PRIMEIRA EDIÇÃO DE 02-7-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 02 DE JULHO DE 2017
Somadas as dívidas previdenciárias de apenas cinco das empresas do grupo J&F, a dívida dos irmãos Joesley e Wesley Batista soma mais de R$ 5,2 bilhões. A JBS, dona da Friboi, é a maior devedora do grupo e a quinta maior da História do Brasil, com um calote de R$ 2,87 bilhões nos cofres públicos. Apenas R$ 17,4 milhões da dívida da JBS está parcelada. As empresas J&F somadas são o 3º maior devedor.
A dívida previdenciária de cinco empresas do grupo J&F (JBS, Marfrig Global Foods, Margen, Swift Armour e Nicolini) é R$ 5.286.646.260,19.
A Marfrig deve, entre PIS, Cofins, CSLL e Previdência Social mais de R$ 1,2 bilhão ao erário. Apenas R$ 149 milhões estão negociados.
O frigorífico Nicolini, o menor devedor previdenciário das empresas do J&F, deve quatro vezes mais que Itaipu, por exemplo: R$ 233 milhões.
A Swift Armour, frigorífico argentino comprado pela JBS em 2005, deve R$ 321 milhões aos cofres brasileiros previdenciários.
A reforma trabalhista, que será votada na próxima semana no Senado, com forte chance de aprovação, produziu um efeito inesperado na Câmara: fez arrefecer articulações para a extinção da Justiça do Trabalho, ideia defendida publicamente pelo seu presidente, Rodrigo Maia. A convicção agora é que a modernização da legislação trabalhista tornará “inócua” a Justiça do Trabalho em uma década.
Hoje, a Justiça do Trabalho brasileira custa 0,28% do PIB, o dobro do custo de toda a Justiça dos Estados Unidos e da Inglaterra (0,14%).
As sentenças rendem aos queixosos um terço do custo da Justiça do Trabalho, cujo orçamento total chega a siderais R$ 21,2 bilhões/ano.
O Brasil gasta R$ 57 mil em cada processo que tramita na Justiça do Trabalho, que tem valor médio de R$ 15 mil – um quarto do seu custo.
O governo vibrou com a decisão do ministro Marco Aurélio, do STF, de liberar Aécio Neves(PSDB-MG) para reassumir o mandato. É que isso garante mais um voto favorável à reforma trabalhista no plenário.
Repercute no Congresso a denúncia do prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB), de que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), cortou R$ 18 milhões para atendimento à saúde do povo pobre da cidade só para se vingar da derrota do seu candidato a prefeito.
Após o senador Dário Berger (PMDB-SC) protestar contra a transferência de recursos da Educação para resolver o problema dos passaportes, o Palácio do Planalto acabou encontrando outra solução.
O Senado aprovou a Medida Provisória 772, que aumentou de R$ 15 mil para R$ 500 mil o valor máximo de multa a frigoríficos que violem a legislação sanitária. A JBS terá de pagar bem mais, agora.
Projeto do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) estabelece tempo máximo de 5 dias para a substituição dos produtos com defeitos por parte do comerciante, e não para o consumidor exigir a troca.
Coordenador da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que o presidente Michel Temer respeitou a lista tríplice ao escolher Raquel Dodge para assumir a PGR. “Preserva o ethos da instituição”, diz.
Após a crise da saída do Reino Unido da União Europeia, o Euro registrou o melhor trimestre frente ao dólar desde 2010. O aumento de juros ajudou a moeda, que teve o melhor desempenho do período.
Parlamentares articulam novo fundo partidário que deve chegar a R$3,5 bilhões por ano para bancar partidos e campanhas políticas. O fundo atual custa quase R$ 1 bilhão por ano ao contribuinte.
Com as novas delações de Joesley Batista, a Procuradoria Geral da República vai pedir a prisão dos ex-presidentes petista Lula e Dilma?

NO DIÁRIO DO PODER
DETALHES SOBRE O CRIME
JOESLEY DIZ AO MPF TER AVISADO LULA E DILMA SOBRE R$ 300 MILHÕES AO PT
EMPRESÁRIO REVELA DETALHES SOBRE SUPOSTOS REPASSES ILÍCITOS
Publicado: sábado, 01 de julho de 2017 às 12:48
Redação
O empresário Joesley Batista, dono da JBS, detalhou como avisou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff a respeito de supostas ‘contas correntes de propina’ que o grupo mantinha fora do país em benefício do PT, que chegou ao saldo de US$ 150 milhões em 2014.
