PRIMEIRA EDIÇÃO DE 27-4-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2018
Além de atingir Lula, o acordo de delação de Antônio Palocci vai “colocar na roda” a ex-presidente Dilma Rousseff, a quem o ex-ministro petista já acusou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, de compactuar com os esquemas de corrupção do seu governo. Palocci deve detalhar, por exemplo, a reunião entre Lula, Dilma e Emílio Odebrecht, no fim de 2010, para acertar os detalhes do esquema de propina a empreiteira e do direcionamento de grandes licitações em favor da empreiteira.

A reunião com Dilma, citada antes por Palocci, serviu para esclarecer dúvidas sobre a “conta corrente” de R$300 milhões para o PT.

Palocci promete contar como Dilma agiu para manipular a licitação do Galeão para a Odebrecht, com cláusulas de exclusão dos rivais.

Palocci já falou sobre como a aquisição de sondas pela Petrobras para explorar o pré-sal serviu para financiar a campanha de Dilma, em 2010.

Além de coordenador da campanha, Palocci foi ministro da Casa Civil de Dilma e atuava direto com a Odebrecht, que o apelidou de “Itália”.

Intimada a apresentar à Justiça Federal a íntegra do contrato com a empresa norte-americana Viasat Inc, para exploração do satélite de comunicação no qual o Brasil investiu R$ 2,8 bilhões, a estatal Telebras entregou o documento de 132 páginas inutilizado por tarjas pretas que suprimem e escondem dados essenciais, como valores e percentuais. As empresas que obtiveram a suspensão do contrato avaliam pedir a prisão da direção da Telebras por desrespeito a ordem judicial.

A censura no contrato da Telebras com a americana Viasat encobriu o que havia de relevante. À mostra, apenas generalidades.

O contrato que a Telebras tenta esconder deu à empresa americana a exploração do satélite com dados do Governo e das Forças Armadas.

Decisão judicial suspendendo o contrato foi mantida em outras quatro instâncias. Agora está nas mãos da ministra Cármen Lúcia, do STF.

Licitação milionária para assessoria de imprensa do Governo do Estado do Rio foi declarada “deserta”: nenhuma agência fez proposta com medo do calote. Sinal da desconfiança que ronda o governo carioca.

Corrupção pode, mas atrasar salários e penduricalhos, nem pensar. Desde a posse, o governador Fernando Pimentel (PT-MG) sobrevive à Operação Acrônimo, com ajuda da Assembleia. Mas foi só mexer no bolso da rapaziada para o processo de impeachment ser instalado.

Pouco mais de um mês depois da sua posse, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, visita o Brasil nesta sexta, dia 27 de abril de 2018. Será visita de Estado, com pompa e circunstância.

Em nome do PSB, os advogados Cláudio Pereira de Souza Neto, Beatriz de Sena, Ademar Borges e Ana Beatriz Robalinho Cavalcanti, de Brasília, alegam no STF a inconstitucionalidade da desestatização da Eletrobras sem a prévia autorização do Congresso.

O deputado Wadih Damous (PT) tenta convencer o criminalista Alberto Toron a disputar a presidência nacional da OAB contra Felipe Santa Cruz, rival na OAB-RJ. Ele diz representar um grupo de advogados.

O jornalista Marcos Damiani conclui a biografia do deputado Paulinho (SP), fundador da central Força Sindical e presidente do partido Solidariedade. Paulinho contou ao autor muitos fatos inéditos, como quando rompeu com a então presidente Dilma, mandando-a às favas.

O Código de Trânsito Brasileiro recebe uma interpretação exótica no Detran-DF: dinheiro das multas é usado para milionárias “licenças prêmio” e bancar um tal “fundo de formação de patrimônio do servidor”.

Quase duzentas pessoas festejavam aniversário de bandidos, no Rio, aí chegou a Polícia e prendeu todo mundo. Depois viraram coitadinhos inocentes, clamando por “justiça”. Pior: muitos acreditam nessa lorota.

... foi difícil achar trabalho na Câmara dos Deputados na quinta-feira véspera da véspera de feriado.

