PRIMEIRA EDIÇÃO DE 06-4-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 06 DE ABRIL DE 2018
Foram necessários 566 dias de dedicação total e de muita paciência, na Justiça brasileira, para que finalmente coubesse ao juiz Sérgio Moro o papel histórico de fincar mais um prego no caixão da impunidade de políticos que se locupletam do Poder Público. Em obediência ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Moro determinou que Lula, condenado a 12 anos e 1 mês, inicie o cumprimento da sua pena.

A prisão do político populista mais poderoso e mais corrupto da História do Brasil é um marco, mas é preciso ver Lula preso para acreditar.

Os tentáculos da influência de Lula invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF), que, por muito pouco, quase lhe garantiu impunidade.

Moro, juízes do TRF-4 e do STF e STJ sofreram ao longo do caso Lula as ameaças mais covardes, inclusive às suas família. E resistiram.

O chato de galocha, Eduardo Suplicy, se ofereceu para fazer companhia a Lula na cadeia, e cantar para o ex-presidente todo o seu repertório.

Ao ser transferido da cela da Polícia Federal para a penitenciária de Curitiba, o presidiário Lula não se sentirá sozinho. Reencontrará velhos amigos e até cúmplices de malfeitorias, como o ex-ministro Antonio Palocci. Também estão em Curitiba, o ex-tesoureiro do PT e seu compadre, João Vaccari Neto e até Aldemário Pinheiro, vulgo “Léo”, aquele presidente da empreiteira OAS que o presenteou com o tríplex.

O ex-senador Gim Argello e o ex-deputado André Vargas (ex-PT) também continuam com endereço fixo em Curitiba.

O empresário e rico herdeiro Marcelo Odebrecht deixou sua marca no presídio. Encarregava-se do serviço de varrer as instalações.

O doleiro Alberto Youssef, e os ex-executivos da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Zelada, também ficaram por lá.

Ao contrário dos demais corruptos presos em Curitiba, Lula terá cela especial com banheiro exclusivo e água quente. Com tanta deferência, vai demorar a exercer o direito de pedir transferência para Tremembé (SP), o presídio das celebridades bandidas, próximo ao seu domicílio.

Lula encontrou Sérgio Moro pela primeira vez em 10 de maio de 2017, para ser interrogado. Arrogante, colocou 20 mil mortadelas tentando intimidar o juiz. Agora ele volta à cidade para cumprir pena de prisão.

Sérgio Moro iniciou em 19 de setembro de 2016 o caso do tríplex do Guarujá. Um ano e meio depois, e com centenas de páginas de provas e documentos, Lula vira o primeiro ex-presidente preso por ladroagem.

Delinquentes a serviço da CUT atacaram o carro de reportagem do jornal Correio Braziliense, de Brasília, no início da noite desta quinta-feira (5) histórica. Fascistas, atacam trabalhadores que noticiam seus malfeitos.

Com os bens bloqueados, Gleisi Hoffmann (PT-PR) insultou a Justiça afirmando que o Brasil virou “republiqueta de bananas”. Ela deve achar que a impunidade para ladrões e propineiros dignifica um País.

Ao tentar elogiar, o ministro Dias Toffoli avigorou as críticas às audiências de custódia, que desde a sua criação liberou em 24 horas 116 mil presos em flagrante (45% do total) a voltar ao crime.

É imparável a picaretagem de empresas de telemarketing que simulam ligações, desligando quando atendidas, para enganar quem as contrata e atormentar infelizes cujos números de celular eles capturam. Enquanto isso, a “agência reguladora” Anatel se omite, como sempre.

Estudo FGV/DAPP mostra que Marina Silva, pela primeira vez em meses, registrou leve aumento no volume de interações no Facebook. Mas só porque ela comentou a série “O Mecanismo”, do Netflix.

...a realidade é muito mais emocionante que a série “O Mecanismo", do Netflix.

