PRIMEIRA EDIÇÃO DE 23-01-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Terça-feira, 23 DE JANEIRO DE 2018
Os críticos à nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no cargo de ministro do Trabalho, alegando que ela sofreu condenação da Justiça do Trabalho, são basicamente os mesmos que defendem a candidatura presidencial de político condenado por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Até empunham faixas para sustentar o besteirol de que “eleição sem Lula é fraude”.
É extraordinário o talento de Michel Temer para escolher mal os seus auxiliares, mas ele tem o direito de fazê-lo. E de empossá-los.
Se Cristiane Brasil respondeu a ação trabalhista, como a maioria dos empregadores brasileiros, Lula está condenado por ladroagem.
Advogados próximos do PT, que impedem na Justiça a posse da ministra, curiosamente não ameaçam a candidatura de político ladrão.
Além da condenação a 9 anos e meio de cadeia por corrupção, Lula responde a seis outros processos igualmente graves.
Área essencial para um governo como o de Michel Temer, que bate recordes de rejeição, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência amargou uma rara prova de desprestígio: sem consultar a ninguém, o líder do governo, deputado André Moura (PSC-SE), fez o relator do Orçamento, Cacá Leão (PP-BA), retirar R$ 210 milhões de comunicação para contemplar parlamentares amigos. Aparentemente, só o ministro Dyogo de Oliveira (Planejamento) sabia da operação.
A “tunga” de André Moura somente foi percebida durante reunião, com a presença de Temer, para o planejamento de marketing para 2018.
Em estado de perplexidade, o Planalto obteve do próprio relator Cacá Leão a revelação de que a ordem da “tunga” foi de André Moura.
A Secom confirmou o surrupio e informou que esses R$210 milhões seriam usados em campanhas de utilidade pública e esclarecimentos.
Enquanto no Brasil de Temer o preço do botijão sofreu 6 aumentos só este ano (o de tamanho grande já custa R$420), em Portugal, que não produz petróleo ou gás, governo subsidia botijão para quem é carente.
O ministro Moreira Franco (Secretaria Geral) desdenhou da advertência sobre o frio em Davos, na Suíça: “Piauiense sobrevivente, habituado ao calor de 43 graus, eu não me intimido com 10 graus negativos”.
Michel Temer foi quem acalmou ministros próximos após a decisão da ministra Cármen Lúcia, na madrugada de segunda (22), de impedir a posse da ministra do Trabalho. O governo vê “retaliação” à reforma da Previdência, acabando privilégios que beneficiam a magistratura.
Se a propina da “doação empresarial” foi proibida, políticos criaram o “fundo eleitoral” (público, claro) bilionário para pagar suas campanhas. Como transportar eleitor é crime, querem passar para o contribuinte otário a conta do transporte do eleitor, feito gado, no dia da eleição.
O vereador Raniere (PDT) reassumiu a presidência da Câmara de Natal no fim de 2017, em decisão semelhante à que devolveu Aécio Neves ao Senado. No dia 10 demitiu 448 e no dia 19 contratou 341.
Se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) mantiver a condenação, Lula fica inelegível segundo manda a Lei da Ficha Limpa, independentemente do placar do julgamento, nesta quarta (24).
Criminalista e ex-delegado, João Ibaixe Junior afirma que a sentença de Lula deverá ser confirmada no TRF-4, na quarta-feira (24): “A questão não é que não existam provas para a condenação, mas sim se as provas existentes demonstram ou não a vontade da prática delitiva.”
Renan Calheiros divulgou vídeo acusando a Justiça de condenar Lula “sem provas”. Sua esperança de reeleição é Lula no seu palanque. Mas a troca de partido está descartada: o PT veta sua filiação.
... o problema, para Sérgio Cabral, não foram as algemas, mas o mico.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Editorial do Estadão: O verdadeiro conluio
Ao alegar a formação de um “conluio” para a compra fraudulenta de Pasadena, Dilma Rousseff usa como defesa sua própria incompetência
Por Augusto Nunes
Terça-feira, 23 jan 2018, 07h05
Um dos retratos mais bem acabados da passagem de Dilma Rousseff pela administração pública federal é a escandalosa compra de uma refinaria de petróleo no Texas,EUA, pela Petrobras, na época em que ela presidia seu Conselho de Administração. Tendo seus bens bloqueados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por seu papel na desastrosa operação, Dilma diz, em sua defesa, ter havido um “conluio” para a concretização do negócio. Que houve conluio os brasileiros hoje sabem, mas não aquele do qual Dilma alega ser vítima. A vítima é a sociedade.
