PRIMEIRA EDIÇÃO DE 13-4-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2018
O ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente da Câmara, tem dedicado seu tempo de prisão, no Complexo Médico Penal de Curitiba, “com foco e paciência de ourives”, segundo um amigo da família, a um trabalho minucioso que pretende desmontar depoimentos de três delatores que mais o implicaram nas denúncias que o levaram à prisão: os “operadores” Júlio Camargo, Fernando Baiano e Lúcio Funaro.

Os três delatores acusaram Eduardo Cunha de cobrar propinas e de recebê-las, usando sua influência para viabilizar decisões oficiais.

Focado, Cunha isola datas, horários e locais citados e garimpa provas de que ele não poderia ter participado das reuniões delatadas.

Cunha está animado, dizem amigos da família: acha que vai provar, em alguns casos, que nem sequer estava na cidade de algumas reuniões.

Caso a mentira venha a ser comprovada, Camargo, Baiano e Funaro ficam sujeito a anulação dos respectivos acordos de delação premiada.

Sócio de uma centena de empresas e no centro de duas investigações simultâneas da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, Arthur Pinheiro Machado, preso na Operação Rizoma, movimentou mais de R$2,8 bilhões em negócios com fundos de pensão, até municipais. Tanto dinheiro seria suficiente para pagar à vista o sofisticado satélite de comunicações SGDC, que o Brasil comprou em suaves prestações.

Oficialmente, o senador Renan Calheiros não aparece na investigação que tem como alvo o amigo Milton Lyra. Ou tudo estaria no STF.

Do tipo afável, Milton Lyra organizou várias degustações de vinho, com especialistas renomados e convidados de destaque na vida de Brasília.

Alvo da Rizoma, Marcelo Sereno dividiu com Waldomiro Diniz o protagonismo do primeiro escândalo de corrupção do governo Lula.

O PT e partidos puxadinhos do PT querem uma “comissão externa” para avaliar as condições da prisão de Lula. Sala com chuveiro elétrico e TV para ver jogo do Corinthians não são regalias suficientes.

A área jurídica do governo paulista analisa mudar a Polícia Civil para a Secretaria de Justiça, a fim de criar espaços para composição política do governo Márcio França. A Polícia Militar continuaria na Secretaria de Segurança. Entidades de delegados aprovam a ideia. E fazem pressão.

Advogados criminalistas criticam o Supremo Tribunal Federal pelas idas e vindas. Após aceitar o exame do habeas corpus de Lula, "abrindo a porteira" para outros condenados em segunda instância, decidiu diferente sobre um caso idêntico, o “HC” de Antonio Palocci.

Pré-candidato ao Planalto, o presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif, é um dos defensores do projeto que prevê a adoção do voto distrital, que deve voltar à pauta do Congresso após as eleições.

A indicação do embaixador Alexandre Parola para chefiar a missão do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, chega ao Congresso nesta sexta-feira (13). Atual porta-voz do presidente Michel Temer, Parola assumirá o posto em 1º de janeiro.

Ao ser questionado pela defesa de Lula sobre os outros e-mails enviados, Marcelo Odebrecht foi curto e grosso: “já devo ter enviado mais de três mil”. “É melhor que a defesa do Lula fique com os e-mails (selecionados), porque quanto mais eu vou, mais complica a vida dele”.

Em 2016 e 2017, o Ministério da Educação repassou 100% dos recursos para custeio das universidades federais, fato que não ocorreu nos últimos dois anos de governo Dilma Rousseff, do PT.

A carceragem da PF no Paraná tem regras claras para a visitação de presos, como o petista Lula. Não adianta políticos demagogos insistirem: preso comum merece tratamento de preso comum.

...o Supremo Tribunal Federal, conforme anotou um ouvinte da rádio BandNews, substituiu a súmula vinculante pela súmula vacilante.

