PRIMEIRA EDIÇÃO DE 12-6-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 12 DE JUNHO DE 2017
A operação Lava Jato investiga o maior escândalo de corrupção da História, mas a condescendência com as empreiteiras envolvidas na roubalheira à Petrobras e ao bolso dos brasileiros fica evidente quando apenas uma delas, a Engevix, uma das menos importantes, é tida como inidônea pelo governo federal. Pior: a empreiteira não foi punida por crimes revelados pela Lava Jato, mas por “burlar a lei de licitações”.
O ex-executivo Hilberto Mascarenhas disse em delação premiada que a Odebrecht pagou mais de R$10 bilhões de propina até 2014.
Apesar do Clube das Empreiteiras ter fraudado licitações e superfaturar contratos, nenhuma delas está na lista negra do governo.
Também estão enroladas na Lava Jato OAS, Andrade Gutierrez, UTC, Mendes Jr, Queiroz Galvão, Camargo Correa, Carioca, Schahin etc.
Entre empresas inidôneas e entidades sem fins lucrativos impedidas de receber dinheiro público por falcatruas, há 17.360 registros até agora.
Os que imaginam os militares ansiosos para retomar o poder, podem desistir da ideia. No Exército, como nas demais forças, prevalece por exemplo o compromisso – reafirmado como mantra pelo comandante, general Villas Bôas – de respeitar a Constituição, a Justiça, a lei e a ordem. E utilizando como “armas” a informação e a inteligência. Impressiona como os atuais generais, em cargos de chefia e comando no QG do Exército, têm clareza de tudo o que ocorre no campo político.
O comando do Exército tem se caracterizado em Brasília pelo diálogo permanente com políticos da esquerda à direita, jornalistas etc.
A violência dos protestos preocupa os militares, mas eles se sentiram usados quando chamados para conter o último badernaço de Brasília.
No Exército, muitos se ofenderam com a associação que políticos fizeram entre a presença deles nas ruas à ideia absurda de “golpe”.
Em meio ao julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, o governo teve mais uma notícia positiva na economia, que acabou ofuscada: a inflação de maio, 0,31%, foi a menor em 10 anos.
O Congresso recebeu a Medida Provisória 784, que merece ser batizada de “MP da JBS”, estabelecendo punições e elevadas multas contra condutas lesivas praticadas por pessoas ou empresas que atuam no sistema financeiro. E prevê os acordos de leniência.
O Brasil é a 9ª economia do mundo e o brasileiro pagou R$965 bilhões (US$292 bilhões) em impostos até agora, no ano. Todo o Paquistão, a 41ª economia do mundo, produziu em 2016 só US$ 271 bilhões.
A Câmara terá debate específico para o projeto que cria o crime de corrupção para empresas e evita que empresários se escondam no CNPJ para afanar dinheiro público, como revelou a Lava Jato.
A senadora Katia Abreu (PMDB-TO), ex-DEM, pretende que Dilma se candidate ao Senado ou à Câmara pelo Estado do Tocantins. Entidades locais já se organizam no movimento “Aqui, não!”.
O senador Antonio Reguffe (DF) abriu mão de salários extras, verba indenizatória, aposentadoria especial, plano de saúde vitalício para ele e a família e outras regalias. Não admira que continue sem partido.
A Câmara endureceu os protocolos de segurança para eventual invasão do seu prédio. E logo o pessoal da liderança do PSOL chamou a medida, em rede interna, de “ataque aos trabalhadores”. Hahaha.
Dirigentes de sindicatos e associações empresariais estão todos revoltados com as criminosas facilidades de crédito para a turma da JBS. “Era só ter um açougue?”, ironizou um executivo do setor têxtil.
Com o feriado na próxima quinta (15), já tem parlamentar de folga desde sexta-feira passada.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO E PRIPYAT
PF CONCLUI QUE ANGRA 3 TERIA RENDIDO R$65 MILHÕES A RENAN, LOBÃO E JUCÁ
TRÊS SENADORES TERIAM RECEBIDO POR OBRA DE USINA NUCLEAR NO RIO
Publicado: domingo, 11 de junho de 2017 às 09:10 - Atualizado às 17:13
Redação
Os nomes dos senadores e caciques nacionais do PMDB, Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR) voltaram a surgir como apontados pela Polícia Federal por suspeitas de cometimento de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal atribui aos três o recebimento de R$ 65 milhões em propina para a obra de montagem eletromecânica da Usina de Angra 3, no Rio.
