PRIMEIRA EDIÇÃO DE 22-6-2017 DO DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 22 DE JUNHO DE 2017
Sem poder contar com o Ministério Público Federal, o Planalto decidiu utilizar os instrumentos de que dispõe para não deixar barato os crimes confessos dos donos da JBS. A ordem é impedir que o grupo “vaze” do Brasil, como se suspeita, ou que dê calote em bancos públicos como BNDES. O governo monitora o que a Advocacia Geral da União (AGU) definiu como “desfazimento de bens” da turma de Joesley Batista.
A ordem de Michel Temer, antes de viajar à Rússia, foi acionar os órgãos de controle do governo para não deixar Joesley & cia. impunes.
A J&F/JBS tenta levantar R$6 bilhões com a venda de ativos. Oferece ao mercado 19% da Vigor Alimentos e duas subsidiárias estrangeiras.
As subsidiárias da J&F/JBS à venda são a Moy Park, sediada da Irlanda do Norte, e a americana Five Rivers Cattle Feeding.
A AGU já pediu ao TCU o bloqueio de bens dos donos da J&F/JBS no valor de R$850 milhões, para ressarcir prejuízos do BNDES.
O senador Antonio Reguffe lidera com folga todos os cenários para o governo do DF, em 2018, segundo levantamento do Paraná Pesquisa para o portal Diário do Poder. Se a eleição fosse hoje, ele teria 25,1%, contra 16,9% de Cristovam Buarque (PPS), 9,8% de Chico Vigilante (PT), 7,8 % de Rodrigo Rollemberg (PSB), 7,1% de Paulo Octávio (PP), 3,8% de Izalci Lucas (PSDB), 3,8% de Rogério Rosso (PSD), 2,1% de Joe Valle e 1,2% do ex-presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha.
Se Reguffe e Cristovam não disputarem o governo, Chico Vigilante lideraria com 15,5%, seguido de Rollemberg com 11,9%.
Com Reguffe na disputa, 22,5% ainda não sabem em quem votar. Sem Reguffe, a soma dos que não sabem chega a 26%.
No DF, o governador Rollemberg é aprovado por 20,6% e reprovado por 76,4%. O levantamento do Paraná Pesquisa ouviu 1.516 eleitores.
O clima de tensão entre políticos é um prato cheio para a criatividade do brasileiro. O site Wimoveis, de venda de imóveis, tem tríplex anunciado assim: “Compre sem medo, não é do amigo do Lula”.
Levantamento da Paraná Pesquisas revelou que 71,4% dos brasileiros acreditam na condenação do ex-presidente Lula, no caso do tríplex, e 61,1% negam que o juiz Sérgio Moro persiga o petista.
Sérgio Moro decide sem demora, após as alegações finais. Sua sentença sobre Lula deve sair até a próxima semana. Mas ninguém se surpreenderá se o fizer até esta sexta-feira (23).
A União Nacional dos Estudantes (UNE), que ficou em constrangedor silêncio nos escândalos dos governos Lula e Dilma, após receber mais de R$40 milhões, segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), embolsou mais de R$ 10,45 milhões via Lei Rouanet e via Pronatec.
O procurador Deltan Dallagnol almoçou ontem no restaurante Don Durica, em Brasília, com 12 colegas. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro Zé Dirceu, comeu sozinho em uma mesa próxima.
Levantamento do Paraná Pesquisa avaliou como o brasiliense se sente em relação à cidade, muitas vezes associada aos escândalos políticos: indagados se têm “mais orgulho ou mais vergonha de ser brasiliense”, 60,8% disseram sentir mais orgulho. Os envergonhados somam 33,5%.
Observadores atentos ficaram com a impressão de que, em alguns compromissos de Michel Temer em Moscou, como no Teatro Bolshoi, o anfitrião Vladimir Putin foi substituído por um dos seus sósias.
O Brasil só vai inaugurar sua nova estação na Antártica em 2018, após a antiga pegar fogo em 2012. Isso garante a posse da área, segundo acordos internacionais. Mas a base Comandante Ferraz permanecerá vazia: com a pindaíba, não há previsão de envio de pesquisadores.