NO DIÁRIO DO PODER
LEI DO TRABALHO PROÍBE
ATO POLÍTICO-PARTIDÁRIO EM SINDICATO É PROIBIDO PELA CLT. MP DEVE INVESTIGAR LULA NO ABC
ATO POLÍTICO EM SEDE DE SINDICATO É PROIBIDO POR LEI TRABALHISTA
Publicado quinta-feira, 12 de abril de 2018 às 18:41 - Atualizado às 19:18
Da Redação
O deputado federal Gerônimo Goergen (PP-RS) enviou ao Procurador-Geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, um ofício da Câmara onde pede uma “apuração rigorosa sobre eventuais violações perpetradas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Município de São Bernardo do Campo, quando hospedou em suas dependências” o ex-presidente Lula, condenado a 12 anos de cadeia e que se isolou na sede do Sindicato entre a última quinta-feira (5) e o domingo (8).
O requerimento do deputado cita o artigo 521 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que condiciona a existência de sindicatos à abstenção de fazer propaganda política. Ou seja, só pode funcionar o sindicato que não fizer propaganda para qualquer cargo eletivo externo ao próprio sindicato. Além disso, a CLT prevê ainda que qualquer sindicato não pode funcionar se ceder de forma “gratuita ou remunerada a respectiva sede a entidade de índole político-partidária”.
Gerônimo Goergen pede para o Ministério Público do Trabalho investigar o Sindicato dos Metalúrgicos e se a organização ainda cumpre os pré-requisitos para poder existir. O MPT ainda não respondeu aos questionamentos do Diário do Poder.

CONTINUA NA CADEIA
SUPREMO NEGA POR 7 X 4 HABEAS CORPUS PARA EX-MINISTRO DE LULA
PALOCCI ESTÁ PRESO DESDE SETEMBRO DE 2016 POR CORRUPÇÃO
Publicado quinta-feira, 12 de abril de 2018 às 17:01 - Atualizado às 17:22
Da Redação
Por 7 votos a 4, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram hoje (12) negar o pedido de liberdade protocolado pela defesa do ex-ministro Antônio Palocci, preso desde setembro de 2016 na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, devido às investigações da Operação Lava Jato.
No ano passado, Palocci foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos, 02 meses e 20 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um dos processos a que responde no âmbito da Lava Jato.
A maioria de votos foi formada com base no voto do relator, proferido na sessão de ontem (11). Fachin entendeu que há risco para a ordem pública, caso o ex-ministro seja libertado. Para o ministro, Palocci ainda tem influência e parte dos recursos que foram desviados ainda não foi recuperado. "Esse cenário revela periculosidade concreta do agente, circunstância que evidencia fundado receio de práticas de futuras infrações", entendeu o relator.
O entendimento foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber, Celso de Mello e Cármen Lúcia.
Votaram a favor da liberdade de Palocci os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio.
Última a votar, a presidente do STF, Cármen Lúcia, também acompanhou a maioria e entendeu que a decisão de Moro, ao manter a prisão de Palocci, levou em conta que não era possível substituir o cárcere por medidas cautelares, em função do risco de reiteração dos crimes. "O ministro Fachin demonstrou que nada havia de desarrazoado [na sentença], porque o transcurso [do processo] se fazia da maneira razoável, pertinente e necessária. Não havia reconhecimento de excesso de prazo", afirmou.
Para Gilmar, o prazo indefinido das prisões preventivas é uma forma de tortura para viabilizar acordos de delação premiada. “Vertentes que pretendem restringir o habeas corpus, limitar o habeas corpus estão, obviamente, fazendo rima com o AI-5”, disse.
Lewandowski entendeu que, com o encerramento das investigações e a definição da sentença do ex-ministro, não há mais necessidade da continuidade da prisão. "Com a prolação da sentença, a prisão preventiva já exauriu todos os seus efeitos, no tocante ao requisito da conveniência da instrução criminal, não mais substituindo risco de interferência na produção probatória, razão pela qual não se justifica, sob este fundamento, a manutenção da custódia cautelar", argumentou.
De acordo com as investigações, a empreiteira Odebrecht tinha uma espécie de "conta-corrente de propina” com o PT, partido do ex-ministro. De acordo com os investigadores, a conta era gerida por Palocci, e os pagamentos a ele eram feitos por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – responsável pelo pagamento de propina a políticos – em troca de benefícios indevidos na Petrobras.
No STF, a defesa de Palocci alegou que o caso deveria ser julgado pela Segunda Turma da Corte, e não pelo plenário. Além disso, os advogados criticaram o “uso da prisão preventiva como forma ilegal de antecipação de pena". (ABr)