NO DIÁRIO DO PODER
PORRALOUQUICE
PETISTAS ACONSELHAM LULA A DESOBEDECER A MORO E DESAFIAR A PF A PRENDÊ-LO
LINDBERGH FARIAS É DO GRUPO PORRALOUCA QUE APOSTA NO CONFRONTO
Publicado sexta-feira, 06 de abril de 2018 às 00:01 - Atualizado às 00:32
Da Redação
Parlamentares radicalizados e até a ex-presidente Dilma Rousseff estariam aconselhando o ex-presidente Lula a não obedecer a determinação do juiz federal Sérgio Moro para que se apresente voluntariamente até as 17h desta sexta-feira (6). Se não fizer isso, Lula será considerado foragido e a Polícia Federal será acionada para prendê-lo.
Para esses políticos, da ala 'porralouca' do PT, Lula deve permanecer no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC desafiando a PF a ir lá efetuar sua prisão.
Setores da Lava Jato não descartam a hipótese de o ex-presidente Lula fugir do País e se asilar no Uruguai ou na Bolívia, cujos governantes estariam dispostos a recebê-lo sob status de "preso político", ainda que ele se transformasse na verdade em fugitivo da Justiça, passível de prisão pela Interpol.
Um dos políticos que pressionam Lula a não se entregar é o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que chegou muito exaltado para o encontro com o ex-presidente.

MANOBRA CONTRA O STF
MANOBRA TENTA INUTILIZAR DECISÃO DO STF DE NEGAR HABEAS CORPUS A LULA
LIMINAR ESPERTA QUER IMPEDIR QUE LULA, O CONDENADO, SEJA PRESO
Publicado quinta-feira,  05 de abril de 2018 às 16:54 - Atualizado às 18:01
Da Redação
Uma nova manobra, no Supremo Tribunal Federal (STF), pretende impedir o cumprimento da sentença condenatória do ex-presidente Lula a 12 anos e 1 mês de cadeia, após o plenário da Corte negar o Habeas Corpus ao político condenado por corrupção passiva, por aceitar um apartamento tríplex no Guajurá como propina.
Advogados ligados ao réu, mas não por ele constituídos, ingressaram nesta quinta-feira (5), menos de 24 horas depois da derrota do ex-presidente no STF, com um pedido de liminar para que somente seja permitida a prisão após condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), terceira instância do Judiciário.
A manobra esperta foi classificada de “golpe” por setores que se opõem às tentativas de garantir impunidade ao chefe do esquema de poder que liderou o maior escândalo de corrupção da História do Ocidente.
Os advogados não escondem que o pedido é motivado pelo resultado do julgamento desta quarta, no qual, por 6x5 votos, o STF negou habeas corpus ao petista.

