PRIMEIRA EDIÇÃO DE 02-01-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 02 DE JANEIRO DE 2017
O ex-Governador de Rondônia, Ivo Cassol (PP), já garantiu seu lugar no “panteão da impunidade”. Impressiona sua capacidade de beneficiar-se de manobras protelatórias na Justiça: condenado somente em 2013 por crimes de fraude em licitação entre 1998 e 2001, ele pegou 4 anos e 8 meses de prisão e a multa de R$ 201 mil, e já deveria ter perdido seu mandato, mas continua solto e exercendo suas atividades de senador.
A sentença de prisão de Ivo Cassol foi fixada pela relatora do caso no STF, Cármen Lúcia, mas Dias Toffoli propôs a redução para 4 anos.
No regime semiaberto, como prevê sua sentença, Ivo Cassol atuaria no Senado de dia e dormiria na Papuda. A menos que fosse cassado.
Teori Zavascki pediu vista há três meses, mas, assoberbado pela Lava Jato, não sobra tempo ao Ministro para analisar o caso de Ivo Cassol.
Ivo Cassol torce pela extinção da sentença: afinal, os crimes de corrupção que lhe são imputados completam 20 anos em 2018.
A nomeação da nova Presidente da Fiocruz, a médica Tânia Araújo-Jorge, pelo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, desfez o feudo petista que já durava 16 anos no Órgão. Tânia foi escolhida em detrimento de Nísia Trindade, outra integrante da lista tríplice, que, ligada ao PT, tinha apoio de Paulo Gadelha, atual Presidente. Gadelha dava a escolha da protegida como favas contadas e a chiadeira com a derrota foi grande.
Ao contrário do que alegam petistas, Tânia não era segunda colocada. Os integrantes de listas tríplices concorrem em igualdade de condições.
Depois de 16 anos, vários petistas perderão boquinhas, entre eles o ex-Governador do DF, Agnelo Queiroz, que é chefe no escritório de Brasília
Entre a abertura do impeachment de Dilma pela Câmara e a cassação definitiva no Senado, foram dezenas de petistas realocados na Fiocruz.
A Operação Lava Jato, da Polícia Federal, investigou até agora cerca de 400 políticos, prendendo vários deles, além de produzir cerca de 120 condenações da Justiça e recuperar bilhões de reais.
Em licitação realizada em 24 de novembro, a Câmara comprou cafeteiras elétricas para o uso dos deputados federais. A compra custou R$ 22,83 mil aos cofres públicos.
O PT completa 37 anos de fundação no próximo dia 10 de fevereiro, mas a celebração deve ser tímida. No site do PT os destaques continuam a ser a “perseguição” a Lula, réu em cinco ações penais.
O jornal inglês Financial Times descreveu a empreiteira Odebrecht como a “máquina de subornos” brasileira. O FT não deve ter conhecido o Brasil nos governos do PT.
Efraim Filho (DEM-PB) tem previsão pessimista para 2017. Mas para o Deputado, “é nas crises que surgem as oportunidades”. Ele diz que o Congresso precisa liderar processo de retirada do País do buraco.
A fatura dos cartões corporativos da Presidência subiu 46,3% enquanto Dilma chefiou o País, em relação ao Governo Lula. A média de gastos foi de R$13 milhões/ano, entre 2003 e 2010, para R$ 18 milhões de 2011 até maio de 2016, quando o impeachment de Dilma foi aprovado.
O Orçamento da União para 2017 aprovado no Congresso destinou R$819,1 milhões para o Fundo Partidário bancar partidos políticos. Não haverá eleição ano que vem. Dados dos gastos com o Fundo Partidário estão disponibilizados no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A ex-Presidente Dilma padece de falta de memória. Ela acusou o Governo Michel Temer: “Estamos assistindo a ampliação da desigualdade". Logo ela que deixou 12 milhões de desempregados.
...sem impeachment, nem Olimpíadas, 2017 tem tudo para ser mais calmo.

