PRIMEIRA EDIÇÃO DE 17-02-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA,17 DE FEVEREIRO DE 2017
O DNIT, órgão do Ministério dos Transportes que cuida de rodovias, contratou por quase meio bilhão (R$ 419 milhões) um consórcio para finalizar a duplicação da BR-101, em Alagoas. A licitação, de 2016, definiu o consórcio vencedor formado inclusive pela empreiteira PACS (Planejamento Assessoria Consultoria em Sistemas), declarada inidônea e proibida de contratar com poder público, no País, até 2018.
As demais integrantes do consócio contratado pelo DNIT são Comsa e Constran, da UTC de Ricardo Pessoa, acusado de afanar a Petrobras.
O Ministério dos Transportes omitiu a PACS, declarada inidônea em novembro de 2016, no extrato do contrato publicado no Diário Oficial.
A empreiteira PACS foi declarada inidônea após ser acusada de descumprimento de contrato pelo Banco do Brasil.
O Portal da Transparência do governo atesta que a PACS é inidônea, mas certidão do Sicaf apresentada pelo DNIT indica o contrário.
O PCdoB se agarra como carrapato às boquinhas da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e a seu orçamento de R$1,2 bilhão. Diretores e produtores de cinema regiamente financiados com dinheiro público retribuem defendendo interesses do partido, que “aparelha” a Ancine desde 2005. Em Berlim, protestaram contra a saída de Manoel Rangel Neto da presidência e de Rosana Alcântara da diretoria, prevista para maio. Estão aboletados nos cargos há 12 anos. Rangel integra o comitê central do PCdoB.
Cineastas de festival dizem estar “apreensivos” com a substituição de diretores da Ancine. Eles estão apreensivos é com o fim da “boca livre”.
Em junho, Michel Temer já presidente, a Ancine fez a turma do filme “Aquarius”, que financiou, exibir cartazes “contra o golpe” em Cannes.
O PCdoB premia com cargos na Ancine antigos militantes obrigados a deixar entidades que também “aparelham”, como UNE, UBES, etc.
No antigo número de celular, a primeira-dama Marcela Temer aparece com a mensagem pessoal “Não posso falar, somente WhatsApp”, e com uma imagem da bandeira do Brasil como foto de perfil.
O Supremo Tribunal Federal é sensível ao “sofrimento” de bandidos que a Justiça consegue encarcerar, equivalentes a 5% dos crimes cometidos. Mas não mandou indenizar pessoas de bem nas filas dos hospitais ou nas palafitas da periferia por “tratamento degradante”.
O ex-senador e prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), anunciou que no dia 3 vai se operar de câncer de próstata, mesma doença que vitimou seu pai. Ele confia que ficará “150% curado”.
Está exposto no Centro Cultural Banco do Brasil um belo óleo sobre tela do artista pernambucano Cícero Dias, avaliado em R$300 mil, uma das 1.200 telas apreendidas com Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA). O acervo é um dos mais valiosos do País.
Especialista em blindagens, Glauco Splendore fez uma revelação assustadora em artigo para o Diário do Poder: o Brasil superou os 160 mil carros blindados e virou líder mundial, ultrapassando EUA e México.
Em “O Leviatã”, que serviu de inspiração para batizar a nova fase da Lava Jato, o filósofo Thomas Hobbes disse que o “homem é lobo do homem”, comparando o Estado a um ser humano artificial criado para a própria defesa e proteção.
O diretor-geral da PF, Leandro Daiello, já escolheu o delegado que vai substituir Márcio Anselmo, que pediu para sair da Lava Jato por esgotamento físico e mental. Será corregedor-geral em Vitória.
O Ministério da Transparência não atualiza o site da Transparência desde o ano passado e continua batizado de “CGU” na internet. O nome “Controladoria-Geral da União” foi extinto com o governo Dilma.
...após indenizar bandidos que reclamam de cadeias desconfortáveis, agora só falta premiar com dinheiro os que cometem crimes.

