PRIMEIRA EDIÇÃO DE 14-02-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2018
Apesar do monopólio na produção de petróleo e seus derivados, principalmente gasolina, e de controlar o mercado, a Petrobras presidida por Pedro Parente acha relevante gastar mais de meio bilhão de reais (exatos R$550 milhões) durante 30 meses em propaganda. Para ter tanto dinheiro em caixa, a Petrobras mantém margens de lucro elevadas com a política de preços que explora o consumidor brasileiro.

A Petrobras justifica a exploração com “preços internacionais”, mas não se conhece qualquer país com gasolina tão cara quanto a brasileira.

Pedro Parente convenceu o presidente Michel Temer e reproduzir a sua lorota dos “preços internacionais”, na qual poucos acreditam.

Até o Paraguai, que não produz petróleo, vende gasolina da Petrobras, nos postos da petroleira, a R$2,45 o litro (R$2,62 a gasolina aditivada).

A estatal Petrobras gastou quantia superior a R$3,71 bilhões com publicidade e propaganda, nos últimos quinze anos.

Chegam ao fim, este ano, os mandatos dos senadores Pastor Bel (PRTB-MA), Eduardo Lopes (PRB-RJ), Hélio José (Pros-DF), Pedro Chaves (PSC-MS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Vanessa Grazziontin (PCdoB-AM) e, com eles, a presença desses partidos. Se não forem reeleitos, essas siglas desaparecerão do Senado. PDT e PR podem virar partidos com um único senador.

Representante único da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues lidera as pesquisas, no Amapá. É o único caso entre partidos de um senador só.

O senador Pedro Chaves acertou sua saída do PSC e ingresso no PRB de Eduardo Lopes, que precisa renovar o mandato.

O PTB tem dois senadores: Telmário Mota (RR) e Armando Monteiro (PE). O pernambucano não será candidato à reeleição.

Carlos Siqueira, está cada vez mais isolado no comando do PSB. A bancada do partido na Câmara continua alinhada ao PT de Lula e Dilma, mas o resto do partido está cada vez mais nos braços do PSDB.

Projeto de iniciativa popular, do grupo Foro de Brasília (criado em contraposição ao “Foro São Paulo”), estabelece o Crime de Lesa-Pátria, “baseado nos crimes cometidos pelo PT contra a Nação”.

O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, tem sido apontado como um dos principais articuladores da aliança nacional do seu partido, o PSB, com o PSDB de Geraldo Alckmin. Os dois vivem conversando.

Antonio Reguffe e Kátia Abreu são os únicos senadores sem partido. Pouco antes do impeachment de Dilma ele deixou o PDT, que apoiava a petista. E ela foi expulsa do PMDB... por apoiar a petista cassada.

Entre os partidos de “esquerda” no Amazonas, o principal pré-candidato ao Senado é o ex-deputado Francisco Praciano (PT). Para manter mandato, Vanessa Grazziotin (PCdoB) pode tentar a Câmara.

O deputado Izalci Lucas (DF), que queria ser o candidato tucano ao governo do DF, procura um novo partido. É que o seu PSDB vai fechar com o PSB do governador Rodrigo Rollemberg. Lucas não gostou.

Projeto do deputado Carlos Gaguim (Pode-TO) obriga o uso da taxa de R$257 apenas para emissão do passaporte. Atualmente o dinheiro vai para o caixa único e, por isso, faltou dinheiro para a emissão em 2017.

Sofreu - e muito - o Projeto de Lei que regulamentaria a profissão de relações institucionais, o lobby. Estava quase aprovado na Câmara. Mas, relatado por Cristiane Brasil (PTB-RJ), foi para a geladeira.

...esta quarta-feira de cinzas é o primeiro dia do ano, mas o problema é que está todo mundo curtindo a maior ressaca.

