PRIMEIRA EDIÇÃO DE 03-02-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sexta-feira, 03-02-2017
O novo ministro não atuará na Lava Jato, no plenário do STF, a menos que os presidentes da Câmara ou do Senado figurem entre acusados.
Virou piada nas redes sociais o sorteio do ministro Luiz Fachin como o novo relator da Lava Jato, em lugar do falecido Teori Zavascki. O sorteio pareceu estranho, mas foi limpo e público. Vários advogados o assistiram. Pelas regras, Fachin entrou no sorteio com peso maior que os demais integrantes da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal porque, com menos tempo no STF, tinha menos processos a examinar.
Fachin foi para o sorteio com peso maior porque acumula número de processos inferior aos demais membros da Segunda Turma.
Fachin tinha cerca 23% de chance de ser sorteado, contra 17% de cada um dos demais ministros da Segunda Turma.
Faz bastante diferença ter 5% a mais de chance em cinco possíveis. Se o sorteio fosse no plenário, com 11 ministros, a chance seria menor.
Um grupo jantava na casa do deputado André Mussi (PP-SP), quarta-feira (1º), quando perto da 00h tocou o celular de Andrés Sanchez (PT-SP). Era Lula informando a morte cerebral de Marisa Letícia.
O portal Diário do Poder revelou com exclusividade às 00h36 a morte cerebral de Marisa Letícia, que já não tinha fluxo sanguíneo no cérebro. Isso apenas seria confirmado, estranhamente, dez horas depois.
Dirigentes do PT passaram a noite convencendo Lula a usar a morte de sua mulher politicamente. Querem sepultamento no estilo de Getúlio Vargas, com muito barulho, como bandeira contra a Lava Jato.
Raimundo Lira (PB) disputa com Edison Lobão (MA), ambos do PMDB, a presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Lira tem apoio do presidente do Senado, Eunício Oliveira. Apoio é o maior problema de Lobão: José Sarney e Renan Calheiros.
O secretário de Saúde do DF, Humberto Lucena, dedica-se a um projeto transformador: a implantação no Hospital de Base, espécie de Souza Aguiar de Brasília, do mesmo tipo de gestão do Hospital Sarah, rara referência de qualidade na saúde pública brasileira.
Com apenas 59 votos para presidente da Câmara, André Figueiredo (PDT-CE) mostrou que seu destino é o baixo clero. Não inspirou confiança nem no PDT e PT, bancadas que somam 78 deputados.
Na porta do Hospital Sírio Libanês, ontem, militantes do PT se juntaram para insultar jornalistas, como se fosse da imprensa, e não da quadrilha petista pilhada roubando o País, a culpa pela derrocada do partido.
A bancada governista na Câmara planeja organizar workshops semanais com deputados relatores e especialistas e jornalistas, para discutir e esmiuçar cada proposta de reforma da Previdência.
...recorrendo outra vez ao STF, agora para garantir boquinhas na Câmara, o PT virou o Partido Tapetão.

NO DIÁRIO DO PODER
MENSAGENS SUSPEITAS
REELEITO, MAIA É ALVO DE INQUÉRITO SIGILOSO DA LAVA JATO
PRESIDENTE REELEITO TROCOU MENSAGENS COM LEO PINHEIRO (OAS)
Publicado: quinta-feira, 02 de fevereiro de 2017 às 16:53 - Atualizado às 17:46
Redação
O presidente reeleito da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é alvo de um inquérito sigiloso no Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de investigação partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), baseado em mensagens trocadas entre Maia e o empresário Léo Pinheiro, ex-executivo da OAS, sobre uma doação de campanha em 2014. Como não houve doação oficial registrada, a procuradoria suspeitou de Caixa 2. O procedimento chegou oculto no STF no meio do ano passado e não é possível saber em que fase está a investigação. 
Rodrigo Maia foi citado no anexo da delação do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, à força-tarefa da Lava Jato, vazado em dezembro. Melo contou que, em 2013, pediu a Maia que acompanhasse a tramitação de uma medida provisória que dava incentivos a produtores de etanol e interessava a empreiteira. 