NO DIÁRIO DO PODER
DEFESA DA LAVA JATO
COORDENAÇÃO DA LAVA JATO RECHAÇA "DESMANTELAMENTO" DAS INVESTIGAÇÕES
EM NOTA, FORÇA-TAREFA DEFENDE O DIRETOR DA PF, LEANDRO DAIELLO
Publicado: quinta-feira,16 de fevereiro de 2017 às 19:13 - Atualizado às 19:36
Redação
Em nota divulgada no início da noite desta quinta-feira, 16, a Administração Regional e a Coordenação Regional da Operação Lava Jato “ratificaram que são totalmente infundadas as notícias de que a Operação Lava Jato no âmbito da Polícia Federal no Paraná sofreu ou sofrerá desmantelamento”.
A nota afirma ainda que “todo recurso orçamentário solicitado pela Coordenação Regional da Operação Lava Jato do cronograma de trabalho para o ano de 2017 (diárias e passagens), foi totalmente aprovado e liberado pela Direção-Geral da Polícia Federal (comandada por Leandro Daiello)”.
Na segunda-feira, 13, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) encaminhou ao presidente Michel Temer um pedido de substituição do diretor-geral da corporação, Leandro Daiello. A entidade atribui à gestão de Daiello a saída de delegados que integravam a força-tarefa da Lava Jato e vê risco de prejuízo às investigações com a permanência do atual chefe.
Entre as baixas está o delegado Márcio Adriano Anselmo da Lava Jato. Considerado um dos cabeças da Lava Jato, ele foi transferido para a Corregedoria da PF no Espírito Santo, alegando justamente “esgotamento físico e mental” depois de mais de três anos de investigações.
Na quarta-feira, 15, delegados que coordenam as investigações do escândalo de corrupção na Petrobras saíram em defesa de Daiello e negaram qualquer tipo de enfraquecimento da equipe. O delegado Maurício Moscardi, da equipe da Lava Jato, em Curitiba, afirmou que poucas pessoas “conhecem a participação efetiva do diretor-geral nas grandes operações da Polícia Federal”.
Confira a nota na íntegra:
Em reunião realizada no último dia 15/02, entre o Diretor-Geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, o Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DICOR), Maurício Leite Valeixo, o Superintendente Regional da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco e o Coordenador Regional Adjunto da Operação Lava Jato, Maurício Moscardi Grillo, temos a destacar:
1. Todo o recurso orçamentário solicitado pela Coordenação Regional da Operação Lava Jato do cronograma de trabalho para o ano de 2017 (diárias e passagens), foi totalmente aprovado e liberado pela Direção-Geral da Polícia Federal;
2. Ficou acertado que serão encaminhados pela Coordenação Regional da Operação Lava Jato à DICOR/PF, os nomes dos servidores a serem recrutados e empregados nos trabalhos investigativos durante o ano de 2017;
3. Já está acertado e escolhido o nome do Delegado que será removido para o lugar do delegado de Polícia Federal Márcio Anselmo, cujo nome será oportunamente divulgado.
A Administração Regional e a Coordenação Regional da Operação Lava Jato ratificam que são totalmente infundadas as notícias de que a Operação Lava Jato no âmbito da Polícia Federal no Paraná sofreu ou sofrerá desmantelamento.

NOVAS EXPECTATIVAS
Por Carlos Chagas
Sexta-feira, 17-02-2017
Está com os dias contados o foro privilegiado que dá a deputados e senadores a prerrogativa de serem julgados pelo Supremo Tribunal Federal. A convocação de Carlos Mário Veloso para ministro da Justiça não deixa dúvidas. Mas a provável aprovação de Alexandre de Moraes para a mais alta corte nacional de justiça irá contabilizar um voto em favor dessa distorção.