NO DIÁRIO DO PODER
FUNDO PARTIDÁRIO
TSE LIBERA R$888,7 MILHÕES PARA PARTIDOS BANCAREM CAMPANHAS
DESSE VALOR, R$780,3 MILHÕES SÃO ORIUNDOS DE DOTAÇÃO DA UNIÃO
Publicado quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018 às 08:17
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou os partidos políticos a usarem o Fundo Partidário para bancar as campanhas de seus candidatos nestas eleições. Para este ano, o valor aprovado pelo Congresso é de R$ 888,7 milhões, dos quais R$ 780,3 milhões oriundos de dotação da União. Com a decisão do TSE, esse valor se somará ao do fundo público eleitoral de R$ 1,7 bilhão, aprovado pelo Congresso no ano passado.
O uso do Fundo Partidário nas eleições causa divergências entre os partidos. As legendas mais estruturadas queriam barrar o uso dos recursos sob o argumento de que seria desleal a competição com siglas menores, que conseguem guardar verba ao longo do ano para despejar na eleição de seus candidatos, enquanto as siglas maiores precisam investir os valores para manter o dia a dia partidário.
O secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG), criticou a decisão do TSE. “Os partidos médios e pequenos saem em vantagem. Perdem MDB, PSDB e PT, que têm uma vida partidária real”, afirmou o parlamentar.
A presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), também questionou a decisão. Ela afirma que a regra cria dificuldades para novos partidos. “Não acho justo, pois o fundo eleitoral foi criado justamente para fins eleitorais e com uma distribuição compatível com a representatividade atual de cada partido. O Fundo Partidário se baseia numa eleição anterior, com o objetivo de financiar as atividades partidárias. Neste novo cenário representativo que se desenhou na Casa, a permissão do uso do Fundo Partidário vai gerar um desequilíbrio enorme no jogo”, disse.
‘Poupança’
A autorização do TSE agradou aos partidos que guardaram recursos do Fundo Partidário de exercícios anteriores para usá-los em ano eleitoral. “Eles estão fazendo coerência com o que foi decidido na eleição municipal de 2016. Em 2016, foi permitido usar o Fundo Partidário”, afirmou o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Ele disse ter feito uma “poupança” do fundo para este ano, cujo valor não quis revelar.
“Se o partido tem recursos em caixa, não vejo por que não deva usar na eleição”, afirmou o líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), que comanda a maior bancada na Casa, com 59 parlamentares.
Resolução
A autorização consta de resolução aprovada pela Corte eleitoral em 18 de dezembro e publicada no início deste mês. A medida aumenta ainda mais o poder dos dirigentes partidários, a quem caberá definir como será a distribuição desses recursos nas campanhas.
A resolução, que define regras para arrecadação, gastos e prestação de contas, reforça o veto à doação empresarial e diz que recursos doados por pessoas jurídicas em anos anteriores também não podem ser usados. Estabelece ainda a possibilidade de candidatos financiarem 100% da própria campanha.
O Fundo Partidário é abastecido por dinheiro público oriundo principalmente de verbas da União, além de multas eleitorais. Os valores são repassados mensalmente para as siglas pagarem despesas com a máquina partidária. Do total, 5% são divididos igualmente entre as 35 legendas registradas no TSE e os outros 95%, de forma proporcional, conforme o tamanho da bancada de cada sigla na Câmara.
O uso do Fundo Partidário nas eleições deste ano, no entanto, era uma incerteza após o Congresso aprovar o fundo público eleitoral, criado para compensar o fim das doações empresariais, proibidas pelo Supremo Tribunal Federal desde 2015.
“Os partidos políticos podem aplicar nas campanhas eleitorais os recursos do Fundo Partidário, inclusive aqueles recebidos em exercícios anteriores”, afirma a resolução, relatada pelo ministro Luiz Fux, presidente do TSE. (AE)