FALTA DE QUALIDADE
MEC SUSPENDE CRIAÇÃO DE CURSOS DE MEDICINA POR 5 ANOS
CURSOS EM ANDAMENTO TAMBÉM ESTÃO PROIBIDOS DE AUMENTAR VAGAS
Publicado quinta-feira,  05 de abril de 2018 às 16:55
Da Redação
A criação de novos cursos de Medicina no País está suspensa por cinco anos, de acordo com portaria assinada hoje (5) durante reunião do presidente Michel Temer com o ministro da Educação, Mendonça Filho. A medida vale para instituições públicas federais, estaduais, municipais e privadas. A ampliação de vagas em cursos de Medicina já existentes em instituições federais também fica suspensa pelo mesmo período.
De acordo com Mendonça Filho, a medida se justifica pela necessidade de fazer uma avaliação e adequação da formação médica no Brasil. Segundo ele, foi grande o número de cursos abertos no País nos últimos anos e agora é preciso zelar pela qualidade.
“Teremos moratória de cinco anos para que possamos reavaliar todo o quadro de formação médica no Brasil. Isso se faz necessário até porque as metas traçadas com relação à ampliação de médicos no Brasil já foram atingidas. Mais que dobramos o número total de faculdades de formação em Medicina nos últimos anos, o que significa dizer que há uma presença de formação médica em todas as regiões do Brasil”, afirmou o ministro.
Mendonça Filho explicou que duas portarias serão publicadas no Diário Oficial da União de amanhã (6). Uma estabelece a suspensão da criação de novos cursos de Medicina por cinco anos e a outra orienta os sistemais estaduais e municipais a cumprirem a norma.
“Nos casos das estaduais, a regulação é feita pelos Conselhos Estaduais de Educação. Elas têm autonomia, de acordo com a Constituição Federal, assim como as municipais. Mas todas essas regras estão subordinadas ao comando-geral definido a partir de uma portaria adicional que foi assinada hoje por mim”, explicou o ministro.
Repercussões
O presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital, disse que há um número excessivo de vagas abertas em cursos de Medicina no País. “Essa portaria vem ao encontro da necessidade de controle da autorização de novas escolas. Temos algo em torno de 31 mil vagas de curso de Medicina. Isso vai projetar o número de médicos per capita a uma demanda que não é compatível com países de primeiro mundo”, disse.
Questionado se suspender novos cursos não é uma atitude corporativista, Vital negou. “Isso é bem distante de um corporativismo. Essa é uma ação corporativa no sentido de preservar valores como vida, saúde e dignidade humana com uma prática médica qualificada”.
Para a Associação Médica Brasileira (AMB), a moratória pode ajudar a resolver os problemas envolvendo as escolas médicas. A entidade vem cobrando desde o ano passado medidas do governo, pois a maioria das novas escolas não tem conseguido garantir uma formação adequada aos estudantes de Medicina, devido a problemas e deficiências que apresentam. A AMB também tem cobrado maior fiscalização nas escolas existentes e a realização de um exame nacional de proficiência em Medicina para os estudantes e os egressos de todas as escolas.
Já a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) considera que a medida representa “um retrocesso que compromete o desenvolvimento do País e o atendimento à população naquilo que é um direito humano fundamental, o direito à saúde”. Para a ABMES, é contraditório que o governo, poucos meses após criar uma regra específica para o aumento de vagas, proíba a criação dessas mesmas vagas, inclusive em cursos com reconhecida qualidade, referindo-se ao Programa Mais Médicos. (ABr)