O relatório final do inquérito conduzido pela delegada federal Graziela Machado da Costa e Silva conclui que houve pagamento de propinas na licitação da obra que custou R$ 3,1 bilhões. A informação foi revelada em reportagem da edição deste fim de semana, da revista Veja.
A investigação começou em 2015, baseada na delação do dono da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, alvo da Operação Lava Jato. O empresário apontou lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção passiva, na contratação do Consórcio Angramon pela Eletronuclear para a montagem de equipamentos.
Em julho de 2016, a Operação Pripyat foi desencadeada para investigar a suspeita de que as obras de Angra 3 só foram viabilizadas mediante propina. Três executivos da Andrade Gutierrez, uma das empreiteiras envolvidas na construção da usina nuclear, também fizeram delação premiada em que detalharam subornos. Os executivos Flávio Barra, Flávio Gomes Machado Filho e Clóvis Peixoto Primo também citaram que o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão e o senador e ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, teriam exigido propina de 3% nos contratos de Angra 3. Já 1% teria sido destinado ao PT via ex-tesoureiro João Vaccari Neto.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, defensor de Jucá e Lobão, desqualifica a conclusão do inquérito da PF: “Esse é o relatório mais pífio que eu já vi. Eles fazem uma ilação pelo fato de serem dirigentes partidários, mas não tem a capacidade mínima de apontar nenhuma do Jucá e do Lobão. É a criminalização da política pura e simples. Se a pessoa tem um cargo político, pode ser criminalizado”, disse o advogado, ao Estadão. 
O Diário do Poder não conseguiu contato com a assessoria do senador. E aguarda retorno do pedido por um posicionamento quanto à notícia sobre a investigação.

NADA FEITO
SE FOR CANDIDATA, DILMA DEVE SER BARRADA EM 2018
TSE MANTEVE DIREITOS, MAS ELA FOI CONDENADA EM ÓRGÃO COLEGIADO
Publicado: domingo, 11 de junho de 2017 às 00:01 - Atualizado às 22:33
Aliados da ex-presidente Dilma afirmam que ela vai disputar a eleição de 2018, mas é improvável: a Lei Ficha Limpa a torna inelegível por ter sido condenada em órgão colegiado por crime contra a administração pública. Além disso, segundo afirmaram ministros a esta coluna, “no caso concreto”, uma ação civil pública no Supremo Tribunal Federal será suficiente para impedir o eventual registro da candidatura. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Ministros do STF criticaram o Senado por ignorar a Constituição: o impeachment implica em suspensão dos direitos políticos por 8 anos.
A Resolução 35/2016 do Senado não inabilitou Dilma automaticamente, mas cassou o mandato “sem prejuízo das demais sanções judiciais”.
A decisão do TSE favorável à chapa pode ajudar a presidente cassada a tentar contornar a Ficha Limpa, judicializando sua candidatura.
Crimes contra a administração rendem inelegibilidade, diz o Artigo 1º da Lei das Condições de Inelegibilidade, alterado pela Ficha Limpa.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Deonísio da Silva: Laranja a preço de banana e bagre ensaboado
Os brasileiros de bem, que estavam com os corruptos atravessados na garganta, cansaram de comer a gororoba que lhes vinha sendo servida
Por Augusto Nunes
Domingo, 11 jun 2017, 11h34
O Ministério Público e a Polícia Federal vêm dando à luz grandes laranjas-de-umbigo, agora vendidas a preço de bananas-da-terra.
As forças da lei continuam em trabalho de parto e logo veremos o bendito fruto de seu trabalho. Logo serão revelados outros caroços que estavam debaixo deste angu.
Os laranjas que faziam o serviço sujo de bagres ensaboados estão apreensivos com o cerco da polícia. E agora vão pôr as coisas em nome de quem? Ninguém mais acredita nos contos do vigário, e os padres coadjutores e até certos párocos já estão vendo o Sol nascer quadrado, uma vez que tem sido impossível tapar o Sol com a peneira.
Quem não faz ouvidos de mercador e nem tem olhos de cabra morta percebe que hoje o Brasil já é outro, bem diferente daquele da impunidade habitual. Os inconformados podem ficar com cara de quem comeu e não gostou, mas vão ter que engolir a nova realidade.
Os brasileiros de bem, que estavam com os corruptos atravessados na garganta, cansaram de comer a gororoba que lhes vinha sendo servida.