“Durante a fase final da aprovação da MP 613, o deputado, a quem eu pedi apoio para acompanhar a tramitação, aproveitou a oportunidade e alegou que ainda havia pendências da campanha de prefeito do Rio de Janeiro em 2012. Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com o valor aproximado de R$ 100 mil, que foi pago no início do mês de outubro de 2013”, afirmou.
Melo também falou que o deputado lhe pediu uma doação de R$ 500 mil em 2010. “O deputado me pediu e transmiti a solicitação a Benedicto Júnior. Sei que o pagamento, no valor de R$ 500.000,00, foi atendido sob a condução de João Borba”, disse o delator.
Quando o conteúdo da delação foi vazado, Maia afirmou que todas as doações recebidas foram legais e declaradas ao TSE e disse que nunca recebeu vantagem indevida para voltar qualquer matéria na Casa.
Ele também foi alvo de uma condenação eleitoral, pois era presidente do Diretório Nacional do DEM em 2010, quando as contas do partido foram rejeitadas. O partido foi condenado a restituir R$ 4,9 milhões aos cofres públicos e teve suspensos repasses de cotas do fundo partidário por três meses, mas o parlamentar não sofreu punição.

IMPROVISO SÓ ESCRITO
Sexta-feira, 03-02-2017
O governo Itamar Franco vivia uma crise com Legislativo e Judiciário, por causa do reajuste salarial com base na URV, transição para o Real, quando o presidente decidiu que seu ministro da Justiça, Maurício Corrêa, faria um pronunciamento em rede de rádio e tevê, usando um texto que já estava pronto. Corrêa ponderou que preferia falar de improviso. E ainda fez um gracejo:
- Se eu falar alguma besteira, o senhor me demite...
- Você eu posso demitir – reagiu Itamar, encerrando o assunto – Mas a sua besteira seria indemissível.

NO ESTADÃO
Citado na Lava Jato, Moreira Franco ganha foro privilegiado como novo ministro
Presidente Michel Temer nomeia atual secretário-executivo como ministro da Secretaria-Geral da Presidência e assina medida provisória que recria ainda dois ministérios
Tânia Monteiro e Carla Araújo , 
O Estado de S.Paulo
Quinta-feira, 02 Fevereiro 2017 | 19h39
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer assinou no início desta noite, 2, medida provisória que recria dois ministérios e dá novas atribuições à pasta da Justiça, que passa a se chamar Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Temer recriou a Secretaria-Geral da Presidência da República e nomeou Moreira Franco, atual secretário executivo do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), para o cargo. Com isso, Moreira que tem seu nome envolvido em investigações na Operação Lava Jato, ganha foro privilegiado.
Nas medidas para “aprimorar as condições de governança, buscar maior eficiência e melhorar a gestão pública”, Temer designou também a desembargadora Luislinda Valois para o Ministério dos Direitos Humanos e deu mais força política ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que é do PSDB. Para agradar os tucanos, depois de meses de espera, Temer designou ainda Antônio Imbassahy para a Secretaria de Governo. Agora serão 28 ao invés de 26 ministérios.
A decisão de anunciar esse pacote ocorreu horas depois de definida a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), na presidência da Câmara dos Deputados. Com essa nova MP, que será publicada no Diário Oficial desta sexta-feira, 03, Temer faz um redesenho em áreas administrativas no Palácio do Planalto. A Secretaria de Governo, que hoje tem atribuições também administrativas, se concentrará em questões políticas e atendimento às questões parlamentares. A Secretaria-Geral da Presidência, que será ocupada pelo agora ministro Moreira Franco, terá sob sua responsabilidade, além do PPI, a Secretaria de Comunicação, Secretaria de Administração e o Cerimonial da Presidência. Segundo o porta-voz do Planalto, Alexandre Parola, “suas tarefas estarão voltadas para dar apoio às ações do Presidente da República e conferir maior agilidade ao funcionamento do Palácio do Planalto em suas ações de governo e de atuação presidencial”.