OPERAÇÃO PANATENAICO
PROPINA A AGNELO, ARRUDA E FILLIPPELI PELO ESTÁDIO SOMARIAM R$ 16,6 MILHÕES
MPF DENUNCIOU OS TRÊS À JUSTIÇA FEDERAL NA SEMANA PASSADA
Publicado quinta-feira, 12 de abril de 2018 às 08:01 - Atualizado às 11:34
Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou três denúncias no âmbito da Operação Panatenaico, que investiga o superfaturamento das obras do Estádio Nacional Mané Garrincha. As ações penais apontam um acordo que beneficiou, com altas cifras, os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), além do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB).
A Agnelo estão ligados repasses que somam cerca de R$ 6,5 milhões, que ocorreram por meio de doações ao PT e a uma igreja; por uma lista de exigências, como compra de ingressos para jogos; e por meio de dois possíveis operadores. A propina para Filippelli foi de um total de R$ 6,1 milhões, pagas por meio de doações oficiais à eleição de 2014 e do pagamento de 1% sobre o valor do contrato com as empreiteiras para a construção do estádio. Já para Arruda, o pagamento foi de R$ 3,92 milhões. Os repasses foram feitos em dinheiro, contratos simulados e doações a uma igreja.
O total recebido pelos três ex-gestores foi de R$ 16,6 milhões, segundo os valores divulgados em reportagem do Correio Braziliense.
Segundo as investigações, o superfaturamento da arena chegou a quase R$ 900 milhões, conforme as investigações. As obras custaram, na verdade, R$ 1,575 bilhão – tornando o Mané Garrincha o estádio mais caro da Copa de 2014. A PF indiciou 21 pessoas na Panatenaico. Em maio do ano passado, Arruda, Agnelo e Filippelli chegaram a ser presos na operação.
Se a denúncia for aceita pela Justiça, os três ex-gestores e mais nove pessoas devem responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

CINCO DIAS DEPOIS
PARENTES VISITAM LULA E PARLAMENTARES TENTAM GARANTIR FOTO COM O PETISTA
SENADORES E DEPUTADOS TENTAM JEITINHO PARA GARANTIR FOTO COM LULA
Publicado quinta-feira, 12 de abril de 2018 às 17:42 - Atualizado às 17:53
Por André Brito
Parentes fizeram a primeira visita ao presidiário Lula na carceragem da Polícia Federal nesta quinta (12), cinco dias depois da prisão. Os filhos do petista Fábio Luís, Luís Claudio e Lurian foram acompanhados pelo advogado Cristiano Zanin.
Enquanto os familiares visitavam o ex-presidente, deputados que deveriam estar em Brasília, trabalhando, foram para Curitiba. Ainda não se sabe se Carlos Zarattini (SP) e Henrique Fontana (RS) pagaram as passagens e outros gastos do próprio bolso, mas o passado recente indica que os gastos podem ser incluídos na cota parlamentar para que o contribuinte banque as despesas. Assim foi feito nos episódios da apresentação da denúncia contra Lula e no velório de dona Marisa.
Dirigentes do PT têm criticado as condições em que Lula está preso porque, na visão deles, cela exclusiva com chuveiro elétrico e televisão para ver jogo do Corinthians não são suficientes.
Depois que governadores deram com a porta na cara, parlamentares de partidos satélites como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) arquitetaram uma diligência da Comissão de Direitos Humanos do Senado para dar um jeito de visitar o condenado. 
Na terça-feira (10), a 13ª Vara Federal de Curitiba negou autorização para a entrada de nove-governadores e três senadores na carceragem para uma visita ao ex-presidente. Na Câmara dos Deputados, PT, PSB, PDT, PCdoB e PSOL tentam criar uma comissão externa para acompanhar a situação de Lula na prisão.