Ninguém mais os emprenhará pelos ouvidos nos comícios, prometendo mundos e fundos, para depois esquecer tudo como se tivesse comido queijo em excesso.
Não se pode mais enganar os trouxas o tempo todo. Antes as promessas entravam por um ouvido e saíam pelo outro, mas agora não mais.
Terá vindo para o Brasil, personificado em trajes civis, o agente laranja, antes restrito a uso militar na Guerra do Vietnã? Neste caso, seu olhar de vaca atolada indica a encrenca em que se meteu.
O professor e escritor Cláudio Moreno, referência no estudo do léxico do Português, foi chamado a designar com precisão o laranja, pois que a palavra de repente trocou de gênero, e também o bagrinho, que já se demora demais em terra, mas rendeu-se, como este que assina esta coluna, aos mistérios da criatividade luso-brasileira. Descobrir o caso zero da expressão “laranja” está mais difícil do que identificar os cúmplices das transferências biliardárias para contas suíças, com o agravante de que no Português não se pode contar com delações premiadas.
De onde veio este laranja, que já não busca nem revela a outra metade, a laranja do casal? Do Vietnã, em vez da Pérsia e da Índia, de onde foi trazida a laranja que os dicionários designam? É pouco provável.
Apesar de tratar-se de pecado original, pois desde as capitanias hereditárias há propriedades e posses em nome de outrem, quem comeu a laranja não foram Adão e Eva, apesar de também neste caso a Serpente ter feito a intermediação.
Nossos primeiros pais comeram uva, figo, maçã e até banana, como queria o herege brasileiro Pedro de Rates Henequim, levado à fogueira por ter ensinado que o Paraíso estava localizado no Brasil, o fruto proibido tinha sido a banana e no Céu se falava Português! Mas laranja, não!
Enquanto isso, encurtam-se os prazos que vão revelar, não apenas os laranjas, mas os bagres ensaboados que eles encobriram por tanto tempo.


NA VEJA.COM
JBS fez outra venda de ações antes de delações virem à tona
Desde o dia 16 de maio até o final do mês foram vendidos R$ 155 milhões em papéis
Por Mariana Barros
Domingo, 11 jun 2017, 17h59
Os acionistas controladores da JBS — a FB Participações e o Banco Original — promoveram uma venda milionária de ações da companhia em maio, antes de o conteúdo das delações premiadas de Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud vir a público.
O montante negociado chegou a R$ 155,288 milhões e envolveu cerca de 18,6 milhões de papéis. As vendas ocorreram nos dias 16, 17, 22, 29, 30 e 31 de maio, por intermédio da corretora Bradesco. Já os vídeos com o teor das delações circularam a partir de 19 de maio.
A JBS envolveu-se em um episódio semelhante no mercado cambial. Foi acusada de lucrar milhões de dólares nas horas subsequentes ao surgimento das primeiras informações sobre o encontro entre o presidente Michel Temer e Joesley Batista no Palácio do Jaburu. Nas semanas anteriores, a JBS havia usado cerca de 1 bilhão de reais para adquirir dólares. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais, abriu investigação sobre o caso.
Na última sexta-feira (9), foi a vez de a Polícia Federal deflagrar uma nova etapa das investigações que envolvem a JBS. O novo inquérito foi aberto por requisição do procurador-geral, Rodrigo Janot, para apurar ganhos extraordinários dos irmãos Joesley e Wesley Batista a partir de informações privilegiadas.
Ações
O histórico de vendas de ações da JBS indica que no dia 16 foram vendidas 984.900 ações, ao preço de R$ 10,11. Nesse pregão, o papel recuou 8,62%, a R$ 9,86. No dia seguinte, os controladores se desfizeram de 3.635.000 ações, ao preço de R$ 9,66. A desvalorização ao fim do pregão foi de 3,65%, a R$ 9,75. Mais tarde, nesse mesmo dia, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona, depois que a Bolsa de Valores fechou.
Já em 22 de maio, foram vendidas 682.600 ações, à cotação de R$ 7,81. O declínio do papel nesse pregão foi de 31,34%, a R$ 5,98. Em 29 de maio, eles venderam 7.004.100 ações, ao preço de R$ 7,86. O papel encerrou a sessão com queda leve de 0,13%, a R$ 7,70. Em 30 de maio, foram vendidas 2.220.000 ações, à cotação de R$ 7,64. O papel caiu 3,90%, a R$ 7,4.