No caso do Ministério da Justiça, a mudança de nome atendeu inclusive a um pedido da chamada “bancada da bala” no Congresso, que queria que fosse criado o Ministério da Segurança Pública. De acordo com Parola, a decisão do presidente Michel Temer de criar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, “se deve ao compromisso do governo federal de ser parte ativa e atuante no combate ao problema da criminalidade”.
Reforma 
Assim que chegou ao poder, uma das primeiras medidas do presidente Michel Temer foi buscar no discurso da redução de ministérios o contraponto ao desequilíbrio fiscal atribuído ao governo de ex-presidente Dilma Rousseff. O governo da petista tinha 39 ministérios, mas para tentar conter as críticas, em outubro de 2015, ela anunciou a redução para 31 pastas. Um pouco antes de deixar o poder em março do ano passado, entretanto, Dilma precisou alocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo. Dilma tentou dar ao seu antecessor a Casa Civil, nomeando o então ministro Jaques Wagner como chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, no entanto, com status do ministro mantido. Lula nunca chegou a assumir o cargo por uma decisão judicial.
Quando Temer assumiu ele fez um corte nas pastas cortando de 32 para 25. Logo depois, por pressão de protestos contrários à extinção do Ministério da Cultura, Temer recriou a pasta e tinha até hoje - antes dos anúncios - 26 pastas.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Maia, a Câmara, o escrúpulo, a medida, o fim e os meios
A Constituição e o Regimento Interno da Câmara são de uma clareza solar ao vedar a reeleição para o mesmo cargo na Mesa Diretora. A norma é inelástica
Por Reinaldo Azevedo
Sexta-feira, 03 fev 2017, 04h39
Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara. Obteve expressivos 293 votos. Em julho, quando disputou a primeira vez, foram 285. ATENÇÃO! Esse foi o número do segundo turno. No primeiro, o deputado carioca chegou à frente, sim, mas com 120 votos apenas. Os 173 que conquistou a mais desta feita dão conta, sim, do enorme crescimento do seu prestígio na Casa. Os adversários, claro!, o acusam de subordinar a Câmara aos interesses do governo… Bem, será sempre assim nesses casos. Fosse verdade, então haveria 293 submissos voluntários e felizes. Não dou bola para essa besteira. Adiante.
Ideologia, visão de mundo, convicções, crenças… Vamos ver: é inegável que esse terreno é grande e meio acidentado. Mesmo assim, é certo que eu e Maia pertencemos a um mesmo universo mental em matéria de política: somos liberais — o que se chamaria na Europa de “conservadores” e, nos EUA, de “direita” . Infelizmente, no Brasil, rematadas bestas reivindicam essa condição e só criam embaraços à agenda liberalizante, com seus delírios fascistoides e regressivos.
“Ora, se vocês estão do mesmo lado, por que a sua insistência obsessiva, Reinaldo, na tese de que a candidatura de Maia à reeleição é ilegal?” Respondo: porque não penso e não escrevo para defender interesses de um campo ideológico. Tais valores servem ao embate da vida pública, à forma como entendemos que devem ser o Brasil e o mundo. Vale dizer: esse é um alinhamento quanto aos fins.
Mas a política é também o exercício de meios, isto é, dos instrumentos aos quais se vai recorrer para atingir aquele desiderato. E, bem, nesse caso, não tenho aliados ou adversários: tenho parâmetros. O monumental poeta Bruno Tolentino, um dos queridos amigos que a vida me deu, morto em 2007, é autor de uma frase que já lembrei aqui: “A arte não tem escrúpulos, tem apenas medida”.