NO DIÁRIO DO PODER
SÍTIO DE ATIBAIA
AÇÃO CONTRA LULA TEM OUTRAS PROVAS E FICA EM CURITIBA, DIZ MORO
JUIZ DECIDE JULGAR AÇÃO SOBRE ATIBAIA: PROVAS SÃO ABUNDANTES
Publicado quinta-feira, 26 de abril de 2018 às 15:44 - Atualizado às 16:11
Da Redação
Em despacho expedido hoje (26), o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, disse que a ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber vantagens indevidas por meio da reforma de um sítio em Atibaia (SP) tem mais provas, além das delações de executivos da Odebrecht. O caso permanece, por ora, em Curitiba, decidiu o magistrado. Apenas os depoimentos de diretores da Odebrecht foram retirados do processo, onde há outras provas abundantes sobre o sítio de Luia.
“Oportuno lembrar que a presente investigação penal iniciou-se muito antes da disponibilização a este Juízo dos termos de depoimentos dos executivos da Odebrecht em acordos de colaboração, que ela tem por base outras provas além dos referidos depoimentos”, escreveu Moro no despacho, com o qual negou pedido da defesa para que o caso fosse remetido à Justiça Federal em São Paulo ou em Brasília.
O pedido da defesa foi feito após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado, na última terça-feira (24), o envio de acusações feitas por executivos da Odebrecht contra Lula, que estavam sob responsabilidade de Moro, para a Justiça Federal em São Paulo, onde os supostos crimes teriam ocorrido.
Em decorrência da decisão, os advogados de Lula entraram com uma petição para que não só as delações como também todo o processo fosse remetido à Justiça em SP ou em Brasília, onde Lula exerceu a Presidência da República à época dos fatos. Isso porque o ex-presidente não poderia ser julgado em duas jurisdições pelo mesmo caso, que não teria relação com desvios na Petrobras, afastando-se assim a competência de Moro, alegou a defesa.
No mesmo dia, o Ministério Público Federal (MPF) manifestou-se no processo, afirmando que a decisão do STF tem caráter “superficial”, não afetando a competência de Moro para julgar tanto o caso do sitio em Atibaia como um outro, no qual o ex-presidente é acusado de receber propina por meio da compra de uma nova sede para o Instituto Lula.
Para Moro, há “precipitação” de ambas as partes, pois a decisão do STF sequer foi publicada. “É certo que a decisão deverá ser considerada para a avaliação da competência deste Juízo para a presente ação penal, mas isso não é algo automático”, afirmou o juiz. Ele acrescentou que a questão da competência, de fato, pode ter sido afetada, mas será julgada no momento adequado em outro tipo de processo, já aberto pela defesa, chamado exceção de competência.
As ações sobre o sitio em Atibaia e a sede do Instituto Lula, em São Paulo, tramitam em separado da ação sobre o triplex no Guarujá (SP), em decorrência da qual Lula foi preso no último dia 7.

IMPEACHMENT ACEITO
ASSEMBLEIA DE MINAS ACEITA IMPEACHMENT DO GOVERNADOR FERNANDO PIMENTEL
PEDIDO LISTA 'CALOTES' DE PIMENTEL JUNTO A PREFEITURAS E À ALMG
Publicado quinta-feira, 26 de abril de 2018 às 15:31
Por André Brito
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aceitou o pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) na sessão desta quinta (26).
De acordo com a denúncia, um 'calote' de R$ 300 milhões junto ao Legislativo levou ao atraso de salários de servidores, fornecedores e dos próprios deputados estaduais. Além de não repassar os recursos ao Legislativo, a denúncia elenca diversas falhas do mesmo tipo junto a várias prefeituras mineiras.
A ALMG também determinou a criação de uma comissão específica para tratar sobre o pedido de impeachment com indicações de deputados por líderes dos partidos e blocos parlamentares.
“Já faz alguns meses que o governador Pimentel está atrasando os recursos financeiros destinados ao pagamento dos duodécimos dos servidores públicos do Estado. O governo está atrasando os recursos do Legislativo, já atrasou os dos servidores do Judiciário e, todas as vezes que ele faz isso, fere a Constituição Federal”, considera Mariel Marra, advogado autor do pedido de impeachment.