Outra decisão destinada a causar impacto na crise instalada nas instituições políticas será a extinção do segredo de justiça para a divulgação da lista dos acusados por ex-dirigentes da Odebrecht. Está por pouco o conhecimento dos nomes de perto de 200 parlamentares envolvidos em recebimento de propinas e crimes correlatos.
Apesar da lentidão das apurações, a Operação Lava Jato prossegue e não haverá como esvaziá-la. Os apenas citados, por enquanto, poderão ser denunciados e transformados em réus, porta aberta para cassações de mandatos. É isso que se espera, virando de cabeça para baixo a composição do Congresso e a economia interna dos partidos.
Aguarda-se, assim, a réplica dos futuros condenados. Não apenas Romero Jucá prepara sua defesa através de projetos de lei. Muitos outros expoentes do atual governo tentam livrar companheiros e eles mesmo. Ex-futuros candidatos ao palácio do Planalto integram a relação. O próprio presidente Michel Temer foi citado, apesar de encontrar-se blindado pela Constituição, que restringe ao seu período de governo o material para acusações.
Em suma, novidades à vista. As eleições de 2018 poderão abrir-se desfalcadas, tanto quanto as expectativas, superadas…


NA COLUNA DA ELIANE CANTANHÊDE
Faz que vai, mas não vai
Quanto mais os políticos esperneiam contra a Lava Jato, mais são obrigados a recuar
Eliane Cantanhêde
Estadão - 17 Fevereiro 2017 | 03h00
Quanto mais o Congresso tenta avançar contra a Lava Jato e a favor da impunidade, mais é obrigado a recuar, pela pressão dos órgãos de investigação e daquele ator político que, a partir de junho de 2013 e da valorização das redes sociais, está cada dia mais forte: a opinião pública brasileira, ou seja, o senhor, a senhora, você. Foram ao menos cinco recuos históricos, e estridentes, nos últimos meses.
Dois deles, na quarta-feira(15). No Senado, o ex-ministro e atual líder do governo, Romero Jucá, lançou uma proposta para blindar os presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo e, horas depois, teve de recuar. Na Câmara, o plenário incluiu familiares de políticos na nova rodada de repatriação de recursos não declarados no exterior, na chamada “Lei Cláudia Cruz”, e teve de voltar atrás, também horas depois, numa segunda votação.
E por que senadores e deputados tiveram de dar o dito pelo não dito, o votado pelo não votado? Simples. Porque a gritaria foi ensurdecedora. A lei da repatriação é para perdoar de certa forma a sonegação fiscal e engordar os cofres da Receita. Mas a suspeita, no caso dos políticos, é de que muitos deles cometeram crimes muito mais graves do que sonegação – como corrupção, por exemplo – e usaram contas de mulheres, filhos e irmãos no exterior para esconder enriquecimento ilícito.
Ontem, novo revés. Depois de uma liminar de novembro do STF, o Senado devolveu para a Câmara uma batata quente: o projeto que deveria ser de dez medidas contra a corrupção e virou um monstrengo para garantir a impunidade dos políticos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ficou desolado: “Como faço agora?”. Boa pergunta. Que tal ressuscitar as dez medidas do MP, que tiveram mais de dois milhões de assinaturas?
Outra surpresa desagradável foi a recente votação de urgência para um projeto retirando o poder da Justiça Eleitoral de impor sanções para partidos que descumprirem a lei e não tiverem suas contas aprovadas. Na prática, seria acabar com qualquer responsabilidade partidária. Uma festa! A opinião pública deu um pulo, a Justiça chiou. O resultado é que a urgência não valeu e o projeto está trancado a sete chaves na Câmara, gritando: “Esqueçam que eu existi!”
O quinto recuo é também inacreditável: foi depois da votação, na calada da noite, de um projeto que simplesmente anistiava o Caixa Dois de campanha, hoje tipificado como crime eleitoral. Foi uma iniciativa muito polêmica e com uma peculiaridade: sem pai, sem mãe, sem autoria assumida. Ninguém teve coragem para tanto. Sendo assim, subiu no telhado e de lá não saiu até hoje.