NO DIÁRIO DO PODER
CRISE ECONÔMICA
CRESCE NÚMERO DE IMÓVEIS RETOMADOS PELA CAIXA POR FALTA DE PAGAMENTO
ATÉ O INÍCIO DE DEZEMBRO, INSTITUIÇÃO COLOCOU À VENDA 8.626 UNIDADES RETOMADAS
Publicado: domingo, 01 de janeiro de 2017 às 16:28 - Atualizado às 15:05
Redação
O veterinário M., de 35 anos, acaba de se mudar pela segunda vez na vida. Arrumou as roupas no armário, terminou de embalar os móveis novos, para serem vendidos, e montou a cama de casal em seu antigo quarto, na casa dos pais, na zona sul de São Paulo. Foi para lá que ele voltou após perder o emprego e ter o apartamento leiloado pelo banco, em agosto. “Da outra vez, choramos de saudade. Agora, de decepção.”
A busca pela moradia própria se transformou em pesadelo para milhares de brasileiros neste ano. Até o início de dezembro, a Caixa colocou à venda – por meio de leilões, concorrências públicas ou venda direta – 8.626 imóveis retomados por falta de pagamento do financiamento, 16% a mais que no ano passado.
O aumento no número de unidades ofertadas pelo banco, que detém quase 70% de todo o financiamento imobiliário do País e 4,35 milhões de contratos ativos, não é por acaso. Desde 2012, o total de imóveis retomados por inadimplência pela Caixa cresce. Os dados mais recentes mostram que, entre 2014 e o ano passado, a recuperação de propriedades aumentou 53,8%.
É uma reação em cadeia, explica Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac, que reúne executivos de finanças. Crise e desemprego minaram o potencial de renda do brasileiro e reduziram sua capacidade de manter as contas em dia. Sem recursos, ele começa a atrasar as parcelas da casa por um, dois, três meses, até não poder mais negociar com o banco.
“Grande parte dos mutuários aderiu ao financiamento imobiliário aproveitando o momento de facilidade de crédito no período pré-crise. Só que os contratos são longos, podem durar 35 anos, e a recessão pegou todos de surpresa no meio do caminho. A retomada de imóveis pode crescer mais, pois o cenário que nos levou a isso não foi dissipado.”
“Para o banco, a retomada é uma dor de cabeça. Ele tem de arcar com custos como condomínio e IPTU e manter uma estrutura interna para lidar com esses imóveis. O importante é entender que a compra do imóvel não é para todo mundo. Embora dentro do limite de 30% da renda, a prestação fica muito mais alta do que se pagava de aluguel”, diz Marcelo Prata, do Canal do Crédito, que compara produtos financeiros.
Quando detectada a incapacidade de pagamento, o morador pode tentar vender o imóvel, negociando com o banco a transferência da dívida, ainda que abaixo do preço de mercado, para evitar problemas maiores. 
Moradia de risco 
Ainda que seja a moradia da família, o imóvel financiado pode ser retomado e vendido pelo banco. Na maioria dos casos, o banco notifica o mutuário após o primeiro mês sem pagamento, e o processo de retomada do imóvel ocorre quando o atraso passa de 90 dias. 
Nesse intervalo, o mutuário pode tentar diluir as parcelas em atraso aumentando as próximas mensalidades, ou estender o tempo de financiamento, caso o contrato não seja no prazo máximo permitido pelo banco.
“Em muitos casos, o banco aceita negociar com o inadimplente uma vez, mas fecha as portas de negociação caso ele fique em atraso de novo”, afirma Tathiana Cromwell, da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (Amspa). 
A lei diz que o mutuário pode receber a diferença entre o valor de retomada e o preço de venda do imóvel a terceiros. Se o morador deve R$ 100 mil ao banco e o bem foi leiloado por R$ 200 mil, ele quita a dívida e recebe os R$ 100 mil restantes.
“Quem entra na espiral de negociação, negativas e possibilidade de perder a casa vive o pior dos mundos. Tenta entrar na Justiça para rever valores, fica na expectativa de ter a casa leiloada e, quando o banco não tem um interessado no primeiro leilão, em que o imóvel é vendido pelo preço avaliado, tem de fazer um segundo, e o valor só cobre a dívida, na maioria dos casos”, lembra Tathiana.
Segundo a Caixa, o porcentual de imóveis retomados pela instituição em 2015 equivale a 0,3% do total em carteira. Além disso, “as medidas legais de retomada do bem, previstas em contrato, apenas são adotadas após o esgotamento da negociação entre o banco e o cliente”.
Maiores compradores 
O casal sorri, enquanto levanta a placa para dar um lance na casa da Chácara Japonesa, zona sul de São Paulo. O investidor pede para que sejam reabertas as ofertas para um apartamento de dois quartos. Pela internet, compradores disputam uma unidade na zona oeste. No último leilão de imóveis da Caixa do ano em São Paulo, a uma semana do Natal, o público é pequeno e heterogêneo.