NO ESTADÃO (EDITORIAL)
A manobra fracassada
Os ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski tentaram ganhar no grito o que não puderam ganhar por meio da argumentação e da estratégia
O Estado de S.Paulo
Sexta-feira, 06 Abril 2018 | 03h00
Se o julgamento do Habeas Corpus do sr. Lula da Silva mostrou que é possível o bom senso prevalecer no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), a sessão de quarta-feira passada também revelou até onde pode ir a ousadia de alguns ministros na tentativa de livrar o ex-presidente petista das consequências da lei. É normal haver num tribunal divergência de opiniões, mas o que os ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski fizeram ao longo do julgamento do mérito do Habeas Corpus foi muito mais do que expor suas posições jurídicas. Tentaram ganhar no grito o que não puderam ganhar por meio da argumentação e da estratégia.
Desde o início da sessão, ficou evidente a tentativa de manobra dos ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski. Em vez de julgar o processo que estava em pauta – o Habeas Corpus n.º 152.752 do ex-presidente Lula contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) –, eles queriam usar a sessão para realizar uma revisão geral da atual jurisprudência do STF, que considera plenamente constitucional a possibilidade de dar início à execução da pena após decisão de segunda instância. Tinham a expectativa de que a ampliação do escopo do julgamento de quarta-feira pudesse, de algum modo, dar sobrevida à tese – tão cara aos criminosos – de que a aplicação da pena precisa aguardar o trânsito em julgado da sentença.
A tentativa de manobra foi realizada sem pudor. Repetidas vezes o ministro Marco Aurélio afrontou, ao longo do julgamento, a autoridade da presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, exigindo que fosse pautado o que ele queria, e não apenas o Habeas Corpus de Lula da Silva. A ministra Cármen Lúcia foi de exemplar firmeza e serenidade, sem se curvar aos caprichos e deboches do ministro.
Especialmente constrangedora foi a reação de Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski durante o voto da ministra Rosa Weber. Quando perceberam que ela não se alinharia à posição em benefício do ex-presidente Lula, os dois ministros cobraram, em explícitos maus modos, explicações da ministra. Sem se perturbar com o destempero, a ministra Rosa Weber foi quem exigiu respeito, lembrando sua longa trajetória na magistratura. “Meu voto é claro. Quem me acompanha nesses 42 anos de magistratura não deveria ter qualquer dúvida do meu voto”, disse a ministra.
“A decisão judicial deve se apoiar não nas preferências pessoais do magistrado, mas na melhor interpretação possível do Direito objetivo”, afirmou a ministra Rosa Weber. Tendo em vista que o STF permite o início da execução da pena após a decisão de segunda instância, ela reconheceu que não vislumbrava nenhuma ilegalidade ou abuso na decisão do STJ contra a qual o Habeas Corpus de Lula se insurgia.
Aos que pretendiam impor uma mudança na orientação do STF, a ministra Rosa Weber explicou que “compreendido o Tribunal como instituição, a simples mudança de composição não constitui fator suficiente para mudar jurisprudência”. 
Em tempos de protagonismo individual, que turva a natureza institucional da Suprema Corte, a advertência da ministra Rosa foi de especial importância.
Os ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski não pareciam, no entanto, especialmente atentos às admoestações em prol da colegialidade. Até o final da sessão, estiveram empenhados na obtenção de algum benefício para o sr. Lula da Silva. Mesmo após a definição do placar de 6 a 5 contra o Habeas Corpus, o ministro Marco Aurélio ainda tentou que o ex-presidente petista não pudesse ser preso até a publicação do acórdão ou de eventuais embargos de declaração. A última manobra também não teve sucesso.
O papel do STF é aplicar e proteger a Constituição, e cabe a cada ministro defender, com liberdade, o que entende ser a melhor posição jurídica para cada caso que é julgado. Nessa tarefa, não cabe constranger os outros integrantes da Corte, alinhavar manobras, achincalhar a autoridade. Na quarta-feira passada, o País foi testemunha de um grande momento do Supremo, que assegurou igualdade na aplicação da lei, mas também viu atitudes que muito destoam do papel do STF. Felizmente, a artimanha foi desfeita.

NO BLOG DO JOSIAS
Lula trocou a velha pose de mito pela de mártir
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 06/04/2018 04:43
Na véspera de sua prisão, Lula adotou uma pose diferente. Trocou a estampa de mito pela de mártir. A inauguração desse figurino remodelado ocorreu na noite desta quinta-feira, horas depois da decretação da prisão de Lula.
O condenado percorreu cerca de 15 metros de devotos chorosos. Acalmou-os. Distribuiu beijos e afagos. A nova pose veio à luz defronte do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, berço político de Lula. E foi exposta na incubadora do Facebook.
A caminho de se tornar mais um político preso, Lula se autoproclama um “preso político”. Nas próximas horas, trocará todos os seus títulos — retirante, operário, sindicalista, líder partidário, presidente da República e levantador de postes — por uma única designação: vítima.
Ninguém disse ainda, talvez por pena. Mas o comportamento de Lula revela o modo de fazer política de um líder politicamente esgotado. Se a hospedagem compulsória no cárcere especial da Polícia Federal de Curitiba revela alguma é o seguinte: esse tipo de marquetagem exauriu-se.
Lula terá de se reinventar. Talvez não fique trancafiado por muito tempo. Logo, logo o enviarão para o conforto da prisão domiciliar. Mas enquanto estiver na câmara de descompressão de Curitiba, é possível que Lula receba a visita de um desconhecido: o ocaso.
No isolamento do xilindró especial, o ocaso dirá a Lula: “Atenção, você já não está no pedestal. Aqui embaixo, você acha que é uma coisa. Mas seu prontuário informa que você já virou outra coisa.”