Eu a adapto uma vez: “A política não tem escrúpulos, tem apenas medida”. Eu a adapto de novo: “O amor não tem escrúpulos, tem apenas medida”. Uma terceira vez: “A amizade não tem escrúpulos, tem apenas medida”
O que isso quer dizer? Ora, no debate público, na vida afetiva, nas relações pessoais, quanto mais formos claros e transparentes sobre os nossos objetivos e o queremos, melhor. Respeitados valores consagrados pela civilidade (sim, o campo é vasto), sempre será útil dizer o que se quer, sem receios. O diabo, meus caros, é saber COMO se vai conseguir o pretendido. Assim, não tenham escrúpulos ao querer, ao desejar, ao sonhar. Mas jamais se esqueçam: é preciso ter medida, é preciso cuidar dos meios, é preciso ter noção de limite.
A Constituição e o Regimento Interno da Câmara são de uma clareza solar ao vedar a reeleição para o mesmo cargo na Mesa Diretora. Como não se especificaram agravantes ou atenuantes, a norma é inelástica. Não pode e pronto! Uma informação adicional a esse veto define o mandato de dois anos. Essa especificação não altera de nenhum modo a vedação.
“Ah, se Celso de Mello disse que é constitucional, quem é você?” Bem, de saída, lembro que ele não disse. Negou-se a conceder uma liminar e deixou claro que o mérito ainda será examinado. Acho que o resultado será, sim favorável a Maia porque, visivelmente, Celso torceu o verbo — e qualquer um que entenda minimamente do assunto percebe — para nada decidir.
Passei 21 anos combatendo — os oito de governo FHC e os 13 de PT — a máquina petista de fraudar verdades e de promover leituras fraudulentas dos códigos legais. Não vou condescender agora com a prática, quando o beneficiado é o “meu lado ideológico”. Até porque essa seria uma conversa sobre os fins.
Mas os meios, e a frase é minha mesmo, qualificam os fins.

O PT e Ciro Gomes: um namoro nem tranquilo nem favorável
Malogra a aliança do PT com Ciro Gomes na disputa pela Presidência da Casa
Por Reinaldo Azevedo
Sexta-feira, 03 fev 2017, 03h40
O governo se atrapalha um pouco às vezes, né? A sorte é a oposição ser ainda mais atrapalhada.
Pois é. Por intervenção de Lula, o PT tentou fechar uma aliança com André Figueiredo (PDT-CE) na disputa pela Presidência da Câmara. Parte da bancada queria mesmo era votar em Rodrigo Maia (DEM-RJ). E, saibam, votou. Por que digo isso?
O PDT conta com 21 deputados, e a do PT, com 57. Juntas, as duas siglas têm 78, mas Figueiredo ficou com apenas 59 votos — 19 a menos. Luíza Erundina (PSOL), também à esquerda, 10! O seu partido soma apenas seis deputados. Sabe-se lá onde foram pescados os outros quatro eleitores.
Júlio Delgado (PSB-MG) evidenciou que sua candidatura não chegava nem a ser de seu partido, já que ficou com apenas 28 votos, embora a bancada do PSB seja composta de 38 deputados. Pior do que ele, só mesmo Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Sua legenda abriga 10 parlamentares, mas minguados quatro entusiasmados se deixaram seduzir por seu charme. Nem parecia que ali estava um tubarão das redes sociais… E houve Jovair Arantes (PTB-GO), com 105. A ala mais, digamos, pragmática do Centrão já tem o seu líder.
É… O governo se atrapalha um pouco às vezes, né? A sorte é a oposição ser ainda mais atrapalhada.

NO BLOG DO JOSIAS
Lula dá conselhos a Temer e diz estar à disposição para diálogo: ‘Me chama’
Josias de Souza
Sexta-feira, 03/02/2017 03:47
Chamados de “golpistas” e “assassinos” por militantes petistas na entrada do Hospital Sírio Libanês, Michel Temer e sua comitiva foram recebidos por Lula na noite desta quinta-feira, 02, com rara cordialidade. O líder máximo do PT agradeceu comovido à solidariedade recebida após a confirmação da morte de sua mulher, Marisa Letícia. Em meio à tristeza, encontrou disposição para fazer política.