...parece conversa de anteontem o debate no STF sobre delação, após tudo que os acordos possibilitam à Operação Lava Jato.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
EX-TESOUREIRO DO PT PEDE A MORO PARA SER REINTERROGADO
JUIZ DA LAVA JATO DEFERIU O PEDIDO, MAS ADVERTIU PAULO FERREIRA
Publicado: quarta-feira, 21 de junho de 2017 às 18:48
Redação
O ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira pediu ao juiz federal Sérgio Moro para ser reinterrogado em ação penal na Operação Lava Jato. Em petição a Moro, a defesa de Ferreira requereu nova audiência para o petista, com base no artigo 196 do Código de Processo Penal.
Moro aceitou o pedido, mas advertiu Ferreira. “A presente ação penal está tendo o seu encerramento prolongado por sucessivos pedidos de novos interrogatórios, o que não é muito adequado. De todo o modo, a bem da ampla defesa, defiro excepcionalmente o requerido, advertindo porém que será a última audiência, designo a data de 19 de julho de 2017, às 14h. Caso algum outro acusado pretenda ser interrogado, deverá comparecer na referida data e horário. Fica a defesa de Paulo Ferreira encarregada de apresentar seu cliente.”
Ferreira foi preso em junho de 2016 na Operação Abismo, 31.º desdobramento da Lava Jato – neste caso, além do ex-tesoureiro, outros treze investigados são réus.
O petista é acusado do recebimento de propinas nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (CENPES).
Ele foi solto seis meses depois, assim que, em depoimento a Moro, admitiu prática de ilícitos nas campanhas eleitorais. “Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio”, declarou Paulo Ferreira, na ocasião.
Moro perguntou. “Inclusive no Partido dos Trabalhadores, na sua campanha?”
“Exatamente”, admitiu Ferreira, terceiro ex-tesoureiro do PT envolvido na Lava Jato – antes dele, caíram na malha fina da grande investigação João Vaccari Neto e Delúbio Soares.
Agora, Paulo Ferreira quer depor outra vez. (AE)

OPERAÇÃO PATMOS
DONO DA JBS DIZ QUE INDICAÇÃO DE TEMER RENDERIA R$ 50 MILHÕES A JOSÉ YUNES
JOESLEY CITOU YUNES, APÓS ELENCAR À PF “VANTAGENS” QUE TERIA PRESTADO AO PRESIDENTE
Publicado: quarta-feira, 21 de junho de 2017 às 17:32 - Atualizado às 19:00
Redação
O empresário Joesley Batista, da JBS, relatou à Polícia Federal, em depoimento na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, que o presidente Michel Temer (PMDB) tentou incluir o advogado José Yunes “para intermediar um acordo com uma empresa em disputa judicial em andamento contra o Grupo J&F”. Segundo o executivo, o negócio renderia cerca de R$ 50 milhões a Yunes.
“O acordo não foi para a frente, mas quem ficou designado para tratar foi Francisco de Assis, do jurídico da J&F, no entanto, este não sabia que se tratava de um pedido do presidente Michel Temer”, relatou o empresário, que não informou qual negócio teria sido este.
Joesley depôs no dia 16 de junho.
Ele citou o advogado Yunes, após elencar à Polícia Federal “vantagens” que teria prestado ao presidente. O empresário apontou, além da intermediação de Yunes, o empréstimo de seu avião para Temer “levar a família em uma viagem de férias para a ilha de Comandatuba, na Bahia”.
Yunes foi assessor especial de Temer na Presidência. Caiu do cargo quando foi citado na delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, em dezembro do ano passado. Segundo o executivo da empreiteira, Yunes teria recebido dinheiro vivo supostamente destinados a Temer pela Odebrecht, em 2014.
O advogado nega ter operado dinheiro de campanha para o PMDB. José Yunes afirma que recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro, a pedido do hoje ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, um mês antes da eleição presidencial de 2014 que reelegeu a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, mas alegou que não viu o conteúdo.