Em março de 2014, o Estado publicou documentos, até então inéditos, revelando um dos maiores atentados ao princípio da moralidade pública praticados na História recente do País. Em 2006, quando era ministra da Casa Civil do governo de Lula da Silva e presidia o Conselho de Administração da Petrobras, a presidente cassada Dilma Rousseff aprovou a compra onerosa de 50% de uma refinaria da Astra Oil em Pasadena, no Texas. Aos ganhos ilegais auferidos pelos mancomunados na obscura transação correspondeu um prejuízo de US$ 792 milhões à estatal e seus acionistas.
Tanto Dilma Rousseff como ex-membros do Conselho de Administração da Petrobras respondem o processo no TCU pelo enorme prejuízo causado ao erário. Em outubro, o ministro relator do caso no TCU, Vital do Rêgo, decretou, além do bloqueio dos bens de Dilma, o de Antônio Palocci, José Sérgio Gabrielli, Cláudio Luis da Silva Haddad, Fábio Colletti Barbosa e Gleuber Vieira. A medida tem validade de um ano.
Na defesa que entregou ao TCU no final do ano passado, Dilma argumenta ter havido o tal conluio para concretizar o negócio, segundo o jornal Valor. Tal como um relógio parado, a ex-presidente também é capaz de acertar de vez em quando. Mas, com a desfaçatez que a caracteriza, insiste que está fora dessa tramoia da qual alega ter sido vítima, e não uma das agentes fundamentais.
A defesa de Dilma Rousseff sustenta-se na acusação feita ao ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que teria sido o responsável por montar o tal conluio com funcionários da Astra Oil para, “de modo deliberado”, esconder dos membros do Conselho de Administração “disposições contratuais que tornavam o negócio lesivo aos interesses da estatal”.
À época da divulgação da compra suspeita de metade da refinaria de Pasadena, quando foi questionada pelo Estado a respeito, Dilma Rousseff disse que só apoiou a medida porque recebeu “informações incompletas” contidas em um resumo executivo de apenas duas páginas e meia, documento que, em nota enviada ao jornal, classificou como “técnica e juridicamente falho”.
Ao alegar a formação de um “conluio” para a compra fraudulenta de Pasadena, Dilma Rousseff usa como defesa sua própria incompetência como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para não dizer má-fé, algo que ainda haverá de ser apurado pelas instituições competentes. Este é o tamanho da afronta à inteligência dos brasileiros.
A pobreza de informações contidas no resumo executivo que deveria servir como subsídio à decisão do Conselho de Administração era mais do que suficiente para que tal negócio fosse suspenso, no mínimo. Não foi o que ocorreu e a eclosão da Operação Lava Jato mostrou por quê.
Na Comissão Especial que julgou seu impeachment por crime de responsabilidade, no Senado, Dilma Rousseff disse que ali se estava julgando “uma mulher honesta”. Como dito, sua eventual má-fé na autorização de compra da refinaria de Pasadena deverá ser apurada em investigação policial. Como presidente do Conselho de Administração da estatal, contudo, Dilma Rousseff tinha o poder para impedir a nefasta transação. Honestidade também é isso, agir para impedir dano ao interesse público quando é possível.
Havendo conluio, como houve de fato, Dilma Rousseff é parte dele, não vítima. Vítimas são os milhões de brasileiros que foram gravemente lesados pelos crimes do lulopetismo.