É assim que o Brasil vive um círculo vicioso – ou virtuoso? A Lava Jato avança, o Congresso reage com ideias mirabolantes, a sociedade resiste a elas por voz, palavras e gestos e no final os políticos são obrigados a engolir em seco e voltar atrás. Algo parecido com o que ocorre após a morte do ministro Teori Zavascki: quanto mais os citados e envolvidos na Lava Jato imaginam que “o pior passou”, mais o Supremo e a força-tarefa dão sinais de que eles estão redondamente enganados.
Aliás, o PMDB e o Senado tiveram a audácia de eleger o senador investigado Edison Lobão para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que vai, por exemplo, sabatinar Alexandre de Moraes para ministro do Supremo. Pois não é que o filho dele, Márcio Lobão, acaba de sofrer busca e apreensão na Operação Leviatã? Deve ter sido só coincidência...
Aqui, não! O governo pretende transformar a Embratur em agência de promoção do turismo no exterior, com o nome de Abratur e financiamento do Sistema S do Sebrae. Só faltou combinar com o adversário. O Sebrae não está nem um pouco interessado.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Alô, Senado! Roberto Barroso, o PT de toga, tem de ser impichado!
Mais uma vez, o digníssimo ministro, que protege rabo de vaca, mas descarta fetos humanos, resolve legislar; acena à direita para servir à esquerda
Por Reinaldo Azevedo
Sexta-feira, 17 fev 2017, 06h06
Roberto Barroso, ministro do STF: quando ele pensa em atropelar o Congresso, em mandar a Constituição às favas e em se comportar como legislador sem voto, choro de emoção!
Roberto Barroso, ministro do Supremo, tem de ser alvo de um processo de impeachment no Senado. E, a meu gosto, deve ser impichado. É claro que não é essa a opinião das esquerdas, de que ele é a mais clara expressão no Supremo, nem da imprensa, onde ocupa o lugar do “tiozão de fé, irmão, camarada”. Adora um papinho informal com jornalistas, como naquela música celebrizada pelo grande Jair Rodrigues:
Deixa que digam
Que pensem
Que falem
Deixa isso pra lá
Vem pra cá
O que é que tem?
Eu não tô fazendo nada
Nem você também
Faz mal bater um papo
Assim gostoso com alguém?
(…)
Mas ele pode ser, e é, um pouco mais perigoso do que isso. Já vimos este senhor defender com galhardia a preservação do rabo da vaca. Não quer papo com vaquejada. O rabo da Mimosa merece respeito. Já os fetos humanos até o terceiro mês são descartáveis como lenço de papel usado. Barroso atropelou o Código Penal e a Constituição e decidiu legalizar o aborto até o terceiro mês de gestação. O homem legislou.
Não assombra de agora. Ele também decidiu tornar sem efeito, lembrem-se, a eleição da Comissão de Impeachment na Câmara. Foi uma aberração. Nos dois casos, a não ser aqui e em mais um par de blogs, não se ouviu um pio. O homem também quer legalizar todas as drogas.
Foro Especial
Como vocês sabem, já abordei o caso aqui, a última do doutor é defender a mudança do Foro Especial por Prerrogativa de Função, que uma infeliz degeneração da objetividade jornalística converteu em “foro privilegiado”. Muito bem!
Qual é o truque de lesa Constituição que ele pretende cometer? Barroso resolveu levar a plenário uma determinada ação penal e aproveitou para meter um contrabando no seu voto: quer que o Supremo, por conta própria, reduza as possibilidades do Foro Especial por Prerrogativa de Função. Crimes cometidos antes de a pessoa se eleger ou sem relação com o mandato seguiriam em primeira instância.
