SEGUNDA EDIÇÃO DE 10-01-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO BLOG DO NOBLAT
Temer procura um novo ministro do Trabalho
De como se escolhe um auxiliar do presidente da República

Por Ricardo Noblat
Quarta-feira, 10 jan 2018, 08h00
Bem que o ex-deputado Roberto Jefferson tentou salvar da degola sua filha Cristiane Brasil, deputada do PTB do Rio de Janeiro, nomeada pelo presidente Michel Temer para comandar o Ministério do Trabalho.
Tão logo soube ontem à tarde que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) negara recurso do governo contra a decisão de primeira instância que considerara Cristiane inabilitada para o cargo, Jefferson procurou Temer.
Em meio a uma longa conversa no gabinete presidencial do Palácio do Planalto, Jefferson advogou em favor da filha, exaltando os seus méritos. E, lá para as tantas, formulou um apelo a Temer:
– Por que o senhor não fala com a ministra Cármen Lúcia?
Temer foi rápido na resposta:
– Não vou falar. Ela foi muito dura comigo quando suspendeu parte do indulto de Natal que dei aos presos.
Como presidente do Supremo Tribunal Federal e ministra de plantão durante as férias da Justiça, caberá a Cármen Lúcia dar a palavra final sobre a sorte de Cristiane. É o que deverá fazer hoje.
Então Jefferson jogou a toalha. Saiu do Palácio do Planalto convencido de que nada mais poderia fazer por Cristiane. Foi dormir com a certeza de que Cármen Lúcia confirmará a decisão do TRF2.
Antes, porém, sofreu o constrangimento de bancar o anfitrião do jantar que encomendara ao Hotel Nacional para celebrar a posse da filha que deveria ter ocorrido à tarde.
Esperava o comparecimento de 200 pessoas. Pelo menos 170 estavam em Brasília. Compareceram cerca de 30. Jefferson passou a noite fingindo que estava tudo bem. Cristiane brindou e circulou em todas as rodas.
A mais nova e estrepitosa trapalhada do governo Temer teve início quando ele decidiu nomear para o Ministério do Trabalho o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA).
Consultou Jefferson e outros líderes do PTB que abençoaram a nomeação. Esqueceu de consultar o ex-presidente José Sarney (PMDB), adversário político de Fernandes no Maranhão. Sarney vetou a nomeação.
O veto foi aceito por Temer, que assim se justificou em confidências a amigos: “Devo muito a Sarney, viu?”
A pedido de Temer, o ministro Moreira Franco, da Secretaria da Presidência, telefonou para o deputado Benito Gama (BA), presidente do PTB, perguntando se ele aceitaria o cargo.
Benito respondeu que sim, desde que o seu não fizesse parte de nenhuma lista de nomes a ser submetida a Temer. Garantiu que nesse caso uniria o PTB em torno de sua indicação.
Mas Jovair Arantes (MT), líder do PTB na Câmara e fiel aliado do governo, vetou o nome de Benito porque seu candidato ao cargo era outro. Foi quando Temer chamou Jefferson para uma reunião no Palácio do Jaburu.
Partiu de Temer a sugestão do nome da filha de Jefferson para ministra do Trabalho. Jefferson viu ali a chance de resgatar o protagonismo político que perdera com o escândalo do Mensalão. Cristiane topou a ideia. Aí…
Bem… De tão recente, o resto é história conhecida. Que começou com Temer à procura de um ministro do Trabalho. E que continua com ele à procura da mesma coisa.

NA VEJA.COM
Novo laudo mostra que Maluf pode permanecer no presídio da Papuda
Documento foi elaborado após defesa do deputado, que alega questões de saúde, questionar o primeiro trabalho dos peritos, que haviam chegado à mesma conclusão

