PRIMEIRA EDIÇÃO DE SÁBADO, 16-6-2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 16 DE JUNHO DE 2018
Por trás da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), proibindo em definitivo a condução coercitiva para depoimento, está uma discussão acadêmica: as investigações no Brasil são muito dependentes da chamada “oralidade”, isto é, de depoimentos. Essa dependência, reveladora do atraso dos inquéritos brasileiros, vai contra as melhores técnicas adotadas em todo o mundo para a produção de provas.

O Brasil já foi o País do grampo e o reino das delações. É a “oralidade” que importa. Daí as conduções coercitivas terem sido “turbinadas”.

Mesmo sem previsão legal, as conduções coercitivas cresceram 304% entre 2013 e 2014. De 564 foram a 2.278, mas só 3,3% da Lava Jato.

O STF também levou em conta, na decisão, que poucas conduções coercitivas na Lava Jato foram essenciais às condenações.

Se ninguém é obrigado a prestar depoimento, indagou o ministro Marco Aurélio, então como pode ser conduzido coercitivamente para depor?

Os produtores de etanol acompanham, apreensivos, o “grupo de trabalho” criado pela Agencia Nacional do Petróleo (ANP) com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), para “estudar a viabilidade de mudanças no mercado de combustíveis”. A ANP quer apenas convencer o Cade a manter o cartório que beneficia os distribuidores de combustíveis, que têm grande influência na agência. O “grupo” da ANP não inclui representantes dos produtores.

Resolução da ANP (43/2009) obriga os produtores a venderem o etanol só a distribuidores, que atuam como atravessadores e dobram o preço.

ANP tenta fazer o Cade desistir da recomendação de liberar a venda direta do etanol do produtor aos postos. Os distribuidores não querem.

As distribuidoras de combustíveis são contra a venda direta aos postos porque “aumentaria o custo”. Lorota. A medida reduziria seus lucros.

Pedro Parente deixou a Petrobras pelo grupo BRF, como esta coluna antecipou que o faria. Mas certamente não vai dolarizar os preços dos frangos da Sadia e da Perdigão. Iniciativa privada não tolera desaforos.

O programa Globo Repórter descobriu que é absoluta a sensação de segurança de quem vive em Atibaia (SP). Faltou lembrar que o único ladrão das redondezas cumpre pena em cadeia ilustre de Curitiba.

A pesquisa XP/Ipespe lista os campeões de rejeição: Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), com índice de 60%. Marina Silva (Rede) tem 57%, assim como Fernando Haddad (PT). Ciro Gomes (PDT) tem 56%.

Petistas que não fingem acreditar na “candidatura” Lula a presidente, defendem “chapa pura” com Fernando Haddad (SP) ou Jaques Wagner (BA) à frente. Afinal, precisam atualizar o tamanho que resta ao PT.

NO BLOG DO JOSIAS
Temer agora mistura bola com faixa presidencial
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 15/06/2018 19:31
Embora se declare torcedor do São Paulo, Michel Temer não é um entusiasta do futebol. Se frequentasse estádios, talvez repetisse uma dúvida da grã-fina do cronista Nelson Rodrigues: “Quem é a bola?”. Mesmo assim, Temer enxergou na Copa do Mundo uma oportunidade para atenuar sua impopularidade de 82%.
O presidente pendurou um vídeo nas redes sociais. Nele, estabeleceu com a arquibancada uma conexão inexistente. ''A partir de agora, desaparecem todas as diferenças, prevalece nossa alma verde e amarela”, disse ele. “Todos nós estaremos juntos na mesma torcida, na mesma fé, na vitória de nosso país. É hora de todos nos somarmos aos 11 que estarão no gramado''.
Como se fosse pouco, Temer tentou atenuar a ruindade do seu governo exaltando a excelência do time de Tite: ''É hora de acreditar na força da camisa verde e amarela, no talento de nossos jogadores, na tradição da única seleção, convenhamos, pentacampeã do mundo. O Brasil sempre é favorito. Os jogadores unidos formam um time fortíssimo.''
O truque de misturar bola com faixa presidencial é velho. Nasceu com os generais da ditadura. Os passos seguintes já estão esboçados. Vencida a Copa, Temer convidará os campeões ao Planalto, para fazer desajeitadas embaixadinhas ao lado de um constrangido Neymar.
Em 2014, a Copa das Copas começou com uma vaia para a então presidente Dilma Rousseff na partida inaugural, no Itaquerão. E terminou com o fiasco dos 7 a 1 na partida contra a Alemanha. Para sorte de Temer, a nova competição ocorre na Rússia. A televisão lhe serve de escudo contra as vaias.
Com seu vídeo, porém, Temer abusa da sorte. Ele cutuca a torcida com o pé, para ver se ela morde. Se fosse possível, os 13 milhões de brasileiros que estão no olho da rua se juntariam num estádio para endereçar um coro a Temer: “Me inclua fora dessa.”
Supondo-se que cada desempregado integre uma família de quatro membros, pelo menos 52 milhões de pessoas ouvirão uma voz vindo do fundo da consciência para avisar na hora que forem assistir ao vídeo de Temer: “Farsante!”
Além de flertar com o ridículo, a mensagem de Michel Temer deixa o brasileiro em posição desconfortável. No próximo domingo, muitos talvez se sintam culpados ao torcer para a seleção, imaginando que podem estar servindo aos interesses de Temer. Outros talvez façam questão de berrar “fora, Temer” depois de comemorar cada gol, para não ficar mal com os vizinhos.
A menos de seis meses do dia em que será enviado de volta para casa, Temer já não reúne condições de restaurar sua imagem. Faria um favor inestimável à coletividade se tomasse chá de sumiço durante a Copa, deixando a torcida torcer em paz.

NO O ANTAGONISTA
Mercado especula sobre pedido de liberdade de Lula
Brasil 16.06.18 06:53
A decisão de Edson Fachin de levar a julgamento em 26 de junho novo pedido de liberdade de Lula “alvoroçou empresas com peso no mercado”, publica o Painel da Folha.
Instituições financeiras começaram a especular sobre as possibilidades de o presidiário sair da cadeira.
A maioria dos ministros da Segunda Turma, que vai julgar o recurso, é contra a prisão em segunda instância.

Bretas recebe denúncia da ‘Operação Câmbio, Desligo’
Brasil Sexta-feira, 15.06.18 21:39
O juiz Marcelo Bretas aceitou a denúncia do MPF contra Sérgio Cabral, Dario Messer e outras 60 pessoas no âmbito da Operação Câmbio, Desligo.
Bretas fatiou a denúncia em três partes: uma com os 14 foragidos, outra com os cinco réus que estão no exterior e uma terceira com os que estão no Brasil.
Eles responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de dividas e organização criminosa.
O MPF acusa Messer de chefiar a maior rede de doleiros do país, esquema que movimento US$ 1,6 bilhão em mais de 3 mil offshores.
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