Lula resiste à ideia de dar Habeas Corpus ao PT
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 06/04/2018 00:04
Costuma-se dizer que a oportunidade só bate uma vez na porta. Mas no caso do PT, a oportunidade se comporta como visita chata, tocando a campainha o tempo todo. Ao negar o pedido de Lula para não ser preso, o Supremo Tribunal Federal ofereceu mais uma oportunidade para o PT se recompor em cena. Mas a ficha do partido ainda não caiu. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a prisão de Lula “vai expor o Brasil ao mundo”. Nas palavras dela, “viraremos uma republiqueta de bananas.''
Ironicamente, o quase-presidiário Lula é o único personagem capaz de conceder ao PT um Habeas Corpus que liberte o partido da incumbência de arrastar sua condenação por corrupção ao longo da campanha eleitoral. Mas Lula ainda não sinalizou a intenção de libertar o PT de sua bola de ferro. Depois de fundar, Lula dedica-se a afundar o PT.
Uma república de bananas normalmente é governada por oligarquias corrompidas. No Brasil, banana também é o nome dado a uma pessoa palerma. A prisão de Lula, um banana por omissão, que não sabia de nada, representa um avanço na contramão do que diz Gleisi Hoffmann. Nas repúblicas de bananas os políticos bananas são condenados ao Poder, não à prisão. Quem venha os próximos.
Gleisi deveria estar procurando a porta de incêndio. Mas suas palavras revelam que o PT não perde a oportunidade de perder oportunidades. O partido vai virando uma oportunidade que seus rivais aproveitam.

Prisão de Lula eleva a faxina a um novo patamar
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 05/04/2018 19:45
Autorizado por Tribunais da segunda, da terceira e da quarta instância do Judiciário —TRF4, STJ e STF — Sérgio Moro decretou a prisão de Lula. Histórico, o despacho do juiz da Lava Jato eleva o combate contra a cleptocracia brasileira a um novo patamar. Vencido esse estágio, o problema passa a ser providenciar companhia para compartilhar com Lula o banho de Sol na carceragem da Polícia Federal de Curitiba.
Aos trancos, a Lava Jato avança. Até ontem, os principais figurões da oligarquia política cultivavam o sonho de que o Supremo Tribunal Federal atrasaria o relógio da História para modificar a regra que permitiu a prisão de condenados em segunda instância. Graças à coerência da ministra Rosa Weber e à sensatez de outros cinco colegas, o Supremo se deu conta de que precisava cuidar dos minutos, porque as horas passam.
Para desassossego de gente como Michel Temer, Aécio Neves e um enorme etcétera, o Supremo negou um Habeas Corpus a Lula e manteve hígida sua própria jurisprudência sobre prisões. Não foi pouca coisa.
Há quatro anos, quando começou a Lava Jato, imaginou-se que a operação jamais chegaria a um ex-presidente do porte de Lula. Chegou. Não reuniria provas. Reuniu. Não condenaria. Condenou. A condenação cairia nos tribunais superiores. Não caiu. Lula jamais seria preso. Será.
Está entendido que, por ora, ninguém está a salvo do braço punitivo do Estado. Bom, muito bom, extraordinário. Que venham os próximos.