NO BLOG DO JOSIAS
Temer analisa projeto que dribla lei de improbidade e estimula a impunidade
Por Josias de Souza
Sexta-feira,13/04/2018 04:06
Michel Temer recebeu, há três dias, em 10 de abril, ofício assinado pelos presidentes de seis entidades que representam no País as corporações dos juízes, procuradores e auditores. O documento pede ao presidente que vete integralmente o projeto de lei 7448/2017. Chegou ao Planalto na semana passada. Foi aprovado sem alarde no Congresso. Se for sancionado, anotaram os signatários do alerta enviado a Temer, “pode se tornar uma lei de impunidade, significando verdadeiro contorno à Lei de Improbidade, com artifícios para isentar de responsabilidade o agente público.” Tudo isso em plena era da Lava Jato.
No rodapé deste post você encontra os nomes das entidades que escreveram a Temer. Se preferir, pode ler o ofício aqui. A íntegra da proposta considerada tóxica pelos representantes do Judiciário, do Ministério Público e dos órgãos de controle está disponível aqui. Deve-se a apresentação do projeto ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Foi aprovado sem passar pelos plenários do Senado e da Câmara. Senadores e deputados atribuíram caráter “terminativo” às votações realizadas nas comissões de Constituição e Justiça das duas Casas.
O projeto injetou 11 artigos novos na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, de setembro de 1942. Alegou-se que o objetivo das mudanças seria o de aprimorar as decisões dos gestores públicos e disciplinar a atuação de quem tem a incumbência de fiscalizá-los e julgá-los. No final, haveria mais segurança jurídica e menos imprevisibilidade. Entretanto, aos olhos das autoridades que lidam com o combate à improbidade, a nova lei servirá como “reduto para a impunidade” do administrador corrupto (pode me chamar de apadrinhado de político).
Uma das novidades previstas no projeto é que procuradores, magistrados e auditores, ao interpretar “normas sobre a gestão pública”, terão de levar em conta “os obstáculos e as dificuldades reais do gestor”, além de observar “as exigências das políticas públicas a seu cargo”. Na carta a Temer, os críticos do projeto indagaram: “Que dificuldades reais seriam essas?”
Para juízes, procuradores e auditores, criou-se “uma modalidade de interpretação casuística, arbitrária.” Avaliam que o novo dispositivo legitima a lógica segundo a qual “os fins justificam os meios”. Algo “incompatível com a administração pública.” O efeito prático da análise de “obstáculos e dificuldades”, acrescentaram os autores da carta, é a formação de “campos de impunidade para o gestor ou administrador”.
Noutro trecho, a proposta submetida à sanção de Temer prevê que, antes de questionar a validade de atos e contratos firmados por gestores públicos, os órgãos de controle e o Judiciário terão de levar em conta “as orientações gerais da época”. O projeto proíbe que se utilize uma “mudança posterior de orientação geral” para declarar “inválidas situações plenamente constituídas”.
O projeto traz uma definição de “orientações gerais”. São “interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.”
No ofício a Temer, os servidores que têm a atribuição funcional de conter a atuação de larápios no serviço público escreveram que as tais “orientações gerais” constituem uma “categoria tão aberta quanto a leitura textual sugere, isso porque fala em ‘atos públicos de caráter geral’. O que seriam ‘atos públicos de caráter geral’?”
Diz a carta a certa altura: “O aspecto central de maior preocupação reside no fato de que se criam modalidades e justificativas abertas para eventual convalidação de atos ou de contratos inexistentes ou nulos.” Isso “fere os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”
Em conversa com o blog, um ministro do Superior Tribunal de Justiça tachou o projeto de “absurdo”. Ao comentar o trecho que legaliza “prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público”, o magistrado declarou: “Suponha uma cidade qualquer em que o prefeito não faça contratos administrativos, mas acertos de boca. Todo mundo conhece a prática na cidade. O prefeito anterior fazia a mesma coisa. Ninguém poderá puni-lo, porque será uma prática administrativa reiterada, de amplo conhecimento público.”
Se for sancionada por Temer, a nova lei criará um “regime de transição” para que administradores se adaptem a decisões administrativas ou judiciais que estabeleçam “interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito.” Trata-se de outra anomalia, alertaram os críticos no documento protocolado no Planalto:
“No que diz respeito especificamente à decisão judicial, ela não impõe ‘novo’ dever”, anota o ofício. “O dever é anterior à decisão judicial, por isso não faz sentido, ao menos na esfera judicial, a previsão de um ‘regime de transição’.” Dito de outro modo: um juiz não cria deveres, apenas cobra obrigações previstas em lei. São pilhados em malfeitos os gestores públicos que cometem malfeitorias. Sempre que isso ocorre, precisam de punição, não de “transição”.
Há na proposta um certo requinte de crueldade com o contribuinte brasileiro. Além de dificultar o combate à corrupção, cerceando o trabalho dos órgãos de controle e do próprio Judiciário, o projeto prevê o seguinte: “O agente público que tiver de se defender, em qualquer esfera, por ato ou conduta praticada no exercício regular de suas competências e em observância ao interesse geral terá direito ao apoio da entidade, inclusive nas despesas com a defesa.” No Português das ruas: o sujeito é processado por suspeita de roubar o Erário e o brasileiro em dia com a Receita Federal paga o advogado.
Noutro trecho, o projeto legaliza a seguinte armadilha: “Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.” Há mais: “A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.” No limite, se uma lei como essa estivesse em vigor há quatro anos, não haveria Lava Jato.
Flerta com o ridículo uma proposta que proíbe a punição com base em “valores jurídicos abstratos” e menciona do início ao fim abstrações como “interesses gerais”, “dificuldades reais”, “orientações gerais da época…” Ao condicionar o cancelamento de atos e contratos às “consequências práticas da decisão”, o projeto afirma, com outras palavras, o seguinte: “Se operações como a Lava Jato vão debilitar a Petrobras e a indústria da construção civil, é melhor buscar uma adequação da medida”. Ou, por outra: “Se houve corrupção na refinaria Abreu e Lima, mas a obra já está 40% pronta, convém levar em conta as consequências práticas antes de chutar o pau da barraca.”
Eis a relação das entidades responsáveis pelo ofício enviado a Michel Temer: 
Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP) e Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).