Por fim, em 31 de maio, os controladores se desfizeram de 4.109.100 ações, à cotação de R$ 8, sendo que o papel subiu 9,05%, a R$ 8,07.
Procurada, a JBS informou que “todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações”.
(Com Estadão Conteúdo)

‘Vaquinha’ para remoção de tatuagem de jovem torturado bate meta
Em menos de um dia, mais de 17.000 reais foram arrecadados para a remoção da tatuagem e auxílio psicológico
Por Da redação
Domingo, 11 jun 2017, 14h17
Uma campanha feita na internet para arrecadar 15.000 reais e ajudar jovem torturado a remover tatuagem e ter auxílio psicológico ultrapassou sua meta em menos de um dia. Criada pelo coletivo Afroguerrilha, a “vaquinha” arrecadou, até o momento, 17.600 reais.
Robin Batista, editor do site do coletivo, publicou na página do Facebook: “Conheço esse garoto desde que ele era pequeno e sua família vive uma situação de pobreza e falta de condições”. Ele ressaltou também que “é um caso de tortura e humilhação muito grave, que vai causar transtornos sociais a ele por muito tempo.” 
Entenda
Na última sexta-feira, 09, um vídeo tornou-se um viral: dois homens provocam um garoto e perguntam que tatuagem ele quer fazer. O menino responde “ladrão”, sem oferecer muita resistência. A foto que acompanha a filmagem revela a frase “eu sou ladrão e vacilão” escrita na testa do jovem de 17 anos. O castigo foi dado porque o rapaz teria tentado roubar uma bicicleta.
O caso aconteceu em São Bernardo do Campo e levou os dois homens à prisão. O tatuador Ronildo Moreira de Araújo, de 29 anos, e seu vizinho Maycon Wesley Carvalho dos Reis, de 27, foram presos em flagrante na noite da sexta-feira e continuam detidos no 3º Distrito Policial de São Bernardo do Campo até a noite deste sábado, 10.
A prisão aconteceu porque os familiares do menor de idade receberam o vídeo e denunciaram a ação para a polícia. O jovem já estava desaparecido e ainda não foi encontrado depois que foi solto pelos dois homens.
As informações foram confirmadas pela delegacia, mas os funcionários não quiseram dar mais detalhes sobre o caso. O delegado Wagner Milhardo vai se pronunciar sobre o caso na próxima segunda-feira (12).

NO RADAR ON-LINE
Após escândalo da JBS, Temer escanteou Eliseu Padilha
Posto de lado
Por Mauricio Lima
Domingo, 11 jun 2017, 10h00
Sempre presente nas decisões do governo, Eliseu Padilha anda escanteado desde que estourou o escândalo Joesley Batista. Temer hoje ouve Moreira Franco sobre cada passo dado no gerenciamento da crise.
Moreira pode deixar de ser ministro tão logo o plenário do STF julgue uma ação que questiona a MP que deu status de ministério à Secretaria-Geral da Presidência. A decisão de levar a julgamento da Corte foi da ministra Rosa Weber.

NO BLOG DO JOSIAS
Temer não sai nem é retirado, ele se degrada
Josias de Souza
Segunda-feira, 12/06/2017 05:18
O Brasil já teve o Getúlio, que se matou. Teve o Tancredo, que morreu. Teve o Jânio, que saiu. Teve o Collor e a Dilma, que foram retirados. Quando Temer declarou numa entrevista “se quiserem me derrubem, porque eu não renuncio”, ficou entendido que o drama agora é diferente. Não é o Brasil que tem um presidente é o presidente que acha que tem o Brasil. A crise atingiu um estágio de paralisia institucional. Temer não sai nem é retirado, ele se degrada no cargo.
Um presidente com a ética sub judice que, depois dos três anos em que a Lava Jato vem informando que o País foi saqueado pelos esquemas que continuam no poder, consegue dizer que todos têm que aturar a podridão para não comprometer as reformas ou é um cínico ou é um lunático — em nenhum dos dois casos é o presidente que o Brasil precisa.
Temer permanece no cargo porque se tornou o presidente mais conveniente para a banda podre da política, hoje majoritária e hegemônica. Seu governo virou uma superestrutura a serviço do acobertamento do ilícito. Depois de ser absolvido no Tribunal Superior Eleitoral por excesso de provas, Temer ajeita as coisas para que a Câmara impeça, por insuficiência de votos, o Supremo Tribunal Federal de convertê-o em réu. O presidente celebra com seus aliados suspeitos, acordos do tipo u'a mão suja a outra.