Em matéria de prisão, Gilmar virou um ex-Gilmar
Por Josias de Souza
05/04/2018 15:24
Em matéria de prisão de condenados na segunda instância, Gilmar Mendes pode ser a favor de tudo ou absolutamente contra qualquer outra coisa. Em 2016, o ministro ajudou a compor a maioria de 6 a 5 que alterou a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal para permitir a execução das penas depois de esgotadas as possibilidades de recurso no segundo grau. Agora, acha que é melhor permitir aos encrencados que recorram em liberdade pelo menos até o Superior Tribunal de Justiça, uma Corte de terceira instância. (...)
O Gilmar que se expressou no voto proferido em outubro de 2016 tinha o desejo de aproximar o Brasil do “mundo civilizado”, onde não se exige o esgotamento de 100% das possibilidades de recurso para que um condenado vá para o xadrez. O novo Gilmar deseja oferecer aos sentenciados a oportunidade de contratar bons advogados para protelar a execução da pena até o STJ. Ali, indicam as estatísticas oficiais, o percentual de absolvições de condenados nas instâncias inferiores é ínfimo: 0,62%. Mas é enorme a possibilidade de procrastinação.
Há dois anos, Gilmar achava que o princípio da presunção de inocência não impedia a prisão em segunda instância, pois essa garantia individual se enfraquecia à medida que os encrencados evoluíam da condição de investigados para o estágio de condenados. Se antes queria prender, agora Gilmar dedica-se a soltar presos. Anuncia de fronte alta que, desde maio de 2017, passou a deferir pedidos de Habeas Corpus, na contramão da jurisprudência que ajudara a criar. “Não é um, não é dois, não é três. São muitos!”, disse o ex-Gilmar, sobre a quantidade de detidos que devolveu ao meio-fio.
Em sua versão 2016, Gilmar celebrava a perspectiva de melhoria dos presídios brasileiros com a chegada de condenados endinheirados. Remodelado, o Gilmar de 2018 esgrime a bandeira dos direitos humanos. E critica “o populismo” e “a demagogia” de quem deseja saciar “essa onda de punitivismo que está por aí.”
Antes, Gilmar soltava fogos para a evolução que a carceragem da Polícia Federal de Curitiba experimentou depois da deflagração da Operação Lava Jato. Informado de que o banho frio havia sido substituído por chuveiro quente, o ministro saudou: “São as melhorias que estão ocorrendo a partir desses ilustres visitantes dessas celas”. Agora, ao mesmo tempo em que oferece refresco aos condenados ilustres, Gilmar ataca a Lava Jato em timbre ácido.
O ministro explica que mudou de posição não por enxergar amigos aguardando na fila das condenações, mas “porque nós estamos cometendo injustiças aos borbotões.” Mais: “Estamos fortalecendo um estamento que não terá mais contraste.” Gente como delegados, procuradores e juízes. Pior: “Quando a gente analisa os casos da Lava Jato, a prisão em segunda instância é uma balela, porque na maioria dos casos ela começa em primeiro grau como prisão provisória.”
A mudança de posição rendeu críticas a Gilmar, que passou a arrostar inclusive hostilidades nas ruas. Mas ex- Gilmar atribui a animosidade à sanha persecutória da mídia, não ao seu vaivém doutrinário. O ministro dá de ombros para o fenômeno: “Se nós tivermos que decidir causas como esta porque a mídia quer este ou aquele resultado, melhor nós nos demitirmos e irmos para casa.”

NO O ANTAGONISTA
Lula entra com pedido de HC no STJ
Brasil 06.04.18 06:05
Lula entrou com um pedido Habeas Corpus no STJ para tentar impedir sua prisão.
“O argumento central é que o TRF-4 antecipou a execução da pena ao determiná-la antes da publicação do acórdão do julgamento dos embargos de declaração apresentados pelos advogados”, diz a Folha de S. Paulo.

Não há saída jurídica para Lula
Brasil 06.04.18 06:28
Os advogados de Lula apresentaram um pedido de Habeas Corpus ao STJ.
Sepúlveda Pertence, porém, sabe que a defesa já chegou “ao fim da linha” e que “não há saída jurídica” para evitar o encarceramento de seu cliente.
Ele disse ao Valor:
“Mas é uma opinião minha. Talvez meus colegas em São Paulo tenham decisão diferente”.