Profissionais estimam que o número de leilões aumentou 30% desde o ano passado. O agravamento da crise ajudou a atrair um outro perfil de interessados.
Há alguns anos, a maioria dos compradores de imóveis retomados pelos bancos era formada por investidores experientes, que buscavam oportunidades de arrematar propriedades com até 50% de desconto, para revender no futuro.
Com o desaquecimento do mercado imobiliário, porém, esse comprador tem cedido espaço a quem procura um imóvel para morar. Há do casal de servidores públicos que quer sair do aluguel “e comprar uma casa maior, para acomodar as crianças”, ao taxista que arrematou uma casa avaliada em R$ 600 mil por R$ 366 mil, “para dar de presente de casamento à filha”.
“O público é menor nesta época do ano, mas tem crescido. Muita gente que iria comprar um imóvel com uma construtora ou imobiliária tem vindo empolgada pelos descontos”, diz Fernando Cerello, da Megaleilões, responsável pelo evento. Especialistas recomendam que o interessado visite o entorno do imóvel e se informe sobre os preços, para fazer um bom negócio. 
Ocupado
Como a maioria das unidades ofertadas está ocupada, a Caixa lembra que o imóvel é vendido no estado em que se encontra, muitas não podem ser visitadas por dentro, e a responsabilidade de desocupação é do comprador. É o caso da corretora Maria Nazaré Nunes, de 50 anos. 
Ela tem planos para a casa de R$ 150 mil, em São Bernardo do Campo, que comprou no leilão. “Não está fácil de vender agora, mas posso conseguir até R$ 250 mil depois. Por experiência, a retirada do antigo morador leva cerca de seis meses e, mesmo que ele não queira sair, ele acaba saindo.”
“A Justiça não é padronizada, pode demorar 60 dias ou um ano para que o arrematante entre no imóvel”, diz André Zalcman, da Zukerman Leilões. (AE)

O ESBULHO DE ESTADOS E MUNICÍPIOS
Segunda-feira, 02 de janeiro de 2017
Carlos Chagas
Os prefeitos das capitais e demais cidades começam a trabalhar hoje. Alguns recomeçam. Junto com os governadores, serão as vítimas de um processo que lhes tirou a força e a dignidade em suas cidades e seus Estados. Cada unidade da Federação encontra-se em estado de penúria, atravessando a pior de suas trajetórias. Sua função será sacrificar-se para a recuperação do que foram e não são mais, graças ao esbulho de uma força situada além de suas fronteiras.
É a União que depende e que precisa dos governadores e prefeitos, jamais estes daquela. Torna-se necessário o Presidente Michel Temer entender essa verdade absoluta: os Estados e Municípios são o País, formam a rede de proteção de um poder etéreo e até inexistente. Brasília só existe porque Municípios e Estados a cercam e sustentam. Nunca o contrário.
Assiste-se a inversão da Natureza. Tem sido os governadores e os prefeitos que chegam mendigando à Capital Federal, de chapéu na mão, humilhados e exangues atrás de recursos para continuar existindo, quando na realidade a União é que existe por decisão e concessão deles. Brasília deveria desculpar-se e pedir perdão por ter-se omitido tanto. Se há lamentos, reprimendas e arrependimento, deve-se debitar à Capital Federal o ônus maior. Caberia ao Governo Central recuperar as estruturas estaduais e municipais por ele destruídas ao longo dos últimos anos. Sonhos inúteis e projetos impossíveis, entre muita corrupção, erodiram, desgastaram e quase destruíram os alicerces que sustentavam a unidade nacional. Um por um, estes mais, aqueles menos, Municípios e Estados foram conduzidos à situação de miséria pela incúria do poder federal. É inadmissível que agora se aceite a equação invertida, de que Brasília deve correr em auxílio das Unidades Federadas. Elas é que precisam cobrar o que lhes foi surripiado por ação do Poder Central. Sem Estados e Municípios Brasília permaneceria um deserto insípido.
A oportunidade não é de Municípios e Estados virem atrás de favores, como farão mais uma vez, senão de chegarem a Brasília para exigir e arrancar o que lhes foi tirado.