Por que processo contra Alckmin está sob sigilo?
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 12/04/2018 21:04
Uma semana depois de abrir a porta da cadeia para Lula, o Supremo Tribunal Federal recusou-se a livrar do xadrez Antonio Palocci, preso há um ano e meio. Por 7 votos a 4, a Suprema Corte negou pedido de habeas corpus do ex-ministro de Lula e Dilma. Quase que simultaneamente, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, o STJ, enviou para a Justiça Eleitoral o processo sobre o repasse para Geraldo Alckmin de R$ 10,5 milhões provenientes do departamento de propinas da Odebrecht. Com isso, Alckmin livrou-se da Lava Jato. Na Justiça Eleitoral, a apuração deve acabar em pizza.
Essa expressão “acabar em pizza”, tem origem no futebol. Nasceu no Palmeiras, o clube da colônia italiana, cuja política interna é marcada por desavenças. As brigas, porém, nunca impediram que os rivais, como bons italianos, terminassem o dia ao redor de uma pizza. Transposta para a política nacional, a expressão é usada sempre que se frustra a demanda da sociedade por justiça.
A decisão do STJ em relação a Alckmin acendeu o forno. E a Procuradoria da República, que poderia pleitear uma mudança de rumo bate cabeças. A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo se desentende com a Procuradoria-Geral em Brasília. Caixa dois eleitoral costuma dar em impunidade. Propina dá em cadeia. O processo contra Alckmin corre em segredo. O Judiciário precisa destampar essa panela. O rigor tem que ser amplo, geral e irrestrito. Alckmin disputa a Presidência da República. O eleitor tem o direito de não ser feito de bobo. É hora de transparência.