LAVA JATO
AÉCIO NEVES DEPÕE NA POLÍCIA FEDERAL SOBRE PROPINA DA ODEBRECHT
DEFESA DO TUCANO AFIRMA QUE ELE PRESTOU TODOS OS ESCLARECIMENTOS
Publicado quinta-feira, 26 de abril de 2018 às 20:03 - Atualizado às 20:04
Da Redação
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) prestou depoimento nesta quinta-feira (26) na sede da Polícia Federal, em Brasília, após ter sido intimado no inquérito em que é investigado pelo suposto recebimento de propina da construtora Odebrecht.
As investigações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a abertura de 76 inquéritos no ano passado pelo ministro Edson Fachin, com base nos depoimentos de colaboração premiada de ex-executivos da empresa. Fachin é o relator dos processos da Operação Lava Jato no STF.
De acordo com a defesa do parlamentar, "todos os esclarecimentos" solicitados pelos policiais foram prestados por Aécio. Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron disse que os "próprios delatores" afirmaram nos depoimentos que as contribuições financeiras feitas pela Odebrecht às campanhas do PSDB "nunca estiveram vinculadas a qualquer contrapartida".
"Por se tratar de empreendimento conduzido pelo governo federal à época, ao qual o senador e seu partido faziam oposição, não há nada que o vincule às investigações em andamento", afirmou a defesa.
Em depoimentos de delação premiada, o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht e outros executivos do grupo disseram que o senador recebeu propina para atuar favoravelmente aos interesses da empresa (LINK). O objetivo, segundo os delatores, seria obter apoio parlamentar para a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia.(ABr)

IRREGULARIDADES EM 2012
PT, DEM, PTDOB E PCO TÊM DE DEVOLVER R$ 2,5 MILHÕES, DECIDE TSE
PARTIDO DE LULA RECEBEU A PUNIÇÃO DE MAIOR VALOR: R$ 1,5 MILHÃO
Publicado quinta-feira, 26 de abril de 2018 às 16:08
Da Redação
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (26) que quatro partidos – PT, DEM, PCO e PTdoB – terão de devolver mais de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos por irregularidades encontradas na prestação de contas referente ao ano de 2012.
Apesar de ter recebido a punição de maior valor, R$ 1,5 milhão, o PT foi o único dos quatro partidos que teve as contas de 2012 aprovadas, embora com ressalvas. Além da cota já prevista para 2019, o PT foi condenado a aplicar, R$ 2,3 milhões, acrescidos de uma multa de 2,5%, em ações de promoção à participação de mulheres na política.
Entre as principais irregularidades apontadas nas contas do PT, está o repasse, pelo diretório nacional, de mais de R$ 1,3 milhão a diretórios regionais que, em 2012, estavam com as contas em situação irregular com a Justiça Eleitoral. Também não foram comprovadas despesas menores, como com serviços de bufê, por exemplo.
No caso do DEM, as contas foram desaprovadas parcialmente. O partido terá de devolver cerca de R$ 1 milhão ao Erário, além de ser obrigado a investir R$ 1,1 milhão, mais multa de 2,5%, na participação de mulheres. Com a desaprovação, o DEM também perderá, no ano que vem, o equivalente a um mês de repasse do fundo partidário. Entre as irregularidades, está a contratação de empresas de contabilidade de parentes de dirigentes.
A relatora das contas do DEM, ministra Rosa Weber, destacou que o partido é reincidente em não cumprir com as cotas de participação feminina. “No Brasil, as leis não são cumpridas, e isso é lamentável. É o terceiro ano em que o Tribunal se debruça sobre essas contas, e não houve esse incentivo”, disse a ministra em referência à prestação de contas do DEM.
Também tiveram as contas desaprovadas o PCO (Partido da Causa Operária) e o PTdoB, que hoje se chama Avante. Eles terão de devolver aos cofres públicos R$ 29,8 mil e R$ 137 mil, respectivamente. Ambos também perderam um mês da cota partidária em 2019. (ABr)

NO BLOG DO JOSIAS
Inquérito e candidatura de Temer andam juntos
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 27/04/2018 02:26
Em ofício endereçado ao ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, a Polícia Federal pediu mais dois meses para concluir o inquérito sobre portos. Envolve Michel Temer, seus amigos, familiares e empresários do setor portuário. Relator do caso, Barroso requisitou a manifestação da procuradora-geral da República Raquel Dodge. Se o pedido for atendido, a investigação caminhará junto com o calendário da hipotética candidatura de Temer, pois o presidente informou aos seus aliados que decidirá apenas em meados de junho se disputará ou não a reeleição.
Até correligionários de Temer consideram sua candidatura improvável. Contudo, alheio à tese segundo a qual quem escolhe o momento exato economiza muito tempo, o presidente protela sua saída de cena. Com isso, arrisca-se a ser empurrado para fora do palco por uma eventual terceira denúncia criminal. Os investigadores pedem mais tempo para aprofundar a análise dos dados colecionados em batidas de busca e apreensão nas casas e escritórios dos investigados e na quebra dos sigilos bancários, inclusive o de Temer.
A investigação inclui uma transação imobiliária feita entre a primeira-dama Marcela Temer e José Yunes, ex-assessor da Presidência e amigo de Temer desde os tempos de faculdade. Vareja-se também uma reforma na casa de Maristela Temer, filha do presidente — coisa tocada com dinheiro vivo pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel aposentado da PM paulista, João Baptista Lima, uma espécie de ‘faz-tudo’ de Temer.
A julgar pelas apreensões de seus correligionários, Temer parece viver um paradoxo. Seus amigos mais antigos avaliam que sua candidatura não tem futuro. Mas o presidente se comporta como se não tivesse um passado. A História ensina que, em política, quem tem muitos calos não deve se meter em apertos.