NA VEJA.COM
‘Citei todos eles e todos eles estão aí’, diz delator dos anos 90
O pivô do escândalo conhecido como Anões do Orçamento fala pela primeira vez após 10 anos e diz que os corruptores de ontem são os mesmo de hoje
Por Laryssa Borges e Marcela Mattos
Domingo, 1º jan 2017, 12h43 - Atualizado em 1 jan 2017, 13h06
José Carlos Alves dos Santos (Cristiano Mariz/VEJA)

O economista José Carlos Alves dos Santos foi protagonista do maior escândalo de corrupção no Congresso na década de 1990. Em 1993, ele revelou que as grandes empreiteiras mantinham uma sociedade criminosa com deputados e senadores. No Congresso, uma CPI foi instalada para apurar o caso. Alves dos Santos confirmou as acusações e apontou Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão como integrantes do grupo que agia à margem das instituições, manipulando e desviando dinheiro público — algo, se não idêntico, muito semelhante ao que seria descoberto pela Operação Lava Jato 21 anos depois.
A VEJA, o responsável por revelar ao País o esquema de corrupção conhecido como Anões do Orçamento contou que os escândalos da década de 90 e o atual são realmente muito parecidos. Leia:
- O senhor denunciou o esquema dos Anões do Orçamento. O que mudou passadas mais de duas décadas? 
 - Os lobistas e as empreiteiras estão aí. Eu citei todos eles, e todos eles continuam aí até hoje do mesmo jeito. Evidentemente tudo se aperfeiçoa, mas, em princípio, o esquema da Lava a Jato é basicamente igual: uma empreiteira dá dinheiro ao parlamentar. O parlamentar, então, vota a emenda, depois vai lutar pela liberação dos recursos junto ao ministério e ganha mais uma comissão.
- Por que as denúncias daquela época ficaram por isso mesmo? 
 - A sociedade nunca tomou nenhuma atitude em relação à corrupção. O que está havendo agora é que o pessoal de Curitiba e o Juiz Sergio Moro estão começando a agir. O próprio STF não agia contra a corrupção. Quantas denúncias foram apresentadas no escândalo dos Anões do Orçamento? Quantos foram processados? Cinco ou seis perderam o mandato por decisão do Congresso, que precisava entregar a cabeça de alguém para poder acalmar a sociedade. Há, inclusive, gente que foi denunciada por mim, que estava envolvida já naquela época e que agora aparece neste novo escândalo da Lava a Jato.
- Quem?
 - Não vou falar porque não quero botar lenha na fogueira, mas são pessoas deste Governo e do Governo anterior. Na época, eu falei de cerca de quarenta parlamentares. Alguns estão aí até hoje e em altos cargos da República. Tudo o que fiz, passei e sofri não serviu para nada. Não é muito estimulante, principalmente quando a gente vê os políticos que estão por aí controlando este País.
- O senhor diria que ainda é um arquivo vivo? 
 - Já me pediram muito que escrevesse um livro. Recebi propostas também para filmes, mas não quero trazer mais polêmicas. Tenho anotações de quando fui preso pela primeira vez. Deixei algumas coisas anotadas porque tinha medo de que me matassem. São denúncias, dossiês de políticos do Congresso. Estão guardados com algumas pessoas — mas não vou dizer quem são. Isso foi o meu seguro, mas como o seguro morreu de velho…
- Depois dos Anões do Orçamento, o País conheceu o Mensalão e o Petrolão, mas o Congresso parece inerte diante de denúncias. O Congresso é uma escola de corrupção? 
 - Com certeza é. Um deputado neófito, de primeiro mandato, do interior e que não sabe de nada, começa a ver um colega fazendo aquilo. Não acontece nada com o corrupto, e o novato aprende. Muita gente se corrompe por viver naquele ambiente. Eu digo inclusive por mim. Eu via isso dentro do Congresso e aprendi lá. Era como mariposa em torno da luz. Você está naquele ambiente e acaba convivendo com tudo. Como não há demissões, prisões nem condenações, as pessoas vão pensando que podem ir cada vez mais longe e que não vai acontecer nada com elas.
- O senhor se considera o primeiro grande delator do País? 
 - Não. Na época foi um negócio espontâneo meu. Hoje a pessoa delata para poder levar vantagem. É combinado com advogado, todo o negócio é armado para diminuir uma pena. Na minha época não tinha nada disso. Mas considero que a delação é válida. É uma maneira de investigar: sacrifica-se a pena de um para poder pegar o resto e desmontar um esquema.