OPERAÇÃO TESOURO PERDIDO
PF APURA ELO ENTRE BUNKER DE GEDDEL NA BAHIA E DESVIO NA CAIXA ECONÔMICA
ATAS MOSTRAM REPASSES DE R$5,8 BILHÕES A EMPRESAS INVESTIGADAS
Publicado terça-feira, 13 de fevereiro de 2018 às 11:43
Da Redação
A Polícia Federal investiga, no âmbito da Operação Tesouro Perdido, o elo entre o bunker dos R$ 51 milhões atribuídos aos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima e supostos esquemas de corrupção na Caixa Econômica Federal. Os investigadores apreenderam atas da instituição na casa da mãe do ex-ministro. O documento mostra que a Caixa liberou R$ 5,8 bilhões em créditos a empresas investigadas. Do total, R$ 4,4 bilhões foram destinados a empresas da holding J&F. A mãe do ex-ministro, Marluce Quadros Vieira Lima, também é uma das denunciadas na investigação.
A denúncia foi feita em dezembro de 2017 pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no âmbito da Tesouro Perdido. Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima e o empresário Luiz Fernando Machado Costa Filho são acusados de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Deles, a Procuradoria cobra R$ 51 milhões. A PF ainda investiga a origem do dinheiro. Um dos caminhos apontados pelos investigadores é o doleiro Lúcio Funaro, que revelou ter levado malas de dinheiro ao emedebista em voos a Salvador, que totalizaram R$ 20 milhões.
De acordo com as investigações, Funaro reconheceu entre os R$ 51 milhões, maços de dinheiro de um banco ligado à J&F. “Lúcio Funaro informou que os valores envoltos em ligas, com um pedaço de papel onde havia impresso o valor constante do maço de dinheiro, era exatamente como retirava o dinheiro dos seus doleiros e repassava para Geddel”, afirmou a PF no relatório.
Funaro reconheceu ainda ter operado propinas a peemedebistas relativos a negócios da Caixa Econômica. Para a PF, Geddel agia na instituição financeira “para beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para os outros membros da organização criminosa que integrava”.
Atas 
Para a Polícia Federal, as atas da Caixa apreendidas na casa da mãe de Geddel apresentam “informações relevantes à investigação” sobre o bunker em Salvador.
O relatório, assinado pelo agente Arnold Mascarenhas, destaca que foi feita uma análise sobre os documentos que levou em consideração investigações anteriores contra o emedebista. “Apesar de ocupar o cargo de vice-presidente de Pessoas Jurídicas da CEF, entre abril de 2011 e agosto de 2013, o ex-ministro catalogou também as atas em que foram aprovadas operações com as empresas investigadas nos anos que sucederam a sua gestão”, concluiu.
Em uma das pastas encontradas, há na capa a anotação: “Para a defesa”. Os agentes dizem entender que, apesar de encontrada na casa de Marluce, é “nítido” que os documentos são de Geddel.
A PF destaca ainda que “dentre empréstimos, repactuações, e substituição de garantias, o valor global dos valores constantes nas atas encontradas” somam o montante de os valores de repasses montante de R$ 28,7 bilhões.
Beneficiada 
O relatório identifica que a maior beneficiada entre as empresas encontradas nas atas apreendidas foi a empresa J&F Investimentos. “Lembrando que este foi tão somente o valor aprovado no período em que Geddel Vieira Lima ocupava o cargo de vice-presidente”.
Os investigadores ressaltam que em diversas reuniões Geddel estava presente ao lado de outros investigados por desvios na Caixa, como o delator Fábio Cleto, o ex-vice Marcos Roberto Vasconcelos, e o ex-diretor do Fundo de Pensão da Caixa, Carlos Augusto Borges. (AE)