Sem alarde, o Planalto faz um mapeamento da composição da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, primeira escala da denúncia criminal que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fará contra Temer. Líderes de partidos que compõem a infantaria governista combinaram de substituir na CCJ eventuais defensores da investigação.
Temer está cada vez mais parecido com Eduardo Cunha. A diferença é que Cunha usava a estrutura da Câmara. E Temer abusa da engrenagem de todo o governo. É um caso clássico de obstrução da Justiça. Se não desfrutasse das imunidades inerentes ao cargo, Temer talvez estivesse preso na companhia do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, na penitenciária da Papuda.
O presidente, seus principais auxiliares e apoiadores não enxergam culpados no espelho. Acham que o governo é vítima de uma conspiração. Impossível governar assim, dizem. Fica um ambiente desagradável, o presidente tendo que (não) responder a interrogatório da Polícia Federal, dando satisfação a qualquer pé de chinelo da imprensa… Quem é que consegue encaminhar as reformas desse jeito?

NO O ANTAGONISTA
Cinco vezes Lula
Brasil Segunda-feira, 12.06.17 06:55
O juiz Sergio Moro, hoje, vai ouvir novamente Emilio Odebrecht e Alexandrino Alencar.
Trata-se de uma cortesia do advogado de Lula, que tentou impedir seus depoimentos na semana passada.
Os corruptores da Odebrecht podem ir se acostumando.
Na última quinta-feira, 08, Edson Fachin enviou a Sergio Moro cinco pedidos de investigação contra Lula.
Como explicou O Globo, “o MPF tem prazo de até 15 dias para se manifestar sobre a possível abertura dos inquéritos contra o petista. As petições podem ser agrupadas. Ou seja, nem todas elas darão origem a um inquérito individual.
Já estão sob a avaliação da Lava Jato do Paraná casos como o suposto tráfico de influência do petista nas relações com Angola, que teriam beneficiado o Grupo Odebrecht; os pagamentos ao ex-presidente por palestras; edição de uma MP para mudar regras dos acordos de leniência; benefícios a familiares, além de denúncias em relação ao sítio de Atibaia e ao terreno do Instituto Lula”.
Os denunciados no Planalto
Brasil 12.06.17 06:40
O Antagonista foi informado de que Lúcio Funaro promete atingir em cheio Eliseu Padilha.
Mas ele vai continuar na Casa Civil.
Segundo a Folha de S. Paulo, a regra estabelecida por Michel Temer de afastar os ministros denunciados pela Lava Jato não está mais em vigor, uma vez que ele próprio será denunciado.
O próximo preso
Brasil 12.06.17 06:39
O próximo operador de Michel Temer a ser preso será Geddel Vieira Lima, segundo Lauro Jardim.
Como explicou Joesley Batista, ele foi o predecessor do homem da mala, Rodrigo Rocha Loures.
"Gilmar Mendes não está nem aí”
Brasil 12.06.17 06:27
Gilmar Mendes, além da entrevista à Folha de S. Paulo, ganhou também uma reportagem no Valor.
O jornal diz:
“Ele foi a pessoa mais criticada no Brasil durante os dias em que o TSE julgou a chapa Dilma-Temer e registrou picos nessa posição após ter proferido o voto decisivo que manteve o presidente Michel Temer no cargo, mas Gilmar Mendes não está nem aí”.
É verdade: Gilmar Mendes não está nem aí para o que pensam os brasileiros.
ROCHA LOURES DEIXOU MALA NA CASA DOS PAIS
Brasil Domingo, 11.06.17 22:03
O Fantástico teve acesso ao depoimento do taxista que levou Rocha Loures à pizzaria para pegar a mala com R$ 500 mil em propina.
Ele disse à PF que, depois da pizzaria, Rocha Loures pediu para o taxista fazer uma parada na casa de seus pais, onde deixou a mala da propina e pegou outra, partindo para o aeroporto de Congonhas.
MPF vai ao Supremo contra decisão do TSE
Brasil 11.06.17 20:29
De acordo com Diego Escosteguy, "o Ministério Público resolveu recorrer ao Supremo para derrubar a decisão do TSE que absolveu a chapa Dilma-Temer".
Dono da Gol implica Temer em Caixa 2 de 10 milhões de reais
Brasil 11.06.17 19:27
Henrique Constantino, um dos donos da Gol, disse à PGR que Michel Temer "avalizou uma contribuição ilegal de 10 milhões de reais de suas empresas a políticos do PMDB e a campanhas em 2012", segundo relata O Globo.