- O senhor denunciou corruptos mas também admitiu ser um deles. Que fim levou a propina que recebeu de deputados?
 - Eu tinha 1 milhão de dólares em casa e entreguei aos policiais.
 - Além de integrar o esquema de corrupção, o senhor ficou marcado também pela acusação de ter mandado matar sua mulher. 
 - Eu não matei a minha mulher. Fui para o júri achando que ia sair livre. Quando acabei condenado, fiquei arrasado, mas depois me levantei de novo. Não tinha nenhuma prova material contra mim, só os depoimentos dos dois homens que a mataram. Esses depoimentos estavam cheios de contradições. Hoje vou levando a minha vidinha. Nunca mais soube (dos assassinos). Hoje eu não tenho raiva de ninguém. Raiva não adianta nada, ódio não adianta nada.
- O que o levou a virar evangélico e a pregar em cultos ao redor de Brasília?
 - Eu me converti quando estava preso. Estava desesperado. O ambiente psicológico era pesado, tinha perdido a minha mulher e estava sem entender nada. Eu recebia Bíblias, livros de espiritismo e budismo e lia tudo o que me caía nas mãos. Antes, até ridicularizava quem andava com a Bíblia, mas, quando caí na necessidade e na angústia, vi que tudo isso ajuda muito. Quando estava preso e fui julgado, tive uma crise forte e pensei: “Eu me converti, eu estou bem, li a Bíblia, sou outro cara, mudei. Então não vou ser condenado”. Quando veio a condenação, foi uma paulada: “Meu Deus, por que isso?”.
- Condenado por corrupção, o senhor dividiu uma ala da prisão com presos como Henrique Pizzolato e o ex-Senador Luiz Estevão. Como era a rotina?
 - Normalmente as pessoas, quando vão presas, ficam muito angustiadas. O início é muito duro, mas a gente procura dar força, conversar, mostrar que é um período da vida. Montamos uma igreja lá dentro. Tinha um pastor, e fazíamos um culto. Fui para a ala da cadeia onde estavam os mensaleiros, o ex-senador Luiz Estevão e presos mais vulneráveis e que não tinham crime de sangue — boa parte era crime sexual —, e a gente sempre dava muita força a eles. Na camaradagem a conversa era sobre futebol. Eram todos gente boa, entre aspas. São todos seres humanos, como eu também. Era cada um cumprindo a sua pena, tendo as suas angústias. Não se pode fazer nada. O ser humano se adapta.
- O senhor denunciaria tudo de novo? 
- O “se” é muito difícil. Se eu fizesse isso, se eu fizesse aquilo… Não sei se faria diferente. As pessoas se afastaram. Ninguém queria ser visto comigo. Nunca mais fui ao Congresso, mas não me interessa. Consegui restabelecer minha vida e acho que estou vivendo bem.
- Como o senhor gostaria de ser lembrado? 
 - Preferia que me esquecessem. Para que lembrar disso tudo depois de 25 anos? Não quero aparecer mais. O que vou ganhar com isso? Todo mundo morre um dia. Eu já estou no lucro, com 75 anos. O que não quero é sofrer, morrer sofrendo, ficar na cama entrevado. Deixa eu levar minha vida tranquilo. Quero ficar quieto.
(Para ler a reportagem na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read)


NO O ANTAGONISTA
Democracia à la Maduro
Mundo Segunda-feira, 02.01.17 08:25
O mais antigo jornal da Venezuela, o El Impulso, deixará de circular no próximo sábado, seguindo a trilha funesta de várias outras publicações.
Carlos Eduardo Carmano, diretor do El Impulso, disse que Nicolás Maduro proibiu a venda de papel para os jornais, informa O Globo.
Os planos da ORCRIM
Brasil 02.01.17 08:22
A entrevista de Luiz Marinho à Folha de S. Paulo é dividida em duas partes.
Na primeira, ele defende a antecipação das eleições para meados deste ano a fim de que Lula possa escapar da cadeia candidatando-se à Presidência.
Na segunda, ele ataca a "irresponsabilidade" da Lava Jato e de "seu Moro".
A Folha de S. Paulo, em nenhum momento, contesta essas ideias criminosas.
Lula 2017
Brasil 02.01.17 08:14
Lula não tem a menor chance de chegar a 2018.