NO BLOG DO JOSIAS
Pertence pede para Lula o que negava no STF
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 14/02/2018 04:05
Ministro do Supremo Tribunal Federal entre 1989 e 2007, Sepúlveda Pertence ajudou a construir a súmula 691, que veda a concessão de habeas corpus cuja liminar já tenha sido negada anteriormente por outro tribunal superior. Hoje, na pele de advogado de Lula, Pertence pede à Suprema Corte que impeça a prisão do condenado petista, concedendo-lhe uma liminar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já indeferiu. Ou seja: o advogado Pertence defende algo que o ministro Pertence julgava indefensável.
Foi com base na súmula 691 que o ministro Edson Fachin negou a liminar (decisão provisória) que afastaria o risco de encarceramento de Lula, condenado pelo TRF-4 a 12 anos e 01 mês de cadeia no caso do tríplex do Guarujá. O ministro lembrou que a concessão de liminar só se justificaria em caso de constrangimento ilegal. O que não se verifica no processo de Lula. Fachin encaminhou o pedido para o plenário do Supremo, que dará a palavra final. Ainda não foi marcada a data da sessão.
As súmulas servem para tornar pacíficas no Supremo interpretações adotadas no julgamento de sucessivos casos análogos. Aprovada pelos ministros da Corte em 24 de setembro de 2003, ainda no primeiro ano do governo Lula, a súmula 691 reuniu dez casos envolvendo habeas corpus, todos indeferidos. Um dos processos que deram origem à súmula foi relatado pelo então ministro Sepúlveda Pertence. Leva o número 80550. Coisa de abril de 2001. A íntegra pode ser lida aqui.
Na sua decisão, Pertence negou habeas corpus a um réu de São Paulo que havia sido condenado por crime sexual. A sentença de primeira instância fora confirmada por um colegiado de segundo grau, o Tribunal de Justiça do Estado, que autorizou a expedição da ordem de prisão. O condenado protocolou habeas corpus no STJ. Ali, o então ministro Gilson Dipp, hoje aposentado, indeferiu um pedido de liminar. Recorreu-se, então, ao Supremo. E o processo aterrissou na mesa de Pertence.
Numa primeira análise, Pertence deferiu o pedido de liminar. Posteriormente, ao submeter o caso à apreciação da Primeira Turma do Supremo, que integrava na época, Pertence reconheceu que havia cometido um erro. “Ao deferir a liminar, equivoquei-me quanto ao objeto da impetração, supondo haver decisão definitiva de denegação da ordem no STJ, onde só existia o indeferimento da liminar pelo relator”, anotou ele em seu voto.
Pertence acrescentou: “Ora, está consolidado no Supremo Tribunal o descabimento de habeas corpus contra indeferimento liminar em tribunal superior.” Na sequência, citou meia dúzia de precedentes — o primeiro datado de novembro de 1993; o último, de março de 2000. Ou seja: mesmo antes da existência da súmula 691, pedidos de habeas corpus como o que Lula protocolou no Supremo, ainda pendentes de deliberação em outro tribunal superior, eram usualmente tratados no Supremo como descabidos.
Em agosto de 2005, o então ministro Cézar Peluso, que também já se aposentou, propôs ao plenário do Supremo o cancelamento da súmula 691. Fez isso no âmbito de um caso em que o publicitário Roberto Luiz Justus, acusado de crime tributário, tentava obter um habeas corpus para trancar o processo. Por maioria de votos, os ministros aprovaram a manutenção dos termos da súmula. Ficaram vencidos apenas o relator Peluso e o ministro Marco Aurélio Mello.
Neste julgamento, cuja íntegra pode ser lida aqui, Pertence fez várias intervenções. Sempre para defender a manutenção da súmula que agora gostaria de ver flexibilizada em favor de Lula. A certa altura, o então magistrado Pertence afirmou no plenário do Supremo:
“…Está na nobre função dos advogados forçar as portas. E, então, hoje é rara a petição de habeas corpus —mesmo aquelas da nossa indiscutível competência — que não traga a tarja vermelha do pedido de liminar. Às vezes, são condenados a 50, 60, 70 anos de reclusão a alegar uma nulidade num processo de que teria decorrido uma parcela de 2 ou 3 anos desses 50 ou 60 anos. E, sobre isso, tem-se de proferir uma decisão de imediato.”
Pertence prosseguiu: “Os autos são remetidos à casa dos juízes a altas horas da noite. Mas não só pretensões grotescas como essa: é a tentativa de antecipar, a todo custo, a solução, quando não há a mais mínima probabilidade de uma violência real; mas há de incômodos, os quais não podem aguardar, não podem correr a hierarquia jurisdicional, sem nenhum risco de que eles se convertam em coação real à liberdade.”
Abra-se aqui um parêntese. No caso de Lula, ao negar a liminar pedida pela defesa, o ministro do STJ, Humberto Martins, anotou em seu despacho que a sentença do TRF-4 já havia deixado claro que o condenado petista não seria preso imediatamente. Antes, seriam julgados os chamados embargos declaratórios, recursos que os advogados de Lula têm o direito de apresentar no próprio TRF-4. Ou seja, não se observa aquilo que Pertence, ainda com a toga sobre os ombros, chamava de “coação real à liberdade.” Fecha parêntese.
No julgamento de agosto de 2005, aquele em que Cézar Peluso propunha a revogação da súmula 691, Pertence também declarou que o ideal seria que o Supremo pudesse se debruçar sobre todos os pedidos de habeas corpus, mesmo que tivesse que passar por cima de outros órgãos do Judiciário, suprimindo instâncias. Mas isso não seria viável, ele ponderou.
Vale a pena ler o que disse o Sepúlveda de 2005: “Seria o ideal que assim pudesse ser. Que, verificando o Supremo Tribunal, que, em uma remota delegacia de polícia, se está abrindo um inquérito por fato que seja de patente atipicidade, seria o ideal que este tribunal pudesse, de imediato conceder habeas corpus —  contra a denegação de liminar em habeas corpus impetrado a tribunal superior contra denegação de liminar em segundo grau; este, por sua vez, impetrado contra denegação da liminar em primeiro grau, e restabelecer o império da lei e poupar o cidadão de incômodos, ou quem sabe, daqui há alguns anos, da ameaça de uma condenação à privação da liberdade.”
Pertence arrematou seu raciocínio: “Mas a máquina judiciária tem limites. E este Tribunal — como todos os tribunais —, mas este, particularmente, com essa triste responsabilidade de dizer a última palavra, tem responsabilidade também com a viabilidade do funcionamento dessa máquina judiciária. E, depois de décadas de vivência diária nesta Casa, convenço-me, realmente, de que o exagero na ambição de a tudo prover imediatamente acaba, dados limites humanos e temporais de sua capacidade, por inibi-la de desempenhar o seu papel inafastável. Mantenho a Súmula.”
Há seis dias, já incorporado à equipe de defensores de Lula, Pertence visitou o ministro Edson Fachin no Supremo. Pediu pressa no julgamento do habeas corpus que tenta livrar seu cliente da cadeia antes da expedição da ordem de prisão. Na saída do prédio do Tribunal, Pertence conversou com os repórteres. Lero vai, lero vem alguém recordou ao doutor que o STJ rejeitara o pedido de liminar. Mais: o mesmo STJ ainda não havia julgado o mérito do habeas corpus de Lula. E Pertence, dando de ombros para tudo o que dissera no passado sobre a súmula 691, declarou que o Supremo pode, sim, atropelar outro tribunal superior, debruçando-se sobre o pedido de habeas corpus.
O novo Sepúlveda Pertence escorou sua argumentação numa hipotética pressa do TRF-4, sediado em Porto Alegre. Ele afirmou: “É possível [o STF dar liminar antes de um julgamento final no STJ]. Foi negada a liminar [no STJ]. E a liminar, no caso, é importantíssima a rapidez dela, dada a velocidade porto-alegrense da Justiça. […] Nós fizemos um apelo, dada a velocidade do Tribunal de Porto Alegre. Está aberto o prazo para os embargos de declaração, e, consequentemente, próximo à queda da suspensão da ordem de prisão.”
Relator da Lava Jato no Supremo, Fachin foi célere. Mas contrariou a defesa de Lula em dois pontos. No primeiro, indeferiu o pedido de liminar, em respeito à súmula que Pertence decidiu ignorar. No segundo ponto, Fachin se absteve de submeter sua decisão à Segunda Turma da Suprema Corte, como queriam os defensores de Lula. Fez isso porque sabe que está em minoria nesse colegiado. Preferiu lançar a batata quente diretamente sobre o plenário do Supremo, integrado por 11 ministros.
Deve-se torcer para que Sepúlveda Pertence seja escalado para fazer a defesa oral das pretensões de Lula no plenário do Supremo. Será divertido observar o contorcionismo retórico que o ex-ministro terá de exibir para se contrapor aos termos de uma súmula que ajudou a construir e que defendeu com tanta tenacidade. Em situações assim, é estreita, muito estreita, estreitíssima a fronteira que separa uma argumentação razoável de uma desmoralização incontornável.