Comida de cachorro
É a Venezuela que Lula e o PT elegeram como o modelo para o Brasil
Por J.R. Guzzo
Segunda-feira, 22 jan 2018, 20h54
J.R. Guzzo, publicado no Blog Fatos
Ninguém conta tão bem a história íntima do PT como o próprio PT — e ninguém, como ele mesmo, mostra com tanta clareza como são as coisas na sua vida real. Nesta reta final do julgamento do Tribunal Regional Federal-4, de Porto Alegre, que vai confirmar ou não a sentença de nove anos e meio de cadeia que o ex-presidente Lula recebeu por corrupção, o partido todo entra numa espécie de apoteose na exibição do que tem de pior. Seu tema, agora, é a Venezuela. Depois de romper com o sistema democrático em vigor no Brasil, ao propor abertamente o combate a qualquer sentença contrária à Lula, o PT decidiu dobrar a meta, como faria a ex-presidente Dilma Rousseff. Resolveu ir à Venezuela para denunciar o processo “político” contra Lula, e a “utilização” da Justiça para dar mais um “golpe” e impedi-lo de “concorrer às eleições”. Isso mesmo: foram reclamar justiça na Venezuela, a estrela-guia infalível da esquerda brasileira de hoje. Como poderiam ter escolhido melhor?
A Venezuela, como demonstram os fatos a cada dia, é justamente o país latino-americano que eliminou o seu próprio sistema judiciário — só Cuba pode comparar-se a ela neste quesito atualmente. Não há mais juízes. Há apenas funcionários do governo encarregados de executar as ordens que vêm de cima. Há prisões diárias de manifestantes da oposição. Há tortura contra presos políticos. Como ir falar de “justiça” numa tirania bananeira como essa? Na prefeitura de Caracas, a capital, o governo sempre perdia as eleições. Solução: eliminaram a Prefeitura de Caracas, com a explicação de que ela não era mais necessária. A oposição tem maioria no Congresso? Nenhum problema: o governo nomeou um outro Congresso e decretou que é esse o que vale. Não há outro país no continente em que a repressão policial nas ruas seja tão selvagem — ainda no Natal, uma mulher grávida foi assassinada a tiros por um guarda na fila onde deveria receber a esmola de fim de ano do governo — um pernil. A grande ideia do governo de extrema-esquerda da Venezuela é eliminar as forças armadas e colocar em seu lugar uma milícia de 500.000 homens armados, que funcionarão como uma guarda particular dos donos do governo.
É esse o país que Lula e o PT elegeram como o modelo para o Brasil. Já foi o tempo em que tentavam fugir da questão, dizendo que “cada país escolhe o seu caminho” e outras bobagens do mesmo tipo. Hoje deixam absolutamente claro, sem disfarce algum, que o regime da Venezuela é o que querem para o Brasil — e que o seu único “projeto político” é chegar lá, com Lula no papel de “comandante supremo”. O ex-presidente já disse que o único problema da Venezuela é ter “democracia demais”. Ainda há pouco a presidente do PT manifestou seu apoio integral às últimas medidas totalitárias do governo para criar um tipo de eleição em que eles ganharão sempre. Mais recentemente, um deputado do partido (o mesmo que deu “voz de prisão” à uma mulher que o criticava num corredor do Congresso) esteve em Caracas para se queixar, em portunhol extremo, que a Justiça brasileira persegue Lula — e para louvar a sorte dos venezuelanos, que, segundo o PT, vivem num país de judiciário independente, sob o império da lei e com a proteção de todos os direitos. Aproveitou para explicar as presentes calamidades que o governo criou na Venezuela (já tem gente comendo comida de cachorro, na penúria geral de alimentos), como resultado da “guerra econômica” que “a burguesia” move contra o povo.
Lula, se condenado, será um mártir para o PT. Só mesmo na Venezuela a Justiça seria capaz de lhe fazer justiça.

NO BLOG DO JOSIAS
Ira do PT tem um quê de Lacerda e de quartéis
Josias de Souza
Terça-feira, 23/01/2018 03:51
Marcado para esta quarta-feira, 24, o julgamento de Lula na segunda instância do Judiciário deixou os petistas fora de si. Com isso, foi possível enxergar melhor o que eles têm por dentro. A ebulição que toma conta da alma do PT leva o partido a soar à moda do velho Carlos Lacerda. Pior: a pretexto de defender Lula, o petismo recua aos tempos em que os rumos da política eram ditados pelas vozes dos quartéis.
Os apologistas de Lula sustentam que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região não pode condenar Lula por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Se condenar, não pode prender. Se quiser prender, “vai ter que matar gente”, chegou a dizer a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, ela própria acusada de corrupção no Supremo Tribunal Federal.