“Prisão de Lula confirma que os alicerces republicanos da democracia brasileira se fortaleceram”
Brasil 06.04.18 07:04
O Globo, em editorial, diz que prisão de Lula tem de ser saudada como uma prova do fortalecimento de nossa democracia.
Leia aqui:
“O mandado de prisão contra Lula confirma, por si só, que os alicerces republicanos da democracia brasileira se fortaleceram. A própria Lei da Ficha Limpa impede que Lula, condenado em duas instâncias, registre candidatura, porque está inelegível durante oito anos. Ele arguirá o veto na Justiça. Porém, mais do que nunca, vale a máxima republicana de que a Justiça é para todos (…).
Outra boa notícia é que o mandado de prisão do ex-presidente reafirma a vigência do Estado Democrático do Direito. Enquanto a ordem de prisão de Lula, por sua vez, é o ponto mais alto de um processo de limpeza ética por que passa a vida pública do País, a partir do fortalecimento de instituições de Estado — Ministério Público, Judiciário, Polícia Federal —, renovadas por gerações recém-chegadas de servidores profissionais.”

Lulistas atacam a imprensa
Brasil 06.04.18 06:44
Os lulistas continuam a agredir a imprensa.
Às 5 da madrugada, segundo a Folha de S. Paulo, “apoiadores de Lula se voltaram contra a imprensa presente no local.
Fotógrafos e repórteres foram ameaçados na rua e, quando foram conduzidos para dentro do sindicato, houve tentativa de invasão.”

O sono de Lula
Brasil 06.04.18 06:39
A TV Globo mostrou que há umas quarenta pessoas na porta do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula passou a noite.
A expectativa é de que a noite de sono tenha acalmado os petistas e que, hoje à tarde, Lula se entregue à PF.
MST promete bloquear 85 estradas
Brasil 06.04.18 06:09
O MST promete queimar pneus nesta sexta-feira.
“O principal foco será o fechamento de rodovias”, diz O Globo. “De acordo com um líder do movimento, o objetivo é impedir a circulação em 85 estradas”.
O único aspecto deletério da prisão de Lula é esse: piora o congestionamento.

Ex-presidente na cadeia
Mundo 06.04.18 04:40
Roubou? Vai para a cadeia.
É assim que funciona em todas as democracias.
A ex-presidente da Coréia do Sul, Park Geun-hye, acaba de ser condenada a 24 anos de prisão.
Ela já havia sido presa – e algemada – no ano passado.
Orgulhe-se do que está acontecendo no Brasil.

As bravatas de Lindinho
Brasil Quinta-feira, 05.04.18 23:15
Lindbergh, neste momento no Sindicato dos Metalúrgicos, chama Sérgio Moro de “covarde” e diz que “um cordão humano não vai deixar Lula ser preso”.

Lula vai querer perder as condições atuais?
Brasil 05.04.18 23:06
A Época noticia que Sérgio Moro determinará a prisão de Lula à força caso ele não se apresente até as 17h desta sexta-feira.
As condições da prisão também mudarão caso Lula deixe de se apresentar voluntariamente.

Tiros em ônibus de Lula são de arma antiga
Brasil 05.04.18 21:18
Os peritos da Polícia Civil do Paraná concluíram que os ônibus da caravana de Lula foram atingidos por tiros de calibre .32 de arma já fora de linha.
O atirador estaria do lado direito do ônibus, a 18,9 metros de distância e a pouco mais de quatro metros de altura.
Não foi possível determinar se o veículo estava em movimento.

Marco Aurélio: prisão de Lula não apressa apreciação de ADCs
Brasil 05.04.18 21:12
Marco Aurélio Mello falou ao Broadcast Político, do Estadão, depois que Sérgio Moro emitiu a ordem para prender o condenado.
Disse que o fato de Lula ser preso não deve interferir na apreciação das ADCs sobre prisão em segunda instância – é um caso específico, e as ADCs tratam do tema de modo genérico.

Dirceu se desespera
Brasil 05.04.18 20:56
José Dirceu disse que a prisão de Lula é “ilegal e inconstitucional”. Em mensagem a petistas, ele afirmou também que continuará na luta pela libertação do ex-presidente.
Dirceu, na verdade, está preocupado em voltar para a cadeia. Na próxima quinta-feira, o TRF-4 julga seus embargos infringentes.

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