Você pagará calote de Venezuela e Moçambique
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 26/04/2018 20:16
Termina na próxima segunda-feira, 30 de abril, o prazo para a entrega das declarações de Imposto de Renda. Em 2 de maio, apenas dois dias depois do acerto de contas do brasileiro com a Receita Federal, o Congresso votará, a pedido de Michel Temer, a inclusão no Orçamento da União de uma despesa extra de R$ 1,3 bilhão. O governo informa que esse dinheiro, extraído do suor do seu rosto, será usado para cobrir um calote da Venezuela e de Moçambique, que deixaram de pagar empréstimos tomados no bom e velho BNDES e no Credit Suisse. Repetindo: você vai pagar pelo calote alheio.
Temer fez um apelo aos líderes do seu condomínio partidário. Encareceu a todos que se empenhem para aprovar o gasto extraordinário. Se o governo não cobrir o buraco da Venezuela e de Moçambique até 8 de maio, o Brasil será considerado pelo sistema financeiro internacional como um país caloteiro. Você pode perguntar: de onde estão tirando esse dinheiro? O governo não informa. Pague o seu Imposto de Renda, engula mais essa e vê se não chateia.
Na origem do calote estão empréstimos concedidos pelo BNDES a países companheiros nos governos do PT. O dinheiro bancou obras tocadas por empresas brasileiras, sobretudo a Odebrecht. Num discurso feito em maio de 2015, Lula chamou os críticos desse tipo de operação de “conservadores”, representantes do “atraso político”. Agora se verifica que, das várias maneiras para se atingir o desastre, a ideologia é a mais eficaz. Gastam a verba pública no estrangeiro como se fosse dinheiro grátis. E endividam o Tesouro Nacional até a raiz do seu cabelo, caro contribuinte.