Lula distribuiu conselhos a Temer: “Não se faz reforma da Previdência com o país em recessão”. Queixou-se do Supremo Tribunal Federal: “Está acovardado”. Abriu uma fresta para o diálogo: “Michel, quando quiser conversar comigo, me chame. Não posso é ficar me oferecendo.” E Temer: “Ah, com essa abertura, vou chamar muitas vezes.”
Temer hesitara em voar para São Paulo. Receava não ser bem-vindo. Sondado, Lula estimulou a viagem. Acompanharam o presidente pajés do PMDB (Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e Eunício Oliveira, por exemplo), um par de estrelas do tucanato (José Serra e Cássio Cunha Lima) e ministros (Moreira Franco e Helder Barbalho).
Vencido o “corredor polonês” da entrada, os temores dissiparam-se já na fase de cumprimentos. Lula foi de mão em mão. Abraçou do “golpista” Temer ao arquirrival Serra. Disse que a vida lhe ensinou a ''separar divergências políticas e embates eleitorais da amizade.'' Fez menções elogiosos ao grão-tucano Fernando Henrique Cardoso, que o visitara mais cedo no hospital.
O encontro com FHC, disse Lula, sinalizava para a juventude a necessidade de superar o ódio e a intolerância que intoxicaram a política brasileira. Lula não se recordou — ou lembrou de esquecer — que é de sua a autoria o bordão “nós contra eles”, que eletrizava a militância petista nos embates eleitorais contra o tucanato. “Todos nós aqui temos a responsabilidade de fazer esse país se reencontrar e voltar a sorrir”, declarou aos visitantes.
Virando-se para José Sarney, Lula evocou uma viagem que os ex-presidentes brasileiros fizeram à África do Sul, a convite de Dilma. Integraram a comitiva presidencial, além de Lula e Sarney, Fernando Henrique e Fernando Collor. Foram assistir ao funeral de Nelson Mandela. “Na volta, combinamos de fazer encontros com certa frequência. Mas, depois de descer a escada do avião, cada um foi pra sua casa e nunca mais nos encontramos.” Lamentou não ter dialogado com FHC quando estava na Presidência.
Lula sentiu-se à vontade para aconselhar Temer. Disse, por exemplo, que uma reforma como a da Previdência só pode ser feita num período em que a economia estiver “bombando”. Chamado de você, Temer se dirigiu a Lula sempre em timbre cerimonioso: “O senhor também fez uma reforma da Previdência”. O ex-presidente petista não se deu por achado. Declarou que, sob recessão, a mexida nas regras da Previdência potencializará a impressão de que aposentados e pensionistas pagam a conta.
Noutro conselho, Lula disse a Temer que a retomada do crescimento da economia passa pelo estímulo ao consumo. Contou que o ex-governador pernambucano e ex-presidenciável Eduardo Campos, morto quando fazia campanha em 2014, costumava questioná-lo sobre a ênfase atribuída ao consumo. “Ele vivia me criticando.”, relatou Lula. “Mas sempre achei que não podemos desprezar um mercado consumidor como o nosso. Havendo consumo, as indústrias produzem.”
Lula invocou o testemunho do ministro da Fazenda de Temer, que foi presidente do Banco Central no seu governo. “O [Henrique] Meirelles me conhece. Ele lembra que eu o chamava no Palácio, junto com o Guido Mantega, e dizia: porra, quando é que vocês vão baixar essa taxa de juros?” Presente, Meirelles sorriu.
Sem mencionar explicitamente a Lava Jato, Lula criticou a operação. Num dia em que o ministro Edson Fachin foi sorteado para substituir o colega morto Teori Zavascki na relatoria dos processos do Petrolão, o morubixaba petista repetiu uma declaração tóxica: “O Supremo [Tribunal Federal] está acovardado.”
Réu em cinco ações penais, Lula ensaiou uma crítica também ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Quando parecia engatar uma segunda marcha para investir contra Sérgio Moro, o orador deu meia-volta: “Melhor deixar pra lá”.
