PRIMEIRA EDIÇÃO DE 09-7-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 09 DE JULHO DE 2017
O anúncio do presidiário em férias José Dirceu de que “o PT retomará o poder” deve ajudar os aliados de Michel Temer a convencer os que se afastaram do presidente a votar contra a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), na próxima semana. Políticos experientes observam que o linchamento diário de Temer favorece os planos finalmente confessados pelo ex-ministro, em recente passeio à Bahia.
Dirceu pretendia animar a militância envergonhada com a corrupção dos governos do PT, mas acabou reaglutinando o antipetismo.
O primeiro a perceber o erro estratégico de José Dirceu foi, claro, Lula. E disparou recados para que ele pense mais, antes de falar.
Permanece no Congresso a maioria esmagadora que expulsou Dilma do governo. Maioria que jamais favoreceria o retorno do PT.
A oposição demorou a perceber que os “coxinhas” não foram às ruas contra Temer porque seu grande objetivo era derrubar o “lulopetismo”.
Os Três Poderes Federais, para além das Forças Armadas, empregavam no início do ano 2.207.112 funcionários, o maior efetivo da História. Em 2017, o equivalente a apenas 0,006% (no total, 138) dos servidores perderam o cargo, sendo 119 demitidos, 6 destituídos e 13 cassações de aposentadoria, por fraude e outras safadezas. Ninguém foi demitido por incompetência, desleixo, falta contumaz, déficit de desempenho. A estabilidade os protege. Mas um projeto no Senado trata do assunto.
Proposta da senadora Maria do Carmo (DEM-SE) prevê a demissão de servidores que sejam reprovados em avaliações de desempenho.
Oficialmente, os burocratas do Ministério do Planejamento juram que o número de servidores caiu (uma vez, em 2008). Já os salários...
No País dos escândalos governamentais de corrupção como Mensalão e Petrolão, somente 550 foram demitidos por irregularidades, em 2016.
Nos maiores devedores da Previdência na indústria estão empresas de prestígio como Teka Tecelagem (R$763 milhões), Marchesan Máquinas Agrícolas (R$537 milhões) e Dedini S/A (R$628 milhões).
Líderes do governo estão pecando pelo excesso de otimismo. Eles garantem que haveria na Câmara dos Deputados três votos favoráveis a Michel Temer para cada voto por sua destituição. Um exagero.
Na tentativa de apressar a análise da denúncia contra Michel Temer, eram necessários 51 deputados para abrir sessão de sexta-feira na Câmara. Apareceram 71 parlamentares. A oposição se surpreendeu.
Além da votação da reforma trabalhista nesta terça, na quarta (12) Raquel Dodge, futura procuradora-geral da República, será sabatinada na CCJ do Senado. Em seguida, o plenário votará a indicação.
O açoite sem tréguas em Michel Temer guarda surpreendente distância das ruas. E também das pesquisas: desconfiados, os telespectadores estão abandonando a audiência dos telejornais “Fora, Temer”.
O portal da Transparência mostra que a Polícia Federal padece do mesmo mal de todo o serviço público. Dos R$2,45 bilhões em gastos diretos, 90% foram para pagar pessoal. Sobra pouco para o restante.
Relatora da PEC que cria mandato de 10 anos para ministros do STF, a senadora Ana Amélia (PP-RS) lembra que o presidente escolherá o nome a partir de uma lista tríplice, como ocorre na PGR, AGU etc.
O governo Michel Temer já destinou R$9,7 bilhões ao programa Bolsa Família em 2017: a Bahia é o Estado que recebe mais (R$1,2 bilhão), seguida por São Paulo (R$935 milhões) e Maranhão (R$808 milhões).
...apesar das bombas e protestos, Michel Temer parecia muito mais tranquilo no G20 do que em Brasília.

NO BLOG DO JOSIAS
Alexandre Moraes protege ex-colegas no STF
Por Josias de Souza
Domingo, 09/07/2017 04:07
Alçado do Ministério da Justiça para o Supremo Tribunal Federal por indicação de Michel Temer, Alexandre de Moraes sentou em cima do processo sobre a limitação do alcance do foro privilegiado há 39 dias. Com seu gesto, Moraes favorece ex-colegas de governo que respondem a inquéritos na Suprema Corte. Evita, por exemplo, que ministros como Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) tenham o mesmo destino do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso preventivamente há uma semana.
Relator do processo cujo julgamento Moraes retarda, o ministro Luís Roberto Barroso votou a favor de que sejam investigados e julgados no Supremo apenas os crimes cometidos por congressistas e autoridades no exercício do cargo e por fatos relacionados à função pública. Alexandre de Moraes deveria votar na sequência. Falou por cerca de uma hora e meia. Quando todos imaginavam que fosse anunciar sua posição, ele pediu vista. Alegou que precisava estudar melhor a matéria. Prometeu devolver o processo rapidamente. Sobreveio o recesso do Judiciário. E nada.
Além de oito ministros de Temer, estão sob investigação no Supremo mais de uma centena de políticos. As chances de perderem o escudo do foro privilegiado eram reais. Normalmente, quando um ministro pede vista, os colegas que ainda não se manifestaram esperam pelo retorno dos autos. Entretanto, três ministros subverteram a praxe para acompanhar o voto do relator.
Votaram a favor da limitação do foro especial Rosa Weber, Marco Aurélio Mello e a presidente do Supremo, Cármen Lúcia. Assim, a votação foi suspensa com um placar de 4 a 0. Num colegiado de 11 magistrados, faltam apenas dois votos para que os encrencados graúdos da Lava Jato e de outras operações sejam enviados para a primeira instância do Judiciário, que vem se revelando mais ágil e draconiana com os corruptos de colarinho alvejado.
Antes de formalizar o seu pedido de vista, Moraes sustentou que o fim do foro privilegiado não acabaria com a sensação de impunidade no Brasil. Alegou que antes da Constituição de 1988 o número de beneficiários do foro era menor e, mesmo assim, a Justiça era lenta. O relator Barroso discordou.
Sem citar os casos do réu Lula, que tentou virar chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, e do investigado Moreira Franco, que virou ministro palaciano de Temer, Barroso mirou no olho da mosca:
“Se não fizesse diferença o foro privilegiado, não haveria este empenho em manter. Isso é multipartidário. A grande vantagem dessa crise brasileira e da corrupção sistêmica é que não dá para apontar o dedo para um ou para outro. O que nós estamos vendo é que, se não fizesse diferença, se não assegurasse ou impunidade, ou pelo menos celeridade, não haveria essa disputa por ficar em cargos que têm foro no Supremo.”
O relator prosseguiu: “Basta abrir os jornais para saber que manter a jurisdição do Supremo é uma bênção, porque supõe-se, a meu ver, com acerto, que a jurisdição de Primeiro Grau vai ser mais ágil e mais eficiente, quando, de resto, já existem mais de 140 condenações, quase todas mantidas pelas instâncias superiores. Portanto, respeitando todos os pontos de vista, eu acho que não há argumento capaz de desfazer a realidade óbvia de que por lei, Medida Provisória, ou nomeações, se quer assegurar o foro no Supremo. Há de haver alguma razão para isso!”
A prisão de Geddel Vieira Lima, que foi um dos mais poderosos ministros de Temer, responsável pela coordenação política do goveno, reforça o ponto de vista do relator. A Procuradoria-Geral da República prepara as denúncias que serão formalizadas contra Moreira e Padilha. Mas enquanto Alexandre de Moraes estiver sentado em cima do processo que restringe o alcance do foro, seus ex-colegas de Esplanada não perdem por esperar. Ganham.