Por Da Redação
Terça-feira, 09 jan 2018, 19h21 - Publicado em 9 jan 2018, 18h50
O Instituto Médico-Legal (IML) do Distrito Federal concluiu um novo laudo no qual afirma que não há impedimentos para que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) continue preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília. O deputado cumpre pena de sete anos e nove meses, definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e está no presídio desde 20 de dezembro passado.
O novo laudo, entregue na segunda-feira, 08, à Justiça, foi realizado para responder a 32 novos questionamentos elaborados pelos advogados do parlamentar. Estes não concordaram com o primeiro documento apresentado pelos peritos, que haviam chegado à mesma conclusão.
Com base nas informações enviadas, o juiz Bruno Aielo Macacari decidirá se Maluf vai continuar preso ou poderá cumprir prisão domiciliar. Antes da decisão, o magistrado deve colher parecer do Ministério Público e a manifestação da própria defesa. A defesa do deputado, de 86 anos, alega que ele deve cumprir prisão domiciliar porque sofre de câncer de próstata e problemas cardíacos e na coluna, além de hérnia de disco.
“Acostou-se o laudo da perícia médica do IML, com as respostas aos quesitos formulados pela defesa, no qual se concluiu que o sentenciado está acometido de doenças graves, mas sem indicação de que há algum impedimento ao cumprimento da pena privativa de liberdade recolhido no Centro de Detenção Provisória, desde que assistido pela equipe médica”, diz trecho de uma decisão anexada ao processo.
Maluf foi condenado por receber propina em contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS quando era prefeito de São Paulo (1993-1996). Os recursos teriam sido desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. O custo total da obra foi cerca de 800 milhões de reais.
As investigações se arrastaram por mais de dez anos, desde a instauração do primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância da Justiça. Os procuradores do Ministério Público estimaram em 170 milhões de dólares a movimentação total de recursos ilícitos. O Supremo assumiu o caso após a eleição de Maluf como deputado federal.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Um delírio de R$ 484 milhões
Como uma ilusão política cresceu como desafio ao imperialismo e terminou numa tragicomédia, sem chance de recuperação do dinheiro público consumido 

Por José Casado
Publicado no Globo
Começou com uma ilusão diplomática no governo Fernando Henrique Cardoso. Avançou como política de desafio dos governos Lula e Dilma ao imperialismo americano, a pretexto da preservação da “soberania” e da “dignidade” do País. Terminou num desastre milionário, sem chance de recuperação de um único centavo do dinheiro público consumido e, ainda, com a possibilidade de perdas adicionais até dez vezes superiores numa disputa jurídica internacional. Essa é, em síntese, a história da empresa binacional criada pelo Brasil e Ucrânia há 12 anos.
O Brasil enterrou R$ 484 milhões entre 2003 e 2015 num delirante projeto de lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4, comprovam ordens bancárias recebidas pela empresa binacional, recuperadas no fim do ano passado por iniciativa do Senado. Além do prejuízo, restam ruínas de concreto na paisagem de Alcântara, no Maranhão — luxo do tipo somente permissível a subdesenvolvidos.
Tudo começou em 1998, quando a estatal brasileira Infraero assinou um acordo com as empresas Yuzhnoye, ucraniana, e a Fiat Avio, italiana, para lançamento de foguetes da americana Motorola em Alcântara. Os Estados Unidos exigiram salvaguardas às suas patentes tecnológicas que permeiam 80% dos satélites montados e comercializados no mundo.
O governo do PSDB aceitou as imposições e remeteu o acordo ao Congresso na abertura da temporada eleitoral de 2002. Nunca foi votado, mas a crítica à submissão aos EUA virou peça de marketing da campanha presidencial do Partido dos Trabalhadores.
Lula assumiu e mandou a Kiev seu ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Com dez meses de governo, criou a binacional Alcântara Cyclone Space e anunciou “com entusiasmo” a assinatura de salvaguardas tecnológicas com a Ucrânia como alternativa às exigências americanas. O texto, em boa parte traduzido do assinado pelo antecessor com os EUA, foi aprovado em 24 horas no Congresso em votação conduzida pelo PT. A empresa foi formalizada em 2005. Seu capital de R$ 350 milhões logo aumentou 757%, para R$ 3 bilhões.
Em 2012, foram paralisadas a contratação de equipamentos na Ucrânia e as obras em Alcântara. O governo Dilma se topou com a realidade: o foguete ucraniano só poderia ser lançado se o acordo com os EUA estivesse em vigor. Isso porque o Cyclone-4 incorpora tecnologias de patente americana. Para piorar, em 2014 a Rússia invadiu a Ucrânia.
Dilma ainda insistiu. Criou uma comissão interministerial para ver se poderia salvar o projeto. Mas o relatório, sigiloso, foi definitivo: “Todas as evidências e todos os depoimentos apontam unanimemente: sem o acordo de salvaguardas com os EUA, qualquer lançamento fica inviabilizado”.
A presidente jogou a toalha numa tarde de sábado, em maio de 2015. Desfez o acordo com a Ucrânia. Dois meses atrás, o governo Temer apresentou aos EUA nova proposta de acordo de salvaguardas tecnológicas. Ainda não recebeu resposta — dependeria das negociações entre a Boeing e a Embraer.
Só agora o custo dessa tragicomédia política e diplomática começou a ser exumado. As perdas já comprovadas foram de R$ 484 milhões. Com as pendências jurídicas, a conta final do delírio poderá ser muito maior.