Segurança vira álibi de Crivella para fugir da folia
Por Josias de Souza
Terça-feira, 13/02/2018 20:12
Bispo licenciado da igreja Universal, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella tornou-se protagonista de um paradoxo. Avesso ao Carnaval, ele governa a cidade conhecida mundialmente como templo da festa profana. Na campanha, prometeu não bulir no pedaço do orçamento da Prefeitura destinado às escolas de samba. Em 2018, passou na lâmina metade da verba. Transformado em enredo da Estação Primeira de Mangueira — “Com dinheiro ou sem, eu brinco o Carnaval” — Crivella refugiou-se na Europa. Veiculou no Facebook um vídeo gravado na Alemanha. Nele, diz estar cuidando da segurança do Rio.
''Estamos trabalhando muito, pegando muita informação para saber o que é mais moderno em termos de vigilância, em termos de VANT [veículo aéreo não tripulado], em termos de drone, em termos de informação via satélite, enfim, o que a gente puder para melhorar a questão da segurança no Rio de Janeiro.”
A desculpa de Crivella torna-se alegórica quando se recorda que a Constituição atribui a responsabilidade pela segurança pública ao Estado, não ao Município. Sobre isso, o prefeito disse coisas definitivas sem definir muito bem as coisas:
“As pessoas dizem assim: segurança é uma questão do Estado. É sim. Mas olha, do jeito que o Rio está, precisa de ajuda de todo mundo: governo federal, governo municipal, governo estadual, Força Nacional de Segurança, Polícia Rodoviária Federal. Nós todos temos que estar unidos porque a violência é inaceitável.''
Da Alemanha, Crivella e sua comitiva seguirão para a Áustria e a Suécia. São negligenciáveis as chances de a excursão resultar em algo produtivo para o combate à criminalidade no Rio de Janeiro. Assim, o custeio de viagens organizadas para camuflar a aversão do bispo-prefeito ao Carnaval entra na crônica do desperdício nacional como mais uma modalidade do costume de jogar dinheiro público pela janela.

NO O ANTAGONISTA
O mau sinal de Carminha
Brasil Quarta-feira, 14.02.18 12:02
Cármen Lúcia juntou Chico Buarque e “perdão”, na fala de hoje.
Mau sinal.

‘Golpista’ quer apoio de Lula
Brasil 14.02.18 11:23
O senador Edison Lobão avisou a Lula que adoraria receber seu apoio na campanha à reeleição, informa a Época.
O Antagonista lembra que Lobão, do MDB de Michel Temer, votou pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Advogado de Trump diz que pagou silêncio de atriz pornô
Mundo 14.02.18 10:34
Michael Cohen, advogado de Donald Trump, confirmou o pagamento de 130 mil dólares à atriz pornô Stormy Daniels, para que ela ficasse quieta, durante a campanha presidencial, sobre a relação que a moça teve com Trump em 2006.
Cohen, no entanto, jura que o dinheiro saiu do seu próprio bolso e que Trump e o seu comitê eleitoral nada têm a ver com isso. “Ainda que ele seja inocente, é meu dever protegê-lo”, disse, para justificar a benemerência.
Deve ser o único caso na história humana de pro bono para rico.

A urna eletrônica “não é totalmente segura”
Brasil 14.02.18 09:57
O voto eletrônico pode ser fraudado.
É a opinião dos especialistas israelenses consultados pelo Valor.
Um deles disse:
“O que eu sei é que um hacker pode rackear qualquer coisa. O nosso ponto de vista é que nada é invencível, todo sistema pode ser invadido”.
Outro concordou:
“Eu acredito que o governo brasileiro brasileiro faz o que pode fazer, mas minha avaliação é que nunca é totalmente seguro”.

Maduro não é bem-vindo
Mundo 14.02.18 09:41
Nicolás Maduro foi afastado da Cúpula das Américas.
A chanceler peruana disse:
“Sua presença não será bem-vinda ao encontro”.

A quaresma da Lava Jato
Brasil 14.02.18 06:15
A ORCRIM vai sofrer durante a Quaresma.
Diz Miriam Leitão:
“A Lava Jato vai entrar no final de fevereiro ou começo de março num ritmo mais forte. Quem diz é quem acompanha as investigações. Há vários motivos para isso, que vão da maneira como a Polícia Federal distribuiu o trabalho no fim do ano até o amadurecimento de investigações que vinham sendo feitas.
As operações, que ficaram escassas nos últimos meses, devem ser retomadas neste pós-carnaval.”

Lula e Zuma
Mundo 14.02.18 05:46
Lula se compara a Nelson Mandela, mas ele é igual a Jacob Zuma.
Nesta quarta-feira, a polícia sul-africana fez uma devassa nas casas dos membros da dinastia Gupta, a mais poderosa do país, acusada de conluio com o presidente da República para obter contratos públicos.
Jacob Zuma deve renunciar nas próximas horas. Ele agora só está tentando escapar da cadeia.




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