NO O ANTAGONISTA
O BNDES de Joesley
Brasil Domingo, 09.07.17 08:05
Joesley Batista corre o risco de ser preso.
O Globo descobriu que ele esteve 23 vezes no gabinete do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Wesley Batista esteve no local em oito oportunidades. "Joesley esteve ainda outras dez vezes no escritório da presidência do banco em São Paulo somente entre 2012 e 2014".
Dois dos encontros entre Joesley Batista e Luciano Coutinho ocorreram imediatamente antes de empréstimos que lesaram o BNDES em 711 milhões de reais, segundo o TCU.
Diz a reportagem:
"Uma das operações questionadas pelo TCU trata da liberação de R$ 1,1 bilhão para o grupo de Joesley adquirir uma empresa de carnes americana, a National Beef, a australiana Tasman Group e a divisão de carnes da Smithfield Beef Group. O apoio foi pedido em 11 de fevereiro de 2008. Nove dias depois, o enquadramento da operação já foi feito pela área técnica e, no dia 4 de março, a diretoria aprovou o aporte. Em um relatório sobre o caso, o TCU observou que essa tramitação em 22 dias é fora do padrão do BNDES, que demoraria, em média, 210 dias para realizar esse tipo de operação.
Os dados obtidos pelo GLOBO mostram que Joesley esteve na presidência do BNDES no dia 14 de fevereiro, três dias depois de o pedido ter sido efetivado e durante a tramitação relâmpago do aporte. De acordo com o registro, ele foi ao gabinete que era ocupado por Coutinho no Rio e ficou no local das 14h54m às 17h07m (...).Outra operação que teria provocado prejuízos ao BNDES teve o enquadramento aprovado com base apenas numa apresentação de PowerPoint, de acordo com os técnicos do TCU. Tal fato ocorreu no dia 24 de novembro de 2009. Cinco dias antes, Joesley esteve no gabinete de Coutinho no Rio. Na ocasião, os registros informam que ele teria ficado por apenas seis minutos".
Joesley tem de ser meio preso
Brasil 09.07.17 07:40
Joesley Batista está mentindo sobre a propina do PT.
Segundo Lauro Jardim, ele disse não há nada nos extratos das contas de Lula e Dilma Rousseff, porque ele dava o dinheiro em reais quando Guido Mantega pedia e descontava das contas no exterior.
Mas ele tem de explicar exatamente como Guido Mantega recebia a propina aqui no Brasil. E tem de explicar também se os depósitos nessas contas ocorreram nos mesmos períodos em que o BNDES liberou dinheiro para a JBS.
A Lava Jato não precisa de Joesley Batista para pegar Lula. Precisa dele, porém, para pegar o esquema petista no BNDES.
Se ele está contando meias verdades, tem de ser meio preso.
Joesley detalha compra de silêncio de Cunha
Brasil 09.07.17 07:25
Em novo depoimento de doze horas prestado à PGR há duas semanas, Joesley Batista tratou o tempo todo da compra do silêncio de Eduardo Cunha, segundo Lauro Jardim.
"Detalhou, por exemplo, o encontro que teve com Cunha, no início de outubro, quinze dias antes de o ex-deputado ser preso. Nesta conversa, na casa do empresário, Cunha lhe pediu R$ 5 milhões para passar os seis meses seguintes, segundo o relato do delator."
A República sob sigilo
Brasil 09.07.17 06:53
Procuradores e juízes de nove Estados, além do TRF da 1ª Região, recolocaram o sigilo de 53 dos 194 pedidos de investigação enviados por Edson Fachin à Primeira e à Segunda Instâncias da Justiça Federal com base nas delações da Odebrecht, segundo o Estadão.
A medida contraria decisão do ministro do STF, que havia determinado o levantamento do sigilo.
Como consequência, em alguns desses locais não é possível nem sequer saber quantas petições viraram inquéritos criminais.

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