O timbre inflamado confunde-se com um fenômeno antigo da História brasileira: a vocação para o desrespeito à legalidade. Por exemplo: na campanha presidencial de 1955, em que saiu vitorioso Juscelino Kubitschek, o rival Carlos Lacerda dizia coisas assim: “O senhor Juscelino não será eleito presidente. Se for, não tomará posse. Se tomar posse, não governará.”
Convencidos de que os magistrados de segundo grau confirmarão a condenação que Sergio Moro pendurou no pescoço de Lula, o PT e seus aliados promovem um cerco ao TRF-4. Tenta-se pressionar os três desembargadores que cuidam do processo para evitar pelo menos uma decisão unânime — algo que abriria brecha para um recurso capaz de retardar a prisão e prolongar a campanha presidencial do réu.
Língua em riste, Lula ataca abertamente o presidente do Tribunal sediado em Porto Alegre, o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores. Acusa-o de ser parcial, pois cometeu o atrevimento de elogiar a sentença de Moro.
É como se o réu petista e seus aliados buscassem inspiração no marechal Floriano Peixoto que, em tempos ainda mais remotos, submetido à notícia de que o Supremo Tribunal Federal poderia conceder habeas corpus aos líderes de uma malograda Revolta da Armada, declarou: “E quem dará depois habeas corpus aos ministros do Supremo?”
Na contramão da Polícia Federal, da Receita Federal, do Ministério Público Federal e do juiz da Lava Jato, o PT alega que não há provas de que a cobertura do Guarujá foi presenteada a Lula pela OAS. Mais do que isso: a exemplo do que sucedeu no Mensalão, reitera-se que Lula não sabia que as empreiteiras plantavam bananeira dentro dos cofres de estatais como a Petrobras. Na fase mais sangrenta da ditadura militar, o general Emílio Médici também dizia desconhecer a tortura que grassava nos porões do regime.
O TRF-4 pode condenar ou absolver Lula. Seja qual for o veredicto, o fato de um ex-presidente estar sentado no banco dos réus, respondendo a um processo por corrupção, usufruindo de todas as garantias que a lei lhe assegura, desfrutando do sacrossanto direito de defesa, confortado por aliados que exercem livremente o direito à manifestação… tudo isso é muito alvissareiro.
Ao tentar transformar um avanço civilizatório numa hipotética afronta à democracia, o PT recua no tempo para descer ao verbete da enciclopédia na incômoda companhia de líderes políticos desequilibrados e militares abilolados.

Sob Temer, fisiologismo ganha forma patológica
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 22/01/2018 21:12
Há 15 dias, quando saí em férias, Michel Temer desperdiçava o seu tempo tentando acomodar a filha do ex-presidiário Roberto Jefferson (PTB) na chefia do Ministério do Trabalho. De volta do meu descanso, percebo que o presidente da República continua dedicando seus melhores esforços à obsessão de empossar Cristiane Brasil, uma deputada condenada judicialmente por não assinar a carteira de trabalho do seu motorista. O penúltimo entrave à posse da filha de Jefferson foi uma liminar expedida pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.
A coisa virou novela. Mas o ministro Carlos Marun, o trator que cuida da coordenação política do Planalto, disse que “novelas sempre têm final feliz.” Faltou definir felicidade. Se a felicidade tiver que aparecer para os mais de 12 milhões de desempregados, não se atreverá a aparecer em outra forma que não seja a de uma carteira de trabalho com a assinatura que Cristiane Brasil sonegou ao seu motorista.
Auxiliares de Temer dizem que ele insiste em Cristiane Brasil porque não admite que juízes aviltem sua prerrogativa de nomear quem bem entender para a Esplanada dos Ministérios. Até abril, Temer terá de trocar mais de uma dúzia de ministros. Imagine o que está por vir. Um presidente pode conviver com gente como Roberto Jefferson por obrigação. Qualquer um entenderia isso. Mas ir atrás do Jefferson, cortejar o Jefferson, condicionar a viabilidade do seu governo à conveniência familiar do Jefferson… É demais! Sob Temer, o fisiologismo vai ganhando uma aparência patológica.