Defesa
O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Michel Temer, afirmou: “Não vamos responder, pois na verdade um relatório sobre investigações deveria ser apenas um relato das mesmas investigações e não uma peça acusatória. Autoridade policial não acusa, investiga.”
A reportagem contatou o advogado José Yunes, mas não obteve retorno.

PERÍCIA EM CELULAR
PF VÊ INDÍCIOS DE ENVOLVIMENTO DE PEZÃO NO ESQUEMA CRIMINOSO DE CABRAL
MENSAGENS VINCULAM GOVERNADOR A INTEGRANTES DA QUADRILHA DE CABRAL
Publicado: quarta-feira, 21 de junho de 2017 às 14:02 - Atualizado às 14:26
Redação
Em relatório, a Polícia Federal afirma que foram verificadas informações que podem servir de ‘elementos probatórios’ que vinculam o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, a integrantes da organização criminosa chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral.
A acusação consta no documento relativo à perícia feita no celular do homem apontado como operador de Cabral, Luiz Carlos Bezerra. Segundo o jornal O Globo, a relação de proximidade entre Pezão e Bezerra foi constatada por mensagens trocadas entre eles.
Em uma delas, Bezerra parabeniza o governador por seu aniversário, em 29 de maio do ano passado. Segundo a PF, Bezerra chama Pezão de ‘Pezzone’. "Querido amigo e Exmo. Governador Pezzone. Parabéns e felicidades 1000 pelo seu aniversário, que iremos comemorar muitos outros adiante, não tenho a menor dúvida", escreve Bezerra. "Vamos juntos amigo, a gente até enverga, mas não quebra nem a kraio!!!!" (sic), concluiu.
Em outra mensagem, dias antes do aniversário (em 2016), Bezerra deseja a recuperação do governador, pouco antes de ele ser diagnosticado com câncer. "Querido amigo, acompanhando e recebendo notícias suas pelo amigo em comum. Aguardamos sua saída o mais rápido possível para comemorarmos sua completa recuperação com essas loiras!!! Heheheh. Estamos juntos meu camarada!!! Forever!!!", escreveu o operador, enviando duas imagens, não detalhadas no relatório da PF, ao governador. "Assim vc me mata, isso é sacanagem, obrigado pelo carinho", respondeu Pezão.
Em novembro de 2015, em outra mensagem entre eles, Bezerra elogia o atendimento em um posto do Detran. "Digo isso como um contribuinte como todos e não como o amigo que tem oportunidade de estar próximo do Exmo. Gov. e beber umas "geladas", o que, diga-se de passagem, tô sentindo falta... hehehe... abração meu irmão...".
Em uma anotação que a PF teve acesso, de 30 de novembro de 2013, ficou concluído pela investigação que Pezão receberia ‘possivelmente’ R$ 50 mil. Em outra ocasião, a PF já havia mencionado o pagamento de propina ao governador nos valores de R$ 140 mil e de R$ 50 mil.
O governador afirmou que nunca recebeu recursos ilícitos e que está à disposição da Justiça para esclarecimentos.

NA VEJA.COM
Mello, Fux e Marco Aurélio devem votar por manter acordo da JBS
Os três ministros indicaram que seguirão votos de Fachin e Moraes pela manutenção das regras e benefícios firmados entre a empresa e a PGR
Por Da Redação
Quarta-feira, 21 jun 2017, 20h45 - Publicado em 21 jun 2017, 20h34
Na sessão em que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin e Alexandre de Moraes votaram por manter as cláusulas do acordo de colaboração firmado entre a JBS e a Procuradoria-Geral da República, outros três ministros, que ainda não votaram, indicaram a mesma posição. Em apartes ao voto de Moraes, Celso de Mello, Luiz Fux e Marco Aurélio Mello defenderam que os termos do acordo, criticados por blindarem penalmente os delatores, não podem ser alterados pelo STF. Caso Mello, Fux e Marco Aurélio confirmem as indicações em seus votos, a manutenção das regras e benefícios previstos na delação ficará a apenas de um voto de alcançar maioria no plenário.