Constantino, segundo o Jornal, acertou a propina com Eduardo Cunha.
"No entanto, disse o empresário, Cunha não falou sobre propina na presença de Temer, mas sobre o compromisso do seu grupo de empresas de apoiar o partido e o grupo político do vice-presidente — o que, segundo Constantino, foi entendido como uma forma de avalizar os pagamentos."
Eduardo Cunha ainda confia que Temer vai melar a Lava Jato.
PGR deve usar contra Temer decisão de Moraes
Brasil 11.06.17 16:15
Uma decisão de 17 de abril do ministro Alexandre de Moraes, indicado ao STF por Michel Temer, pode prejudicar o presidente.
A PGR deve usá-la para manter a investigação contra Temer – a despeito da vontade de sua defesa – nas mãos de Edson Fachin, relator da Lava Jato no tribunal.
Segundo a Folha, Moraes havia assinado um documento no qual reconheceu ser de Fachin a competência para julgar casos relacionados ao FI-FGTS, um dos pontos citados pelos executivos da JBS em suas delações e que está atrelado ao inquérito que apura condutas do presidente.
Joesley Batista revelou aos investigadores "a interação" com Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha, e com a Caixa e o FI-FGTS, citando propina paga pelo frigorífico em troca da liberação de verbas do fundo para o financiamento da empresa.
Parece que os ministros nomeados por Temer para o TSE, até o momento, foram mais úteis que o indicado por ele ao STF.
Os dez seguranças do socialista
Brasil 11.06.17 15:24
Enquanto a população do Rio de Janeiro sofre com a criminalidade crescente, o socialista Marcelo Freixo (PSOL-RJ) admitiu ao Globo que conta com dez servidores da área de segurança cedidos ao seu gabinete: cinco agentes penitenciários, três PMs e dois policiais civis.
Freixo aparece em levantamento do jornal como o segundo deputado estadual do Rio de Janeiro que mais solicitou homens para a própria proteção.
"A maioria dos meus seguranças é formada por agentes penitenciários justamente para não prejudicar a PM. Minha razão para ter policiais cedidos é específica: eu presidi a CPI das Milícias e do Tráfico de Armas. Recebi uma série de ameaças de morte", alegou Freixo, tentando se valorizar.
É bem mais fácil defender o desarmamento da população civil e a manutenção da idade penal com dez seguranças ao seu redor.
Nas asas da incompetência
Brasil 11.06.17 12:06
De acordo com a Veja, na reportagem sobre a guerra suja de Michel Temer contra a Justiça, a Abin "já teria encontrado indícios de que Fachin voou no jatinho da JBS. De acordo com o auxiliar do presidente, o ministro usou a aeronave nos dias que antecederam sua sabatina no Senado, em meados de 2015".
Se for verdade, a Abin teria de ser fechada também pela incompetência de encontrar um registro de um voo feito em 2015.
A verdadeira tradição do PT
Brasil 11.06.17 12:05
O PT costumava se gabar de ter consolidado nos governos de Lula e Dilma Rousseff a tradição de nomear para o cargo de PGR o procurador mais votado na lista tríplice da categoria, como fez, por exemplo, no caso de Rodrigo Janot.
Como ficou comprovado em escuta telefônica da Lava Jato, no entanto, Lula esperava de Janot "gratidão" em troca da nomeação, o que, em linguagem petista, significa blindagem em investigações criminais.
Além disso, a "tradição" petista não se repetiu no STJ.
Dilma indicou para a vaga do ministro Ari Pargendler o desembargador Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, o segundo – não o primeiro – colocado na lista tríplice da categoria, com 20 votos, um a menos que o vencedor renegado, Joel Paciornik.
Como confirmou Delcídio do Amaral em delação, Dilma colocou Navarro Dantas no tribunal para que ele votasse pela libertação de empreiteiros como Otávio de Azevedo, da Andrade Gutierrez, e Marcelo Odebrecht, cujas delações eram temidas pelo PT.
Ele votou, mas perdeu – e, junto com Dilma, passou a ser investigado por obstrução de Justiça.
Hoje, escolher o primeiro colocado da lista, só importa em público. Os petistas querem mesmo é que Temer emplaque na PGR um inimigo da Lava Jato capaz de salvá-los também.
A verdadeira tradição do PT é, antes de tudo, a empulhação.

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