Podemos até estar e acordo com isso. Mas esse não é o papel de Barroso e do Supremo. Mais: o homem já concedeu diversas entrevistas expondo a sua tese. Ontem, mereceu destaque no Jornal Nacional. Vale dizer: este senhor não só não dá a menor bola para o Congresso como não está nem aí para os demais ministros. Ele vai à televisão, anuncia o seu voto, faz aquele ar angelical de quem só quer o bem, a imprensa o incensa. E pronto!
Vai ver se a canalha que está gritando contra a indicação de Alexandre de Moraes vai se revoltar com um ministro que decide usurpar os Poderes do Legislativo.
Bem, muito especialmente depois da entrevista de ontem ao Jornal Nacional, este senhor deveria se abster de votar na sua própria pantomima, não? Ou agora será um norte? Ministro primeiro vota na televisão e só depois no Supremo?
Falácia
Na entrevista ao Jornal Nacional e a todo mundo, Barroso vai enumerando dados falaciosos sobre os processos no Supremo. Sustenta que os julgamentos na Corte são mais longos. Ele e todos que assim argumentam, no entanto, deveriam ter a honestidade intelectual mínima para lembrar que a decisão do Supremo é final. Não há mais a quem apelar. Portanto, uma comparação justa com o julgamento sem foro especial tem de levar em conta todas as instâncias por que passa um processo e todos os instrumentos recursais entre elas. Acho que o Supremo ganha.
Barroso não é deputado. Barroso não é Senador. Judiciário não legisla em nenhuma democracia do mundo, e um membro da Corte Suprema não antecipa seu voto e dele faz proselitismo, a exemplo do ínclito ministro em sua entrevista ao Jornal Nacional.
É claro que tem de ser impichado. Por tentativa de usurpar as atribuições do Congresso.

NO BLOG DO JOSIAS
Cunha age como se segredos de Temer estivessem enterrados em covas rasas
Josias de Souza
Sexta-feira,17/02/2017 07:21
Eduardo Cunha levou para a carceragem de Curitiba os rancores que colecionou durante sua derrocada. Antes de ser preso, declarou a pelo membros dois membros de sua infantaria que se sentia traído por aquele que lhe devia a poltrona de presidente e muita gratidão. Hoje, Cunha dedica-se a enviar mensagens cada vez menos cifradas para o ex-amigo Michel Temer. É como se desejasse lembrar a Temer que os segredos dele estão enterrados em covas muito rasas. Ameaça exumá-los.
Repetindo uma tática que já havia utilizado com Sergio Moro, em Curitiba, Cunha cavalgou a paciência do juiz Vallisney Oliveira, em Brasília, para acionar sua língua viperina contra Temer. Arrolou o presidente novamente como sua testemunha de defesa. E levou aos autos as perguntas radioativas que sabe que Temer não responderá.
Cunha enfiou no questionário nomes e situações cujo detalhamento supostamente deixaria Temer mal. Fez pontaria na direção do neoministro Moreira Franco. O documento de Cunha vale por um roteiro de delação. Temer alardeia que, com a economia no rumo, seu governo vira a página. E Cunha, com suas perguntas, grita: “Para trás.” Temer avalia que o futuro a Henrique Meirelles pertence. E Cunha manda dizer que um pedaço do passado lhe pertence.

Temer precisa dos conselhos de uma criancinha
Josias de Souza
Quinta-feira, 16/02/2017 20:04
Saiu às ruas mais uma operação político-policial. Dessa vez, investiga-se o Eletrolão. É irmão gêmeo do Petrolão. A diferença é que envolve assaltos praticados por PMDB e PT em obras do setor elétrico, não da Petrobras. A operação de hoje foi centralizada em dois personagens: Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão, e Luiz Otávio, cupincha do senador Jader Barbalho. Os dois são acusados de receber propinas em nome do PMDB do Senado. Respondem ao processo, além de Lobão e Jader, Renan Calheiros, Romero Jucá, Valdir Raupp… É a fina flor do PMDB. É a tribo de Michel Temer. São os amigos do presidente.