Lula estava rodeado de delatados, investigados, denunciados e réus. Gente como o próprio Temer, o amigo Moreira Franco, Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Romero Jucá, José Serra…
Temer e sua comitiva chegaram ao Sírio Libanês por volta de 22h30. Deixaram o hospital às 23h10. Escaparam da hostilidade dos militantes saindo por uma porta lateral. Além de Lula, confraternizaram com Temer e sua comitiva, petistas como o ex-ministro Jaques Wagner, o senador Jorge Viana e o faz-tudo de Lula, Paulo Okamoto. A conversa foi testemunhada também pelo governador pernambucano, Paulo Câmara (PSB).
Ao reproduzir o encontro para o blog, um dos participantes concluiu: ''Marisa Letícia, infelizmente, morreu. Mas Lula está vivíssimo.''

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 03 de fevereiro de 2017
Suprema Safadeza com o Supremo
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, poderia e deveria liderar uma campanha nacional pelo fim do foro privilegiado para autoridades e políticos denunciados formalmente por corrupção e outros crimes hediondos. O STF é um tribunal constitucional, e não uma corte de primeira instância para julgar ladrões da coisa pública que têm um descabido privilégio que os torna mais iguais que os outros perante a Lei.
Além dos prejuízos que causa diretamente ao cidadão e à Nação, o foro especial para autoridades e políticos também contribui, simbolicamente, para a desmoralização do Poder Judiciário, que precisa ser o sustentáculo da Democracia – a Segurança do Direito. O STF, que já é sobrecarregado por ações em varejo, não tem estrutura, nem velocidade necessária para julgar tantos corruptos gerados de forma sistêmica pelo Crime Institucionalizado que controla a máquina estatal brasileira. O saldo final é que o Supremo acaba levando a culpa pela impunidade. 
Fazer pressão legítima para acabar com o foro privilegiado pode e deve ser uma prioridade da agenda dos cidadãos brasileiros de bem. O próprio foro privilegiado é corrompido em seu princípio originário. Na essência, ele existe para resguardar a liberdade de expressão de um parlamentar no exercício legítimo do mandato, impedindo que seja processado por uma opinião que tenha emitido e desagradado a algum poderoso de plantão. No Brasil, o privilégio foi ampliado parta proteger o Presidente da República, o vice, seus ministros, senadores e deputados.
A Lei tem de ser igual para todos, ou se torna inútil, desmoralizando o princípio de Justiça. Todos que porventura cometessem um crime deveriam ser denunciados pelo Ministério Público e julgados a partir da primeira instância judiciária, com direito a ampla defesa e recursos judiciais/processuais possíveis (que, aliás, também são exagerados na Bruzundanga da impunidade ou do rigor punitivo seletivo, dependendo dos interesses e conveniências).
A maioria dos cidadãos honestos, que sobrevivem para pagar quase uma centena de impostos sem a devida contrapartida dos benefícios e serviços estatais, não tolera mais o foro privilegiado. O problema é que ainda não temos pressão popular suficiente para forçar o Legislativo a acabar com tamanha aberração institucional. Causa nojo ver figuras suspeitíssimas de corrupção serem brindadas com a proteção do foro privilegiado (ganhando status ministerial, por exemplo), para ficarem protegidas dos rigores de um juiz de primeira instância.
O foro privilegiado, do jeitinho brasileiro em que é praticado, é uma suprema sacanagem com o Judiciário, principalmente contra sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal, que tem integrantes indicados pelos políticos, a maioria focada em atuar na organização criminosa da máquina estatal.
Por fim, uma perguntinha idiota: Quem é Luiz Inácio Lula da Silva, potencial réu na Lava Jato, para reclamar com o Presidente Michel Temer que “o STF está acovardado”?