Dilma diz que Palocci mentiu em delação à PF
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 26/04/2018 19:14
Surpreendida pela notícia de que seu ex-ministro Antonio Palocci fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, Dilma Rousseff apressou-se em divulgar uma nota. Nela, acusa o ex-companheiro de produzir “peças de ficção” para “agradar aos investigadores” e obter a liberdade.
Os depoimentos de Palocci ainda estão sob sigilo. Mas Dilma supõe que ele tenha repetido coisas que disse a Sérgio Moro em setembro do ano passado. O novo delator contou ao juiz da Lava Jato que participou de reunião em 2010, no Palácio da Alvorada, para discutir o financiamento de campanha da então candidata Dilma.
Estavam presentes, segundo Palocci, a própria Dilma, o então presidente Lula e o petista Sérgio Gabrielli, que comandava a Petrobras. A conversa girou ao redor da obtenção de propinas para abastecer as arcas da campanha. ''Essa reunião nunca existiu'', sustenta Dilma.
Além de atacar Palocci, Dilma esculhambou os investigadores. Acusou-os de usar métodos análogos aos adotados na época da ditadura. ''A submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões'', diz a nota.
A comparação é tosca. Palocci já foi condenado por corrupção na primeira instância. Está preso há um ano e meio. O plenário do Supremo avalizou a detenção na semana passada. O personagem tornou-se delator por vontade própria. Presta depoimentos na companhia dos seus advogados. Torturada na época da ditadura, Dilma conhece a diferença. Finge-se de boba por conveniência. Abusos ocorreram quando Palocci e seus companheiros delinquiram, não agora.
Quando ocupou a Presidência da República, Dilma teve uma rara oportunidade de distanciar-se do Petrolão. Em 18 de março de 2014, quando a compra da refinaria texana de Pasadena esquentou o noticiário, madame divulgou uma nota. No texto, disse que, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, avalizara a compra da refinaria micada escorada em “informações incompletas” incluídas num parecer “técnica e juridicamente falho”, de autoria do então diretor Internacional da estatal, Nestor Cerveró.
Dois dias depois, em 20 de março de 2014, a Polícia Federal prendeu o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que viria a ser o primeiro delator da Lava Jato. Em vez de perseverar na linha esboçada na nota anti-Cerveró, Dilma deixou-se enquadrar pelo petismo. Apostou contra a investigação. Perdeu. Agora, dedica-se a divulgar notas atacando gente como Palocci, coordenador de sua campanha em 2010.
Não bastasse o espetáculo de autofagia, Dilma desqualificou também a imprensa. Atacou o jornal O Globo, que noticiou o fechamento do acordo de Palocci com a Polícia Federal. É algo tão sensato quanto culpar a radiografia pela doença. Vai abaixo a íntegra da nota de Dilma:
1) O senhor Antonio Palocci volta a mentir ao dizer que teria participado de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, ocorrida em “meados de 2010”, no Palácio da Alvorada, para falar de financiamento de campanha. Essa reunião nunca existiu.
2) Como a própria Dilma Rousseff já havia apontado, em setembro passado, o senhor Antonio Palocci falta com a verdade. A tal reunião e outros encontros mencionados pelo jornal para tratar de acertos de propinas ou de “contratos do pré-sal” jamais existiram. São peças de ficção.
3) A delação implorada do senhor Antonio Palocci tem um problema central. Não está sustentada em provas. E ele não as tem porque tais fatos jamais ocorreram.
4) No esforço desesperado de obter a liberdade, o senhor Antonio Palocci cria um relato que busca agradar aos investigadores, na esperança de que possam deixá-lo sair da prisão.
5) A submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões.
6) Lamentável é que a “confissão” sem provas tenha se tornado o retrato desses nossos tempos, em que, a cada dia, o Estado de Exceção vai corroendo a frágil democracia e suas instituições. Nada estranho, agora, que até a presunção de inocência passe a ser negada ou esquecida, e sempre combatida.
7) O Globo, mais uma vez, deixa de lado os princípios jornalísticos. Não procura ouvir os “acusados”, nem publica qualquer linha sobre o que pensam os advogados dos dois ex-presidentes. Não há sequer uma menção de que ambos teriam sido procurados, o que mostraria ao menos um aparente compromisso do jornal com a verdade, base da ética de uma imprensa livre de países democráticos.
8) Por fim, é preciso reiterar que o jornalismo de guerra praticado pelas Organizações Globo vem tentando eliminar Lula e Dilma da vida política nacional, adotando como regra o justiçamento midiático. Em vão. Não terão êxito.

NO O ANTAGONISTA
Os “pacotes de dinheiro vivo” para Lula
Brasil Sexta-feira, 27.04.18 06:55
Antonio Palocci, em depoimento a Sérgio Moro, no ano passado, disse que Lula recebeu 4 milhões de reais em dinheiro vivo da Odebrecht.
Agora ele tem uma testemunha que pode provar os pagamentos.
Diz O Globo:
“Ao falar de Lula, Palocci detalhou ocasiões em que foi pessoalmente levar pacotes de dinheiro vivo ao ex-presidente e relacionou datas e valores entregues por um de seus principais assessores, Branislav Kontic, na sede do Instituto Lula. Segundo Palocci, os pagamentos a Lula, feitos nos últimos meses de 2010, quando ele se preparava para deixar o Planalto, chegavam a somar R$ 50 mil. Dinheiro que seria usado pelo ex-presidente para bancar despesas pessoais.
Na ocasião das entregas, relata o ex-ministro, ele e Lula combinavam o local de encontro para o pagamento. Como o ex-ministro não dirigia o próprio carro, costumava levar um auxiliar ao volante que agora, na delação, poderá ser chamado a testemunhar sobre o caso. Além do assessor, cuja identidade é mantida em sigilo, Palocci listou datas e horários das entregas de dinheiro a Lula como parte do conteúdo probatório. A partir dessas informações, investigadores teriam condições de atestar encontros, por meio de ligações telefônicas entre Lula e Palocci, e pela posição dos aparelhos celulares no mapa de antenas.”

Dilma em águas profundas
Brasil 27.04.18 07:10
Dilma Rousseff está entre o Congresso Nacional e a cadeia.
Antonio Palocci, diz O Globo, “narrou uma conversa com Lula no Palácio do Planalto na qual teria tratado do esquema envolvendo a construção de sondas para exploração de petróleo em águas profundas.
O objetivo da negociação, feita na presença de Dilma, seria levantar dinheiro para bancar a eleição da ex-presidente, em 2010.”
Como já mostrou O Antagonista, Renato Duque pode detalhar o esquema.