NO O ANTAGONISTA
O advogado júnior de Lula
Brasil Sexta-feira,13.04.18 06:54
Cristiano Zanin, coitado, foi chutado para escanteio.
A partir de agora, diz a Época, José Roberto Batochio “vai se sobrepor” a ele na defesa de Lula.
Cristiano Zanin, reduzido ao papel de advogado júnior, “acompanhará audiências em Curitiba e dará apoio moral a Lula na cadeia. Mas os recursos ao STJ e ao STF, impregnados de tecnicidades, devem agora ficar centralizados em Batochio e em Sepúlveda Pertence”.

A oitava medida da Lava Jato
Brasil 13.04.18 06:30
A Folha de S. Paulo está indignada porque Geraldo Alckmin se livrou da cadeia.
Quando os procuradores da Lava Jato propuseram uma medida para criminalizar o caixa dois, porém, o jornal os tratou como fanáticos jacobinos.
O problema não é a PGR, e sim o fato de um candidato poder embolsar dinheiro clandestino – como Geraldo Alckmin – e continuar impune.
(...)

O plano de PT e Temer para tirar Lula da cadeia
Brasil 13.04.18 06:09
O PT recorre a Michel Temer para tirar Lula da cadeia.
Segundo o Estadão, “o PT e o Palácio do Planalto iniciaram uma aproximação para tentar barrar a prisão após condenação em segunda instância no Supremo Tribunal Federal (…).
Um dos objetivos é pressionar o ministro Alexandre de Moraes, nomeado pelo presidente Michel Temer para o Supremo.”

STJ envia caso de Beto Richa à Justiça Federal do PR
Brasil Quinta-feira, 12.04.18 21:30
O STJ encaminhou hoje para a primeira instância, a Justiça Federal do Paraná, um processo contra o tucano Beto Richa, que deixou o governo do Estado para ser candidato ao Senado.
Richa é investigado por um suposto emprego irregular de verbas conveniadas com a União quando era prefeito de Curitiba, entre 2004 e 2010, informa a Folha.
A outra investigação, que continua correndo em sigilo no STJ, apura suspeitas de corrupção na concessão de licença ambiental pelo Instituto Ambiental do Paraná, já na gestão do tucano como governador.

Ciro quer ir pedir a bênção a Lula
Brasil 12.04.18 21:00
O PDT entrou hoje na 12ª Vara Federal de Curitiba com pedido de autorização para que Ciro Gomes, pré-candidato do partido ao Planalto, consiga visitar Lula, registra a Folha.
No requerimento, os pedetistas alegam que a Lei de Execuções Penais prevê como direito do preso a visita de parentes e amigos.
Anteontem, Carolina Lebbos, a juíza responsável pela execução penal do petista, negou pedido para que nove governadores o visitassem na PF em Curitiba.
Ciro ainda não decidiu se é melhor ficar pertinho de Lula ou se manter longe dele.

STF deve julgar, enfim, 1º político investigado pela Lava Jato
Brasil 12.04.18 19:04
A Lava Jato já completou quatro anos, mas o STF deve julgar só neste mês – frisamos o “deve” – o primeiro caso de político investigado pela operação, informa O Globo.
Celso de Mello, revisor dos processos da Lava Jato no Supremo, deve liberar nos próximos dias para julgamento na Segunda Turma o caso do deputado Nelson Meurer, do PP paranaense, acusado de participar do esquema de desvios na Petrobras.
Por sua vez, Edson Fachin, que é presidente da Turma e relator da Lava Jato, vai tentar incluir o caso na pauta de julgamentos de abril.






















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