Mais lamentável ainda é o Presidente Temer, comovido com a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, ponderar com Lula que poderá chamá-lo muitas vezes para conversarem... Definitivamente, a cúpula poderosa de Brasília vive em outro planeta. A Marisa morre e Temer ressuscita Lula e ainda dá uma oitava vida ao Gato Angorá? Assim não dá, Marcela! É o mesmo que comemorar que o Cesar Maia seja reeleito para presidir a Câmara dos Deputados na invisibilidade...
Em meio a tanta zona, resta a esperança de que o ministro Edson Fachin faça um correto, justo e perfeito trabalho relatando a Lava Jato do andar de cima.
Só é bom ficar claro que a Lava Jato não deveria estar agora no Supremo reduzido a primeira instância de julgamento de corruptos, como já ocorreu no Mensalão. #prontofalamos!
(...)

NO O ANTAGONISTA
O cofre de Cabral
Brasil Sexta-feira, 03.02.17 08:22
Jamil Chade, do Estadão, encontrou os diamantes e as barras de ouro roubados por Sérgio Cabral.
“Praticamente no centro de Genebra, vizinho do hotel New Midi, na esquina da Place de Chevelu com a Rua Rousseau, estaria um dos cofres que abrigariam o suposto patrimônio em diamantes e barras de ouro acumulado clandestinamente pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral”.
Ninguém vai lá pegar de volta?
Correios fecharão agências
Economia 03.02.17 08:20
O Estadão noticia que os Correios vão reduzir total de agências. A intenção é reduzir os prejuízos da empresa, que perdeu 2 bilhões de reais somente no ano passado.
O número de agências que serão fechadas ainda não está definido.
A fuga do operador de Cabral
Brasil 03.02.17 08:10
O operador de Sérgio Cabral que foi preso ontem, Ary Filho, tinha um plano de fuga.
A PF encontrou “nove malas junto à porta de saída do apartamento do bloco 1 do Condomínio Atlântico Sul, na Barra da Tijuca”, disse o G1.
O operador máximo da ORCRIM
Brasil 03.02.17 07:34
Na República de Curitiba, continua o julgamento de Antonio Palocci, o operador máximo da ORCRIM, o número dois do PT.
Hoje serão ouvidos pelo juiz Sergio Moro os seguintes delatores: Pedro Corrêa, Zwi Skornicki e Delcídio Amaral.
O depoimento que realmente importa ainda não foi marcado: o de Marcelo Odebrecht.
Nomes e codinomes
Brasil 03.02.17 07:12
A comitiva de Michel Temer (codinome “Trem”) em visita a Lula (codinome “Amigo”) se assemelhava à lista da Odebrecht.
Ela incluía: José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Edison Lobão, Eunício de Oliveira, José Serra e Moreira Franco.
Também visitaram Lula os seguintes nomes ou codinomes: Guido Mantega, Lindbergh Farias, Gleisi Hofmann, Humberto Costa, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante, Alexandre Padilha.
Sobrou até para Dornelles
Brasil Quinta-feira, 02.02.17 20:00
Além de Dilma Rousseff, a longa lista de testemunhas chamadas por Antonio Palocci para depor a seu favor inclui também Francisco Dornelles, vice governador do Rio.
O direito de inchar às nossas custas
Brasil 02.02.17 19:51
Precisava recriar o Ministério dos Direitos Humanos? Não, não precisava -- já era discutível a sua existência como secretaria.
Todo governo acha que tem o direito de inchar às nossas custas.
Dilma, a testemunha
Brasil 02.02.17 19:25
Sérgio Moro manda notificar Dilma Rousseff, testemunha de defesa arrolada por Marcelo Odebrecht.
Em nome do pai
Brasil 02.02.17 17:53
Marcelo Crivella nomeou o próprio filho, Marcelo Hodge Crivella, como secretário da Casa Civil da Prefeitura do Rio.
Por meio de sua assessoria, o prefeito apressou-se a afirmar que “não há qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade na nomeação do secretário.”
A nota acrescenta que, segundo súmula vinculante do STF, parentes indicados para cargos de primeiro escalão não configuram nepotismo. As informações são do Estadão.

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