. Quem tem estrutura vai ao ar na TV. Quem não tem, tentará guerrear com o arsenal da Internet. O estudo Ibope-CNI ajuda a entender porque mais de um terço dos brasileiros ainda não tem candidato. Mas também expõe um paradoxo: embora a eleitor valorize honestidade e verdade, estão no topo das pesquisas um corrupto preso e um populista que vende a ilusão de que a distribuição de armas produzirá segurança pública. Em plena Idade Mídia, parte do eleitorado ainda não distingue informação de empulhação.

Aversão do Centrão é maior ativo de Ana Amélia
Por Josias de Souza
02/08/2018 21:01
Eis a principal qualidade política de Ana Amélia, a candidata a vice de Geraldo Alckmin: filiada ao Partido Progressista, seus correligionários não são o problema, a senadora é que se tornou o problema deles. A biografia de Ana Amélia não contém menções na Lava Jato. Numa legenda que frequenta o topo do ranking do Petrolão, a senadora garante, por contraste, uma imagem isenta de impurezas.
Jornalista de formação, Ana Amélia é liberal na economia, conservadora nos costumes e agressiva no trato com o petismo. Nas sessões do Senado, costuma ficar do lado da higidez fiscal e da moralidade. Do ponto de vista ideológico, não adianta empurrar para a esquerda, que ela não vai. Tocava no Rio Grande do Sul uma candidatura altamente competitiva à reeleição.
Quando lhe perguntam por que não abandona o PP, Ana Amélia costuma dizer três coisas: 1) Não tem compromisso com o erro; 2) O diretório gaúcho do partido não se confunde com sua direção nacional; 3) O eleitor do Rio Grande do Sul não gosta de político que troca de partido.
Na lista de opções de vice elaborada pelo senador Ciro Nogueira, presidente do PP, e pelos demais caciques do Centrão, Ana Amélia ocupava um lado de destaque. O lado de fora. A aversão do Centrão é o maior ativo político da senadora. De quebra, Ana Amélia pode devolver ao cesto do tucanato parte dos votos que o presidenciável do Podemos, o ex-tucano Álvaro Dias, subtraiu do PSDB na região Sul.

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