Joesley reafirmou à Procuradoria da República no Distrito Federal que o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) operava as contas, em nome de empresas offshores em banco na Suíça.
De acordo com áudios dos depoimentos, revelados pelo site da revista Veja, Joesley disse que em outubro de 2014 no Instituto Lula, encontrou-se com Lula e relatou ao petista que as doações oficiais da JBS já tinham ultrapassado R$ 300 milhões.
Em meio às eleições de 2014, Joesley diz ter avisado Dilma, então presidente e candidata à reeleição, sobre as contas e ainda relatou ter ouvido uma suposta cobrança de mais R$ 30 milhões
“Presidenta, eu vou falar um negócio aqui para a senhora. A senhora não precisa me confirmar nada. Mas só para te falar o que o Guido me fala para a gente estar na mesma página. Tinha uma conta tal, que tinha 70 milhões (de dólares), outra 80 (milhões de dólares). Diz ele uma ser sua e uma ser do Lula. Veio as eleições, a gente já fez 300 e tantos milhões. Em tese, está acabando o dinheiro”, relatou.
Já o ex-presidente Lula, segundo Joesley, ao ser informado sobre a suposta conta corrente de R$ 300 milhões, não teria demonstrado reação.
“O Lula não estava me pedindo dinheiro nem nada. Mas eu fui lá porque eu estava preocupado com essa história da conta dele, de estar gastando dinheiro dele, supostamente, se fosse ele mesmo. Aí eu fui lá e só contei a história para ele. Eu disse: ‘presidente, eu vim aqui, tal, porque estou muito preocupado, a gente vai ser o maior doador de campanha disparado. Eu tenho atendido aí o partido, o Guido, todo mundo, tal, tem pedido, mas, enfim, já está em 300 e tantos milhões. O senhor está consciente aí da exposição que vai dar isso, do risco de exposição e tal?”, relatou.
As duas contas foram ‘zeradas’ em 2014. Segundo Joesley Batista, o dinheiro foi utilizado para financiar campanhas políticas de partidos e candidatos elencados por Mantega. Segundo o empresário, ele foi ‘explícito’ em uma reunião com Dilma sobre a existência desse dinheiro. De acordo com sua delação premiada, os gastos eram tratados em reuniões entre Guido Mantega e Batista.

NO BLOG DO JOSIAS
Trocar ética pelas reformas equivale à atualização do antigo rouba, mas faz
Josias de Souza
Domingo, 02/07/2017 02:48
Ao final de uma semana em que entrou para a História como o primeiro presidente a ser denunciado por corrupção em pleno exercício do mandato, Michel Temer veiculou na internet um vídeo sugestivo. Nele, autocongratulou-se pela melhoria dos indicadores econômicos. E insinuou que as investigações anti-corrupção constituem uma conspiração impatriótica para frear o avanço nacional.
O presidente arrematou sua mensagem assim: “…Com o aumento do investimento, com a aceleração do consumo e as ações que estão reduzindo a taxa de juros, logo, logo teremos a volta definitiva do crescimento e do emprego. O Brasil está caminhando, apesar de alguns pretenderem parar nosso País. Não conseguirão!''
Noutros tempos, o político que explicitamente roubava, mas fazia, reinvindicava para si uma certa imunidade ética. Era como se sua obra justificasse seus pecados, quando não era uma decorrência natural deles. A eterna tolerância com esse fenômeno do 'roubamasfazismo' desaguou na Lava Jato. Súbito, o País ficou sabendo que a JBS tricotava seus interesses empresariais no escurinho do palácio residencial. Ou que a Odebrecht mantinha em seu organograma um departamento encarregado de comprar políticos com verbas roubadas do Estado.
Rodeado de auxiliares e apoiadores investigados por suspeita de corrupção, Michel Temer declara-se portador de uma biografia impecável. Sustenta que a denúncia da Procuradoria-Geral da República, por “trôpega”, não passa de uma peça de “ficção” jurídica. O presidente dispõe de uma maneira simples e eficaz de restaurar a sua honra. Basta exigir que o Supremo Tribunal Federal exerça a sua atribuição constitucional de julgar a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot.