Após o voto de Alexandre de Moraes, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, suspendeu o julgamento, que será retomado amanhã com os votos dos demais nove ministros. Também está em análise a continuidade de Fachin como relator das delações da JBS.
Decano do Supremo, Celso de Mello saiu em defesa do Ministério Público. “Não podemos desconfiar do Ministério Público. O Ministério Público tem tido atuação de grande importância no panorama jurídico nacional”, afirmou.
“Não tem sentido que o Poder Judiciário, trate-se de um magistrado singular ou de um órgão colegiado, como o STF, não tem sentido que homologado o acordo, cumpridas as obrigações assumidas pelo agente colaborador, venha esse a ser surpreendido com um gesto desleal do Estado representado pelo Poder Judiciário”, ressaltou o ministro.
No mesmo sentido, Marco Aurélio Mello disse que, “a atividade do relator é simplesmente formal. Se formos à decisão do ministro Edson Fachin, ele só homologou o aspecto formal, não teria como adentrar a matéria de fundo [conteúdo da delação] porque ela é de competência do órgão julgador. Quanto ao fato de o Ministério Público poder ter ajustado a não oferta de denúncia contra os delatores, esse aspecto está previsto na lei e pelo artigo 129 da Constituição”.
Marco Aurélio se referiu à cláusula do acordo de colaboração da JBS que prevê que a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal sequer ofereçam denúncias à Justiça contra os sete executivos da empresa que aderiram a delações premiadas, incluindo os donos do Grupo J&F, Joesley e Wesley Batista.
Já Luiz Fux entende que revisões posteriores à homologação pelo relator gerariam “incerteza e insegurança”. “Se nós aqui assentarmos que o tribunal pode, à posteriori, firmar o que foi estabelecido na delação, a pretexto de que o Ministério Público não foi um bom player, então vamos gerar um estado de incerteza e insegurança (…) uma vez homologada [a delação] pelo relator, só caberá ao órgão julgador verificar a eficácia daquela colaboração sob se aquelas declarações correspondem à realidade probatória”, declarou.
Veja também
Celso de Mello ainda ponderou que há situações em que o agente colaborador das investigações cumpre todas as suas obrigações, age de maneira clara e colabora com os órgãos, mas por falha do aparelho do Estado, da Polícia ou do Ministério Público, os resultados pretendidos não são atingidos.
“Mesmo aí, não tendo sido eficaz a colaboração, mas tendo sido efetiva a cooperação do agente colaborador, não terá ele também direito aos benefícios? Nesse momento, caberá ao órgão Judiciário competente, quando da sentença, do julgamento final, avaliar e examinar a eficácia resultante dessa cooperação”, observou Celso de Mello.
Celso de Mello ainda não votou no julgamento, mas já sinalizou que defende a homologação dos acordos de colaboração premiada pelo ministro relator de cada caso.
“Esse ato decisório que veicula a homologação do acordo de delação premiada não deve expor-se à necessidade de referendo do órgão colegiado competente, seja o plenário do STF ou uma de suas turmas. Como também homologado o acordo, dele não deve caber recurso para o órgão colegiado. Essa é uma decisão monocrática (do relator)”, completou Mello.
(com Estadão Conteúdo)

Funaro entrega à PF registros de ligações de Geddel
Segundo o doleiro, ex-ministro telefonava para sua mulher para saber sobre sua disposição em delatar
Por Da Redação
Quarta-feira, 21 jun 2017, 23h45
O doleiro Lúcio Funaro entregou à Polícia Federal registros de pelo menos doze ligações do ex-ministro Geddel Vieira Lima para sua esposa, Raquel Pitta, para corroborar o que disse em seu depoimento. Segundo Funaro, que negocia um acordo de colaboração, Geddel havia tentado sondá-lo para saber de sua disposição em fazer uma delação premiada.
As ligações foram feitas via WhatsApp – mais difícil de ser grampeada – entre os dias 17 de maio e 1º de junho deste ano, sendo que a primeira aconteceu logo depois da publicação das primeiras informações sobre a delação premiada dos executivos da JBS.