O que mais incomoda não é a investigação do assalto, mas a impressão de que os suspeitos continuam em cena. O filho de Lobão ocupa um posto de comando no Banco do Brasil. O cupincha de Jader despachava no Ministério dos Transportes até o mês passado. Aguarda nova colocação. Tudo pode mudar no país, exceto o PMDB, que continua.
A movimentação da Polícia Federal ocorre num instante em que o chefe da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha, pilhado numa gravação dando aula de fisiologismo, justifica-se dizendo que a ocupação do Estado pelos partidos é “mais do que normal.” Temer deveria nomear uma criança para a Casa Civil. No teatro infantil, com sua comédia ingênua, as crianças costumam se integrar à catarse. Elas participam do espetáculo. Avisam para a Chapeuzinho Vermelho, aos berros, que o Lobo Mau vai atacar. Às vezes, invadem o palco para tentar evitar o ataque. O que falta a Temer é a perspicácia de uma criança de cinco anos, capaz de saltar da poltrona do teatro e gritar para o presidente: “Fuja dos seus amigos!”

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
A Lava Jato agora é “transnacional”
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O combate à corrupção globalizou-se. Enquanto o pacotão anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal, depois de desfigurado pelos deputados em 6 das 10 medidas, e enquanto o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal critica que o foro privilegiado significa uma “perversão da Justiça”, a Lava Jato se expande da “República de Curitiba” e ganha dimensão internacional.
Procuradores-Gerais de Justiça de 11 países criaram forças tarefas bilaterais ou multilaterais para identificar e punir o esquema de corrupção de políticos “exportado” pela nossa transnacional baiana Odebrecht. Os Ministérios Públicos da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru, Portugal, República Dominicana e Venezuela vão atuar conjuntamente com base no artigo 49 da Convenção de Mérida e outras normas legais e instrumentos internacionais aplicáveis.
O objetivo é apurar o desvio de dinheiro público na América Latina e “além-mar”, já que o foco em Portugal deve conduzir o foco de investigações para países africanos, principalmente Angola e Moçambique. Não foi à toa que os lusitanos já se espelham na Polícia Federal brasileira para batizar grandes operações de ataque aos corruptos. É o caso da recente “Operação Fizz” que investiga o recebimento de “contrapartidas” por parte de um magistrado do MP lusitano suspeito de favorecer interesses de terceiros em pelo menos dois processos judiciais.
O Ministério Público português cortou a própria carne: alvejou o procurador Orlando Figueira – que atuava no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Outro ilustre acusado – mas que tende a ficar impune na prática – é o atual vice-presidente de Angola, Manuel Vicente (ex-presidente da petrolífera Sonangol). O MP luso informa que Manuel Vicente será notificado do despacho de acusação através de carta rogatória dirigida às autoridades angolanas para depois o Ministério Público se pronunciar sobre medidas de coação a aplicar. Laranjas do Manuel foram pegos em Portugal...
A guerra á corrupção se transformou mesmo em uma “mania” transnacional. Rentistas já acordaram espantados com a notícia de que o herdeiro e vice-presidente do grupo Samsung, Jay Y Lee, de 48 anos, foi preso por protagonismo no esquema de corrupção que levou o parlamento da Coréia do Sul a depor a “presidenta” Park Geun-hye (cada país tem a Dilma que merece...). Promotores acusaram a Samsung de pagar subornos no valor de 43 bilhões de wons (US$ 37,74 milhões) para organizações ligadas a uma amiga próxima de Park, Choi Soon-sil, para garantir o apoio do governo para a fusão de duas unidades da empresa.
Ironia da História? A Samsung é o maior fabricante de smartphones do planeta Terra. Os aparelhos são os grandes responsáveis pela verdadeira revolução da cidadania em todo o Planeta. Interligadas e mobilizadas nas redes sociais, as pessoas comuns se unem no combate à corrupção – que é um problema mundial, já que o Crime Institucionalizado também opera de modo transnacional. O jogo de gato e rato está ficando cada vez mais interessante...