Entretanto, Temer prefere testar os limites da paciência do brasileiro, ressuscitando a tese segundo a qual as supostas realizações de um governante perdoam todos os seus meios. No momento, alheio à fome de limpeza que paira no ar, o sistema de conivências e cumplicidades que une os Poderes Executivo e Legislativo articula o sepultamento da denúncia contra o presidente no plenário da Câmara.
Servindo-se da matéria-prima que Temer lhe forneceu ao receber o empresário Joesley Batista, o procurador-geral grudou na biografia limpinha do presidente a figura de Rodrigo Rocha Loures. Na conversa vadia que manteve com o inquilino do Jaburu, o delator pediu ao anfitrião que indicasse um interlocutor para tratar dos interesses de sua empresa no governo. E Temer indicou o homem da mala —filmado depois recebendo propina de R$ 500 mil.
Imprenssado pelas evidências, Temer alegou ter indicado Rocha Loures apenas para se livrar de Joesley, um “notório bandido”. Curiosamente, definiu o assessor da mala como um homem “de boa índole, de muito boa índole.” E entoou para a bancada apodrecida da Câmara um velho lema mosqueteiro: ‘Um por todos, todos por hummm…” Pediu aos deputados que deixem tudo pra lá em nome da cumplicidade e da preservação das reformas.
De costas para a sociedade brasileira, que lhe atribui uma taxa de aprovação de 7%, a mais baixa desde José Sarney, o presidente ignora o saco cheio nacional. E oferece cargos e verbas aos deputados em troca da suspensão tácita de todos pudores morais. Num instante em que muitos chegaram a imaginar que a Lava Jato representaria um marco civilizatório, Temer e seus aliados cutucam a plateia com o pé pra ver se ela morde.
Décadas de depravação impregnaram no sistema político brasileiro um fascínio antroplógico pela cleptocracia. É como se o modelo político baseaedo no quanto eu levo nisso? roçasse os seus limites, rompesse escandalosamente esses limites e buscasse no passado a sobrevivência ou a transformação dos seus valores mais tradicionais depois do rompimento. A essa altura dos acontecimentos, a pretendida troca dos valores éticos pelas reformas econômicas equivale à atualização do velho e bom ‘rouba, mas faz’. O Brasil merece outro destino. Não é mais tolerável condicionar reformas à sobrevivência de um governo que merece ser reformado.

NO O ANTAGONISTA
Fachin nega recurso à JBS
Brasil Domingo, 02.07.17 08:45
O ministro Luiz Edson Fachin vem sendo acusado, juntamente com Rodrigo Janot, de favorecer a JBS.
O relator da Lava Jato no STF, no entanto, negou na sexta-feira recurso para que a JBS desse prosseguimento à venda de operações da empresa em países do Mercosul para a rival Minerva, segundo O Globo.
O negócio, avaliado em US$ 300 milhões, fora suspenso por decisão da 10ª Vara Federal de Brasília há dez dias.
No recurso, Joesley e Wesley Batista afirmavam que o juiz substituto Ricardo Leite contrariou o Supremo ao não observar o acordo de delação premiada, no qual não estaria previsto este tipo de proibição.
"Com a imagem manchada, a empresa enfrenta dificuldade de conseguir crédito para refinanciar sua dívida. Assim, iniciou um programa de vendas de ativos, com o qual pretende levantar R$ 6 bilhões, para honrar os compromissos com credores. Estão à venda a irlandesa MoyPark, a fatia na empresa de laticínios Vigor e fazendas de gado nos Estados Unidos."
Recorra ao STF, Luiz Carlos
Brasil Sábado, 01.07.17 17:53
A Polícia Federal prendeu neste sábado Luiz Carlos da Rocha, vulgo ‘cabeça branca’, um dos traficantes (ou "barões das drogas") mais procurados por PF e Interpol na América do Sul.
A Operação Spectrum foi deflagrada para desarticular um esquema transnacional especializado no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
O esquema seria comandado por Luiz Carlos da Rocha, cujas condenações proferidas pela Justiça Federal somam mais de 50 anos de prisão.
Recorra ao STF, Luiz Carlos.

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