Federação de jornalistas ecoa PT: ‘Farsa judicial’
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 22/01/2018 20:49
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nesta segunda-feira (22) uma nota oficial. O título anota: “Em defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito.” Mas o texto contém, na verdade, uma enfática defesa de Lula. Quem lê o documento descobre que, para a entidade máxima do sindicalismo jornalístico, democracia é um outro nome para a absolvição de Lula. Um veredicto adverso no julgamento do recurso do pajé do PT no TRF-4 seria uma “farsa judicial”, urdida com o deliberado propósito de retirar o réu da disputa presidencial.
Ecoando acriticamente o discurso do petismo, a Fenaj escreveu: “O julgamento do ex-presidente, a ser feito pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na próxima quarta-feira, vai entrar para a História do Brasil sob duas hipóteses: ou como farsa judicial ou como restabelecimento do Estado Democrático de Direito, abalado pelo golpe [leia-se impeachment de Dilma Rousseff]. Diante da importância desse fato, a Federação Nacional dos Jornalistas vem a público defender a democracia e o Estado Democrático de Direito.”
Para a Fenaj, já vigora no Brasil um “Estado de Exceção”. A entidade enxerga na deposição de Dilma pelo Legislativo e na sentença de nove anos e meio de cadeia que Sergio Moro impôs a Lula uma reedição dos “julgamentos farsescos” realizados durante a ditadura militar para “condenar opositores.” Diz o texto: ''Nesse novo golpe, o Judiciário tem sido suporte para ações nitidamente políticas, como a própria deposição da presidenta Dilma e a condenação, sem provas, em primeira instância, do ex-presidente Lula.''
Não há no documento da entidade dos jornalistas uma mísera referência à corrupção endêmica que carcome a máquina estatal brasileira desde o Mensalão. Nenhuma palavra sobre o assalto à Petrobras e a outras arcas públicas. Nem sinal de referências à ausência de explicações para os confortos de Lula, a conversão do ex-operário em milionário, suas relações promíscuas com empreiteiras confessadamente corruptas, as revelações constrangedoras feitas por companheiros, como Antonio Palocci. Nada!
A Fenaj se espanta cada vez menos. Tornou-se uma entidade de pouquíssimos espantos. Se esfregarem no nariz dos seus dirigentes escândalos em série, nenhum deles fará a concessão de uma surpresa. É assalto? Pois que tenha proporções amazônicas. Com a anuência do Judiciário. E a complacência dos jornalistas, convidados pela entidade a “atuarem na cobertura do julgamento com a necessária ética e responsabilidade profissional.” Roga-se à imprensa, com outras palavras, que pare de imprensar.
Numa evidência adicional de que o absurdo adquiriu para a Fenaj uma doce e persuasiva naturalidade, o texto compara o drama penal de Lula, processado por grossa ladroagem, à saga de personagens como Nelson Mandela. Um responde a nove processos criminais por corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à Justiça. Outro foi enjaulado por combater a segregação racial.
Espantosa época a atual, em que uma entidade jornalística abdica dos fatos. Se Deus intimasse os sindicalistas da Fenaj a optar entre o jornalismo e o adesismo, ouviria uma resposta fulminante: “Morra o jornalismo!”

NO O ANTAGONISTA
A última e desesperada artimanha de Lula
Brasil Terça-feira, 23.01.18 07:50
A última e desesperada artimanha da defesa de Lula é argumentar que seus crimes caducaram.
Como mostrou Merval Pereira, porém, Sergio Moro já desmontou a tese:
“A última tentativa da defesa de Lula é pedir, alternativamente à absolvição, a prescrição dos crimes, que teriam acontecido em 2009.
No entanto, na sentença condenatória, o Juiz Sergio Moro argumentou expressamente, nos itens 877 e 888, que parte dos benefícios materiais foi disponibilizada em 2009, quando a OAS assumiu o empreendimento imobiliário, e parte em 2014, quando das reformas e igualmente, quando em meados daquele ano, foi ultimada a definição de que o preço do imóvel e os custos das reformas seriam abatidos da conta corrente geral da propina, segundo José Adelmário Pinheiro Filho.
Foi, portanto – escreveu Moro -, um crime de corrupção complexo e que envolveu a prática de diversos atos em momentos temporais distintos de outubro de 2009 a junho de 2014, aproximadamente. Nessa linha, o crime só teria se consumado em meados de 2014, e não há começo de prazo de prescrição antes da consumação do crime.”