(...)

NO O ANTAGONISTA
O tesouro de Paulinho
Brasil Sexta-feira,17.02.17 08:09
A Lava Jato pediu ao juiz Sergio Moro a suspensão dos benefícios da delação premiada de Paulo Roberto Costa. 
O Ministério Público Federal suspeita que uma parte do butim saqueado da Petrobras ainda esteja escondido numa ilha deserta.
As "vantagens indevidas" de Temer e Moreira Franco
Brasil 17.02.17 07:52
Eduardo Cunha repetiu a estratégia de intimidar Michel Temer com perguntas que aludem a pagamentos de propina.
A Época, ontem, reproduziu 19 de suas perguntas.
Numa delas, ele pergunta se Michel Temer “tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou Moreira Franco”.
Ainda mais grave: ele insinua que Michel Temer pediu dinheiro para a campanha de Gabriel Chalita, em 2012, em troca de liberação de recursos da Caixa no FI/FGTS.
A chantagem é explícita.
Veja a lista completa de perguntas.
1 - Em qual período o senhor foi presidente do PMDB?
2 - Quando da nomeação do senhor Moreira Franco como vice-presidente de Fundos e Loteria da Caixa Econômica Federal, o senhor exercia a presidência do PMDB?
3 – O senhor foi o responsável pela nomeação dele para a Caixa? O pedido foi feito a quem?
4 - Em 2010, quando o senhor Moreira Franco deixou a CEF para ir para a coordenação da campanha presidencial como representante do PMDB, o senhor indicou Joaquim Lima como seu substituto?
5 – O senhor conhece a pessoa de André de Souza, representante no Conselho dos Trabalhadores no FI/FGTS à época dos trabalhadores?
6 – O senhor fez alguma reunião para tratar de pedidos para financiamento com o FI, junto com Moreira Franco e André de Souza?
7 – O senhor conhece Benedito Júnior e Léo Pinheiro?
8 - Participou de alguma reunião com eles, junto com Moreira Franco para doação de campanha?
9 - Se a resposta for positiva, estava vinculada a alguma liberação do FI?
10 - André da Souza participou dessas reuniões?
11 – O senhor conheceu Fábio Cleto?
12 - Se sim, o senhor teve alguma participação em sua nomeação?
13 - Houve algum pedido político de Eduardo Paes, visando à aceleração do projeto Porto Maravilha para as Olimpíadas?
14 - Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou Moreira Franco, seja posteriormente para liberação de financiamento do FI/FGTS?
15 - A denúncia trata da suspeita do recebimento de vantagens providas do consórcio Porto Maravilha (Odebrecht, OAS e Carioca), Hazdec, Aquapolo e Odebrecht Ambiental, Saneatins, Eldorado Participações, Lamsa, Brado, Moura Debeux, BR Vias. O senhor tem conhecimento como presidente do PMDB até 2016 se essas empresas fizeram doações a campanhas do PMDB. Se sim, de que forma?
16 - Sabe dizer se algum deles fez doação para a campanha de Gabriel Chalita em 2012?
17 - Se positiva a resposta, houve a participação do senhor? Estava vinculada à liberação desses recursos da Caixa no FI/FGTS?
18 - Como vice-presidente da República desde 2011, teve conhecimento da participação de Eduardo Cunha em algum fato vinculado a essa denúncia de cobrança de vantagens indevidas para liberação de financiamentos do FI/FGTS?
19 - Joaquim Lima continuou como vice-presidente da Caixa Econômica Federal em outra área a partir de 2011 e está até hoje, quem foi o responsável pela sua nomeação?
"Nunca houve nada igual"
Brasil 17.02.17 07:34
Rodrigo Janot e os procuradores-gerais de outros dez países envolvidos no esquema da Odebrecht anunciaram nesta quinta-feira, 16, a criação de grupos bilaterais e multilaterais para compartilhar dados das investigações sobre a estrutura de corrupção de políticos.