‘Carainho’
As imagens da tela do celular da mulher de Funaro foram entregues à PF com a descrição de serem ligações entre a esposa de Funaro e “Carainho” – nome sob o qual Geddel estava registrado no celular. O número que aparece nas ligações é efetivamente o do ex-ministro do governo Michel Temer.
A preocupação de Geddel com possíveis delatores também foi relatada por Joesley Batista. Em seu depoimento, o dono da JBS afirmou que o ex-ministro o procurava de vez em quando e perguntava: “E o passarinho? Está calmo?”. Era uma referência velada ao ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso em Curitiba na Operação Lava Jato, e a suas intenções de contar o que sabe ao Ministério Público Federal.
Geddel é apontado por Joesley e pelos outros delatores da JBS como o homem que fazia a ligação entre Temer e o empresário. Depois de o ministro deixar o governo, acusado de pressionar pela liberação de uma obra em Salvador onde tem um apartamento, Joesley teria passado a tratar com Rodrigo Rocha Loures, então assessor especial de Temer.
Defesa
A defesa de Geddel rechaçou “a prática de qualquer ilicitude” do ex-ministro. “É importante ser ressaltado que, desde que se viu injustamente enredado em procedimentos de apuração instaurados em seu desfavor, o senhor Geddel Vieira Lima colocou-se à disposição de todas as autoridades constituídas, comparecendo espontaneamente para prestar declarações, inclusive com deslocamentos para a capital federal, disponibilizando os seus sigilos bancário e fiscal, não criando qualquer óbice para o prosseguimento das investigações”, diz a defesa.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

NO RADAR ON-LINE (VEJA.COM)
Duque diz que Vaccari arrecadava propina a mando de Lula
Ex-diretor da Petrobras foi interrogado por Sergio Moro
Por Ernesto Neves
Quarta-feira, 21 jun 2017, 19h51 - Publicado em 21 jun 2017, 19h43
O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque passou por novo interrogatório conduzido pelo juiz Sergio Moro nesta quarta (21). A sessão foi um pedido de sua defesa, sob a alegação que Duque deseja fazer delação premiada.
Duque afirmou que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto começou a operar propinas para o partido antes mesmo de assumir o cargo, em 2010. E que comandava o esquema a mando do então presidente Lula. 
“Vaccari começou a fazer arrecadação de fundos e dinheiro da Petrobras antes de ser tesoureiro do partido dos trabalhadores. Em 2007, fui chamado a Brasília pelo então ministro Paulo Bernardo. E foi ele que me comunicou que por orientação do presidente Lula o Vaccari seria o encarregado do partido para arrecadação na Petrobras”, disse.

Léo Pinheiro: tesoureiro do PT avisou que propina era regra
Dono da OAS afirma que todos os contratos da Petrobras destinavam 1% ao partido
Por Ernesto Neves
Quarta-feira, 21 jun 2017, 20h06 - Publicado em 21 jun 2017, 19h01
Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta quarta (21), o presidente da OAS, Léo Pinheiro, afirmou que era sistemática a cobrança de propina de 1% nos contratos da Petrobras.
O dinheiro, segundo Pinheiro, era destinado a abastecer os cofres do PT. A audiência tratou do contrato firmado entre a empreiteira e a Petrobras para a construção do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES). 
“Eu fui apresentado ao senhor Paulo Ferreira em 2007. E ele ia substituir o Delúbio Soares na tesouraria do PT”
“Foi informado que era para ter o pagamento de 1%, conforme era uma regra do PT nos projetos da Petrobras”, disse.
Moro, em seguida, quis saber se o pedido de propina foi feito diretamente a ele.
“Ele me procurou informando que teriam esses pagamentos”, confirmou Pinheiro.
“Eu que sabia que existiam esses pagamentos em outros contratos naquela época. Nós não participávamos do clube, mas queríamos. Isso veio a ocorrer posteriormente”, diz ele, sobre o grupo de empreiteiras que sempre ganhava as licitações da Petrobras.