“A elite brasileira quer copular com a negrinha na rede, à força”
Brasil 23.01.18 07:38
Os petistas que participaram do evento “Diálogos Internacionais pela Democracia”, em Porto Alegre, atacaram a Lava Jato, Michel Temer, o Judiciário e a Imprensa.
A desembargadora Magda Biavaschi, segundo o Valor, acusou o governo de ser escravagista e disse:
“A elite brasileira quer copular com a negrinha na rede, à força”.
Eugênio Aragão defendeu a ORCRIM:
“O Judiciário não criminaliza o desvio. Criminaliza o caixa 1 das campanhas eleitorais. Basta qualquer um ter recebido doação de uma empreiteira, declarada à Justiça Eleitoral, que seu nome aparece nas listagens policiais. E supõe-se que essa pessoa, para receber esse dinheiro, fez malandragens”.
Juarez Cirino, advogado de Lula, completou:
“Somente o povo pode neutralizar ou reduzir a influência ideológica e fascista da grande imprensa”.
Os números da chicana lulista
Brasil 23.01.18 07:00
A defesa de Lula apresenta um recurso a cada 3 dias.
A chicana lulista, calculada por O Globo, tem números espantosos:
“Ao todo, foram 159 medidas judiciais, sendo que 11 delas tiveram o propósito de afastar o juiz Sergio Moro e os procuradores de Curitiba das investigações (…).
Somente no caso do triplex, a defesa ingressou com 78 petições.”
LAVA JATO PRENDE
Brasil 23.01.18 06:44
A Lava Jato do Rio de Janeiro prendeu mais uma vez o secretário de Obras de Eduardo Paes, Alexandre Pinto.
Outras cinco pessoas, informa o G1, são procuradas.
Cadê o petista?
Brasil 23.01.18 06:40
O PT é um fiasco.
Só 10 ônibus partiram de São Paulo rumo a Porto Alegre, e não os 40 que estavam previstos inicialmente.
Segundo a Folha de S. Paulo, “o partido decidiu concentrar os militantes em São Paulo, para aumentar a participação no protesto que acontecerá na capital paulista”.
Compromisso zero com os fatos
Internet 22.01.18 20:54
José Guimarães, o deputado petista do caso dos dólares na cueca, postou em seu Twitter uma foto que disse ser das “caravanas” pró-Lula no caminho para Porto Alegre.
A imagem, explica o Estadão, é de um comboio de sacoleiros na fronteira entre Brasil e Paraguai – e já fora usada em 2017, com a informação fake de que era uma caravana de lulistas para Curitiba para dar apoio ao chefe da Orcrim durante o seu depoimento a Sérgio Moro.
Questionado pelo jornal paulista, Guimarães afirmou que era “uma foto do pessoal de Porto Alegre”. Depois, sua assessoria reconheceu que a imagem era fake e a retirou do ar.
‘Nem precisaria ser candidato’, diz Lula
Brasil Segunda-feira, 22.01.18 20:38
No início da noite de hoje, Lula discursou para sindicalistas na sede do instituto que leva seu nome, em São Paulo.
“[O PT] tem vários nomes, eu nem precisaria ser candidato. Mas não posso ser alijado da disputa política”, disse o ex-presidente, segundo o relato do Estadão.
Lula sabe que é mentira: os “vários nomes” são todos seus postes. Depois de anos de culto à sua personalidade, o partido não tem mais ninguém.
Ah, sim: o ex-presidente também voltou a dizer que gostaria de “um pedido de desculpas” da Justiça. Afinal, quem eles pensam que são para desafiá-lo?
A quarentena de Paulo Rabello
Economia 22.01.18 19:58
O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, receberá R$ 87.392,84 por quatro meses quando deixar o banco para se candidatar ao Planalto pelo PSC, informa Vicente Nunes em seu blog no Correio Braziliense.
O valor – como é de praxe com quem deixa um cargo da alta administração pública no Brasil – será pago a título de quarentena.
Na prática, Paulo Rabello vai receber R$ 87 mil mensais do BNDES enquanto faz campanha.

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