A única saída que lhe resta é antecipar a disputa presidencial para meados de 2017.
É o que defende seu pau-mandado, Luiz Marinho, em entrevista à Folha de S. Paulo.
"Um mundo mais perigoso e instável"
Economia 02.01.17 07:55
A principal reportagem de economia de O Globo hoje dá nome ao clima de "incerteza, imprevisibilidade, instabilidade e insegurança": Donald Trump, que toma posse no próximo dia 20.
Disse ao jornal carioca o Professor da UFRJ, Luiz Carlos Prado:
"As relações internacionais serão mais tensas em 2017 e isso tem consequências para a economia. Temos que nos preparar para um mundo mais perigoso e instável."
Viva a Lava Jato!
Economia 02.01.17 07:48
A imprensa insiste em querer tentar atribuir à Lava Jato os "problemas econômicos" -- é a tese de Lula e de seus comparsas.
O Estadão perguntou a Ricardo Knoepfelmacher, sócio da RK Partners, se ele "acredita que a Lava Jato agravará mais a crise (econômica)".
A resposta:
"A Lava Jato mostra que tem fôlego e ainda vai ser um processo longo (com novas delações). Esse momento de transição traz impactos, sob o ponto de vista do investidor internacional. Por outro lado, acredito que muita coisa vá melhorar. Acho que vai abrir espaço para empresas médias que não estão contaminadas (pelas investigações) para que consigam entrar em grandes obras."
Viva a Lava Jato!
A arma da PF contra o Drousys
Brasil 02.01.17 07:44
Para desmantelar as quadrilhas pegas na Lava Java, a área de TI da PF desenvolveu um software capaz de processar, de forma muito mas rápida e precisa, o 1,2 milhão de gigabytes de dados colhido pelas investigações, informa a Folha.
Em um dos casos, o cruzamento de informações que consumiria oito anos de trabalho dos investigadores foi feito em seis meses.
É uma iniciativa do setor de perícias da PF em Curitiba para fazer frente a sistemas como o Drousys, o programa do setor de propinas da Odebrecht.
A China latina
Economia 02.01.17 07:39
O Estadão informa que, com a demora da recuperação da economia brasileira, muitas de nossas indústrias estão abrindo novas fábricas e criando milhares de empregos no Paraguai.
A reportagem cita que o presidente Horacio Cartes, há três anos no comando do País, quer transformar o Paraguai em uma "China da América do Sul".
Que tal mais um partido?
Brasil 02.01.17 07:32
O TSE recebeu o 58º pedido para criação de um partido político brasileiro -- atualmente, 35 legendas estão autorizadas a disputar eleições, informa o Estadão.
Seria o Partido Democrático dos Servidores Públicos.
Os criminosos não desistem
Brasil 02.01.17 07:13
Há uma nova tentativa de melar a Lava Jato, informa Lauro Jardim.
A ideia dos criminosos e de seu assessores é alimentar a tese de que a operação é inconstitucional porque a criação da Força-Tarefa, formada por PF e MP, prejudicaria a supervisão do trabalho dos policiais federais pelos procuradores, prevista na Carta.
Um estado a serviço de Pimentel
Brasil Domingo, 01.01.17 21:11
O Deputado Sargento Rodrigues disse a O Antagonista que vai denunciar Fernando Pimentel na Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais pelo crime de improbidade administrativa.
Pimentel usou helicóptero do Governo para buscar o filho depois da balada de réveillon no condomínio de luxo Escarpas do Lago, no lago de Furnas.
Humberto Costa briga em livraria de Recife
Brasil 01.01.17 18:07
Ontem, Humberto Costa se envolveu em uma briga numa livraria no centro de Recife.
Em seu Twitter, o Senador petista contou que "sem qualquer motivo, fui atacado, na fila de pagamento da livraria, por uma pessoa completamente descompensada". Acrescentou que "não tive outra coisa a fazer a não ser me defender e defender a minha integridade física".
Antes da troca de agressões físicas, os dois bateram boca, segundo testemunhas.
A Rádio Jornal Pernambuco divulgou, no YouTube, um rápido vídeo com imagens da confusão (...)
Duque entrega Benedita
Brasil 01.01.17 14:45
Em nova tentativa de fechar acordo de delação premiada, Renato Duque afirmou que o Petrolão pagou parte do material de campanha de Benedita da Silva, em 2010.
A informação é da coluna de Lauro Jardim.

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