Segundo O Globo, Rodrigo Janot disse:
“Esta é uma reunião histórica. A maior de autoridades do Ministério Público para tratar de um único caso de corrupção. Nunca houve nada igual”.
A reforma do Instituto Lula
Brasil 17.02.17 07:18
A Odebrecht "estudou mais de duas dezenas de imóveis para construir uma nova sede do Instituto Lula", disse O Globo, que teve acesso ao depoimento de Paulo Melo.
Mas não é só isso.
O diretor da Odebrecht disse também que a empreiteira fez um projeto de reforma para a atual sede do Instituto Lula.
O projeto foi realizado? Quanto custou? O custo foi descontado da planilha Italiano?
Não tem ninguém melhor do que Lula
Brasil 17.02.17 07:00
Paulo Melo nunca foi informado de que a compra do prédio do Instituto Lula era um pagamento de propina ao presidente da República.
Mas foi exatamente isso que seu patrão, Marcelo Odebrecht, delatou à Lava Jato.
Os 12,4 milhões de reais do prédio descartado por Lula foram descontados da planilha Amigo, um anexo da planilha Italiano, que concentrava o dinheiro roubado pelo PT.
Como disse Lula no comercial do PT, “não tem ninguém melhor do que nós”.
Lula nunca desistiu da Odebrecht
Brasil 17.02.17 06:51
No depoimento obtido por O Globo, Paulo Melo disse que Marcelo Odebrecht mandou-o comprar um imóvel para o Instituto Lula.
O primeiro imóvel negociado pela empreiteira foi indicado pelo parceiro de Lula, Roberto Teixeira.
O imóvel custou 12 milhões de reais e a compra foi feita em nome de um laranja, a DAG Construtora.
Isso tudo já se sabia.
Mas Paulo Melo acrescentou alguns elementos fundamentais em seu depoimento à Lava Jato:
1 - Marcelo Odebrecht disse que a compra seria feita em nome da DAG “para prevenir desnecessária exposição midiática”.
2 – A compra foi feita em nome de um laranja porque Lula ainda era presidente da República.
3 - Marcelo Odebrecht afirmou que o imóvel seria vendido ou alugado ao Instituto Lula, “jamais doado”.
Lula acabou desistindo do imóvel comprado em nome da DAG. Mas ele nunca desistiu da Odebrecht.
Depois que ele rejeitou o primeiro prédio, a equipe da empreiteira “estudou mais de duas dezenas de outros imóveis para viabilizar o mesmo negócio”, segundo Paulo Melo.
A corretora de imóveis de Lula
Brasil 17.02.17 06:24
Lula será condenado pelo juiz Sergio Moro nos próximos meses.
E ele será condenado, em primeiro lugar, pela compra do prédio do Instituto Lula.
O Globo teve acesso ao depoimento de Paulo Melo, da Odebrecht.
Ele disse que a empreiteira apresentou a Lula dezenas de propriedades nos quais instalar o Instituto Lula - como se a Odebrecht fosse uma corretora de imóveis.
Um e-mail que a defesa de Paulo Melo entregou à Lava Jato confirma esse fato.
O e-mail diz:
“ “Conforme conversamos, segue em anexo apresentação com 11 novas opções de prédios comerciais. Depois das reuniões que tivemos com os interessados, foi possível entender bem a necessidade e o perfil de imóvel que estão buscando. De todos imóveis que fui visitar, acredito muito na viabilidade de aquisição do imóvel da República do Líbano 543. Trata-se de uma casa imponente com área construída de 1.385m² distribuídos em um terreno de 1.029m², com ambientes grandes, localização incrível, divisa com o Parque do Ibirapuera, com vista para o lago. Acredito que não gastaríamos muito para reformar a casa, pois já estava com utilização comercial. Gostei muito do imóvel e gostaria de visitar o mesmo contigo”.

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