Adiante, Moro quis saber se o CENPES foi o único projeto em que Léo Pinheiro pagou propina.
“Fizemos parte do consórcio da refinaria da REPAR, fizemos parte da refinaria RNEST que tiveram esses pagamentos”, disse ele, sobre os projetos de Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
#SanatórioGeral: Nau sem rumo
Jucá confirma a tese segundo a qual o que está ruim sempre pode piorar
Por Augusto Nunes
Quarta-feira, 21 jun 2017, 18h04
“O Michel já mudou o jeito de lidar com o Congresso, o governo do Michel virou um governo em que o Congresso é parceiro para tudo, chega-­se a falar que é semiparlamentarista”. (Romero Jucá, líder do governo no Senado, em entrevista ao Valor Econômico, apavorando um pouco mais o País com a informação de que Michel Temer administra o Brasil em parceria com Rodrigo Maia, Eunício Oliveira, Renan Calheiros e, claro, Romero Jucá)

NO BLOG DO JOSIAS
Partidos se unem por fundo público de financiamento de campanha: R$ 3,5 bi
Josias de Souza
Quinta-feira, 22/06/2017 03:12
O Congresso deve aprovar antes do final de julho um pacote eleitoral que inclui a criação de um fundo de financiamento de campanhas com verbas do Tesouro Nacional. Coisa de R$ 3,5 bilhões para as eleições de 2018. Reunidos nesta quarta-feira, 21, dirigentes de sete partidos políticos concordaram com a providência. São eles: PMDB, PSDB, DEM, PSB, PP, PR e PSD. Juntas, as siglas reúnem infantaria suficiente para aprovar a novidade.
Decidiu-se incluir no embrulho eleitoral uma Proposta de Emenda à Constituição que já foi aprovada no Senado e aguarda votação na Câmara. Prevê o fim das coligações nas eleições proporcionais. E institui a chamada cláusula de barreira, que condiciona o acesso ao tempo de tevê e à verba do Fundo Partidário ao desempenho dos partidos nas urnas.

Especialistas, Temer e Putin falam de corrupção
Josias de Souza
Quarta-feira, 21/06/2017 20:24
Em visita a Moscou, Michel Temer teve uma reunião de trabalho com Vladimir Putin. Eles assinaram uma declaração conjunta. Nela, listaram 35 compromissos. Num deles, o Brasil de Temer e a Rússia de Putin comprometeram-se a intensificar os esforços no combate à corrupção. Escreveram: ''Os dois países entendem que a cooperação anticorrupção deve ter como objetivo a obtenção de resultados concretos.''
Longe do Brasil, Temer sentiu-se à vontade para assumir compromissos em nome do Brasil desconsiderando o que ocorre no Brasil. Ele assinou o acordo bilateral sem levar em conta que seus compromissos podem ficar velhos em dois minutos. Ou em duas delações premiadas. Quando terminar sua viagem, Temer retornará não apenas ao Brasil, mas à realidade de um país em que o próprio presidente é acusado de corrupção.
É preciso reconhecer: mergulhados em escândalos, Temer e Putin são especialistas na matéria. No Brasil, a contribuição de Temer e do PMDB no combate à corrupção é revolucionária. A exemplo de outras legendas, o PMDB desenvolveu uma forma inconsciente de desnudar a corrupção. Desvenda os crimes praticando-os em proporções tão amazônicas que ficou impossível não perceber as pistas.

NO O ANTAGONISTA
Agonia do oitavo grau
Brasil Quinta-feira, 22.06.17 07:00
A agonia de Michel Temer está no grau 8.
Foi o que disse João Doria, segundo a Coluna do Estadão:
“Você tem o índice de agonia de 1 a 10. E o termômetro está ligado faz tempo. Hoje, seria escala 8”.
O PSDB vai esperar a missa do sétimo dia para renunciar aos seus cargos no governo.
O martelo de Moro
Brasil 22.06.17 06:36
O juiz Sergio Moro já está pronto para sentenciar Lula.
Os autos do processo do triplex chegaram ao seu gabinete ontem à tarde, segundo a Veja.