É o que temos
Lula tem prometido virar o País de cabeça para baixo, mas não parece que há muita gente interessada nisso

Por J.R. Guzzo
Publicado no Blog Fatos
A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente? (…)
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?
(Luís de Camões, “Os Lusíadas”)

O Velho do Restelo, esse homem difícil, pessimista e dado a falar o contrário do que se espera, disparou as perguntas acima a Vasco da Gama e outros peixes graúdos da corte de Portugal no momento em que largavam do cais de Belém, sob as palmas da multidão, para a viagem que os levaria a descobrir o novo Caminho das Índias. Denunciava, nas palavras que Camões tornou imortais em seu poema, a “glória de mandar” e a “vã cobiça” do Gama e de seus parceiros — juravam estar indo “além da força humana” pelo bem da pátria, mas só estavam interessados mesmo em sua fama, fortuna e ambições pessoais. Se ainda estivesse circulando hoje por aí, o áspero velho bem que poderia perguntar ao ex-presidente Lula: “Que promessas farás em tua campanha eleitoral de 2018?” Promessa nunca foi problema para Lula, é verdade. Mas se for candidato à presidente mais uma vez vai ter de arrumar alguma promessa, qualquer promessa — e no seu repertório de hoje não há nada que possa realmente entusiasmar as multidões.
Lula tem prometido, por exemplo, virar o País de cabeça para baixo, mas não parece que há muita gente interessada nisso — o que se quer, pelo que dá para entender, é que o País fique com a cabeça onde está e vá em frente. Ele promete, também, mudar tudo na Petrobras. Mudar para quê? É a primeira vez em quase quinze anos que a Petrobras tem uma diretoria que não rouba a empresa. O que Lula está propondo? Criar de novo a situação de ladroeira alucinada que arruinou a companhia durante seus governos e os de Dilma Rousseff? Outra promessa é recuperar “direitos que foram cortados” do povo brasileiro. Quais? O imposto sindical, por exemplo, abolido na reforma trabalhista? Não dá, ao mesmo tempo, para prometer um novo “Trem Bala”, um segundo “Pré-Sal” ou a transposição das águas do São Francisco no sentido contrário.
Até algum tempo atrás Lula punha muita fé em prometer na campanha uma reforma monumental na economia. Hoje a coisa já parece mais complicada. Fazer o contrário do que está sendo feito pelo governo de Michel Temer significa, por exemplo, aumentar os juros, que chegaram a menor taxa da História. Não dá para prometer um negócio desses. O ex-presidente também não pode prometer que vai aumentar a inflação, que hoje é a mais baixa dos últimos 20 anos. Nem jogar o Brasil de volta na maior recessão jamais vista por aqui – obra prima de sua criatura, que conseguiu fazer a economia recuar mais de 7% em 2015 e 2016.
Sempre existe à mão, naturalmente, a história da “ascensão social”, um dos maiores contos do vigário jamais aplicados neste País. Ao final de seu governo, Lula anunciou que a pobreza havia sido extinta por ele no Brasil. Acreditaram nisso, na época, de São José dos Ausentes até a Universidade de Harvard — e talvez dê para reembalar a mercadoria e passar adiante mais uma vez. Segundo o ex-presidente, só haviam sobrado aqui e ali uns poucos pobres para serem salvos; segundo ele, não tinha sido possível localizar fisicamente esses coitados, de tão poucos que eram em nosso vasto território. Dilma teria só de fazer o acabamento. Ela foi rápida. Em 2012 proclamou que a miséria tinha sido extinta de uma vez por todas; a partir de então, só havia no Brasil de classe média para cima. O truque aritmético que usaram para fabricar essa nova realidade é conhecido. Um desses órgãos públicos encarregados de fazer estatísticas, que o PT então utilizava como parte do seu departamento de propaganda, decretou que a classe média no Brasil começava em 1.280 reais por mês; com 1.281 o sujeito já não era mais pobre. Pronto: acabou a pobreza.
O problema com tudo isso é que o IBGE, com dados apurados durante os próprios governos de Lula e Dilma, acaba de divulgar números oficiais onde a verdade aparece. Em 2016, ano em que Dilma foi despachada, a 31 de agosto, 52 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha da pobreza — o que, pensando um pouco, é gente que não acaba mais. Se Lula e o PT eliminaram a miséria, de onde, então, saiu todo esse povo que sobrevive com 18 reais e alguns centavos por dia? O ex-presidente e sua corte têm uma explicação: foi Michel Temer, de agosto do ano passado para cá, quem criou sozinho os 52 milhões de pobres que andam por aí. Só mesmo Lula, agora, para salvar as suas vidas. É meio duro de engolir. Mas, em matéria de promessa, é o que temos no momento.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Pela primeira vez o nome de um ministro do STF estará numa investigação da Polícia Federal
Por Amanda Acosta - Articulista e repórter
amanda@jornaldacidadeonline.com.br
Terça-feira, 09/01/2018 às 22:32
Uma situação inusitada em toda a história do Supremo Tribunal Federal (STF): pela primeira vez o nome de um ministro estará vinculado a uma investigação sobre corrupção.
O suposto acusador é outro magistrado, um juiz de 1ª instância, que teria tido todo o seu trabalho prejudicado por uma decisão do ministro, que, para tanto, teria recebido a bagatela de R$ 5 milhões.
O ministro, como se sabe, é Gilmar Mendes. O juiz é Glaucenir Oliveira, aquele que prendeu o ex-governador Antony Garotinho, o corruptor.
A investigação foi pedida pelo próprio Gilmar, moralmente sem outra alternativa, diante do vazamento da gravação com a acusação direta do juiz.
O fato relevante e importante é que doravante o nome do ministro estará nas mãos da Polícia Federal e, como se sabe, a PF é extremamente atrevida em suas investigações e age de maneira destemida e com absoluta independência.
Os rumos que serão tomados são imprevisíveis.
Gilmar, que não é santo, pode se dar muito mal.

NO O ANTAGONISTA
TSE SERÁ QUESTIONADO, DE NOVO, PARA QUE OCORRA VOTO IMPRESSO
Brasil Quarta-feira, 10.01.18 11:24
Nesta sexta-feira, chegará ao TSE um novo questionamento elaborado pela equipe do jurista Modesto Carvalhosa — ao qual O Antagonista teve acesso em primeira mão — para que o voto impresso seja respeitado nas eleições de 2018.
Com tabelas que reforçam os argumentos ali apresentados, os advogados pedem, por exemplo, para que a Corte explique as razões do custo de uma impressora de R$ 1.720,52.
Vejam o ofício que será entregue ao TSE — aqui a íntegra
Mais uma tentativa de Cristiane
Brasil Brasil 10.01.18 10:07
Cristiane Brasil entrou com novo recurso no TRF-2 para derrubar a liminar que impede sua posse no Ministério do Trabalho, diz a TV Globo.
É mais seguro do que apelar para Cármen Lúcia.
Deputados em defesa de Cristiane Brasil
Brasil 10.01.18 10:35
Jerônimo Goergen, do PP, e tantos outros deputados estão saindo em defesa de Cristiane Brasil.
Alegam que a Justiça não pode impedi-la de assumir o Ministério do Trabalho pelo fato de ela ser condenada por descumprimento de lei… trabalhista.
“O que é uma vergonha maior é ver alguns que criticam essa situação defenderem a candidatura de Lula para presidente. Lula é condenado por corrupção”, disse Goergen.
Cristiane Brasil e o pai, Roberto Jefferson, não têm dúvidas de que quem entrou com as ações populares para barrar a posse dela foi um grupo de advogados ligado ao petista Wadih Damous, deputado também pelo Rio de Janeiro e ex-presidente da OAB local.








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