O plano de Gilmar para tirar Lula da cadeia
Brasil 27.04.18 06:28
Gilberto Carvalho, o Seminarista, encontra-se semanalmente com Gilmar Mendes, segundo a Época.
Nesses encontros, o ministro do STF aconselha o PT sobre a melhor maneira de tirar Lula da cadeia.
Diz a reportagem:
“Mendes tem dito que as possibilidades de o ex-presidente deixar a cadeia só vão melhorar quando ele se declarar fora do páreo presidencial. Com Lula fora da eleição, prevê Mendes, é possível que a pena do ex-presidente seja diminuída pelo Supremo. Mendes tem alardeado sua tese de que o Supremo deve rever a pena por lavagem de dinheiro aplicada a Lula, crime que, na visão de alguns juristas, não estaria caracterizado no caso do triplex.”

“Gilmar, guerreiro do povo brasileiro”
Brasil 27.04.18 06:38
Um ministro do STF disse para a Época:
“O Gilmar é a grande esperança dos petistas para o Lula ganhar a liberdade. Nos corredores do Supremo, ele já é conhecido como Gilmar, guerreiro do povo brasileiro”.

“Gilmar procedeu de modo incompatível com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções”
Brasil 27.04.18 06:04
Modesto Carvalhosa quer o impeachment de Gilmar Mendes.
Na Veja, ele listou os nove pontos que embasaram seu pedido de afastamento.
E concluiu:
“Gilmar julgou e, pior, beneficiou quem não poderia julgar, quando era ao menos manifestamente suspeito.
Gilmar, sem nenhum pejo, exerceu atividade político-partidária.
Gilmar procedeu de modo incompatível com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções”.

Maduro recebeu propina da Odebrecht, diz juiz exilado
Mundo Quinta-feira, 26.04.18 21:00
O juiz venezuelano Rafael Rommel Gil, exilado no Panamá, disse hoje que Nicolás Maduro deveria ser denunciado por provas “suficientes” de que recebeu suborno da Odebrecht.
“Há méritos para acusar o senhor Nicolás Maduro por obras na Venezuela que não foram concluídas e outras tantas que nunca foram feitas”, afirmou o juiz.
Gil é um dos magistrados do Tribunal Superior de Justiça nomeados em 2017 pela Assembleia Nacional, de maioria opositora, cujas decisões não são reconhecidas pela ditadura. Os juízes dessa Corte estão exilados no Panamá, na Colômbia, no Chile e nos EUA.
O juiz acrescentou que a ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, que deixou a Venezuela após ser destituída pela ditadura, apresentou provas para levar Maduro a julgamento.

Conselho do MP extingue pedido de Lula contra Lava Jato
Brasil 26.04.18 20:39
A Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público extinguiu o pedido de “providências” feito pela defesa de Lula contra quatro procuradores, informa Fausto Macedo.
Os quatro são Athayde Ribeiro Costa, Jerusa Burmann Viecili, Júlio Carlos Noronha e Roberson Pozzobon, todos da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.
Os advogados do petista, em 2016, apresentaram representação alegando que os procuradores desrespeitaram o cumprimento de seus deveres funcionais e o princípio da presunção de inocência. A queixa foi rejeitada por unanimidade.

Suplicy e a juíza
Brasil 26.04.18 18:37
Depois de ser barrado na PF em Curitiba, Eduardo Suplicy foi – sem marcar horário – à Justiça Federal falar com Carolina Lebbos, a juíza que vetou a romaria dos petistas a Lula.
Segundo o vereador, a juíza explicou que o veto às visitas que não sejam de parentes ou advogados do ex-presidente está fundamentado nas regras da Polícia Federal.
Suplicy prometeu ir ao TRF-4 e ao STF para liberar a micareta dos petistas na PF. Talvez os juízes se sensibilizem se ele cantar “Blowin’ in the Wind”.

Beto Richa nas mãos de Moro
Brasil 26.04.18 18:03
O ministro Og Fernandes, do STJ, acolheu recurso do MPF e determinou o envio de cópia do inquérito contra Beto Richa para a 13ª Vara Federal.
Com isso, o agora ex-governador – que renunciou para concorrer ao Senado – não será apenas investigado na Justiça Eleitoral.
Delatado pela Odebrecht, o tucano aparece nas planilhas do setor de propinas, sob os codinomes “Piloto” e “Brigão”, como beneficiário de repasses superiores a R$ 3 milhões.

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