Agora só falta bater o martelo.
O Advogado Geral de Cunha
Brasil 22.06.17 06:04
Michel Temer vai demitir a Advogada Geral da União.
Segundo O Globo, Grace Mendonça será substituída por Gustavo Rocha, o advogado de Eduardo Cunha.
O Palácio do Planalto plantou que a AGU será afastada porque é “fraca”, “insegura” e faz “jogo duplo”.
É evidente, porém, que a medida protege Michel Temer contra uma eventual delação de Eduardo Cunha.
Renan, em depoimento a Moro: "Não, jamais"
Brasil Quarta-feira, 21.06.17 21:29
Veja abaixo o que disse Renan Calheiros, em depoimento a Sérgio Moro, como testemunha de defesa do lobista Jorge Luz, acusado de ser um dos principais operadores de propina do PMDB:
-- Sobre o apoio a Nestor Cerveró para continuar a ser diretor da Petrobras: “Acho isso uma fantasia. Como poderia ter acontecido isso se efetivamente nós não havíamos conversado sobre tal assunto e jamais conversaríamos?”
-- Sobre o apoio a Paulo Roberto Costa: “Uma vez, na minha casa, levado pelo Aníbal (Gomes), o Paulo Roberto Costa chegou a pedir apoio para ser indicado a uma nova diretoria da Petrobras, mas dissemos que não era possível, pois não tratávamos daquele tipo de indicação e, mesmo porque ele tinha sido indicado pelo PP que faz oposição à gente em Alagoas.”
-- Sobre Aníbal Gomes ser seu intermediário em negociações: “Essa investigação já foi arquivada exatamente porque o Paulo Roberto Costa disse que nunca havia checado comigo se o deputado Anibal falava mesmo em meu nome, o que ensejou, a pedido da procuradoria o arquivamento da investigação.”
Renan Calheiros é um inocente.
Janot apoia envio de delação da JBS a Moro
Brasil 21.06.17 21:27
Em parecer enviado a Edson Fachin, Rodrigo Janot rebate a defesa de Lula, que tentava evitar que cópia da delação da JBS fosse encaminhada à Justiça Federal no Paraná. Outra cópia foi enviada à Justiça Federal no DF.
Segundo o PGR, "embora a maioria desses fatos tenha, de fato, ocorrido em Brasília, outras circunstâncias foram determinantes para a fixação da competência perante a 13ª Vara Federal de Curitiba/PR. As vantagens indevidas relacionadas ao caso foram pagas como retribuição pela participação de Lula e de Dilma em um grande esquema criminoso".
Ainda de acordo com Janot, existe "uma única organização criminosa, com o mesmo modus operandi e integrada pelos mesmos agentes, em contextos parcialmente diferentes, mas com a finalidade de enriquecimento ilícito mediante o desvio de recursos públicos e a obtenção de vantagens indevidas".
Edgar nega ser o Edgar
Brasil 21.06.17 20:08
Edgar Safdié, citado pela Polícia Federal, negou em depoimento ser o "Edgar" dos diálogos de Rodrigo Rocha Loures com Ricardo Saud sobre a entrega de propina da JBS.
Numa das conversas, o ex-assessor de Temer diz que Edgar "fica em São Paulo e ele que faz a gerência".
Safdié admitiu ser amigo de Rocha Loures, mas garantiu que nunca teve negócios com o ex-assessor de Michel Temer. Afirmou também que não conhece o presidente, nem quaisquer dos envolvidos e que "nunca realizou operação financeira em favor de político ou partido".
Apenas afirmou ter doado R$ 100 mil a Rocha Loures, na campanha de 2006.
Edgar Safdié é filho do ex-banqueiro descendente de judeus libaneses, Edmundo Safdié, que foi réu por lavagem de dinheiro no caso Celso Pitta e teve seu banco envolvido no escândalo da Alstom.
A família Safdié é sócia da Helibras, beneficiada no governo Lula com contrato bilionário para a fabricação de 51 helicópteros em parceria com a gigante francesa Airbus.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA