SEGUNDA EDIÇÃO DE 15-7-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Acordo com o Panamá garante rastreio e descoberta de contas de operador de Renan
Da Redação
Sábado,15/07/2017 às 07:09
Fontes da Operação Lava Jato garantem que um acordo realizado com o governo do Panamá tem surtido efeitos extremamente produtivos.
Segundo a Revista Época, pelo menos quatro contas secretas de um dos principais operadores de Renan Calheiros já foram devidamente localizadas.
Os valores são estratosféricos.
As tais contas foram exaustivamente abastecidas com ‘dinheiro sujo’, produto de propina oriunda de órgãos públicos que estavam sob a influência do senador alagoano.
Paralelamente, numa outra frente que atinge Renan, esta semana os proprietários da Construtora Mendes Júnior propuseram um acordo de delação premiada à Procuradoria-Geral da República. 
Finalmente eles resolveram admitir que a mesada que durante muito tempo pagaram ao ‘senadoreco’ era realmente ‘propina’.
O cerco vai gradativamente se fechando.
É preciso paciência, mas é nítido que a bandidagem está sendo acuada.

Relator do processo que pode determinar a prisão de Lula, manda recado importante
Da Redação
Sábado, 15/07/2017 às 04:48
Nesta sexta-feira (14), o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato no Tribunal Regional de Recursos da 4ª Região (TRF-4), pela primeira vez se manifestou sobre um eventual recurso a ser proposto pela defesa do ex-presidente Lula, condenado a 09 anos e 06 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O magistrado disse que não está preocupado com as ‘consequências políticas’ do caso, mas sim ‘com as consequências jurídicas’.
"Eu estou pensando no meu processo, em que estão sendo imputados fatos a uma pessoa. A questão eleitoral é uma consequência, mas não sou eu que determino", disse Gebran Neto.
Sobre o tempo que irá demorar para julgar o caso, disse que tentará julgar ‘o mais rápido possível’.
A manifestação gera o natural entendimento de que antes do pleito de 2018, caso seja mantida a decisão condenatória, Lula estará inelegível e preso.

NO BLOG DO NOBLAT
A Aposta na Bagunça
Por Ruy Fabiano
Sábado, 15/07/2017 - 01h25
A manifestação de Lula, na sequência imediata de sua sentença condenatória, segue à risca a recomendação de Lênin a sua militância: “Acuse-os do que você faz; xingue-os do que você é”.
Lula acusa Sérgio Moro de ter politizado a sentença. Na verdade, é ele, Lula, que quer politizá-la para, transfigurado em perseguido político, livrar-se da pecha de primeiro ex-presidente condenado por crime comum. Quer substituir o Código Penal pelo Eleitoral - e quer impor essa metamorfose no grito.
Diz mais: que não há provas. Como pouca gente lerá as mais de duzentas páginas da sentença – e menos ainda a compreenderão -, vale-se disso para dar a interpretação que lhe convém.
Quer fazer crer que está sendo condenado pela delação de Leo Pinheiro, e que a prova de sua inocência estaria no fato de que o imóvel não está em seu nome. Omite o óbvio: que está sendo processado, entre outras coisas, por ocultação de patrimônio.
O fato de a OAS ter incluído o imóvel como garantia de um empréstimo não invalida a ocultação, já que a inclusão foi mera formalidade. Não seria preciso abrir mão dele.
Lula e seu advogado fingem ignorar todas as circunstâncias, depoimentos, documentos, testemunhos – e a articulação lógica de tudo isso – para distorcer o que lá está. Moro não adjetiva sua sentença – claramente substantiva - e dela exclui qualquer conteúdo ideológico. Atém-se aos fatos. E é até moderado ao não pedir a prisão cautelar, mesmo vendo (e tendo) motivos para pedi-la.
A prova de que sua liberdade é problemática é o uso político, falso e ofensivo que dela faz. E esse é outro ineditismo: o condenado acusar o juiz de um crime, que a tanto monta uma sentença com fins políticos, que já estaria decidida independentemente dos autos.
É uma acusação grave, gravíssima. Lula testa os seus limites – e quem deve dá-los é o Judiciário, ainda silente.
Ao lançar-se candidato, pouco importa a Lula sua viabilidade eleitoral. O que importa é que, condenado em primeira instância, dispõe, no emaranhado da lei processual brasileira, de incontáveis recursos e chicanas para adiar o desfecho, período em que investirá na versão de perseguição política.
O suposto patrimônio eleitoral de Lula é altamente questionável. Há nove meses, nas eleições municipais, não conseguiu eleger seu enteado vereador em São Bernardo do Campo. E o PT só elegeu prefeito numa capital, Rio Branco, perdendo 75% das prefeituras que detinha em todo o País.
Na mais recente pesquisa do Instituto Paraná, no Rio de Janeiro, um de seus redutos mais festejados, perde por larga margem para Bolsonaro, de 22% a 17%. E ganha na rejeição: 45%.
Não por acaso, apenas ele e Bolsonaro já se declararam candidatos à Presidência. Não se sabe quem mais os confrontará – 2018, na vertigem da crise em curso, está ainda muito longe.
O que parece óbvio é que o PT não investe mais em eleições ou na própria democracia. Convém-lhe, mais que nunca, o “quanto pior, melhor”. E é o que a militância tem dito, quando avisa que vai “tocar fogo no País” e que vai transformá-lo “num inferno” (como se já não o tivesse feito).
O “Fora, Temer”, nesses termos, cai como uma luva. Convém não esquecer que o primeiro eleitor de Temer foi exatamente Lula, que o impôs como companheiro de chapa de Dilma Roussef. Não é a primeira (nem será a última) vez que, em nome do pragmatismo irresponsável, muda de lado. Se Temer cair, virá, na sequência, o “Fora, Maia” e o “Fora, Eunício”, tendo Lula como porta-voz.
Só a bagunça geral e a perspectiva de quebra da ordem institucional atenderão a ânsia do partido por um recomeço, no qual terá o apoio dos aliados bolivarianos, que, não por acaso, vivem o mesmo pesadelo de situação-limite. Todos estão unidos no Foro de São Paulo, berço estratégico comum.
O esforço para que o Brasil não vire uma Venezuela tem, neste momento, a implacável oposição de Lula e sua corte: PT, partidos-satélites e movimentos ditos sociais. No bojo da bagunça, querem passar o trator não apenas sobre a Lava Jato, mas sobre o País. A sorte está lançada. Façam suas apostas.

O Triunfo da Manobra
Celebrar essa operação troca-troca como “vitória da Democracia e do Direito”, classificando-a como “coragem cívica dos aliados”, é optar pela chamada “razão cínica”
Por Zuenir Ventura, O Globo
Sábado, 15/07/2017 - 09h04
Pior do que a vitória em si, foi a sua comemoração, se fosse o caso de separar as duas coisas.
Temer poderia ter permanecido discreto, recebendo com humildade o resultado, mas, não, preferiu afrontar a opinião pública elogiando o triunfo de uma manobra que garantiu a rejeição do relatório que o acusava na Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara.
Ao conseguir a substituição de 13 titulares da comissão pelos que votaram a seu favor, ele obteve o escore de 40 a 25. Celebrar essa operação troca-troca como “vitória da Democracia e do Direito”, classificando-a como “coragem cívica dos aliados”, é optar definitivamente pela chamada “razão cínica”, aquele comportamento que mistura no mesmo pacote mentira, hipocrisia e, sobretudo, cinismo.
Escrúpulos éticos à parte, pode ter sido um feito politicamente esperto. Mas para quê, se não vai permitir que ele, Chefe da Nação, possa ir a um teatro, a um jogo de futebol ou a um restaurante, sem ouvir aquele grito que o perseguiu até na Noruega, o “Fora, Temer”?
Ele já demonstrou preocupação com a posteridade, falando com otimismo das supostas realizações e legado de seu governo.
Lembrei aqui outro dia que o melhor seria inspirar-se no exemplo de Itamar Franco, também ex-vice, que implantou o mais bem-sucedido plano econômico da Nova República. O “presidente do Real” saiu com tanta popularidade do governo (40% de aprovação) que ajudou a eleger um ex-ministro, Fernando Henrique Cardoso.
Já Michel Temer é um dos presidentes brasileiros mais rejeitados da História. Investigado por organização criminosa e obstrução à Justiça, está a caminho de um melancólico fim de governo, em que corre o risco de ser recordado não pelo que gostaria, mas por ter sido o primeiro presidente brasileiro a ser denunciado ao Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva no exercício de mandato.
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E o nosso Rio de Janeiro, hein! Cada dia com sua agonia. De um lado, os bebês, que até eles são alvos das balas perdidas antes mesmo de nascer. De outro, a notícia de que em média 15 turistas são assaltados diariamente.
E para não dizer que não falamos de corrupção, o relatório do Tribunal de Contas do Município denunciando uma fraude de R$ 30 milhões na Saúde — um rombo que daria para pagar as despesas do Hospital Souza Aguiar, o maior da cidade, por um ano.


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